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História Criminal Love - Bad Girl, Bad Things


Escrita por: PipocaSinger e CrowsUchiha

Notas do Autor


Hello love's <3

Pipoca aqui o/

Faz tempo que não apareço nessa história </3 mas aqui estou de novo ^^

Eu estava com sérios bloqueios mentais recentemente e não tava conseguindo escrever absolutamente nada, mas ontem saiu esse capítulo e acho que ficou até razoável para poder postar. Eu tava adorando muito os últimos caps que a Patty postou e, certamente, não cheguei aos pés dela, mas espero que gostem mesmo assim.

Eu tava achando a Konan muito parada, muito tranquila e decidi escrever esse capítulo para restabelecer quem ela realmente é. Embora eu não responda aos comentários dos capítulos da CrowsUchiha (vou demorar para associar que a Tsuhina mudou de nome ashua) eu leio todos, e é por isso que sei que estão querendo uma participação maior do Pain.

Como o Pain tem contato basicamente com a Konan é nos capítulos dela que ele mais vai aparecer e, como sabem, os últimos dois foram do Itachi. Além disso, pra poder existir alguma treta envolvendo os três precisamos de algo mais concreto do que algumas simples provocações e, mais recentemente, um beijo que, por sinal, fez o Ita-kun me decepcionar muito haha'

Mas enfim, no mais aproveitem o capítulo!

Capítulo 12 - Bad Girl, Bad Things


Fanfic / Fanfiction Criminal Love - Bad Girl, Bad Things

“Minha saudade é prisão. Minha preocupação, chatice. Minha insegurança, problema meu. Meu amor é demais. Minha agressividade, insuportável. Meus elogios causam solidão. Minhas constatações boas matam o amor. As ruins, matam o resto todo.”

 

-Tati Bernadi

 

 

Talvez tenha sido a bebida; talvez tenha sido todo aquele clima típico de balada, com todas aquelas pessoas se agarrando ao meu redor; talvez tenha sido a partida de futebol, com toda a sensualidade que lhe coube; talvez tenha sido uma mistura de tudo aquilo; ou talvez tenha sido apenas meu desejo falando, o desejo que eu tentei inutilmente reprimir. Mas, independente de qual tenha sido o motivo, eu fui até lá. Eu cansei de ser provocada e quis provocar também. E eu o fiz.

Então ele me beijou e Deus! Como eu queria aquele beijo e como todas aquelas sensações eram inacreditavelmente maravilhosas. Por um breve momento nada mais importava, nada mais precisava fazer algum sentido. Por um breve toque de lábios eu perdi todo o meu controle e quem Itachi era ou o perigo que ele representava não fazia mais diferença. Eu o queria.

E então: “puf”!

Eu não sei quanto tempo eu esperei ou quantas bebidas eu esgotei esperando. Perdi as contas de quantos convites para dançar eu recusei ou de quantas vezes o olhar de divertimento daquela bartender (que eu sequer me lembrava o nome) me atingiu como provocação, ela com certeza viu o que tinha acontecido e percebia como eu estava ficando irritada. Se ela tivesse a mínima ideia do quão rápido eu poderia acabar com a diversão que ela sentia, jamais olharia para mim daquele jeito.

Admito que inicialmente eu me recusei a aceitar minha derrota e cheguei até a me preocupar com o que poderia ter acontecido, foi então que decidi ir atrás dele e, sinceramente, eu poderia mesmo ter ido embora sem aquela.

Não, eu não o encontrei. E nem poderia, não é mesmo?

Vi primeiro Kisame, que estava entretido demais com uma loira qualquer para saber onde Itachi estaria e vários minutos depois encontrei Kakashi, mas nem precisei perguntar-lhe nada, ele pareceu aliviado ao me encontrar e, por breves segundos, me permiti pensar que realmente havia surgido algum problema e que por isso Itachi não havia voltado, mas essa pequena esperança logo se foi quando vi a garota atrás dele e percebi de cara que o alívio era porque ele estava doido para sair dali com sua nova amiga.

Lembro-me perfeitamente das palavras:

“Konan, finalmente achei você. Viu Kisame por aí? Não importa. Itachi foi embora e pediu que ele guardasse a jaqueta dele que ele havia deixado aqui, mas não encontro aquele tubarão em lugar nenhum… Então pode passar o recado para mim? Acho que aquele maldito Uchiha estava mesmo na seca, para não ter coragem de vir aqui buscar suas coisas antes de sair com aquela mulher.”

