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História Cuidado - Capítulo Único


Escrita por: MayChagas

Notas do Autor


Olá.
Essa história era outra que estava perdida no meu computador e eu não tenho nenhuma intenção de continua-la, mas achei que poderia postar mesmo assim. Minha prima querida está tentando me convencer que as vezes eu tenho que postar umas histórias que eu escrevi, mas nunca completei, porque as vezes elas estão boas, então, se vocês gostarem o agradecimento é para ela, se vocês não gostarem, os xingamentos também.
Enjoy.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Cuidado - Capítulo Único

 

Procurei por ele durante vários minutos até finalmente encontra-lo parado ao lado fonte, caminhei em sua direção e foi quando percebi que não estava sozinho, a sua frente, com uma mão em sua cintura e a outra acariciando seu maxilar estava seu vizinho. Eu já tinha notado que Theo sempre olhava para ele com lascívia, como se estivesse a ponto de devorá-lo a cada momento, mas ali, parados ao lado da fonte, Stiles parecia incrivelmente disposto a deixa-lo, antes que eu pudesse chegar até eles, Theo se aproximou de seu rosto, beijando seus lábios com volúpia, como se ele os possuísse, como se já tivesse feito isso milhões de vezes, algo em meu peito se apertou, porque até onde eu sabia, ele tinha. Quando eles finalmente se separaram, a pele do rosto de Stiles estava um pouco corada, mesmo que sua expressão não desse nada sobre o que ele estava sentindo, seus lábios estavam úmidos e avermelhados, mostrando o qual violento o beijo foi, Theo ainda sorria para ele, os olhos escuros e famintos, eu não conseguiria assistir mais daquilo. Me aproximei deles a passos largos e pigarrei alto o suficiente para chamar sua atenção, Stiles olhou para mim com aquela expressão vazia de sempre, mas Theo sorriu, como se soubesse tudo que eu estava pensando, como meus pensamentos hostis em sua direção o divertissem.

- Ei, já está tarde, você não acha melhor levar suas primas para dormir?! – Perguntei fazendo o possível para que minha voz saísse calma e uniforme.

- Tem razão, acabei me desligando, vou procurá-las e nós já vamos, ok? – Acenei que sim com a cabeça – Então a gente se vê depois, Theo.

- Com certeza. – Stiles se virou antes de ver o sorriso cínico que Theo estampava.

Uma raiva animalesca se sem sentido se apoderou de mim, eu queria soca-lo, arrastar seu rosto contra o chão com força o suficiente para faze-lo irreconhecível, e ele parecia saber disso, pois seu sorriso aumentou quando olhou em meus olhos.

- Algum problema, Derek? Você parece meio nervoso. – Disse ele com a voz mais doce que conseguiu, eu não achei que conseguiria dar uma resposta sem gritar então dei as costas a ele na intenção de ir embora, mas sua mão me deteve e ele se aproximou do meu ouvido para dizer – Você tem tanta repulsa de mim, mas está com mais tesão nele do que eu senti a vida inteira, por que não admite isso para si mesmo e transa com ele?! Acredite ele não iria se importar, ele abre as pernas para qualquer um.

Eu iria bater nele até que minha mão quebrasse, mas uma mão pequena e gelada segurou meu punho, me fazendo olhar pra baixo.

- Ei, Derek, o Stiles já está com a Heather, vamos? – Perguntou Marion, sem notar nada naquele ambiente tenso que se formou ao nosso redor, afrouxei os punhos e segurei sua mão, mas antes de ir encarei Theo.

- Você está errado, ele não á assim.

- Acredite no que quiser. – Respondeu ele dando de ombros.

Eu segurei com força a mão de Marion, me agarrando nela para garantir que eu não voltaria para fazer uma besteira, depois de um tempo que pareceu muito longo chegamos a casa, Stiles estava nos esperando na porta e a trancou assim que passei por ela.

Eu fui tomar um banho para esfriar a cabeça, enquanto ele colocava suas primas para dormir, sai do chuveiro e o ar ao meu redor parecia gelado, mas ainda assim a raiva queimava tão intensamente dentro de mim que tinha certeza que poderia até estar suando, me preocupei em vestir apenas uma bermuda, e quando fui para o quarto ele estava de costas pra mim, sem camisa procurando alguma coisa no armário, a pele alvo refletindo a luz como as paredes faziam, era salpicada de pontos assim como seu rosto e pescoço e não pela primeira vez eu quis conectar todos esses pontos com pequenos arranhões que lhe deixariam arrepiado, ele se virou pra mim quando ouviu meus passos, cortando minha perigosa linha de pensamentos.

