P.O.V. Justin Bieber
Ergui as bochechas e abri um sorriso de orelha à orelha. Dylan já estava com a vadia que corria logo atrás dele com a máscara de oxigênio presa em seu rosto pálido e um pouco sujo. Seus cabelos são da cor do sol e seus olhos parecem o oceano, ela tropeça em seus próprios pés mas continua a correr sem fraquejar, boa menina.O garoto corre na minha frente para dar comando ao helicóptero, ele conhece esse lugar como a palma de sua mão, ele já ficou preso aqui uma vez. Meu corpo para e eu fico intacto assim que ouço o nome da vadiazinha ser berrado. Olho para trás e ela já não está mais ali, ela agora segue outra rota, caminha para as ruínas que sobraram do lugar, merda.
— Pegue a garota.— a voz de Dylan sai falha mas eu consigo entender.
— Hora do plano B.— sussurro e posteriormente tiro do bolso da farda uma seringa com o líquido amarelado.Sigo os passos da garota e puxo seu braço sem dó, impedindo que ela tire a última pedra para salvar o garoto soterrado. Injeto bruscamente em seu pescoço o objeto e empurro a parte traseira liberando o líquido dentro do seu corpo que cai em meus braços e consigo escutar nitidamente os gritos do menino. Tiro a arma da cintura e aponto para o seu braço.
— Foi mal, mas tenho os ouvidos sensíveis.— arqueio uma das minhas sobrancelhas e aperto o gatilho acertando o lugar que eu queria nele. Corro com dificuldades por estar com um corpo nos braços, sinto minha mão suar dentro da luva, sinto ela escorregadia.
Ryan me ajuda com a garota e colocamos ela no helicóptero, que sai do chão assim que adentro-o. Respiro aliviado por termos conseguido, meu corpo relaxa no banco enquanto observo o caos que deixamos lá em baixo, e instantaneamente abro meu melhor sorriso, acabou.
•••
Não demora muito para Chris avisar que pousaremos em uma pista clandestina. Sinto a "máquina" descer aos poucos e Dylan já se prepara para correr com a loira que ainda continua adormecida. Sinto a parte interior do helicóptero entrar em atrito com o chão. Abrimos rapidamente as portas e meus olhos quase saem para fora assim que vejo dois carros de policia nos cercando.
Deu merda.
Os meninos se entreolham em pânico, não temos um pano C. A porta de uma das viaturas se abrem e uma voz conhecida ecoa em uma gargalhada alta. Assim que vejo o homem meu peito desce, liberando o ar preso nos pulmões.
— Devia ver sua cara Bieber, estava hilário.— Miller fala e vem até nós a procura de sua filha.
— Filho da puta. — falo em um tom divertido mas por dentro eu queria metralhar ele. — Como descolou essas viaturas ? — pergunto ainda com a respiração acelerada.
— Uns esquemas, nada que lhe interesse. — fala pegando o corpo da menina e nos olha confuso ao ver que ela não está em sã consciência.
— O que fizeram com ela ?— sua voz passa de divertida a ameaçadora.
— A Vadiaz.... ela tentou fugir e não tivemos outra escolha, relaxa ela acordará em algumas horas. — falo sem dar muita atenção.
•••
Rick se despediu da garota que ainda não havia acordado, e eu tive que prometer a ele mais uma vez que 'cuidaria' dela. Os meninos estavam no escritório enquanto eu falava para Elisabeth o que ela deveria fazer com Venus. Pedi para que ela a vigiasse e me avisasse quando ela acordasse.
P.O.V. Venus Miller
Meus olhos começam a arder e minha cabeça a formigar. Sinto minha garganta seca e tudo o que consigo ver ao abrir os olhos é uma luz fraca vindo de um abajur. Não consigo lembrar de nada que aconteceu, me viro e meu corpo automaticamente dá um pulo. Meu peito sobe e desce e eu arregalo os olhos para aquela mulher um pouco velha que me encara.
— Não precisa se assustar minha querida.— ela fala simpática e se levanta acendendo a luz. Olho ao redor e é um quarto simples, porém muito melhor que as celas.
