História Crush on you - Me and my girls

Mary

“Me senti tentada a continuar, uma parte de mim queira continuar a descobrir no que iria dar, o desconhecido. Já a outra parte, sabia que eu ia me arrepender, sabia que era errado. Porque as vezes o errado tem que ser tão bom?

As carícias foram aumentando e uma onda de choque percorreu meu corpo, dedos ágeis passavam da minha nuca para o meu cabelo embaraçado. Senti algo entre minhas pernas esquentar junto com um arrepio que me percorre até aponta dos dedos. Fechei os olhos apreciando a sensação, o calor. ”

Acordei ofegante, meu coração estava acelerado e meu corpo todo suado. Que diabos foi isso? Eu tive um sonho erótico? Não, não impossível. Não sou o tipo de garota que tem sonhos sensuais ou que fica se masturbando no meio da noite. Estou mais para aquelas que cora ao falar de sexo ou algo do tipo, porém tem uma coleção de livros de literatura erótica.

Olhei para o relógio na minha cabeceira e vi que já eram 18h da noite. Bocejei e me estiquei na cama, ouvindo os estralos dos meus ossos e sentindo meu corpo relaxar. Respirei fundo encarando o teto, meu quarto estava completamente escuro me transmitindo uma sensação boa. Senti minha barriga doer de repente e percebi que não havia comido o dia todo. Isso não costuma acontecer, é mais fácil eu comer além do necessário do que passar fome. Me levantei e calcei minhas pantufas, quando ia dar o primeiro passo senti algo macio esbarra no meu pé, era Pipoca, minha cadelinha dormia tranquilamente. Pensando bem, não tenho certeza se a coloquei para fazer suas necessidades, por isso a pego nos braços abro a porta do quarto e saindo do mesmo, enquanto coçava suas orelhas na tentativa de acorda-la. Assim que consegui a guiei para a parte dos fundos da casa, deixando que ela entrasse e fechando a porta logo em seguida, não queria que ela acabasse deixando presentinhos fedorentos pela casa toda. 

Enquanto apressava meus passos pelo grande corredor em direção a cozinha, minha mente vagava em horas atrás, para ser mais exata, em um par de olhos cor de mel. O sorriso cafajeste e olhara matador. Quem é aquele rapaz? Bom, com toda certeza não é o tipo de garoto que eu devo me aproximar. Ele é do tipo que exala perigo e confusão, já eu, estou mais para silencio e tranquilidade. Por que estou pensando nele afinal? Talvez seja apenas a minha curiosidade alarmante e sentido de escritora, que já criara sua própria história para o garoto misterioso.

Cheguei na cozinha e ouço risadas escandalosas, Hanna e Megan estavam bebericando algo que eu desconfio que seja água, e rindo por algo que eu desconheço. Entrei na mesma e fui recebida com gritinhos e palmas, Megan se apressou e pulou em meus braços, seguida de Hanna. Elas me puxaram para sentar com elas e eu o fiz, senão tenho certeza que elas iriam me obrigar então é melhor fazer o que essas duas mandam, acredite anos de experiência.

- Mary sua linda parece que quanto mais tempo passa mais gostosa você fica, quero saber qual é o seu segredo. – Megan brincou levando o copo aos lábios avermelhados.

- Digo o mesmo de você Meg. – Falei rindo, olhei para Hanna que nos encarava emburrada esperando que a elogiássemos também. Com um bico e braços cruzados a loira fazia pose de criança mimada clamando por atenção. – Você também Hanna.

Seus olhos verdes brilharam e ela sorriu jogando os cabelos para parte de trás do ombro.

- Você jura? Não precisava amiga. – Todas começamos a rir entrando na brincadeira.

Depois de alguns minutos conversando percebi alguns olhares de Hanna e Meg, elas estavam me escondendo algo, disso eu tenho certeza. Hanna encorava o cabelo na ponta dos dedos e Megan batia freneticamente o pé no concreto, era evidente. E essa possibilidade me dava arrepios, quando o assunto era Megan e Hanna sempre era bomba para o meu lado.