- Você está com uma cara estranha, o que foi? Não gostou da festa? – Ele não parecia se importar com a resposta mais do que se importava com qualquer coisa que eu dissesse, mas eu estava irritado demais para ter teimoso e não dar uma resposta.

- Eu vi. – Com certeza essa não era a resposta que ele esperava, pois ele arregalou levemente os olhos por um segundo antes de controlar a expressão.

- Viu o que? – Perguntou ficando de costas outra vez.

- Você sabe o que eu vi. – Ele continuou parado, ainda fingindo desconhecer o assunto sobre o qual eu estava falando – Vi você beijar o Theo.

- E dai?!

- E daí?! O Theo é um homem! – Eu queria ter gritado, mas não gritei com medo de acordar suas primas, no fundo, eu sabia que Theo ser um homem não era o problema, eram seus olhos que me irritavam, aqueles olhos possessivos e desrespeitosos, aquele ar de que ele possuía Stiles e sempre o possuiria sem se importar com a opinião do próprio Stiles sobre o assunto, mas eu não poderia dizer isso a ele, principalmente porque eu não sabia como dizer, eu mal entendia aquele sentimento.

- Vai me dizer que está surpreso? Até onde eu sei, absolutamente todos no campus acreditam que eu sou gay. Você por exemplo afirma isso com frequência entre seus amigos. – Se ele parecesse irritado ao dizer aquilo teria machucado menos, mas ele não estava, ele nunca estava, era como se minha opinião não significasse nada para ele, como se a opinião de ninguém tivesse importância, era vazio, como tudo que ele fazia quando não tinha que fingir para ninguém.

- Dizer isso e realmente acreditar são coisas totalmente diferentes. – Eu disse sobressaltado, principalmente porque eu não tinha qualquer defesa – E como você sabe que eu digo isso para os meus amigos?! Nenhum deles fala com você. – Eu ia acrescentar que ninguém falava com ele, apenas por estar irritado, por querer feri-lo, mas sabia que não funcionaria, nada do que eu fizesse ou dissesse poderia alcança-lo e eu me machucaria mais do que ele e como para provar exatamente isso, ele riu, não um sorriso divertido, um sorriso amargo e cínico, que mais me magoou do que me irritou.

- Nem todos são assim tão ‘homens’ quanto você pensa que são. Alguns deles já vieram me procurar querendo uma experiência homossexual, você ficaria surpreso. De certa forma, acho que isso significa que eu os conheço melhor do que você. – Disse ele fingindo estar pensativo, mas eu sabia que era só para me irritar, não que ele precisasse se esforçar.

- E você deu a eles essa experiência?! Abriu as pernas para eles?

- O que isso tem haver com você? – Ele não parecia nem remotamente incomodado com o que estávamos discutindo.

- Eles são meus amigos, eu tenho o direito de saber.

- Então pergunte aos seus amigos, tenho certeza que eles terão muito prazer em te contar. – O jeito como ele disse, cada palavra derramando gotas de malicia, me deu um arrepio, que embora eu quisesse acreditar que foi raiva, sabia que tinha algo mais.

- Estou perguntando a você. – Continuei dando alguns passos a frente, ficando bem próximo dele – É verdade o que dizem? – Agarrei seu braço com força fazendo ele se virar para mim – É verdade que você vai para cama com qualquer um?

- Se for verdade? – Ele ergueu uma sobrancelha.

- Então…aquele beijo…nosso beijo, para você não foi nada, não é?! – Perguntei, contra a minha vontade meus olhos ficaram úmidos, tentando transbordar toda a raiva que eu estava contendo, ele riu.

- Ainda está pensando nisso? Eu já te disse para esquecer. Você estava mais dormindo do que acordado, não se preocupe, você não é gay só porque me beijou quando estava sonhando com a minha tia. E eu não vou contar a ninguém, eu nunca conto a ninguém.

- Como você sabe que eu estava sonhando com a sua tia? – Perguntei confuso.

- Você fala dormindo. – Acho que ele teria dado de ombros, mas eu ainda estava segurando seu braço.

- Você é assim, não é?! Sabe sempre de tudo, mas fingi que não sabe. Por que faz isso?

- Não é como se eu tivesse a quem contar as coisas de qualquer forma. – Disse ele com um suspiro cansado, como se eu fosse uma criança particularmente obtusa – Você pode soltar meu braço? Está me machucando.

- E se eu não soltar?

