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História Criminal Love - Pequenos Sorrisos Sinceros


Escrita por: PipocaSinger e CrowsUchiha

Notas do Autor


Hey!
Desculpem se demorei, minhas aulas voltaram e eu to completamente sem tempo. Mas aqui estou eu, de novo (@PipocaSinger / Helô). ><
Escrevi esse capítulo ontem a noite, então me perdoem qualquer erro que possa ter.
Espero que gostem e se divertem com esse, tanto quanto gostei de escrevê-lo.
Por fim, boa leitura a todos!

Capítulo 7 - Pequenos Sorrisos Sinceros


Fanfic / Fanfiction Criminal Love - Pequenos Sorrisos Sinceros

Eu que falei nem pensar

Agora me arrependo roendo as unhas

Frágeis testemunhas

De um crime sem perdão

 

Mas eu falei sem pensar

Coração na mão, como o refrão de um bolero

Eu fui sincero

Como não se pode ser ♫

 

 

 

 

 

 

Assim que desci as escadas da delegacia até a calçada, ergui os olhos até o céu acima de mim e foquei nos raios de sol que encontravam pequenos espaços entre as nuvens e se exibiam periodicamente. Fechei meus olhos e aproveitei um desses raios sobre mim, sentindo a pele esquentar com um pouco de calor reconfortante. Eu amava o frio, amava a chuva e tinha por esse clima uma fascinação indescritível, mas todos precisamos de luz, uma hora ou outra. Eu, que vivo nas sombras, não posso deixar todos esses pequenos momentos passarem.

Cada segundo que passo nesse lugar, ao lado de Itachi, é um segundo a mais para comprometer minha identidade, é um risco a mais que eu corro. Cada minuto que se passa sem que eu consiga uma informação sequer, cada erro que eu cometo, cada efeito colateral que surge é um passo rumo a prisão, rumo a perda da minha liberdade e a decepção que eu seria a Akatsuki, que é o mais próximo de uma família que eu posso ter. Por isso, logo tenho que abrir meus olhos e sair dali, em alguma outra hora eu aproveito qualquer outro momento de paz que eu possa encontrar. Há trabalho a ser feito.

Quando ouvi Kisame falar sobre a morte de Zabuza, muitas coisas passaram pela minha cabeça e a principal delas foi algo que eu havia dito a Pain: “Dê um jeito no corpo”. Foi tudo o que pedi e aposto que ele sequer se deu o trabalho de fazer algo realmente, visto que menos de vinte e quatro horas depois Zabuza já havia sido encontrado e no mesmo lugar onde eu o deixei. Acho que ele não deve ter percebido que quanto mais nos expomos, quanto mais eu me exponho, mais todos nós nos aproximamos da morte. Mas porque ele faria alguma coisa? Para facilitar para mim depois de termos discutido? Vamos, Konan, até parece que você não sabia do lado infantil de Pain, isso não deveria surpreender você.

E, na verdade, não surpreendeu. Fui então até o esconderijo da Akatsuki, o IML poderia esperar alguns minutos, Zabuza não sairia do lugar, afinal. Eu sabia exatamente onde encontrar meu querido líder, por isso evitei passar em qualquer sala que pudesse me levar a ele. Eu não tinha tempo para discutir qualquer coisa agora e precisava me manter calma.

Deidara, por outro lado, não era tão fácil de se encontrar. Ele era uma massa de hiperatividade que não suportava ficar parado ou calado, por isso, minha melhor opção foi apurar os ouvidos e andar em direção às risadas mais altas ou ao som de qualquer coisa se partindo ou explodindo. Encontrei-o por fim em uma espécie de laboratório que ele mantinha.

-Preciso de sua ajuda. -Disse assim que entrei. Não éramos amigos e não precisávamos de cerimonialismo, cumprimentos e apertos de mãos.

-E o que você quer agora, anjo? -Ele me perguntou com aquele sorriso provocativo que eu simplesmente odiava. Ele sabia disso. Sabia que me irritava quando ele me chamava assim.