- Tá bom já chega. – Cansei de tanto mistério. – Podem falar.

- Do que você está falando mana? – A loira se fez de desentendida e eu revirei os olhos com tédio.

- Falem logo! – Me irritei e elevei a voz as assustando.

- Tá...- Megan murmurou respirando fundo. – Eu e a Hanna fomos convidadas para uma festa ela é super badalada e só os famosos e ricaços irão.- Ela balançou um convite prateados perto do meu rosto.

– Tá mas o que isso tem a ver comigo?!

- Nós queremos que você vá conosco. – Meg disse como se fosse algo obvio. – Foi o maior sufoco para conseguimos esses convites, o mínimo que você poderia fazer é ir com a gente!

- Rá rá, sem chance. – Ri irônica.

- Vamos Mary vai ser divertido. – Hanna implorou fazendo uma expressão de gatinho abandonado.

- Não vai funcionar Hanna.

- Você vai se esconder atrás de um computador pelo resto da vida Mary? Está mais do que na hora de você sair mais, se divertir, essas coisas... desde que...- Megan parou de falar finalmente atraindo meus olhos para os dela. – Jade e a sua mãe não iriam gostar, você se isola cada vez mais do mundo a sua volta. E eu e a Hanna não queremos isso. Nos dê uma chance. Se dê uma chance!

Porra! A Megan sempre sabia exatamente como desmoronar uma pessoa. Ela pega seu ponto fraco e o aperta com um alicate. Mas infelizmente minha melhor amiga estava certa, está na hora de parar de me esconder.

- E então você vai com a gente? – Hanna perguntou ansiosa pela resposta.

- Sim.

Fazia mais de uma hora que eu me encontrava cercada de pessoas em cima de mim, era sufocante, mascara fácil, esfoliante, base, pó compacto, tantas coisas passavam pelo meu rosto que eu não conseguia ao menos distinguir o que era. Particularmente eu achei super desnecessário, que eu saiba era apenas uma festa. No entanto quando Megan disse que na verdade essa “festa” é a mais esperada do ano, a qual todos falam, almejam e tem o sonho de serem convidados. Pelo que eu entendi apenas Hanna fora convidada de toda escola, então ela tinha que ir. Não entendo porque isso significava que eu teria que ir também. Depois de tentar voltar atrás com essa ideia estupida fui vencida pelo cansaço, decidindo ver a situação pelo lado bom. Pelo menos eu teria um tratamento de spa sem pagar nenhum centavo.

Haviam se passado horas desde que começamos a sessão de beleza e eu sabia que não estava nem na metade. Então optei por alguma massagens enquanto esperava que as meninas acabassem com todo aquele fru fru. Quando finalmente prontas eu tomei coragem para me olhar no espelho. Mais cedo havíamos feito um acordo, só iriamos nos ver no espelho no final e todas juntas. Eu sabia que Meg e Hanna estavam lindas, se bem que não precisava de muita coisa para que elas chamassem a atenção. Ambas são loiras, só que Hanna tem o rosto mais redondo com um queixo fino e com as maças do rosto mais marcadas, já Megan tem o rosto mais fino e magro. Outra diferença é a cor dos olhos Hanna tem os olhos azuis meio esverdeados enquanto Megan tem olhos castanhos. Todas temos quase a mesma altura, só Hanna que é um pouco mais baixa.

Contamos juntas até três e abrimos os olhos.

Eu não conseguia acreditar essa sou eu?

