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História Crush on you - A common night with Hanna


Escrita por: gabrwela

Notas do Autor


Repostando a fic, espero que gostem.

Capítulo 1 - A common night with Hanna


Fanfic / Fanfiction Crush on you - A common night with Hanna

“Fotos, memórias perfeitas

Espalhadas por todo o chão

Alcançando o telefone porque

Eu não consigo lutar mais” – Need you now, Lady Antebellum

Mary

As batidas eletrônicas ecoavam por toda a casa, mesmo estando com todas as janelas e portas fechadas o som continuava muito alto, me impedindo totalmente de me concentrar nas palavras que escrevia. Uma raiva imensa queria se expandir dentro de mim, eu não suporto isso. Esse mundo, essas pessoas, agindo como se fosse donos de tudo, melhores que todos. A segunda geração dos ricaços - patricinhas mimadas e atletas galinhas, junto com seus pais políticos importantes e madrastras plastificadas com pouco mais de 24 anos - esse não é um tipo de pessoas que quero me aproximar, muito menos conviver. Porém não se escolhe família muito menos irmãos.

                                            

Já iriam fazer 3 meses que eu comecei a morar nesta casa e ainda não suportava o fato de Hanna inventar fazer uma festa no meio da semana. Ridículo. Desliguei o notebook, com essa música toda é impossível continuar a escrever, mas pelo menos estava quase terminado.

 

Precisava me acalmar, me distrair com qualquer outra coisa, se não vou acabar enlouquecendo. Ando pelo quarto em círculos, tentando não voar por aquela porta e estourar os miolos de cada um desses ricaços mimadinhos. Até que avisto uma foto, ou melhor a foto. Me aproximo o bastante para conseguir toca-la, elas estavam tão lindas nessa foto, tão felizes, nossa como sinto saudade de vocês. Me lembro desse dia, nós passamos a tarde toda juntas, era meu aniversário de 14 anos, e mamãe não tinha condições para me dar uma festa, ela e minha irmã Jade me mimaram o dia todo, assistimos filme, comemos pipoca com brigadeiro, pedimos pizza anoite. Foi o dia mais perfeito que já tivemos, foi a melhor lembrança que tive delas. Sorrio com a lembrança, na foto estávamos mamãe, eu e Jade, nessa sequência, todas abraçadas, sorrindo.

 

Vivíamos tão bem, sempre unidas, éramos nós contra o mundo, só que, o incêndio aconteceu. Uma dor bate em minha cabeça com força e decido deixar o retrato em seu devido lugar, infelizmente não se pode mudar o passado.

 

Posso até me lembrar do dia em que cheguei nesta casa, a insegurança, incerteza e o medo me acompanhando a cada passo que eu dava.

 

 

X 3 meses antes X

 

“Eram 16:34 da tarde quando finalmente cheguei ao meu incerto destino, paguei ao Taxista e pedi para ele ficar com o troco, além de passar quase 2 horas inteiras comigo desde do aeroporto, o Senhor Luiz se tornará uma ótima companhia em todo o trajeto. Eu até conseguia esquecer o verdadeiro motivo da minha vinda a Los Angeles. Os coqueiros e as lindas praias, misturados com toda a estrutura urbana e moderna. Teria aproveitado bem mais a paisagem se não estivesse tão interessada na conversa com o Sr. Luiz, ele era muito engraçado e simpático.

 

As casas que via a meu redor passavam de pequenas e simples a mansões gigantes e luxuosas, condomínios de renome com uma decoração impecável. Entramos num dos condomínios que parecia ser muito maior do que os outros, chamava se "Land of flowers" , como eu imaginava casas grandes e lindas, algumas repletas de janelas e espelhos, outras com entalhes de madeira e até com bebedores de pássaro feitos de cristal. No que eu achava ser uma pracinha familiar estava bem no centro rodeado de flores cor de rosa, uma enorme fonte de mármore branco toda entalhada com uma delicadeza impressionante, com a água mais pura e limpa descendo até a borda que trasbordava suavemente molhando as flores.

 

Orquídeas e tulipas das mais diversas cores, decoravam e harmonizavam a entrada de cada residência, se tornava obvio do porquê do nome que o condomínio recebia. Desci do Honda C4 branco e fechei a porta, acenei para o motorista que buzinou em resposta arrancando com o carro e sumindo de vista. O carro foi se distanciando e eu apertei a mochila vermelha em meus ombros apreensiva, estava na hora de enfrentar meus demônios. Comecei a caminhar pelas ruas do luxuoso parque do Land of Flowers, revezando os olhos entre o número das casas que passava e o endereço escrito no papel.

 

Rua Alvares Silvestre, Número 432 .

 

Assim estava no bilhete e mais do que nunca rezei para estar no lugar certo. Dessa vez não teria como voltar para casa, não teria ninguém me esperando, apenas lembranças tristes, dolorosas e sofridas. Os abraços e sorrisos não existiam mais, a felicidade e o carinho haviam morrido junto com elas. Eu deixei tudo para trás apenas por um motivo, eu queria recomeçar.”

