“Ser livre é não ser escravo das culpas do passado nem das preocupações do amanhã. Ser livre é ter tempo para as coisas que se ama”.
Augusto Cury
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“A cidade que nunca dorme”
Quem nunca ouviu está expressão, quando se está falando de uma metrópole?
Claro que não seria diferente com Tokyo ela também não dormia sempre estava em movimento independente do horário ela sempre estava movimentada com seus bares e diversões noturnas. Quando os jovens e descompromissados saiam para curtir suas vidas á noite se embebedar e dançar até suas pernas não aguentarem mais o seu peso. E voltarem para suas respectivas casas aos tropeços. E quando a noite se acaba para alguns o dia começa para outros. Aqueles que decidiram ficar no conforto de suas casas curtindo uma boa noite de sono.
○ ○ ○
A luz do sol adentrando por entre as janela do meu apartamentos dizendo que mais um dia começou que era hora de levantar e por mais que eu soubesse disso eu não queria levantar. Abri os olhos de vagar e me espreguicei, sentei na cama depois passei uma das mãos por entre os cabelos sentia me muito mais disposto do que o dia anterior.
Acordei mais cedo do que o de costume e ainda teria muito tempo até ir trabalhar decidi então tirar este pouco tempo para mim. Vesti uma bermuda preta e um tênis também preto. Peguei meus documentos e celular, desci até o térreo pelas escadas mesmo iria fazer algo que não fazia á muito tempo. Sair para correr. Eu morava a poucas quadras de uma das praias de Tokyo.
Antes da minha vida ficar caótica devido ao trabalho toda tarde eu vinha à praia para correr e algumas vezes até me arriscava a dar um mergulho no mar. Mas já fazia algum tempo que perdi esse hábito. Não que eu tivesse me descuidado porque não eu apenas havia trocado a corrida na praia pela academia à noite. Mas para falar a verdade nem a academia eu estava indo nas últimas semanas, chego tão cansado que tudo que eu quero é dormir. Mas como hoje acordei com tempo de sobra nada como uma corrida na praia para respirar um ar mais calmo, uma atmosfera diferente do que o clima caótico do trabalho ou simplesmente o lugar fechado de uma academia. Optei pela praia por uma simples e calma corrida na praia ao som de uma boa música.
"Eu sinto meu coração batendo
Eu sinto meu coração sob a minha pele
Eu sinto meu coração batendo
Oh, você me faz sentir
Como se estivesse vivo de novo
Vivo de novo
Oh, você me faz sentir
Como se estivesse vivo de novo"
Adventure Of a Lifetime – Coldplay ( ♫ )
A brisa soprava leve sob meu rosto fazendo com que meus cabelos se movimentassem de acordo com sua vontade. E apesar de ser algo simples estava me trazendo uma sensação diferente era como se eu estivesse voltando a viver novamente depois de tanto tempo. Havia esquecido como era bom ter algum tempo para si mesmo. Confesso que eu sentia falta dessa sensação. Não consegui não sorrir ao lembrar que agora eu poderia ter tempo para mim mesmo novamente. Tudo estava resolvido agora. Graças a ela.
A praia estava com pouco movimento por ser de manhã, tudo estava calmo e era possível ouvir o barulho das ondas quebrando.
Mantinha um ritmo frenético das passadas totalmente focado no que eu estava fazendo podia sentir todos os meus músculos se contraírem. Eu nunca fui muito ligado a minha aparência então sequer me importava com os olhares a minha volta. Aos poucos fui diminuindo o ritmo enquanto corria de volta para casa.
Ignorei mais uma vez o elevador aproveitando que o corpo ainda estava quente e segui pelas escadas novamente. Adentrei ao meu apartamento largando o celular, e demais coisas sobre a pequena mesa ao lado da porta, seguindo direto para a cozinha pegando uma garrafa d'água. Liguei a TV que passava o jornal local que falava sobre alguém que foi encontrado morto em uma das ruas da cidade. Por um momento prestei atenção, mas logo dei de ombros era só isso que os jornais mostravam hoje em dia só morte e desgraça nada que valesse a pena assistir. Liguei a TV apenas por ligar mania que adquiri para não me sentir sozinho. Solidão demais causa depressão coisa na qual eu não queria já tenho problemas demais não precisava de mais um.
- Hokkoku agora 07:30 AM – anunciou a apresentadora do jornal começando a apresentar as manchetes do dia.
- 07:30? – digo assustado olhando o relógio no pulso – Droga! Estou atrasado.
A corrida na praia foi tão agradável que nem notei a hora passar. Não que alguém fosse me matar por chegar atrasado até porque isso não é do meu feitio. Eu normalmente chego adiantado então uma vez ou outra não faz mal. Até porque não posso, nem vou negar que aquela corrida me fez muito bem melhorou o meu humor.