Mas tudo bem, nada de distrações.

-Tive que matar um policial ontem, ele me viu com Pain e eu quebrei seu pescoço. O corpo já foi encontrado e agora Itachi quer um exame com as digitais e eu estou indo para o IML agora atrás delas. Preciso de alguma coisa que as corrompa e sei que você pode me dar isso.

-Não tinha como ter escondido o corpo, qualquer coisa, hum?

-Tinha e eu pedi Pain para fazer. Parece-me que ele não estava muito disposto.

-Ou talvez ele só não goste de receber ordens. Você não é tão importante quanto pensa.

-Talvez eu não seja, mas se as minhas digitais forem encontradas no pescoço de Zabuza diga adeus a Akatski.

-Hum.

-Vai ou não ajudar?

-Espere um minuto.

O vi caminhar até um armário e vasculhar entre algumas prateleiras. Longos segundo depois ele voltou segurando um frasco pequeno com um líquido transparente dentro.

-O que é isso?

-Um ácido que eu criei. Jogue no pescoço do homem que você matou e ele vai corroer a superfície da pele, remover parte das células da área em que ele entrar em contato. Mas não se preocupe, é um ácido discreto, nem vai parecer que aconteceu alguma coisa, a ação dele é basicamente celular e ele evapora pouco depois de entrar em contato com o ar, por isso mantenha isso fechado e seja rápida.

-Entendi. Obrigada.

-Hum.

Coloco o pequeno frasco na bolsa e saio rápido, assim que viro o corredor me deparo com Pain.

-Soube que você estava aqui, porque não foi me ver?

-Por que eu não vim aqui para isso. Com licença, estou com pressa e não tenho tempo para perder.

Não o espero responder e tomo meu caminho, não me importo se ele fica com raiva ou não. Eu estou com raiva, e é comigo que eu tenho que me preocupar agora.





 

Cheguei ao IML cerca de vinte minutos depois que saí do esconderijo, minha chegada, aparentemente, já havia sido avisada. Quando entrei o legista estava a minha espera com o que eu imaginei ser o relatório da autópsia de Zabuza.

-Senhorita Konan, eu presumo. -Ele diz ao estender a mão.

-Exatamente. -Pego-a. -E o senhor?

-Dr. Yakushi, mas pode me chamar de Kabuto.

Nos soltamos, finalmente.

-Suponho que já saiba o motivo de eu estar aqui.

-Soube que veio buscar alguns exames.

-Na verdade, pedir que o senhor fizesse um. É possível encontrar digitais no corpo de Zabuza?

-Creio que sim, se o assassino não tiver usado nenhuma luva ou qualquer outra coisa, o que eu acho difícil de ter acontecido, já que não achei vestígios de nenhum tecido no corpo da vítima.

-Pode fazer isso então? Precisamos de alguma coisa para iniciar as investigações e meu chefe está atrás de qualquer pista.

-Claro, é só esperar um pouco.

-Na verdade eu queria poder ver o corpo antes que fizesse os testes. Eu o conhecia… Queria poder vê-lo uma última vez. -Suplico.

-Tudo bem, tem certeza de que quer fazer isso?

-Tenho. Estou trabalhando na polícia agora, não posso fugir desse tipo de coisa, de qualquer forma.

-Como quiser. Me acompanhe, por favor.

-Sim, senhor.

Caminhamos por alguns corredores frios enquanto ele me explica alguns detalhes sobre a morte de Zabuza, sem ter ideia de que eu sabia até mais do que ele.

Ao entrarmos numa sala ainda mais fria, ele puxa o que parecia uma gaveta e então vejo o corpo pálido do homem que matei. Levo as mãos até a boca, simulando uma tristeza que eu não sentia.

-A senhorita está bem?

-Estou. É só que… Nunca vi um homem morto antes.

Talvez eu nunca tenha parado para ver alguém que matei um dia depois de tê-lo feito. Não é uma boa sensação.

-É sempre difícil nas primeiras vezes.

-Parece que sim… Pode me dar alguns segundos?