 

 

Até que sou interrompida por um alto estrondo seguido por estilhaços se espalhando pelo meu quarto, involuntariamente solto um grito pelo susto. Minha janela está agora espatifada no chão. Entre cacos e cacos de vidro avisto um tênis branco com detalhes azul claro na sola. Eu não acredito.

 

Um tênis? Serio isso? Esses imbecis jogaram um tênis na minha janela?

Só pode estar de palhaçada com a minha cara.

 

Abri a porta do meu quarto e passei praticamente marchando pelo tumulto de pessoas. Desci as escadas e entrei na sala de estar, um casal se beijando no sofá, garotos bêbados jogando pingue pongue na mesa de centro e garotas dançando de roupas íntimas na pista de dança improvisada, revirei os olhos e ignorei a imagem que via. Fui até o armário e peguei minha buzina de portátil, daquelas que todo mundo odeia, pois é, eu tinha uma dessas sempre nas festas semanais de Hanna.

 

Passei o braço na mesa, tirando pratos, copos e garrafas de cima e as jogando no chão, subi em cima da mesa e olhei para as pessoas a minha volta, os meninos bêbados me olharam intrigados, mas logo começaram a gritar e assobiar, lançando me olhares safados, "Tira, Tira, Tira tudo ehhh".

 

Idiotas, apertei a buzina com toda a minha força, o som estridente ressoou por toda a casa atraindo olhares de todos, tanto que até a música foi cortada por instantes e até o DJ olhou para mim irritado por interromper a festa.

 

- BELEZA CAMBADA VOCÊS TÊM 5 SEGUNDOS PARA SAÍREM POR AQUELA PORTA ANTES QUE A POLÍCIA CHEGUE PARA ACABAR COM ESSA PALHAÇADA! - Berrei e todos me encararam confusos, muitos pensaram que eu estava zoando e até riram o que me deixou ainda mais irritada. - AGORA! - Apertei novamente a buzina e a multidão começou a correr para fora apavorada.

 

Em pouco menos de 2 minutos a casa estava vazia, copos, cigarros, cerveja, vodca, saquinhos brancos e batatinhas pela mobília indiana do papai. Sapatos, calcinhas e camisinhas usadas no chão e dentro da hidromassagem.

 

Eca.

 

- Ann... - Alguém gemeu, é só o que me faltava, ainda tem gente transando aqui?!

Segui o som e encontrei esparramada em cima de uma enorme boia roxa estava Hanna, minha meia-irmã, apenas com um biquíni branco e um chapéu de festa na cabeça, apontando para o céu e rindo sozinha. Ela estava sobre a boia na grande piscina, que se encontrava totalmente suja de sabe-se-lá-o-que.

 

- Maninhaaan olha só. - Me chamou e sorriu apontando para o céu. Tive vontade de rir de sua situação, não era sempre que Hanna se embebedava dessa forma, mesmo com as festas, ela não era de tomar todas durante suas “sociais”.

 

- Uma estrela cadente faz um pedido. - Sua voz era arrastada e pesada. Quase como se não soubesse que estava falando. Eu sabia que não seria fácil tira-la dali, principalmente quando ela não estava no seu estado “normal” de ser.

 

- Meu pedido é que você pare de barrar como uma cadela no cio e saia logo daí. - Gritei impaciente cruzando os braços ao redor no meu corpo.

 

A noite estava fria, e eu vestia penas um pijama curto da Hello Kitty, meu corpo todo tremia e meus pelos estavam arrepiados.

 

- Não, você não manda em mim. - Falou fazendo manha, era só o que me faltava uma patricinha mimada de 15 anos totalmente bêbada com birra as 2 horas da manhã. Respirei fundo e fiquei pensando numa maneira de tirar a Barbie Malibu de dentro da piscina, se conheço bem Hanna sei que não vai ser fácil convence-la, mesmo nesse estado a garota é difícil. Já sei!

 

- Venha antes que eu jogue o Puppy no triturador de alimentos. - Cantarolei vitoriosa entrando na casa e fechando a porta de vidro atrás de mim. Puppy é um carneirinho de pelúcia que Hanna tem desde pequena, ela é apaixonada por ele. Todas as noites ela dorme agarrada com o bichinho de pelúcia, esse tipo é o maior segredo e vergonha dela, afinal ela tinha 15 anos! Sempre que alguma amiga dela vinha, ou até mesmo um dos seus namorados Hanna tinha que esconder o Puppy, tentando se privar de momentos vergonhosos.

 

- NÃO MEUU PUUPY NÃO - o grito foi seguido com um barulho de água, ela caiu na piscina.

 

Revirei os olhos e voltei para a área da piscina, vendo minha irmã tentando nada, parecia mais uma pata choca tentando levantar voo. Quando ela conseguiu se segurar na borda, ofegante e com a maquiagem borrada, olhou para mim e me lançou um sorriso torto, como uma criancinha que sabia que tinha feito algo de errado.

 

É pelo que eu vejo a noite será longa...


Notas Finais


o que acharam ?


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