Meu cabelo estava mais lindo do que nunca, um penteado simples, estava liso com um lindo prendedor de pertola prendendo um pouco das mechas, avistei também algumas mechas avermelhas bem discretas que o deixava mais brilhante. A maquiagem valorizava meu rosto, grandes cílios pretos que aprofundavam ainda mais meus olhos azuis, nos lábios um tom não tão escuro de rosa opaco. Eu havia escolhido um lindo vestido bege com preto estilo boneca, colado até a cintura, seguido de uma saia rodada com alguns detalhes pretos na diagonal. Nos pés eu calçava saltos pretos simples, que me deixavam com um ar mais maduro contrastando com ar doce de menina que minha roupa e maquiagem transmitiam. Eu me sentia linda.

As meninas não estavam diferentes, porém não tão chocadas quanto eu, elas com certeza estão acostumadas com tudo isso. Hanna estava deslumbrante com seu vestido prateado de pedras, ele era tomara que caia e colado, chegava até os joelhos, porém com uma grande fenda que começava na metade da coxa direita e descia até a barra do vestido. Seus fios loiros estavam mais dourados, ela o havia pintado, e o resultado foi divino. Ele estava liso chegando quase na altura de seus seios. Com a maquiagem em tons de prato e os lábios levemente roseados. Já Meg se encontrava num vestido preto colado com alguns detalhes nas laterais em prateado, duas alças grossas prendem no pescoço dela, havia caído perfeitamente em seu corpo, sua pele branca contrastando com o tecido preto. Seu cabelo prendia no alto da cabeça num rabo de cavalo perfeito, uma maquiagem escura nos olhos verdes intensos e um batom nude para finalizar seu look.

- E então vamos? – Perguntou Hanna sorrindo para mim.

- Vamos.

...

Assim que o carro de cor semelhante a ônix diminuiu a velocidade eu finalmente tirei os olhos da tela de meu celular. Desviei os pensamentos da história heroica de Trish Velegar, que eu havia baixado no meu smathphone pouco antes de sair de casa, e passei a encarar a luxuosa construção a minha gente. A entrada era um grande portão prateado com a letra B em itálico, estava entalhado perfeitamente no centro do portão. Através das finas grades era possível ver o imenso jardim botânico que decorava a entrada da casa, ops. Casa eu disse? Aquilo estava mais para uma mansão, e olhe que eu ainda nem entrara no complexo.

O motorista disse nossos nomes para um aparelho eletrônico estranho, que liberava e limitava a entrada de pessoas na residência. O portão foi aberto e nós entramos, o veículo andava em baixa velocidade, contornando todo o jardim. Hanna e Meg bebericavam de seus drinks impacientes com a demora, já eu não me importava, não estava com nenhuma pressa de entrar naquele lugar. Observei as plantas, arvores e pequenos lagos cintilantes, que brilhavam com a luz intensa dos refletores amarelados, estes que se escondiam nas extremidades do campo; outro detalhe que me encantou foram as pequenas luzes que foram amarradas no ponto mais alto do jardim, parecia que o céu estava com mais estrelas que o normal. A ilusão tão bela me deixou maravilhada.

Hanna como sempre, me chamou minha atenção, perguntando sobre sua aparência, ela estava perfeita, mas para minha irmã isso não era o suficiente. Megan que estava a minha frente, no lado oposto ao meu, levou seu copo aos lábios e tomou o resto do conteúdo do seu copo em um só gole, tombando sua cabeça para trás. O carro chegou na porta da bela casa, um homem de terno azul escuro se aproximou do nosso veículo e abriu a porta delicadamente, em seguida, ofereceu a mão para minha irmã mais nova, ajudando a mesma a sair do carro. O ato se repetiu com Megan e comigo, aceitei sua mão estendida, um tanto envergonhada com a sua gentileza. Depois, segui as meninas um pouco atrás, me concentrando nos detalhes da moradia a minha frente.

Uma escadaria se estendia até um conjunto de portas de vidro, onde outros dois homens bem vestidos aguardavam os convidados. Com cuidado, subi os degraus, um após o outro, me certificando estar bem firme sentes de seguir para o outro, a última coisa que eu queria era cair de cara no chão. Ao chegarmos na entrada os seguranças nos avaliaram descaradamente antes de permitir nossa passagem. Eca.