-Claro, vou buscar os aparelhos para os exames.

Assinto e o vejo se afastar. Abro minha bolsa e tiro de lá o frasco que Deidara me deu.

-Acho que pedi desculpas antes de te matar, agora peço por impedir que descubram quem fez isso com você. -Digo em um sussurro antes de despejar o líquido por todo o pescoço de Zabuza.

Guardo o frasco e fico olhando o corpo por alguns segundos. Foi um erro ter me arriscado com Pain, não posso continuar me arriscando então preciso atuar melhor.

Forço algumas lágrimas e quando Kabuto volta seco meu rosto, fungando.

-Desculpe, talvez eu não estivesse tão preparada quanto imaginei.

-Não se preocupe. Vai esperar aqui até eu terminar?

-Não. Estarei lá fora.

-Tudo bem, lhe aviso quando estiver tudo pronto.

-Obrigada.

Saio e um pequeno sorriso de alívio se desprende dos meus lábios quando atravesso a porta. Não vai ser dessa vez que eu serei descoberta.





 

Os exames deveriam ter sido rápidos, mas como não conseguia encontrar digitais Kabuto passou horas buscando meios de conseguir alguma coisa e quando finalmente voltei para a delegacia já estava em meu horário de almoço e, para minha surpresa, Itachi não estava lá. Deixei então os relatórios que trouxe em cima de sua mesa e sai.

Para mim, não valia a pena voltar para casa e almoçar, eu perderia grande parte do meu almoço no caminho de ida e volta, por isso eu ia até o restaurante mais próximo e fazia lá minhas refeições.

O restaurante tinha paredes de vidro e antes mesmo de entrar no lugar vi Kisame e Itachi conversando animadamente em uma das mesas. Itachi me viu e acho que acabei sorrindo, já que ele sorriu de volta. Kisame finalmente me notou também e fez um gesto com a mão me convidando para sentar com eles. Eu pretendia fazer isso sozinha hoje, mas tudo bem. Por que não?

Entrei e fui direto até a mesa onde eles estavam.

-Boa tarde. -Sorrio.

-Melhor agora que você chegou para me salvar de uma conversa entendiante com Itachi.

-Não me pareceu que você estava entendiado lá de fora.

-É porque ele não estava. -Itachi disse. -Ele só queria algum motivo para falar “melhor agora” sem ficar na cara que ele estava te cantando.

-Ignora ele, Konan. Itachi está há meses sem saber o que é passar um tempo com uma mulher e agora ele está com sérios problemas achando que toda vez que eu olho para uma é com segundas intenções.

-E não é? -O moreno provocou.

-Não. Como eu disse, -Kisame me encarou. -Inore-o e sente-se conosco para um maravilhoso almoço de colegas de trabalho.

-Com licença. -Digo e me sento entre os dois.

-Tome isso. -Itachi me entrega o cardápio. -Escolha algo logo antes que Kisame comece com as péssimas sugestões dele.

-Vocês já pediram?

-Não, chegamos há poucos minutos. Estamos esperando algum garçom resolver nos atender. -Kisame me responde.

-Acho que posso cuidar disso. -Digo e procuro com os olhos qualquer garçom disponível, ao encontrar um, não muito longe, sorrio e lhe mostro o cardápio.

-Tá vendo, Itachi? Eu te disse para soltar esse cabelo e sorrir.

Não consigo evitar uma risada enquanto os dois discutem. O garçom chega e fazemos nossos pedidos.

-Então, como foi no IML?

-Ah, não. Estamos aqui para nos divertirmos um pouco e você vai falar sobre trabalho? Você esqueceu mesmo como falar com mulheres, Itachi. Lição número 1: Não puxe assunto sobre mortos durante o almoço.

-Tudo bem. -Interfiro. -Infelizmente Kabuto não conseguiu nenhuma digital.

-Como não? Quebraram o pescoço dele, deveria ter alguma coisa.

-Eu sei, mas deram um jeito de acabar com todas as evidências. Não sei muito bem sobre com o que está lidando, mas obviamente não são amadores.