O pior foi ter percebido que eu estava com a bendita jaqueta em mãos, tinha a trago comigo quando saí para procurá-lo. Sei que um sorriso amargo surgiu em meus lábios, aqueles que a gente solta quando percebe que agiu feito idiota, mas Kakashi obviamente pensou que eu havia me divertido com a história e logo soltou um “Parece que você entende a urgência, não é?”.

Pela primeira vez desde que dei início a essa missão, eu realmente quis matar Uchiha Itachi. Fui atrás de Kisame para lhe entregar a jaqueta, mas aparentemente ele também tinha ido embora então decidi levá-la comigo e voltar andando para casa, eu realmente precisava me acalmar e na hora pensei que uma caminhada seria uma boa ideia. Durante o percurso tentei imaginar uma única vez em que me senti tão humilhada, minha tentativa foi um total fracasso. Eu nunca havia me sentido assim.

Tentei convencer a mim mesma de que Itachi havia me feito um favor, ter me envolvido mais atrapalharia completamente os meus objetivos, ele havia me dado o motivo que eu precisava para parar de me preocupar tanto com ele, então eu deveria estar aliviada, certo? Mas não, eu me sentia uma garotinha de 15 anos novamente e aquilo me irritava mais do que eu poderia descrever.

No final das contas, a caminhada só me fez pensar no quão burra eu havia sido e no quão determinada eu estava a não deixar acontecer de novo.

 

 

You know I was down for you

Down for you

Now I'm wishing that I never bowed to you

Bowed to you ♫

 

 

Você sabe que eu estava caído por você

Caído por você

Agora estou desejando nunca ter me curvado para você

Curvado para você ♫

 

-4U(Blackbear)

 

 

 

 

 

O dia pareceu amanhecer mais rápido do que o normal, mas fazer o quê se eu realmente precisava ir trabalhar? Permiti-me ficar apenas mais alguns minutos na cama antes de me levantar e tomar meu banho.

Meu corpo reclamava da noite mal dormida e, sem precisar pensar muito, decidi ir de táxi ao invés de pilotar, assim poderia até descansar um pouco mais. Com o trânsito acabei chegando mais tarde que o normal, embora ainda estivesse dentro do horário. Fui direto até minha mesa, onde deixei minhas coisas e a jaqueta de Itachi, para depois seguir em direção a máquina de café.

Por pior que tenha sido minha noite, um pouco de cafeína com certeza aliviaria um pouco meu stress.

-Bom dia.

Virei-me e me deparei com Kisame que, ao que parecia, estava em uma situação ainda pior que a minha.

-Bom dia. Quer café?

-Preciso disso. -Ele respondeu esfregando os olhos.

-Ainda não dormiu, não é? -Perguntei enquanto tirava duas xícaras fumegantes da máquina e lhe entregava uma.

-Tá tão óbvio assim?

-Bastante. -Respondo sorrindo.

-Qual a graça?

-Parece que sua noite foi uma loucura, em? -Digo enquanto viro o rosto dele levemente para o lado, observando algumas marcas em seu pescoço. -Deveria esconder isso um pouco, parece que alguém violentou você. -Brinco.

-Acredite, não fui o único a sair com algumas marcas. -Ele sorriu malicioso. -Se quiser pode fazer um teste depois. -E piscou para mim.

-Eu passo dessa vez. -Rio.

-Pode me ajudar a disfarçar um pouco? Tenho trabalho lá fora hoje e algumas pessoas podem não me levar tão a sério se eu continuar desse jeito.

-Claro, tenho maquiagem ali. Depois que eu entregar umas coisas para Itachi eu passo na sua sala.

-Obrigada. Como troca de favores, já vou avisando que ele não parece de bom humor.

-Ótimo, porque eu também não estou.

-Aconteceu alguma coisa ontem? Eu não vi nenhum dos dois indo embora.

-Ham… Aparentemente Itachi foi embora mais cedo.

-Acompanhado?

-Foi o que fiquei sabendo.

-E contra tudo que eu esperava, não foi acompanhado por você.

-Porque iríamos juntos? -Perguntei curiosa.

-Achei que tava rolando um clima, se é que me entende.

Eu também achei.