- Vou continuar aqui parado esperando você soltar.

- Você deixa qualquer um fazer o que quiser com você? Deixa sua tia te explorar, deixa o Theo te beijar, deixa meus amigos usarem você para experimentarem novas coisas…por que faz isso?

- Não perca tanto tempo tentando me entender, eu faço as coisas porque eu quero fazer, nunca passei tanto tempo pensando no assunto quanto você está passando.

- Não pode ser verdade.

- É verdade. – Ele me olhou de uma forma estranha, maliciosa demais, que estranhamente parecia combinar perfeitamente com ele, pelo menos esse ele que eu acabei conhecendo na última semana, essa pessoa que era mais amarga do que indiferente, essa pessoa que eu não conseguia entender, de certa forma eu sentia falta da simplicidade de pensar que ele não passava de um garoto assustado demais para se defender e orgulhoso demais para pedir ajuda de alguém, essa pessoa era muito mais complicada, muito mais difícil de ignorar – O que você quer? Me bater? Fique à vontade, não farei um único movimento para me defender. Quer me beijar outra vez? Para ter certeza de que não é gay? De que aquilo foi só um mal-entendido? – A mão que eu não estava prendendo se moveu quase que dançando até minha barriga, o polegar circulando meu umbigo próximo demais da braguilha da minha calça para que eu pudesse ignorar o movimento – Ou quer ir mais além? Quer sentir minha pele? Saber como é tocar em mim? Como é ter o que seus amigos tiveram?

- Pare com isso. – Eu disse de olhos fechados e praticamente com os dentes serrados.

- Se quiser mesmo que eu pare, basta me soltar, vou me afastar e podemos fingir que não dissemos nada depois de voltar da festa.

- E se eu não soltar você…

- Eu vou entender que você quer que eu continue… - Ele sussurrou no meu ouvido, senti o sopro de sua voz, e surpreendentemente era quente o que eu realmente não esperava, seus lábios estavam tão próximos de minha pele que eu podia sentir o leve roçar deles logo abaixo da minha orelha, não percebi que ele havia se aproximado tanto e tão rápido – Continuo?! – Perguntou manhoso, arrastando suavemente seus dentes pelo meu pescoço.

- Por que faz essas coisas? – Perguntei, incapaz de me afastar ou de me aproximar, eu não podia me mover, porque eu não tinha certeza do que eu faria se me movesse.

- Já disse, porque eu quero. – Seus lábios se pressionavam contra minha garganta e não era difícil ouvir seu leve ronronar.

Num ataque de raiva e alguma outra coisa arremessei seu corpo sobre a cama pressionando meu corpo contra o dele mantendo o lá, ele sorriu para mim maliciosamente, vitorioso, serrei os dentes mais uma vez.

- Pare com isso, pare de sexualizar tudo! É isso que você faz, não é?! Seduz qualquer pessoa que se aproxima demais de você?! Seduz porque quando você transa com elas você tem o controle, garante que tudo que elas fizerem vai ser com esse fim, que não vão se preocupar em te conhecer como pessoa se tiverem seu corpo.

- Quer dizer que estou seduzindo você? – O sorriso não saia de seu rosto e como se não estivesse mesmo me ouvindo ele lentamente começou a despir sua calça jeans, olhando em meus olhos, eu não o impedi, e aos poucos ele foi expondo mais de sua pele alva até se encontrar inteiramente nu sob o meu corpo, que eu não posso negar que ardia e não era só de raiva, estávamos realmente próximos então sua mais leve respiração fazia seu peito tocar o meu e sua pele macia e mais fria, se esfregar contra a minha quente – Você quer meu corpo, e posso sentir isso, no jeito que você está me olhando agora, na sua respiração contra minha pele e principalmente em uma outra parte da sua anatomia que está pressionada contra minha coxa. Você pode apenas me ter, eu estou oferecendo.

- É, eu estou tremendamente excitado, quero muito foder você agora e me odeio por estar dizendo isso em voz alta, mas eu não vou.

- E por que não? – Sua mão descia pelo meu abdômen tocando minha nada discreta ereção, e a sensação de seus dedos frios entorno do meu membro teso foi indescritivelmente prazerosa, mas eu estava com raiva demais para me permitir perder o foco.

- Porque você não vai me controlar tão facilmente. Eu não vou foder você, porque você quer que eu faça isso, você quer provar para mim que todas as pessoas são iguais, que todas elas querem seu corpo sem se importar com quem você é. Que elas vão simplesmente desistir de você uma vez que o tiverem em sua cama.