Tomei um banho rápido e me vesti adequadamente para o trabalho. Passei rapidamente pela sala pegando meus pertences e desligando a TV. Ouvi o barulho do elevador e me apressei para conseguir pega-lo a tempo. Logo o alarme do meu Dodge Challenger Preto ecoou pelo estacionamento e então segui rumo ao meu trabalho.
○ ○ ○
Ao chegar ao escritório não pude deixar de notar que não era o único que estava atrasado não havia muito movimento. De longe avistei Kisame que estava rindo de algo e ao me aproximar mais notei a presença de Konan que também estava rindo, sorriso que se esvaio assim que me viu.
Um pecado capital já que ela tem um lindo sorriso – pensei enquanto me aproximava.
— Bom dia — digo enquanto me aproximo da mesa.
— Bom dia Sr. Uchiha — ela diz se recompondo.
— E aí — disse Kisame sem ao menos se mover.
- Já aqui – digo a olhando – Estou tão atrasado assim?
— Não eu cheguei um pouco mais cedo pra poder organizar umas coisas — ela sorri — E como o senhor não voltou ontem Kisame me liberou para sair mais cedo. Então eu deixei algumas coisas para fazer hoje de manhã.
— Ah, nossa que grosseria da minha parte, me desculpe, por não ter lhe avisado eu realmente esqueci — muita falta de consideração da minha parte, mas não fiz porque quis. Eu realmente me esqueci. Ainda não me acostumei com ela.
— Não precisa se desculpar. Quer que eu busque alguma coisa? — ela diz me fitando
— Não precisa, estou bem — sorrio minimamente a ela — Mas e você cara de peixe? — digo olhando para Kisame e ouço um leve riso abafado vindo dela.
— O que tem eu? — ele me olha.
— O que faz aqui? — digo retribuindo o olhar.
— O mesmo que você — diz Kisame dando de ombros — Trabalhar!
— E você trabalha sentado em cima da mesa da minha secretária? — o questiono fingindo estar indignado – Troféu joinha pra você, amigo. Quer mais nada não? Um café? Talvez? — ironizo.
— Ah, não valeu já tomei, obrigado — ele diz debochando da minha cara, maldito.
— Sai logo dai infeliz — digo o empurrando de cima da mesa e desta vez a vejo rir.
— Desculpe — ela disse assim que notou que riu levando à mão a boca abafando o riso. Como se eu fosse brigar por isso não sou tão ruim a este ponto.
— Que isso pode rir — digo a olhando.
— Não é porque o Itachi tem uma cara de bunda que você não pode rir — diz Kisame e isso faz com que ela risse ainda mais — Agora sim, é assim que eu gosto — diz Kisame sorrindo abertamente a ela.
— Você não tem vergonha nessa sua cara não Kisame? — digo o olhando ele está flertando com ela na minha frente e em pleno expediente.
— O que eu fiz? — ele diz confuso me olhando.
— Cantando ela em pleno horário de expediente?
— Ué, porque você está com ciúmes Itachi? — ele sorriu maliciosamente a mim.
— Eu? — digo arqueando uma sobrancelha — Claro que não seu Idiota — digo revirando os olhos.
— Gente eu ainda estou aqui! — Ela diz tentando amenizar a nossa breve discussão, mas ela vai ter que se acostumar com isso já que Kisame adora me provocar.
— Desculpa é que parece que seu chefinho está tendo uma crise de ciúmes — ele tinha um sorriso debochado nos lábios e sabia que aquilo me irritava.
— Tsc... Não vai nas ideias dele — sorrio de canto tentando disfarçar o desconforto pela situação — Aliás, eu pensei melhor, você pode, por favor, pegar um café pra mim? — pedi na intenção de afastá-la dali.
— Sim — Ela diz se levantando — Com licença cavalheiros — a acompanhamos com os olhos e assim que notei que ela já estava longe o suficiente fitei Kisame.
— Qual é o seu problema? Tá maluco? — digo irritado.
— Você está com ciúmes não tá? — ele diz provocativo.
— Isso é assédio seu idiota. Se você está afim de ir para a cadeia beleza, mas eu não estou pelo menos não de novo — digo revirando os olhos enquanto começo a caminhar rumo à minha sala.
— Relaxa Itachi vou pedir pra ela te fazer uma massagem. Você está muito tenso amigão — disse Kisame debochadamente enquanto colocava um dos braços envolta do meu pescoço.
— Não me meta nos seus flertes com ela seu safado — digo enquanto sento na minha cadeira.
