Massa cinzenta.
É o que inunda a minha visão. Uma massa cinzenta, um aglomerado de seres. Em todo o lugar, as pessoas estão perdendo suas cores. Neste ônibus, tudo o que vejo é o nada e o sem graça. E é por isso que sempre odiei pegar ônibus.
As pessoas olham para baixo, ligam seus celulares, tentando ao máximo sumir. Onde se perderam as conversar? Onde se perderam os olhares e sorrisos? É isso o que somos agora? Apenas uma massa cinzenta? Deixamos, então, de repente, de sermos seres pensantes?
E tudo o que eu disse me contradiz quando um casal sobe no ônibus. A mulher, de cabelos azuis. O homem, de pele pintada com alguma tinta preta permanente. E os dois se abraçam, sorriem. Em segundos, a massa cinzenta sorri.
A massa cinzenta retoma suas cores ao pouco. E somos seres pensantes. Olhares significativos, conversas animadas. Não estamos apenas vivos, estamos vivendo!
E o ônibus não me entristece mais.
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