- E eu estou errado?! Você me odeia Derek. Sempre me odiou e ainda assim está totalmente duro em minha mão. Quer realmente que eu acredite nessa bobagem de que sexo tem haver com sentimentos? – Ele ergueu uma sobrancelha, mas a expressão fria se mantinha gravada em seu rosto, mesmo que ele estivesse insistentemente me acariciando, leve o suficiente para não machucar e intenso demais para que fosse fácil manter o foco.

- Tem haver. – Eu engasguei, eu nunca fui conhecido por meu autocontrole e estava realmente surpreso por não ter cedido ainda – Se não tivesse eu já estaria dentro de você agora.

- O que?! Vai dizer que não vai me foder porque você me odeia? – Disse ele, escorregando sobre os lençóis e lambendo cada parte do meu corpo que conseguia tocar no processo, não olhei para baixo quando senti sua língua circundar meu umbigo, não poderia, se o fizesse estaria perdido e tudo que eu disse até agora teria sido apenas conversa fiada.

- Não. Eu não vou dormir com você porque… - Mordi meu lábio e senti o gosto ferroso de sangue na boca quando seus lábios quentes, tão diferentes do resto dele, tocaram meu membro em um beijo casto e quase puro – Não vou dormir com você porque estou sentindo algo que não compreendo.

- Tesão por outro homem?! Relaxe, é perfeitamente aceitável na nossa idade, não passa de curiosidade. – Sua língua demôniacamente habilidosa se ocupava em passear sobre o meu membro que estava latejando de desespero, engoli em seco, e com muita força e brutalidade o puxei para cima.

- Não, merda, não é tesão, se fosse simplesmente isso não acha que eu já teria cedido?! Olha o meu estado, estou mais do agoniado aqui e você ainda fica me provocando enquanto eu tento organizar os pensamentos para conseguir falar. – Eu sussurrei tudo aquilo muito ofegante, segurei seus dois braços acima da cabeça prendendo o firmemente na cama, e a cena em si parecia tão erótica que estava me desesperando.

- Então ceda, simplesmente me foda e acabe com isso, depois conversamos ou você acha que é o único que está necessitado aqui. - Ele parecia irritado, irritado de verdade ao dizer isso, deu para perceber claramente que ele não gostava quando alguém resistia ao seu controle, eu quase ri para ele nesse momento, mas me contive. Olhei ao nosso redor buscando qualquer coisa que pudesse usar para prende-lo eu queria conversar e ele não parecia muito disposto a me ouvir, encontrei um lençol e com ele prendi seus dois braços na cabeceira da cama, não era tão apertado que fosse realmente machuca-lo, mas era suficiente para suas mãos ficassem longe do meu corpo tempo suficiente para eu conseguir formar uma frase, ele sorriu malicioso outra vez – Desistiu?! Vai dar a nós dois o que o corpo pede?

- Não. Só vou garantir que você pare de me assediar enquanto eu falo.

- Pare de brincar, isso está perdendo a graça muito rapidamente. Vamos, faça alguma coisa comigo… você quer fazer isso e eu preciso que você faça.

- Já disse que não vou, pelo menos não ainda. Não vou deixar você me usar para provar algo a si mesmo como faz com todos os outros, você vai me ouvir, depois disso eu te asseguro que te dou prazer para você se acalmar. Estamos conversados? – Perguntei e em um impulso que eu não compreendo e vou guardar no fundo da minha mente para analisar depois beijei sua barriga, eu na verdade queria me aninhar nela, naquela pele macia e pálida que parecia tão convidativa, mas eu não poderia, não agora, talvez em outro momento, sob outras circunstancias, no meu intimo eu estava torcendo para que eu pudesse fazer algo assim no futuro.

- Do que você está querendo brincar? Admito que desse tipo de fetiche eu nunca participei!

- Pare de sexualizar isso. Estou sendo sincero e quero me escute, por favor. – Eu estava implorando, sem saber porque e totalmente surpreso com minha própria atitude, ele pareceu surpreso também, pois seus olhos âmbar dobraram de tamanho e ele assentiu totalmente absorto, suspirei – Bom. Como eu estava tentando te dizer antes, não é tesão o que eu estou sentindo, não só isso pelo menos, e eu não te odeio, não mais, eu não acho que tenha realmente odiado você em algum momento. Você me irrita profundamente, mas tem outra coisa também, de alguma forma e por alguma razão, que acredite eu desconheço, eu estou me preocupando com você, está machucando muito te olhar agora e ver que a única coisa que você quer é que eu pare logo de falar e te foda. Está machucando que você está simplesmente me usando aqui, que poderia ser absolutamente qualquer outra pessoa, que você até preferia que fosse outra pessoa, só para poder te satisfazer ao invés de falar com você…

- Por que você está chorando? – Ele perguntou, a voz fraca e totalmente confusa, me fez me concentrar em olha-lo outra vez, gotas brilhavam na altura de sua barriga e ao tocar meu rosto percebi que eram as lagrimas que eu estava derramando sem me dar conta, eu estava chorando por ele – Eu não te magoei, magoei?

