1. Spirit Fanfics >
  2. Criminal Love >
  3. Chuva de Lágrimas

História Criminal Love - Chuva de Lágrimas


Escrita por: PipocaSinger e CrowsUchiha

Notas do Autor


Bom dia/tarde/noite!
Como estão? Espero que bem ^^

Digníssimos, gostaria de começar esse capítulo com uma breve confissão, se me permitem.

Assumo que, devido a correria dos últimos dias, eu acabei me esquecendo que o próximo capítulo de CL era meu e só fui me lembrar ontem, que foi quando o escrevi.
Entretanto, porém, contudo e todavia, eu não fazia a menor ideia de como começar a escrever, uma vez que o capítulo passado me deixou tão boquiaberta quanto vocês (Não que eu não soubesse o que iria acontecer), devido a maravilhosa escrita da CrowsUchiha que me pegou desprevinida.

Sendo assim, o capítulo acabou tendo enfoque maior nas emoções da Konan e não nos fatos, o que, ao final das contas, me agradou muito.

Embora não tenha certeza se o capítulo de hoje será do agrado de vocês, confesso que gostei de escrevê-lo e espero, imensamente, que gostem dele também.

Obrigada por me aguentarem até aqui.

Boa leitura!

Capítulo 20 - Chuva de Lágrimas


Fanfic / Fanfiction Criminal Love - Chuva de Lágrimas

“As lágrimas são o mais vivo do sentimento, porque são o destilado da dor; são o mais encarecido dos louvores, porque são o preço da estimação; são o mais efectivo da consolação, porque são o alívio da natureza.”

-Antônio Vieira

 

 

 

A frequência com que nos sentimos verdadeiramente felizes é, sem sombra de dúvidas, menor do que a quantidade de vezes que nos sentimos frustrados, tristes, nervosos ou simplesmente ficamos neutros ao que acontece ao nosso redor.

A raridade de momentos tão maravilhosos acaba por ser o que os caracteriza como tão especiais, tão únicos. Recentemente, porém, esses pequenos e graciosos instantes de pura felicidade tornaram-se mais frequentes para mim e não há como negar a total e inevitável influência de Uchiha Itachi sobre os meus sorrisos mais sinceros.

Nessa minha vida, entretanto, aprendi que nunca devo comemorar cedo demais, afinal, pecadores como eu tendem a pagar por seus pecados, seja de uma forma ou de outra.

Apesar de até hoje eu não ter sido capturada e, na verdade, passei bem longe disso, minhas punições sempre vieram mais ligadas a ataques diretos ao meu emocional e não ao físico. O que é estupidamente pior.

Resistir a balas, socos, facas... Com um pouco de tempo torna-se bem fácil que resistir a determinas perdas. Algumas vezes a vida parece tirar de nós todo o ar de nossos pulmões, nosso chão, nosso apoio e nossa única salvação. Tudo de uma única vez.

E foi isso o que aconteceu comigo.

Eu o perdi.

Naquela maldita noite, a qual eu jamais irei me esquecer, fiquei no esconderijo da Akatsuki esperando o retorno de Pain com as notícias do ataque de Itachi.

Quando ele chegou, com um sorriso vitorioso nos lábios, eu soube que algo terrivelmente ruim havia acontecido e aquele foi o primeiro sinal que fez meu coração disparar em medo e preocupação.

-Como foi? –Perguntei mantendo a calma na voz. Apenas na voz.

-Melhor do que poderíamos ter imaginado.

-O que quer dizer com isso?

-Quero dizer que seus serviços estão dispensados, Anjo. Itachi não será mais um problema para nenhum de nós.

Se antes meu coração disparava em preocupação, agora ele simplesmente parava em desespero.

-Mas devo te agradecer, afinal, se não fosse por você estaríamos todos mortos. Seu aviso, mesmo que tardio, foi o que nos salvou e garantiu a morte do Uchiha. –Ele sorriu para mim como se eu tivesse matado Itachi com as próprias mãos.