-Engano seu. -Respondi enquanto tomava um pouco do café e tentava não pensar na minha frustração.

-Vejo você daqui a pouco então?

-Claro.

Me viro e volto pra minha mesa. Quando termino meu café decido finalmente ir até meu querido chefe, não tão mais querido assim. Bato na porta e logo o ouço convidando-me para entrar.

Assim que atravesso o batente nossos olhares se cruzam e me arrependo imediatamente tê-lo encarado. Aqueles malditos olhos me fizeram lembrar de cada segundo de euforia que aquele beijo me causou e de cada onda de raiva e humilhação após ele ter me deixado lá.

As coisas seriam mais difíceis do que pensei.

-Bom dia.

-Bom dia. -Respondi o mais indiferente que pude. -Você esqueceu isso aqui ontem. -Digo e lhe estendo a jaqueta. -Aparentemente não tinha mais ninguém para trazê-la para você.

-Entendo… Conseguiu carona para voltar para casa ontem?

-Não foi preciso. Eu tenho pernas.

-Voltou sozinha? -Disse levantando-se e pegando a jaqueta.

-Faz alguma diferença?

-É claro que faz. -O vejo deixando a peça sobre a mesa e dando a volta, se aproximando.

Bufo.

-Não finja que se importa.

-Não estou fingindo. -Ele responde baixo, parando na minha frente.

-O que você quer?

-Que responda minha pergunta. Voltou ou não sozinha?

Sinto ele se aproximando cada vez mais, a respiração quente em meu rosto, aquela mesma vontade incontrolável de beijá-lo ali mesmo.

Quando senti meu corpo encontrando-se com a mesa percebi, finalmente, que estava ficando sem saída, mas já tava na hora daquilo parar. Foco Konan, lembre-se da noite anterior.

-Quer uma resposta? -Sussurro de volta, levando minhas mãos até a lapela de seu terno e a alisando. -Então preste atenção… -Continuo e inverto nossas posições. -O que eu fiz ontem depois que você me deixou esperando não é da sua conta, Uchiha. -Digo com a voz mais firme que consegui, mantendo meus olhos presos ao dele. -Agora espero que esteja satisfeito. -Seguro o queixo dele e o puxo para mais perto, aproximando ainda mais nossos rostos. -Porque esta é a única resposta que vai ter.

Deixo meus olhos vagarem por aqueles lábios uma vez mais antes de me afastar e dar-lhe as costas.

-Kakashi pediu que adiantasse seu relatório, a propósito. -Digo da porta, virando-me apenas o suficiente para encará-lo. -Com sua licença. Chefe. -Acrescento e saio.

Missão número um de ficar sozinha com Itachi e resistir a tentação de beijá-lo: concluída.

 

 

Just us,

you find out

Nothing I really wanna tell you about no ♫

 

 

Apenas nós,

Você não vai descobrir nada que eu não queira contar ♫

 

-Sweater Weather (the neighbourhood)

 

 

 

 

 

Esconder as marcas no pescoço de Kisame, porém, foi uma missão mais difícil. Quem quer que fosse aquela mulher, ela fez um trabalho bem feito e, para dificultar ainda mais, tive que fazer tudo quanto era tipo de mistura para conseguir uma base que combinasse com o tom de pele dele. Nada fácil.

Mas, depois do que pareceu ser uma eternidade, eu finalmente havia conseguido e agora conferia minha obra de arte. Kisame estava sentado em sua cadeira, enquanto eu sentava na sua mesa, em frente a ele, e dava os últimos retoques em seu pescoço, rindo de uma de suas histórias terríveis de pescaria.

Meu humor esta manhã estava realmente horrível, mas agora parecia melhorar. Kisame era uma massa de desastres cômicos ambulantes que lhe impediam de ficar ao lado dele por mais de meia hora e não acabar rindo de uma de suas inacreditáveis aventuras.

Quando eu já estava prestes a me afastar, porém, a porta da sala se abriu sem nenhum aviso prévio e a voz de Itachi soou pelo cômodo.

-Você pode me dizer qual é o proble…

Me virei no exato momento em que Itachi tirava os olhos dos papéis em suas mãos e nos encarava.

-Não sabe bater não, Rapunzel? -Kisame perguntou se levantando.

-Eu não sabia que estava ocupado… Com a minha secretária.