- Acho que magoou, acho que ainda está magoando. – Eu respondi lhe lançando um sorriso amargo.

- Mas como? Eu não fiz nada. Se te machuca tanto assim que eu fique te estimulando sexualmente eu paro, mas por favor não chore. Odeio quando as pessoas choram. Eu dou tudo para que elas nunca chorem na minha frente. – E dessa vez era ele quem chorava, não eram realmente lagrimas escorrendo pelo seu rosto, era mais uma umidade em seus olhos, uma vermelhidão em seu nariz e bochechas, mesmo assim sua expressão não tinha mudado, como se fosse congelada daquela forma, meu peito estava apertado ao pensar nisso.

- Você não precisa fazer isso. Não é responsabilidade sua fazer todos felizes. – Eu disse tocando seu rosto, tocando próximo aos seus olhos, fazendo as lagrimas finalmente correrem sobre suas bochechas, por um segundo ele pareceu assustado com o meu toque, mas logo depois se permitiu aconchegar o rosto na palma da minha mão.

- Por que está fazendo isso? Por que está sendo legal, seu idiota? Eu odeio que as pessoas sejam legais comigo quase tanto quanto odeio vê-las chorando.

- Você parece estar precisando de carinho.

- Não seja estupido. Eu tenho carinho sempre que eu quero. – Sua voz era raivosa e transbordava malicia outra vez, e ele afastava o rosto de minhas mãos o tanto que os lençóis permitiam, esse foi o momento em que eu vi mais expressão genuína em seu rosto, por traz da malicia, havia raiva e confusão e era lindo vê-lo demonstrar algo real pela primeira vez.

- Não. Você tem sexo sempre que quer, carinho é outra coisa.

- Sabe?! Você não precisa ser legal comigo para poder me foder! – E lá estava outra vez, aquele olhar lascivo e aquela voz libidinosa que embora provocassem arrepios de prazer na minha espinha também traziam lagrimas aos meus olhos e um aperto no coração.

- Eu sei, mas se você quiser que eu faça isso vai ter que me deixar ser legal com você. – Eu disse antes de ponderar o assunto, as palavras saíram da minha boca antes que eu pudesse conte-las e quando as percebi já era tarde demais.

- O que é isso?! Um tipo de acordo? – Perguntou ele com uma expressão cínica que parecia significar que ele está na defensiva.

- Você pode interpretar assim. Que tal?! Eu deixo você usar meu corpo para se satisfazer na hora que quiser, mas você precisa deixar eu cuidar de você em troca.

- Cuidar de mim, o que quer dizer?

- Vai deixar eu te ajudar a lidar com as inconsequências da sua tia, com os problemas com suas primas e com os idiotas que te importunam na faculdade. – Eu ignorei completamente o fato de que eu era, até menos de duas semanas, um desses idiotas – Vai me avisar se algum dos meus ‘amigos’ quiser te usar para esse tipo de coisa estranha e não vai deixa-los usar você. Não vai mais deixar o filho da puta do Theo te beijar e nem fazer qualquer outra coisa que exija que ele te toque ou você toque nele. – Eu ia dizendo conforme ia pensando no assunto, embora eu não tivesse muito certeza do que estava falando.

- E o que eu ganho com isso? – Perguntou ele como se estivesse me desafiando.

- A mim, para o que quiser. – Eu respondi decidido.

- Para o que eu quiser?

- Exatamente.

- Então se eu quiser que você me foda depois da aula de Sociologia, por exemplo, você vai? Sem desculpas e sem reservas?!

- Vou.

- Ou então, se eu quiser que você me tome com força e me machuque antes de um de seus jogos, você vai?

- Se for isso que você quiser.

- Então, se eu disser que quero que você me solte nesse instante, porque eu quero chupar você, você vai?

- Vou. – Eu respondi e por pouco a frase não ficou presa em minha garganta.