-Não me agradeça por isso. Fiz o meu trabalho. –Respondi após alguns segundos procurando minha voz. –Se me der licença, eu não posso continuar aqui por muito mais tempo, em breve vão me procurar para me avisarem de Itachi.

Não o esperei responder e nem poderia. Não fazia a menor ideia de quanto mais tempo resistiria sem desabar.

Quando já estava longe da vista de todos corri até minha moto, uma chuva grossa começava a cair mas eu não me importava. Fugi dali o mais rápido que pude, sentindo as lágrimas amargas que já se acumulavam atrás de meus olhos.

Eu não fazia a menor ideia do lugar onde estava ou de como havia chegado ali, mas naquele pequeno beco escuro me permiti esconder entre as sombras e chorar pela dor cruciante que esmagava meu peito.

A culpa era toda minha.

Eu o matei, mesmo que indiretamente, e por isso pedia em preces silenciosas que a chuva lavasse de mim o sangue que eu não via, mas que tinha em mãos.

A voz que antes eu demorei para encontrar agora saia sem controle entre soluços e gritos de desespero. Eu o havia perdido para sempre e não poderia culpar ninguém senão a mim mesma.

Naquele momento descobri quem eram meus verdadeiros demônios e vi que todos eles tinham o meu rosto.

 

 

When you feel my heat

Look into my eyes

It's where my demons hide

It's where my demons hide

Don't get too close

It's dark inside

It's where my demons hide

It's where my demons hide ♫

 

Quando você sentir o meu calor

Olhe nos meus olhos

É onde meus demônios se escondem

É onde meus demônios se escondem

Não se aproxime muito

É escuro aqui dentro

É onde meus demônios se escondem

É onde meus demônios se escondem ♫

 

-Demons (Imagine Dragons)

 

 

 

 

 

Voltar pro meu apartamento foi uma tortura de proporções inimagináveis. Entrar no lugar onde quase nos beijamos pela primeira vez foi, de inúmeras formas, um provocativo de dores antes desconhecidas.

Me forcei a tomar um banho quente na tentativa de controlar, ao menos, os soluços e as lágrimas, mas nada parecia ser capaz de me confortar de alguma forma. Quando voltei para o quarto meu celular vibrava e apesar da total falta de vontade de atender me forcei a fazê-lo ao ver o nome de Kisame no identificador.

Não sabia se suportaria ouvir aquilo mais uma vez, então eu esperava que não tivesse que dizer uma única palavra.

-Konan? –Sua voz era continha um desespero que eu nunca tinha ouvido.

-Sim? –Embora não tivesse respondido chorosa minha voz saiu extremamente baixa e fraca, temi que ele não tivesse me ouvido.

-Itachi foi baleado, estamos no hospital... Por favor... Ele precisa de você aqui.

Aquelas palavras provocaram uma onda de choque no meu corpo que me fizeram despertar do desespero imediatamente.

Não o respondi, não tinha cabeça para aquilo. Apenas desliguei e vesti a primeira roupa que encontrei no guarda-roupas.

Se Kisame havia me convocado até o hospital era porque ele ainda estava vivo, ainda havia uma chance, uma esperança. Mesmo que fraca, aquela pequena luz no final do túnel parecia se manifestar, então, se realmente existe algum Deus, alguma força maior ou o que quer seja, por favor, mantenha-o vivo.

 

 

 

 

 

Nunca fui uma garota religiosa, não sei rezar, não sei como começar. Mas naquela madrugada gélida, sentada num banco de espera do hospital, eu clamava por misericórdia divina. Pedia por salvação, por um milagre. Não para mim, eu não merecia, mas por ele.

Kisame sentou-se ao meu lado e me envolveu em um abraço protetor. Estávamos ambos visivelmente abatidos e eu me deixei descansar em seus braços.

-Como foi que aconteceu?

-Itachi é um herói, você sabe. Se colocou na frente de um tiro para salvar o irmão.

-Onde? –Senti a voz tornando-se embargada de novo.