— Você tem andado muito estressado, sabia? — ele diz encostando no batente da porta, cruzando os braços.
— Meu dia estava bom, até você começar com essa palhaçada — digo suspirando.
— Hmmmm — ele me olhou — Se divertiu essa noite então garanhão? Por isso não voltou?
— O que? — o olhei indignado — Você só sabe pensar em sexo por acaso? — o questiono mesmo já sabendo a resposta.
— É uma das maravilhas da vida, amigo — ele tinha um sorriso malicioso nos lábios e olhava para fora da minha sala. Claro que ele estava procurando por ela — Vai dizer que você não gosta?
— Gostar eu gosto — digo com um sorriso nos lábios — Mas não é como se eu fosse um coelho.
— Ah, o que rolou ontem? — ele agora já me olhava — Foi para um bar, beber se divertir e não me chamou? – questionou curioso.
— Não — rio ele só pensa nisso mesmo — Apenas consegui tempo para mim. Fui correr na praia hoje de manhã.
— Aaaaaah — ele sorriu maliciosamente — Foi ver as mulheres de biquíni né seu safadão – ele disse rindo.
— Você só pensa nisso mesmo — digo rindo também — Não era está a real intenção que me levou até a praia, mas olhar não tira pedaço não é? Mas a questão é que eu fui correr apenas. Não foi você mesmo quem disse para eu tirar um tempo para mim? – o olhei e ele sorriu.
— Com certeza, mas quis dizer no quesito mulher amigão.
— Aaah — murmuro dando de ombros — Isso eu resolvo amanhã, afinal não é amanhã o dia do futebol? - o questiono sorrindo de canto.
— Opa — ele disse animado desencostando da porta me olhando claramente surpreso — Você vai?
— Haha — rio — Não esperava por essa não é? Desta vez eu vou, mesmo que seja para ficar de reserva — digo revirando os olhos já que meu lugar como titular já havia sido substituído já que eu não estava indo.
— Hmmm — ele murmura — Não exatamente você pode entrar no lugar do Zabuza — o sorriso que antes havia em seu rosto se esvaia e ele me olha sério.
— No lugar de quem? — questiono confuso.
— Zabuza — ele soltando um suspiro.
— Por quê? O que tem ele? — pelo tom de voz notei que não era coisa boa. O que será que aquele idiota aprontou desta vez?
— Ele está morto — disse Kisame sem rodeios.
— O que? Você está brincando não é? — digo surpreso.
— Não, não estou. Encontrei o corpo dele em um dos becos enquanto vinha trabalhar.
— Ah, não espera — paro para pensar um momento eu vi isso hoje a onde mesmo? — Ah, é... Eu vi no jornal hoje, mas nem prestei atenção.
— Pois é eu o encontrei e chamei a perícia, mas sabe como esses putos são lerdos não é? Eles analisaram tudo, tiram milhares de fotos e o caralho a quatro e o corpo foi para o IML.
— E o que eles falaram?
— Porra nenhuma! Esses putos falaram que vão enviar o relatório com as análises por email que isso leva tempo.
— Bom isto é verdade — suspiro — Leva tempo mesmo, mas, quem está responsável pelo caso? — precisava saber apesar do Zabuza ser um completo idiota ele era uma boa pessoa e apesar dos seus atrasos frequentes ele trabalhava bem.
— Até o momento não foi encaminhado a ninguém está em meu nome, mas creio que logo virá para você — ele diz caminhando até a cadeira a minha frente se sentando.
— Pra mim? Por quê? — o olho apreensivo. Já tinha uma breve suspeita do porquê.
Ouço uma batida na porta e automaticamente peço que entre. Era Konan com o meu café.
— Akatsuki — diz Kisame em meio a suspiro.
— Aqui — diz Konan enquanto me entrega o café
— Akatsuki? — o questiono, enquanto pego o café — Obrigado!
— Sim — ele assenti — Eu acredito que foram eles.
— E o que te faz pensar deste modo? — o questiono enquanto bebo um pouco do café que estava ótimo, forte do jeito que eu gosto.
— O local onde ele foi encontrado, ouvi boatos que era frequentado por eles.
— Hmmm — murmuro — Entendo, mas ele apresentava alguma perfuração, marca de tiro? — o olho.
— Não — ele diz balançando a cabeça negativamente — Quebraram o pescoço dele.
— Como é? — digo surpreso. Zabuza tinha mais ou menos a minha estatura me vencia na altura por alguns centímetros. Não era indefeso. E morreu com alguém quebrando o pescoço dele?
— É isso que você ouviu. Sem balas, sem barulho.
— Porra!! — praguejo, aqueles filhos da puta — Mas e as digitais?