Então percebi o incômodo nos tão hipnotizantes olhos negros, um incômodo quase ciumento e, não nego, aquilo me deu uma sensação indescritivelmente boa. Mas, como eu não queria que ele soubesse disso, virei-me novamente, ficando de costas e descendo da mesa, libertando por breves instantes meu sorriso, antes de dar a volta na mesa.

-Konan só estava me fazendo um favor. Inclusive, obrigada. Você me salvou de novo. -Sorri quando ele piscou para mim e terminei de recolher minhas coisas.

-Não precisa agradecer.

Eu já estava saindo da sala, quando passei por Itachi e o senti segurar meu braço.

-Deixei alguns documentos em cima da sua mesa, quero que os arquive para mim. -Sua voz tinha uma pontada de aborrecimento, pude notar.

-Farei isso imediatamente.

Quando saí da sala ouvi ainda, a voz de Kisame dizendo:

-Se uma hora ela cansar desse seu jeito chato e irritantemente mandão, pode falar com ela que a aceito como minha secretária.

-Você adoraria isso, não é?

-Mais do que você, aparentemente.

-Tsc. Cale a boca e arranje uma para você.

 

 

And I love making you jealous but don’t judge me

And I know I’m being hateful but that ain’t nothing

That ain’t nothing

I’m just jealous♫

 

 

E eu amo fazer ciúmes em você, mas não me julgue

E eu sei que estou sendo detestável, mas isso não é nada

Isso não é nada

Eu só estou com ciúmes ♫

 

-Jealous (Beyoncé)

 

 

 

 

 

O céu tornava-se cada vez mais escuro conforme a noite se aproximava e eu contava os minutos para voltar para casa e recuperar todo o sono perdido após uma noite terrivelmente mal dormida e um dia inteiro numa troca de olhares provocativos e intimidadores com o meu chefe.

Embora eu até tivesse tentando manter a cordialidade e um clima pacífico entre nós, em certos momentos realmente não pude me controlar e, admito, acabei sendo grossa. Mas, sinceramente? Não me arrependo. Itachi não apenas me irritou, de certa forma acabei ficando magoada com tudo e ele merecia ser tratado com certo desaforo sim!

Eu descia as escadas aliviada, sentindo um vento gelado vindo contra mim. Essa noite certamente seria chuvosa e, quando estava prestes a chamar um táxi, minha alforria do dia, o celular tocou.

Atendi sem nem ao menos ver quem era e logo fui surpreendida pela voz de Pain que soava alguns tons a mais na escala de nervosismo que o normal.

-Algum problema? -Perguntei preocupando-me imediatamente. Não era raro que algumas gangues tentassem nos atacar, buscando diminuir a concorrência ou, ao menos nos enfraquecer, e, nesses casos, Pain sempre me ligava imediatamente.

-Sim e você precisa me ajudar. Fui informado de que Nikolai pretende nos atacar ainda essa semana, teremos grandes problemas se isso acontecer.

-Nikolai? Da máfia russa? -Eu realmente estava confusa.

-Sim, eu tive um pequeno desentendimento com ele e agora ele quer descontar na Akatsuki. Vou te mandar uma mensagem com o nome do hotel onde ele está hospedado, quero que vá até lá e o elimine antes que ele faça alguma coisa.

-E se descobrirem que estamos por trás disso? Vão nos matar, Pain.

-Então façam com que não descubram.

-Não tinha mais ninguém pro trabalho?

-Ninguém em quem eu confiasse mais.

Suspirei.

-Mande o endereço, termino com isso essa madrugada.

-Tome cuidado. Como está o trabalho com Itachi?

-Lento, vou demorar mais do que o previsto.

-Ele não está facilitando?

-Não muito, vou ter que mudar um pouco meus métodos.

-Faça o necessário.

-Eu sempre faço. Agora preciso ir, até mais.

Desligo sem nem mesmo esperar sua resposta. Suspiro assim que guardo celular na bolsa novamente, aquele dia realmente não iria acabar tão cedo. Volto a caminhar em direção a calçada para esperar um táxi quando sinto meu braço ser segurado.

-Veio sem sua moto hoje? -A voz rouca de Itachi veio de encontro aos meus ouvidos e, instantaneamente, senti-me arrepiar.

-Grande observador você, Uchiha. -Comento em tom irônico, sem me virar para ele e ainda procurando por um táxi.

-Eu te levo para casa.