- Então faça isso, me solte agora e me deixe fazer o que quero e então temos um acordo.

Engolindo em seco eu desamarrei os lençóis que prendiam suas mãos e sem perder tempo ele voou sobre mim me arremessando de costas no colchão, suas mãos frias passeando outra vez pelo meu abdômen como se quisessem decorar cada centímetro dele, fechei os olhos e permiti que ele fizesse absolutamente o que quisesse, não fiz nenhum único movimento para detê-lo ou me afastar, nem mesmo quando senti seus lábios tocarem a parte interna das minhas coxas enquanto se livrava de minhas calças e cueca, ou quando sua língua quente e atrevida deslizou por toda aquela área, senti ele pressionar o indicador em uma área que nunca me imaginei ser acariciado e mesmo assim não me movi, ele arrastou sua língua em chamas até lá e eu apertei os olhos resignado.

- Por que está fazendo isso? – Perguntou ele e quando abri os olhos estava encarando os seus âmbar confusos e perdidos, quase desesperados – Por que está me deixando fazer algo assim?! Você nunca esteve interessado em homens antes e menos ainda ser passivo para um. Por que está deixando eu te tocar desse jeito?

A pergunta latejou em minha cabeça, e a resposta era clara e na verdade até antiga, eu é que não havia percebido ou acreditado nela antes.

- Porque eu acho que gosto de você.

- Gosta tanto que está preparado para deixar eu te foder?! – Ele estava chorando, visivelmente desesperado, suas bochechas vermelhas e ele mordia o lábio, eu sorri.

- Aparentemente sim.

- Você não pode. Eu sou sujo, já dormi com tantos homens que mal posso contar, durmo com qualquer um que quiser, como você pode estar simplesmente disposto a se entregar a alguém assim?! – Ele se afastou do meu corpo e se encostou a cabeceira da cama, as mãos pressionando fortemente o rosto e as pernas dobradas contra o peito.

Me arrastei até ele e o envolvi em meus braços, ele relutou por alguns segundos, mas acabou retribuindo meu abraço e subindo em meu colo em busca de um calor que eu estava mais do que disposto a oferecer e ele parece nunca ter tido.

- Shh. – Eu sussurrei contra sua têmpora, ele tremia um pouco e eu queria aquece-lo, seu interior, tudo aquilo que ele parecia ter congelado.

- Você não pode, não pode. – Afirmava ele.

- Não importa. Eu quero… não que você me foda, eu realmente preferia que você não fizesse isso, pelo menos não hoje, mas quero estar com você, não me importa como no momento, quero estar com qualquer das suas facetas que você quiser me mostrar.

- Não faz sentido nenhum.

- Não mesmo. Mas quem liga?! Quer que eu te foda?! Vou. Quer me foder?! Fique a vontade. Apenas fique comigo, tá?! – Ele me encarou com aqueles olhos terrivelmente frios e tomou meus lábios de forma totalmente lasciva a qual eu respondi com intensidade, momento dramático ou não, nós dois estávamos terrivelmente excitados, a língua dele massacrava a minha, pedindo implorando para que eu o tomasse, o joguei de costas contra a cama outra vez e meus beijos se transferiram de seus lábios para o seu pescoço e logo para sua barriga, onde eu mordi e chupei com muita vontade, a pulsação em meu membro aumentando de tal forma que eu acreditei que alguma veia poderia se romper, quando eu estava beijando muito perto de seu membro rosado ele puxou meu rosto para cima outra vez, seus olhos nublados pela luxuria e o rosto vermelho de tesão, era uma cena mais pecaminosa do que eu podia suportar e como que para completar meu inferno particular ele sussurrou.

- Me foda, agora, por favor. – As lagrimas escorriam pelos seus olhos e ele estava visivelmente implorando, meu membro doeu de tão duro que se encontrava e eu engasguei.

- Não sei o que fazer. – Admiti – Não quero te machucar.

Ele se arrastou sob mim, seu corpo se esfregando no meu enquanto ele alcançava algo em sua mesa de cabeceira, ele derrubou quase tudo que estava na gaveta no processo de pegar uma garrafa do que me parecia óleo de massagem, ele então me entregou e pareceu envergonhado pela primeira vez.