-Abdome e cabeça. –Ele respondeu em um sussurro baixo. Era óbvio que estava tão preocupado quanto eu.

-Acha que ele vai... –Comecei mas não fui capaz de terminar.

-Itachi é forte. –Ele disse e percebi que era mais na tentativa de se acalmar do que a mim. –Vai sair dessa. Você vai ver.

O abracei e permiti-me chorar em seus ombros, sentindo em seguida, algumas pequenas e contidas lágrimas que vinham dele caindo sobre mim.

 

 

Took the get well soon cards

And stuffed animals

Poured the old ginger beer down the sink

Dad always told me

"Don't you cry when you're down"

But mum, there's a tear every time that I blink ♫

 

Peguei os cartões de melhoras

E os bichos de pelúcia

Derramei a cerveja velha pelo ralo da pia

Meu pai sempre disse

"Não chore quando estiver se sentindo triste"

Mas mãe, há uma lágrima toda vez que pisco ♫

 

-Supermarket Flowers (Ed Sheeran)

 

 

 

 

 

-Com qual dos senhores eu devo falar? –O médico finalmente chegou para nos dar notícias após algumas horas.

No mesmo momento Sasuke e Kisame se levantaram e responderam em uníssono:

-Comigo.

Encararam-se contrariados e o caçula Uchiha foi o primeiro a se manifestar.

-Ele é o meu irmão Kisame. –O encarou com olhos desafiadores e nervosos.

Mas estava claro que Kisame não abriria mão da discussão com facilidade e aproximou-se do moreno, erguendo-se diante dele como um paredão, mas Sasuke não recuou diante da parede de músculos tensionados.

-É o meu irmão também. –Sua voz saiu firme e autoritária como eu jamais havia visto. –E, diferente de você, pirralho, eu continuei ao lado dele por todos esses anos.

Sasuke estava prestes a retrucar e vi a expressão de pura confusão do médico quando tomei a iniciativa de me levantar.

-Pode falar comigo. –Disse antes que continuassem a discutir.

-E você é...?

-A namorada dele. –Caminhei até o senhor de cabelos grisalhos que me aguardava com uma prancheta.

-Venha comigo até um lugar mais reservado, por favor. Está claro que nem todos aqui estão em condições de receber as notícias diretamente.

 

 

And you're questioning the sciences

and questioning religion

you're looking like an idiot

and you no longer care.

and you want bridge the schism,

a built-in mechanism to protect you.

and you're looking for salvation

and you're looking for deliverance

you're looking for deliverance

you're looking like an idiot

and you no longer care.

you want to climb the ladder ♫

 

E você está questionando as ciências

E questionando religião

você está procurando como um idiota

E você não se importa muito

E você quer acender a chama

Um mecanismo embutido pra proteger você

E você está procurando a salvação

E você está procurando por entrega

Procurando feito um idiota

E você não se importa muito

Porque você quer escalar a ladeira ♫

 

-Hope (R.E.M.)

 

 

 

 

 

Fui levada até uma sala que descobri ser a do Dr. Akifume, o médico que me acompanhava.

-Sente-se por favor, senhorita Konan. –Ele me indicou a cadeira em frente a sua e me sentei.

-Como ele está? –Perguntei sem esconder minha preocupação.

-O senhor Uchiha teve duas perfurações por bala, uma no lado esquerdo da cabeça e outra entre a sétima e oitava costelas. O tiro na cabeça, felizmente, passou de raspão e só rendeu alguns pontos.

“O segundo tiro, porém, nos trouxe alguns problemas mais graves. Por alguns milímetros não atingiu nenhum órgão, mas a cirurgia para a retirada da bala foi delicada, ele vai ficar com uma cicatriz nova, isso é certo, e deve permanecer em repouso.”

Suspirei aliviada. Ele estava bem.

-Quer dizer que ele não corre nenhum risco?

-Os riscos maiores já passaram, com certeza. Como ele foi trazido de pressa nós conseguimos parar o sangramento a tempo. Mas há uma outra coisa...