O interior do local era tão deslumbrante quanto seu exterior. Dividido entre tons de preto, cinza e branco; havia luzes de cristal no teto hipnotizando mais meus olhos. Passamos por um corredor extenso, onde conversavam alguns casais com copos coloridos nas mãos. A maioria conhecia Hanna ou Megan então as cumprimentavam, me ignorando totalmente, mas eu não me importei, não fazia diferença alguma ser notada ou não. Hanna empurrou duas portas negras com força, nos dando visão da tal festa tão comentada. O som ensurdecedor fazia meus ouvidos doerem, não parecia nem um pouco com o lugar fino e elegante em que eu estava anteriormente.

Um cômodo enorme que descia em alguns degraus, a direita havia um bar decorado com verde e azul neon, os garçons jogavam garrafas metálicas para o alto misturando as bebidas e as servindo. Nos cantos mesas altas pequenas e sofás grandes espalhados pelo lugar, onde casais aproveitavam a oportunidade da mordomia e se aventuravam em beijos selvagens; no centro uma grande pista de dança animava os convidados ao som de um DJ. A decoração era vermelha e preta com luzes brancas clareando os rostos enquanto a multidão dançava.

Sem demora os olhares curiosos foram para minha meia irmã, Hanna sorriu com a atenção que recebia, ela adora as lentes das câmeras, a loira caminhou rebolando alguns passos na frente de Meg que rapidamente pegou meu braço e me acompanhou percebendo o quanto eu estava deslocada. Enquanto caminhávamos Hanna pareceu ter esquecido da nossa existência por completo, mas já era de se esperar, afinal era Hanna.

De repente, sinto duas pessoas esbarrarem em minha fazendo com que eu me desequilibrasse por um momento, encarei as pessoas e as reconheci de cara: Regina e Tiffany. A primeira morena com seu vestido dourado cintilante e seu cabelo ruivo arrumado num coque perfeito, seu rosto transmitia a sensação de ser uma garota doce, mas a partir do momento em que a conhece percebesse claramente o contrário. Já a outra, um pouco mais baixa que Regina, que se exibia seu vestido verde agua colado no corpo magro sem curva alguma. Em um segundo as meninas se posicionaram diante de minha irmã, que parecia ocupada demais conversando com alguns garotos que por sinal eram bem bonitos.

Até que foi interrompida por suas seguidoras, com um coro de vozes finas e irritantes que até fizeram mus ouvidos arderem.

- Haaanna amiga. – Elas falaram com um par de sorrisos falsos se aproximando de minha irmã e espantando os garotos que lá estavam. Assim recebendo um olhar mortal de Hanna que até me deu medo.

- O que vocês querem? - Falou Hanna com tedio e uma certa irritação na voz.

- Você está deslumbrante Hanna o que você está vestindo? Guatsv Guute? – Regina perguntou ignorando a rispidez de Hanna.

- Com certeza! – Afirmou Tifanny colocando a mão na cintura e sorrindo.

- Louisa Rampton. – Respondeu Hanna seca encarando suas seguidoras nem tão fieis com desprezo. – Era só isso?

-O Bieber chegou. – Tiff se apressou antes que a sua líder pudesse as dispensar. De repente Hanna arregalou os olhos e sorriu animada.

- O que? Porque vocês não falaram antes? - Disse saindo no meio da multidão a procura desse tal Bieber com Tiffany e Regina a seguindo com suas cadelinhas.

Agora todos ao nosso redor estavam cochichando sobre o dono desse sobrenome, certamente era alguém importante. Encarei Meg procurando respostas, porem ela parecia tão perdida quanto eu. Logo Meg me puxou pelo braço me levando para a pista de dança.

No entanto uma pergunta não saia da minha cabeça. Quem era esse tal de Bieber?