-Não me lembro de ter te pedido nada. -Finalmente o encaro.

-Larga de ser teimosa. Não precisa agir assim, é só uma carona, Konan. Nada demais.

-Minha resposta continua sendo não. -Respondo firmemente.

-Posso saber porque?

-Claro. Porque não estou indo para casa. -Digo simplesmente. -Vou visitar… Um novo amigo. Agora, com sua licença… -Vejo um táxi e aceno o chamando. -Preciso ir. -Beijo-lhe na bochecha, próximo aos lábios, e por fim sussurro ao seu ouvido: -Até amanhã, chefe.

Entro no táxi e vou embora com um estranho sorriso nos lábios. Provocá-lo era, afinal, uma das coisas mais divertidas que já fiz.

 

 

Você me provoca, arrepio
Quando chega e fala coisas no meu ouvido
Seu perfume na minha roupa
Eu to sentindo,
Quero sua boca
Fica comigo ♫

 

-Sabe Provocar (Os Travessos)

 

 

 

 

 

Quando você passa a maior parte da sua vida se envolvendo com todos os tipos de criminosos possíveis, fica fácil traçar um perfil para cada tipo. Mafiosos poderosos, em sua maioria, adoram ostentar belas prostitutas, do tipo que em uma noite recebe o equivalente a renda mensal da maioria das pessoas.

Nikolai, eu esperava, deveria fazer parte desse grupo de ostentação sexual, por isso, minha primeira parada foi em uma das melhores lojas de roupas que eu conhecia. O hotel onde ele estava, eu sabia, estava na lista dos mais luxuosos do país, por isso eu não poderia entrar lá como uma prostituta de rua, e sim como uma dama disposta a se divertir acompanhada.

O vestido que comprei era preto, de longe minha cor favorita; longo, mas com uma abertura que descia direto do topo da minha cocha e um decote que por pouco não chegava ao meu umbigo. Me arrumei o máximo que pude com o tempo que despunha e, modéstia a parte, o resultado não ficou nada mal.

Fui para o hotel, Grand Nikko Tokyo Daiba, e, quando entrei, surpreendi-me com o tamanho do lugar. Por dentro ele parecia ser ainda mais monstruoso. Certa de que o encontraria bebendo, fui direto ao bar e, como o esperado, logo o encontrei e, para minha sorte, rodeado de mulheres.

Sentei-me no banco ao lado e pedi um whisky da forma mais sexy que fui capaz o que acabou dando certo, já que ele logo me notou e, analisando-me da cabeça aos pés, sorriu satisfeito.

-Gosta de beber? -Perguntou-me com a voz firme e um sotaque arrastado.

Nikolai, diferente da maioria, cresceu rápido em seus negócios e era apenas alguns anos mais velho que eu. Possuía alguns fios brancos dispersos pelo cabelo incrivelmente negro e sedoso, o comprimento curto atribuía-lhe uma seriedade maior do que os olhos esverdeados ofereciam e o sorriso era, de certa forma, acolhedor.

Percebi de cara seu terno perfeitamente alisado no corpo musculoso e sua barba perfeitamente feita denunciavam sua vaidade. Para pessoas comuns ele passaria apenas como um empresário bem sucedido, educado e, admito, charmoso. Mas eu já tinha ouvido muitas histórias a seu respeito, Nikolai dos sorrisos doces era, também, o Nikolai que, sem remorso, torturava e espancava seus devedores.

-Principalmente quando fico desapontada.

-E o que poderia ter te deixado chateada? -Inqueriu-me com olhos curiosos.

-Meu acompanhante me deixou na mão.

-Está mentindo.

Por um momento me assustei com a informação, mas mantive a calma.

-Estou? -Ergui as sobrancelhas.

-Nenhum homem em sã consciência deixaria uma beleza como você esperando aqui sozinha.

-Acredite, sequer é a primeira vez. -Sorri.

-Posso fazer-lhe companhia então?

Fingi pensar por alguns instantes, enquanto saboreava minha bebida.

-Por que não? -Sorrimos cúmplices e brindamos.

Era ali que tudo começava.

Eu só precisava que ele bebesse um pouco mais.