Começo a me recordar, eu corria atrás de um homem, o seguindo até a voz estridente de Tristan surgir em meio a minha fuga. Ele estava debaixo dos blocos de concreto, eu estava quase o salvando até sentir meu pescoço doer e tudo apagar. Onde estou ? Quem é essa mulher? O que estou fazendo aqui ?
— O senhor Bieber está a sua espera no escritório dele.— ela falou e veio até mim.— Vista isso, eu te espero do lado de fora para lhe levar até ele.— ela me entrega roupas dobradas e sai em seguida.
Me levanto rápido e arrasto para o lado a cortina, tem uma porta de vidro que permite acesso à varanda, tento abri-la mas falho, merda. Analiso as peças sobre a cama e resolvo vesti-las, eu ainda estava com a roupa da prisão, alaranjada.
As roupas ficaram um pouco apertadas mas nada que vá rasgar quando eu respirar. Era uma calça preta de couro, uma regata branca e chinelos preto. Vou até um espelho e meu reflexo está péssimo, meu cabelo bagunçado e minha pele arroxeada e com olheiras. Me
dirijo até um banheiro que tem ali e ligo a torneira enchendo minhas mãos com água e lavando o rosto.
Respiro fundo e rolo a maçaneta dando de cara com a tal moça de minutos antes. Ela sorri e faz um maneio para que eu a seguisse pelo extenso corredor. Descemos as escadas, e fico deslumbrada com tanta luxuria, aquele lugar era lindo mas não fazia o menor sentido, nada tem sentindo para mim faz quatro anos.
— Ele está a sua espera, bata quando estiver pronta para enfrentar a fera.— ela fala e sai do meu campo de visão. Talvez eu nunca esteja preparada. Fecho os olhos , encho meus pulmões de ar e bato na porta 3 vezes. E sem demora ela é aberta, e eu não me arrependo de ter feito isso assim que vejo um homem com as íris carameladas, boca no formato de coração e cabelo em um perfeito topete. Ele abre um sorriso assim que me vê.
— Bem vinda, vadia.— ele dá espaço para que eu passe e adentre o local, e assim faço. Percorro meu olhar por todo lugar e pairo ele quando minhas pupilas vai de encontro com as do garoto que me encara.
— Sabe porque está aqui ?—ele quebra o silêncio e eu nego com a cabeça, ele se aproxima do meu rosto e passa seu indicador por minhas bochechas . — Você é tão ingênua pequena Venus, nem me parece que eu te tirei daquele lugar onde só ficam assassinos.— ele sussurra no meu ouvido e meus pêlos se arrepiam, sua voz rouca e sedutora dá calafrios.
— O-o que estou fazendo aqui? .— pergunto seca sem desviar o foco.
— Sim claro que foi ele, seu querido pai, o causador disso tudo.— ele estica os braços nas laterais do corpo. — É por ele que você está aqui, ele te entregou a mim.— ele fala com os olhos sobre meu corpo.
— E porque acha que irei acreditar em você ?— falo em um tom de deboche.
— Sabe quem eu sou ? — ele me pergunta e eu apenas fico em silêncio, espero que ela entenda que não faço a mínima ideia de quem ele seja. — Sou o maior traficante de Atlanta, e seu pai fazia parte disso. — ele vai até a enorme mesa e abre uma gaveta para pegar alguns papéis e vem até mim. — Aqui está.— ele me entrega as folhas e eu encaro elas já em minhas mãos, me sento em uma cadeira e começo a deslizar meu olhar nas escrituras.
Eu ainda estava perplexa e incrédula com tudo que estava escrito ali. Meu coração estava fora do compasso e minhas mãos suavam, então era verdade, meu pai havia me entregado a Justin Bieber, o maior traficante de Atlanta, e em troca disso, a minha liberdade. O garoto iria ficar com todo o dinheiro que era destinado a mim, e isso aconteceria daqui 7 meses, assim que eu completar 19 anos, eu não seria mais obrigada a morar aqui, com esse monstro.
Deixo os papéis sobre a mesa e levanot-me indo embora, mas meu braço é puxado e mais uma vez meus olhos vão de encontro com os dele.
— Agora você só tem a mim. — ele fala lentamente. — Você é minha, só minha Venus Miller. — ele literalmente soletra cada palavra. Eu estava submissa a ele, agora sim eu estava no inferno.
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