- Eu não mantenho lubrificantes em casa. Minhas primas entram no meu quarto para brincar quando eu estou no campus e eu não quero que elas encontrem algo assim. – Era adorável, essa faceta cuidadosa dele, antes de vir passar essas férias em sua casa eu nunca poderia imagina-lo assim tão preocupado com alguém, ou com alguma coisa para falar a verdade. Agora eu sabia o qual errado eu sempre estive, ele se preocupava, com tudo e todos, por isso ele se distanciava, por isso ele deixava que as pessoas fizessem qualquer coisa com ele, para que elas pudessem ser felizes, era algo tão errado, tão injusto e tudo que eu queria era colocá-lo em meus braços e nunca deixar ninguém usá-lo daquela forma novamente, protege-lo de si mesmo enquanto ele tentava cuidar das pessoas que eram importantes para ele – Você precisa me preparar. Colocar seus dedos em mim até que eles entrem com facilidade.

Eu acenei sem ter muita certeza de que conseguiria falar naquele momento, cobri meus dedos com uma quantidade vergonhosa de óleo de massagem e deixei a garrafa fechada sobre a cama, perto o suficiente para que eu pudesse usar novamente quando necessário. Quando meu primeiro dedo se instalou dentro dele eu senti um misto de sensações, era quente e apertado e eu não conseguia parar de pensar em como se sentiria maravilho ao redor do meu membro, mas ao mesmo tempo parecia muito apertado, como se fosse fisicamente impossível encaixar qualquer coisa ali sem machucá-lo seriamente. Como se ele pudesse ler minha mente ele olhou nos meus olhos e sorriu, um sorriso pequeno, real e aquecido, eu queria guardar aqueles sorrisos como um tesouro, guardar todas aquelas suas pequenas expressões honestas.

- Você pode colocar outro, está tudo bem, eu gosto que seja um pouco dolorido. – Disse ele, a voz ofegante e arrastada, era simplesmente uma das coisas mais deliciosas que eu já ouvi, eu obedeci, porque esse era nosso acordo e porque eu não tinha como fazer nada diferente do que ele estava mandando, seu corpo se arqueou enquanto eu inseria meus dedos nele, sempre mais fundo do que a estocada anterior, sempre afastando mais suas paredes internas – Três agora. – Eu obedeci e o som que ele fez dessa vez não era tanto de prazer quanto era de dor e eu tentei afastar meus dedos imediatamente, mas ele não permitiu, ele acompanhou meus movimentos e se afundou neles sem um segundo pensamento, rebolando sobre eles com o que eram obviamente anos de pratica, uma onda de ciúmes e possessividade lavou sobre mim ao pensar em todas aquelas pessoas que não se importavam com ele enquanto faziam algo assim, que só perseguiram o próprio prazer sem se preocupar em oferecer nada em troca, eu me abaixei e sugou um de seus mamilos na minha boca, sentindo seu corpo se contrair mais ao redor dos meus dedos como resposta – Está bom, você pode entrar em mim agora. – Ele ofegou.

- Ainda está muito apertado, você vai se machucar. – Eu insisti, mesmo sabendo que eu não tinha esse direito, não ali, não naquela situação, ali era território dele, ali ele poderia me mandar fazer o que ele quisesse.

- Apenas entra em mim, não importa, eu não consigo suportar mais, entre com força, agora. – Ele ofegava, e eu entendi que seu desespero estava espelhando o meu e que não poderia passar mais tempo negando a nós dois aquilo que tanto ansiávamos.

- Aqui. – Eu disse sentando na cama e puxando-o para o meu colo, seu pênis roçou minha barriga e mandou espasmos por todo o meu corpo, o que esse garoto tinha que estava quase me fazendo gozar sem nem ao menos ter entrado nele?! Coloquei seus braços ao redor do meu pescoço enquanto jogava mais daquele estupido óleo de massagem gelado sobre o meu membro – Nunca fiz isso, mas seu que vai doer, não grite, suas primas estão dormindo e não seria bom acorda-las agora. Se doer demais, simplesmente me morda, e sinto muito, mas tenho certeza que não vou conseguir parar depois de começar.

- Pare de falar tanto e faça isso logo. Eu sinto que vou explodir a qualquer momento.

E foi o que eu fiz, entrei com força a rapidez, senti a pele sensível do meu pênis se arrastar contra seu canal e soube que estava machucando demais, pois seus dentes entraram tão fundo na carne  do meu ombro que eu pude sentir o sangue saindo da ferida e molhando seus lábios e parte do meu ombro, mas não poderia me importar menos, a dor da mordida, a dor de ser pressionado pelo seu canal não eram absolutamente nada perto do prazer de ser um com ele, perto do alivio que era me entregar a essa sensação que eu sempre desejei embora nunca tivesse admitido nem para mim mesmo.