 

 

Take you to the back now, I'd take a shot for you

Wasted every night, gone for every song

Faded every night, dancing all night long ♫

 

Te levo lá para trás agora, tomaria uma dose por você

Fico chapado a noite toda, nem escuto todas as músicas

Bêbado a noite toda, danço a noite inteira ♫

 

-Drunk (Zayn)

 

 

 

 

 

As horas passaram depressa, os copos de bebidas vieram e voltaram o que pareceram centenas de vezes e, após algumas carícias discretas, Nikolai finalmente convidou-me para ir até sua suíte. Mal havíamos entrado quando o senti abraçando minha cintura e beijando meu pescoço.

Como eu odiava ter que fazer aquilo.

Fingi interesse e deixei que ele me conduzisse aos beijos até o quarto e, por último, até sua cama. Quando vi que ele pretendia tirar meu vestido, inverti nossas posições e sorri maliciosa.

-Vamos brincar um pouco.

-Estou às suas ordens, princesa.

Meu sorriso alargou-se ainda mais e tirei a gravata que ele usava e em seguida o terno e a camisa.

-Por agora, você não pode tocar em mim. -Sussurrei ao seu ouvido e amarrando a gravata em seus pulsos ao mesmo tempo.

-O que pretende fazer?

-Te imobilizar um pouco, por enquanto você vai apenas apreciar.

O beijei e amarrei a outra ponta da graveta na cabeceira da cama.

Desci os beijos até seu abdome e o ouvi suspirar conforme eu me aproximava da barra de sua calça e lentamente retirei o cinto que ele usava. Subi novamente com leves mordidas por seu corpo até alcançar sua boca novamente. Tornei a repetir o processo da gravata usando o cinto e quando finalizei o encarei.

-Está bem preso aí?

-Não tinha como ter me prendido mais. -Sorriu e eu correspondi.

-Ótimo, agora feche os olhos. Confie em mim.

E ele o fez.

Peguei o travesseiro ao lado e sussurrei:

-Bom menino, hora de dormir.

Tampei seu rosto com o travesseiro, o impedindo de respirar e logo ele se agitou, tentando se soltar. Ele estava aguentando bem e, alguns segundos depois, conseguiu livrar uma de suas mãos, a que estava presa pela gravata, e me atingiu no olho. Me mantive firme, embora a dor tivesse me feito vacilar por pelo menos duas vezes, e, momento depois, ele parou de se mexer.

Estava feito.

O soltei de suas amarras e o ajeitei na cama. Fui para o banheiro e lavei o rosto, aquilo iria ficar marcado. Suspirei.

-Droga.

 

 

No matter what you say

Don't matter what you do

I only wanna do bad things to you ♫

 

Não importa o que você diga

Não importa o que você faça

Eu só quero fazer coisas más com você ♫

 

-Bad Things (Machine Gun Kelly Feat. Camila Cabello)

 

 

 

 

 

Eu estava exausta.

Minha cabeça latejava.

Meu corpo inteiro doía.

Depois que saí do hotel fui direto até Pain relatar tudo o que tinha feito e ele providenciou para que Orochimaru cuidasse do meu olho, o que de fato ajudou um pouco a melhorar a aparência, mas não o suficiente para esconder que eu tinha levado um soco.

Dormi por lá mesmo e usei algumas de minhas coisas que estavam no quarto de Pain para improvisar uma maquiagem básica. Tive que ir de óculos escuros para a delegacia, mas conforme as pessoas chegavam notei que estranhavam a minha necessidade de permanecer com eles lá dentro. Olhares desconfiados me perseguiam e tive que desviar de uma série de perguntas sobre eu estar com algum problema de vista ou alguma doença ocular, isso porque não ousavam dizer em voz alta que suspeitavam dos resultados de uma noitada ou de um possível hematoma, que no caso, era a verdade.

Até o momento eu ainda não tinha visto Itachi, ele estaria em reunião a manhã toda e, antes de sair para almoçar, decidi passar no banheiro para conferir a situação de meu rosto. Nada bom.

Saí de lá limpando o óculos, de cabeça baixa para que ninguém tivesse a chance de ver as manchas roxas e o leve inchaço, mas isso acabou fazendo com que eu não visse quem estava no meu caminho e, para variar, com todo o meu desastre, esbarrei em alguém.

-Me desculpe. -Pedi sem nem mesmo encarar a pessoa.

-Tudo bem. -A essa altura a voz de Iatchi já me era familiar. -Você está okay? -Perguntou segurando meu queixo e erguendo meu rosto para me encarar.