-Não, eles não são. Obrigada por seus serviços, Konan.

-Não há de quê.

-Podemos mudar de assunto agora?

-Como quiser, sushi.

-Um dia eu vou acabar te matando por causa desses apelidos.

-Konan precisa saber do que te chamar quando precisar te deixar com raiva.

-Ela não vai precisar. Enfim, você gosta de futebol? -Ele se vira para mim.

-Não sou exatamente uma especialista, mas sim. -Respondo sem entender direito aonde ele quer chegar.

-Ótimo. Deixa eu te explicar, nós na delegacia temos uma tradição, toda quarta a gente joga futebol, time dos casados vs o dos solteiros. Você está convidada para nos ver jogar e aproveitar a maravilhosa visão de caras como eu suados e sem camisa. É uma proposta irrecusável, eu sei, mas para tirar qualquer dúvida sua que possa existir, acrescento mais uma informação. Depois de muito e muito tempo, Uchiha Itachi finalmente vai jogar de novo. Então, você topa?

-Tava demorando para você investir em alguma coisa. -Itachi diz revirando os olhos.

-Acho que posso ir.

-Amanhã, depois do expediente então. Levamos você.

-Só uma dúvida. -Me viro para o meu chefe. -Considerando que você está se divorciando, mas não se divorciou ainda, em que time fica?

-Ótima pergunta. -Kisame interfere. -Em que time você vai jogar?

-Solteiros. Meu problema com Akane é que ela não assina o maldito divórcio, mas me considero solteiro há muito tempo. Além do mais, alguém tinha que entrar no lugar de Zabuza.

Zabuza. Ele sempre vai me atormentar nessa missão?

 

E um erro assim tão vulgar

Nos persegue a noite inteira

E quando acaba a bebedeira

Ele consegue nos achar

 

Num bar

Com um vinho barato

Um cigarro no cinzeiro

E uma cara embriagada no espelho do banheiro ♫

 

-O lado bom disso é que vamos ganhar, então. O lado ruim é que teremos que ver você e sua magreza correndo.

-Eu não sou magro só por que não tenho dois metros de largura, que nem você.

-Então… Meu chefe altamente viciado em trabalho joga?

-E muito. -Kisame responde. -Da última vez que ele foi contra nosso time perdemos feio. Não acredite nessa cara de sonso, ele consegue ser bem rápido e ágil quando quer. Confie em mim, de inofensivo ele só tem cara.

-Ele não parece nada inofensivo para mim.

Dou de ombros e vejo Itachi me encarando com um sorriso mínimo. Aquele sorriso. Naqueles lábios. Deus, porque eu quero tanto beijá-lo?

Finalmente a comida chega.





 

Almoçamos tranquilamente, conversando sobre assuntos banais e, estranhamente, acabei me divertindo de verdade. Pouco antes de irmos embora Kisame recebeu uma ligação, um caso que não poderia esperar e por isso voltei para a delegacia na companhia de Itachi.

Ele era mais reservado, mas mantivemos a conversa por todo o caminho e eu percebi o quanto ele era inteligente e, mesmo que não parecesse, tinha um ótimo senso de humor.

Muitas coisas me perturbavam nessa missão, mas, inegavelmente, esses foram os dias em que mais sorri verdadeiramente em muito tempo.


 

Teus lábios são labirintos

Que atraem os meus instintos mais sacanas

O teu olhar

Sempre distante, sempre me engana

Eu entro sempre na tua dança de cigana ♫

 

-Refrão de Bolero (Engenheiros do do Hawaii)

 

 

 


Notas Finais


Muito obrigada a todos que leram até aqui e estão acompanhando a fic, obrigada pelos comentários que nos estimulam muito a continuar escrevendo, enfim, obrigada pelo apoio. A gente sabe que não é fácil escrever sobre um casal tão pouco falado, mas vocês estão aqui e isso é incrível <3
Espero que tenham gostado ><
Bjos de brigadeiro e coxinha da @PipocaSinger


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