É claro que não poderia ser tão simples.

-O que houve? –Novamente minha voz era um misto de preocupação e curiosidade.

-Durante o raio-x torácico percebemos uma anomalia pulmonar no paciente. Ainda não definimos com clareza do que se trata e precisamos de mais exames, mas não resta dúvidas de que o Sr. Uchiha está com um grave problema nos pulmões. 

-O quão grave isso pode ser?

-Sem mais exames é difícil dizer, mas pode ser fatal.

 

 

Being me and only me

Feeling scared to breathe

If you leave me then I'll be afraid of everything

That makes me anxious, gives me patience, calms me down

Lets me face this, let me sleep, and when I wake up

Let me breathe ♫

 

Se tornar eu pode significar apenas

sentir medo de respirar

E se você me deixar, então terei medo de tudo

Isso me deixa ansioso, me dá paciência, me acalma

Deixe-me encarar isso, deixe-me dormir e quando eu acordar

Deixe-me respirar ♫

 

-Afraid (The Neighbourhood)

 

 

 

 

 

Como Itachi havia acabado de sair da cirurgia, só poderia receber visitas dentro de algumas horas, mas ninguém se permitiu sair do hospital durante aquela madrugada.

Quando as visitas foram liberadas, porém, cada um teve direito a, no máximo, uma hora no quarto.

Kisame foi primeiro, aparentemente tinha ganhado sua discussão com Sasuke. O Uchiha, entretanto, foi logo em seguida e, por fim, eu entrei no quarto sentindo as lágrimas transbordarem assim que o vi desacordado, com um pedaço do cabelo raspado para permitir os pontos cobertos por curativos brancos que contratavam morbidamente com o negro noturno de suas madeixas.

Sentei-me ao seu lado na cama e me limitei a dar-lhe as mãos enquanto acariciava seu rosto que, pela primeira vez desde que o conhecera, tinha a aparência frágil. Talvez os tiros não tivessem sido tão fatais, mas não havia como negar a forma com que ele parecia abatido.

E não havia como não me sentir culpada por aquilo.

Deitei a cabeça na cama e me deixei chorar diante da culpa e da vergonha que me tomava. Com que direito eu permanecia ali? Tinha a sensação de que qualquer pessoa com um pingo a mais de decência sairia da vida dele para sempre, poupando-o do problema hercúleo que eu era.

Enquanto chorava, porém, senti um aperto na mão que usava para segurar a dele. Ergui a cabeça e me deparei com olhos profundamente negros me encarando, curiosos e cansados.

-Itachi... –Murmurei.

Como eu o amava. Como era aliviante vê-lo vivo. O peso que se desfazia de meu peito, sendo substituído pela felicidade que era vê-lo vivo, dava-me a resposta do que porque eu ainda estava ali. Eu não conseguiria, sob hipótese alguma, abandoná-lo naquele momento.

-Anjo...

Sua voz era fraca, quebradiça, baixa e rouca, mas ainda assim era o melhor som que eu já havia ouvido.

-Não diga nada... Você precisa descansar. –Disse já sentindo as novas lágrimas se aproximando. –Nunca mais me assuste assim, Uchiha. –Implorei deixando-as caírem.

Ele sorriu minimante, como se concordasse ao mesmo tempo em que se divertia com minha preocupação.

Aproximei-me de seu rosto e beijei-lhe levemente nos lábios, um beijo casto e tímido, mas repleto de significados.

-Amo você. –Declarei sem medo, queria que ele soubesse. –Então jamais faça isso de novo, porque não sei se tenho coração para tanto. –Colei nossas testas. –Não posso perder você assim.

 

 

Say my name, say my name

If no one is around you, say "Baby, I love you" ♫

 

Diga meu nome, diga meu nome

Se ninguém está perto de você, diga "Meu amor, eu te amo" ♫

 

-Say my name/ Cry me a river (The Neighbourhood)


Notas Finais


Foi isso!

Espero que tenham gostado!

Bjos e até mais ><


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...