— E eu que sei? Isso é trabalho seu Itachi — diz Kisame irritado e bem eu não esperava essa resposta do Kisame ele me pegou desprevenido e eu acabei engasgando com o café.
— Opa! Desafogai sobral que na panela tem mais — diz Kisame com aqueles ditados ensaiados para quando alguém engasga e eu quase que me engasgo de novo, maldito bastava dizer Saúde.
— Itachi-sama — disse Konan assustada, me olhando.
— Eu estou bem — digo rouco após algumas 4 ou 5 tossidas.
— O senhor está mesmo bem? — questionou Konan.
— Não se preocupe eu estou bem — repito enquanto coloco a caneca sobre a mesa — Foi só um comentário indesejado do Kisame que me fez engasgar.
— Ah, certo desculpe — ela disse se desculpando.
— Tudo bem — digo sorrindo minimamente a ela, mas depois voltando a minha atenção a Kisame — Então ele está no IML não é?
— Exatamente — assentiu Kisame.
Suspiro pesadamente eu não estava nenhum pouco afim de frequentar lugares como um IML hoje. Eu estava de bom humor. E olha que isso é raro de acontecer e em uma fração de segundos lá se vai ele.
— Droga! — resmungo não escondendo meu desapontamento pelo ocorrido — Eu não queria ter que frequentar um IML logo hoje.
— Se o senhor quiser eu posso ir em seu lugar e pedir para fazerem uma análise. Lhe pouparia tempo. Já que o senhor já tem compromissos para hoje.
— Não vou sobrecarregar você — digo a olhando. Confesso que a ideia dela me é bem atraente eu não queria ir mesmo.
— Não. Eu quero mesmo fazer algo pra ajudar. Zabuza foi uma das primeiras pessoas que conversou comigo aqui e mesmo o conhecendo pouco estou chateada.
Espera aí Zabuza foi a primeira pessoa que falou com ela? Porra como assim? Esse povo não perde tempo mesmo — penso.
— Foi? — digo involuntariamente arqueando uma sobrancelha.
— Hai — ela assente — Eu tinha ido buscar seu café e nós, nos esbarramos e conversamos um pouco — ela explicou.
— Esbarraram? — não consigo não demonstrar meu descontentamento. Aquele filho da puta não perde tempo mesmo. Já foi dar em cima dela no primeiro dia honrando a fama de mulherengo que tem ou pelo menos tinha.
— Algum problema com isso, senhor? — ela me questionou me tirando dos meus pensamentos e aliás, o que eu tenho a ver com isso mesmo?
— Não, nenhum, aliás agradeceria se pudesse ir em meu lugar.
— Certo! — ela assente — Farei isso assim que o senhor puder me liberar.
— Só me diga qual os meus compromissos até as 12:00Min.
— O senhor, recebeu um e-mail do senhor Hatake com um relatório e uma lista de nomes de alguns policiais, presumo que o senhor já saiba do que se trata.
— Sim eu sei — assenti já ligando meu notebook.
— Ele pede que os leia e o responda o mais rápido possível para verem se devem substituir alguém.
— Certo! — digo enquanto verifico minha caixa de e-mail e lá está o bendito e-mail com um relatório de quase 50 Páginas. Puta que o pariu isso vai demorar praguejo mentalmente pegando novamente a xícara de café a bebendo de uma só vez — Então eu consigo resolver isto sozinho. Você está liberada por hora — digo me ajeitando na cadeira e sem mais delongas ela o faz — Você também digo fitando Kisame.
— Certo, mas você consegue terminar isso antes do horário do almoço? — ele me questiona e eu já sei o porquê nós tínhamos o costume de almoçar juntos como todos bons parceiros.
— Acredito que não — digo suspirando.
— Saudades dos velhos tempos — ele diz se levantando.
— Mas eu posso abrir uma exceção por hoje. Mesmo que eu queira eu não vou conseguir terminar isso hoje. Então que se dane vamos almoçar juntos me chame quando for, ok? — digo sem olha-lo, mas tenho certeza que ele tinha um sorriso nos lábios antes de sair da minha sala me deixando com meu tedioso trabalho de analisar um relatório enorme que provavelmente diriam coisas que eu já sabia.
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• Escrita por: @CrowsUchiha
• Agradecimentos Especiais: Aninha (@_Kitsune_)
Eu disse que ia lhe dar os créditos não disse?
Você sabe que o capítulo não ficaria exatamente como eu quero se não fosse por você não é?
Como sempre você me salvando
Obrigada mais uma vez…
Já foram tantas as vezes que tu me ajudou que eu já nem tenho mais vergonha de te pedir ajuda.
Sabe que eu...
Te amo!!!
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