- Mova-se agora. – Ordenou ele, próximo a minha orelha.

- Mas você…

- Anda logo. – Ele não disse em um tom que permitia contestações.

Eu saia e entrava outra vez, sentindo o interior dele aquecer e me pressionar, como se chamas intensas tentassem me queimar vivo e todas essas sensações estavam se espalhando rapidamente pelo meu corpo, a cada nova estocada uma nova lavareda me lambia de dentro para forma e dentro de poucos minutos eu tinha certeza de que estávamos sendo devorados por chamas e não me importava nenhum pouco.

Ele afastou o rosto do meu ombro e eu pude ver seu rosto totalmente banhado em prazer e dor, da boca estava suja de sangue, meu sangue, algo que não deveria de forma alguma ser tão excitante, mas estava me mostrando uma imagem aterrorizante e ao mesmo tempo erótica, um rosto doce machado de sangue e prazer, ambos proporcionados por mim e naquele segundo eu soube o qual insano aquilo poderia se tornar, o qual destrutivo e perturbador se eu não tomasse cuidado, mas não me importei, não naquele momento, naquele momento eu não sabia sequer o meu nome, só sabia que eu queria me enterrar no corpo pecaminoso do Stiles até o dia da minha morte, talvez até depois dela, com força e brutalidade tomei seus lábios sentindo o gosto de meu sangue em sua boca, e aquilo era o máximo de prazer que eu já tinha atingido durante a minha vida inteira.

- Ahn…Derek, isso é tão bom... – Murmurava ele em meu ouvido, e não sei se essa era sua intensão, mas aquilo estava me fazendo estocar dentro dele com ainda mais força – É bem ai, o meu…Ahn…por favor, eu já não aguento, por favor... – Implorava ele, tocando o próprio membro teso que a cada novo movimento se esfregava em meu abdômen, afastei sua mão e segurei seu pênis firmemente com a minha, ainda um pouco escorregadia com o olho de massagem, ouvi ele engasgar com a própria saliva e sorri para ele antes de começar um ritmado movimento de vai e vem que acompanhava a velocidade de minhas estocadas – Ahn…

Seus gemidos em minha orelha eram um deleite, nada poderia ser mais lindo e excitante do que aquilo, do que ele.

- Está bom, Stiles? – Perguntei, mordendo levemente seu ombro.

- Sim, perfeito... Mais forte, Der, mais forte. – Pediu ele, me encarando com aqueles olhos que agora se encontravam quase negros de tão dilatados, e foi exatamente o que fiz, aumentei a velocidade o máximo que consegui, e quando senti seu corpo se contorcer em espasmos tomei seus lábios engolindo totalmente seu grito quando atingiu o orgasmo.

Eu sentir o jato quente de gozo atingir minha barriga e seu canal se contrair deliciosamente sobre o meu pênis, não tive como controlar o maior e melhor orgasmo que tive em toda minha vida, me derramei dentro dele matando meu urro de prazer em sua boca assim como ele tinha feito com o dele, e exausto me joguei de costas no colchão ainda dentro dele, que se encontrava sentado e ofegante sobre mim.

Nossos corpos eram uma mistura de suor, sangue e gozo quando ele deixou seu corpo cair sobre o meu, tão exausto quanto eu, envolvi seu corpo em um abraço e sem dizer mais nada fechamos os olhos.

Não estávamos dormindo, nem perto disso estávamos apenas aproveitando aquela sensação pós-orgasmo maravilhosa que envolvia nosso corpo, nenhum dos dois queria cortar aquele contato com qualquer palavra ou movimento, só queríamos sentir o corpo um do outro, daquele jeito totalmente entregue, depois nos preocuparíamos com qualquer coisa racional, por hora só o que importava de verdade, é que teríamos isso sempre que desejássemos. Eu acariciei seu cabelo e ele murmurou de contentamento, aproximando a cabeça da minha mão, como um gato carente, meu gato carente, eu sabia que a partir dali ele seria meu para cuidar, assim como eu seria dele para usar e era perfeito, não era o que eu esperava quando vim passar as férias com ele, mas era sem dúvida tudo que eu sempre desejei e nunca soube nomear.


Notas Finais


E ai?
Gostaram?
Espero que sim, estarei aguardando comentários ansiosamente.
Se'U

P.S. Sobre HPAP, eu estou trabalhando nela, mas minha cabeça tem estado muito caótica e eu não estou conseguindo me focar, por isso essas histórias aleatórias britando aqui, mas não se preocupem, logo logo vai ter capítulo lá.


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