O olhar de surpresa e indignação dele fora imediato e, por isso, logo abaixei a cabeça novamente.

-Estou bem, obrigada. Está na minha hora de almoço, então… -Comecei a sair mas ele me puxou pelo braço.

-Coloque os óculos e me acompanhe até minha sala.

Suspirei.

-Sim, senhor.

Fui logo atrás dele e, com uma expressão firme, ele segurou a porta para que entrasse e logo depois a fechou atrás de mim.

-Me diga que não é o que estou pensando, Konan. -Sua voz era séria.

-Eu não sei o que está pensando, Itachi. -Tentei parecer confiante e o vi suspirar irritado, levando a mão até os cabelos.

-Não brinque com isso. -Disse se aproximando de mim e tirando meus óculos. -Quem?

-Ninguém importante.

-Me dê um nome.

-Não se meta nisso, Uchiha.

-Isso é crime, Konan, e você está em uma delegacia. Não precisa ter medo.

-Olhe bem para mim, eu pareço alguém assustada ou com medo? Eu estava de cabeça baixa para evitar esse tipo de questionamento, mas não porque estou preocupada e temendo alguém. -Minha voz saiu firme o suficiente para que ele levasse alguns instantes a mais para me responder.

-Eu não entendo como isso pode acontecer com uma mulher como você. Determinada e firme do jeito que você é.

-Foi um acidente, Itachi. Me envolvi com o cara errado, bebemos demais e isso aconteceu. Não vai se repetir.

-Me diga o nome que quero ouvir e vou garantir que isso não vá mesmo se repetir.

-Eu já cuidei de tudo.

Ele bufou irritado.

-Me deixe ajudar você. Damn it*! (*droga)

-Me ajudaria se me liberasse para meu almoço. Estou morta de fome.

Com um suspiro ele me encarou.

-Não vai mesmo me dizer nada, não é? -Seus olhos assumiam agora uma preocupação comigo que eu raramente havia visto em toda a minha vida.

Aquilo me fez vacilar um pouco.

-Por favor, respeite me silêncio. -Pedi baixo e ele, relutante, assentiu.

-Posso ao menos ver isso?

Confirmei com um movimento leve de cabeça e o fitei. Seus dedos tocaram meu rosto suavemente, acariciando minha bochecha e por fim, roçando em alguns pontos do hematoma. Fechei os olhos involuntariamente, em reação a pontada de dor que senti.

-Eu tenho uma pomada que vai ajudar a diminuir o inchaço. -Sua voz estava mais suave, embora obviamente ele ainda não estivesse satisfeito.

Com passadas firmes foi até a mesa e tirou de uma das gavetas uma pequena pomada, voltando até mim em seguida.

-Eu uso quando acabo me esfolando demais. -Sorriu minimamente ao me ver sorrir com a forma que ele tinha dito.

-Obrigada.

Gentilmente ele pegou minha mão e colocou a pomada sobre ela, mas não me soltou mesmo após ter terminado o processo. Quando o encarei novamente ele desceu o rosto até o meu e colou nossas testas, suspirando logo em seguida.

-Você merece mais do que isso. -Sussurrou.

Na verdade, é exatamente isso que mereço.

-Não se preocupe. -Levei minha mão até seu rosto e com o polegar acariciei sua bochecha. -Eu vou ficar bem.

Ele assentiu devagar.

-Da próxima vez que resolver ir para guerra, me leve junto. Caso não se lembre, eu já servi na Síria. -Brincou com um sorriso e não pude evitar uma risada.

-Vou me lembrar disso. -Disse me afastando.

-Está liberada pelo resto do dia. Não precisa trabalhar assim.

-Obrigada. Com sua licença, vou indo então.

Coloco meus óculos de volta e antes que atravessasse a porta o ouço me chamar.

-Isso significa que estamos em paz?

Me virei.

-Não. Isso significa que por hoje tivemos uma trégua. -Pisco e finalmente vou embora.

 


Notas Finais


*Vestido da Konan: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/564x/e3/a2/db/e3a2db0871bdd435ec1a16dfd17ca2a4.jpg

*O Grand Nikko Tokyo Daiba realmente existe e é o hotel da imagem capa do capítulo.

~~//~~

Esse foi o capítulo, espero que tenham gostado <3

Obrigada a todos que leram até aqui, vocês são incríveis ^^

Bjos e até o próximo :)


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