História D. de Demônio - Capítulo XIV - O caminho que decidi seguir.

Capítulo XIV - O caminho que decidi seguir.

Luffy já estava começando a se sentir enjoado, nunca gostou de sua habilidade de poder discernir o passado daqueles que olhavam para seus olhos, sempre acreditou que o passado de cada um era algo que só deveriam dividir se realmente quisessem.

Mas agora aqui estava ele, sentindo o gosto de seu próprio veneno, apenas porque foi estúpido o bastante para olhar no espelho ao mesmo tempo que Law. Seu pai tinha lhe avisado que o espelho negro poderia ser poderoso, por alguma razão que não lembrava, por isso o deixou trancado. Por que demônios Law o tinha em mãos então?!

Só queria saber quando essa viagem ao passado iria acabar...

Agora os três estavam encurralados pelos homens restantes de Bluejam. Eles queriam levar Sabo para aonde estavam seus pais...Novamente, sentia o medo e desespero, mesmo sabendo como tudo ia acabar.

- SAAAABOOOOO ! - Ainda assim gritou com todas as suas forças enquanto seu irmão era levado deles.

Lembrava com perfeição o que havia acontecido. Bluejam havia sobrevivido apesar das queimaduras que Ace havia infligido nele, como vingança, o caçador traiu os bruxos, que haviam lhe dito que existiam demônios na floresta, quando descobriu que eram da família de Sabo.

Muitos humanos tinham pavor de lidar com demônios, porém, quando estavam em grupos, encontravam coragem para enfrentar os Bruxos, outro ser que eles temiam e que ainda eram mortais.

Os pais de Sabo foram queimados na fogueira e agora estavam levando seu irmão para ter o mesmo fim.

Se Sabo fosse morto, ele e Ace morreriam também. Era a consequência do pacto que fizeram, os demônios imortais abriram mão de sua incapacidade de morrer pelo amor à seu irmão.

Mas não era com a morte que estavam preocupados.

A cena mudou. A fogueira acessa, os berros de Sabo amarrado contra um tronco, o desespero em seus olhos, enquanto os humanos se reuniam ao seu redor para assistir.

Ace voando e o segurando em seus braços. Porque ainda não era capaz de voar por contra própria, suas asas ainda não haviam se recuperado completamente. Caíram ao lado de seu irmão e então começaram a tentar desamarrá-lo.

- A-ace! L-Luffy! - Nunca o tinha visto tão assustado em toda a sua vida.

- Sabo! Use sua magiia! - Ace berrava quando a surpresa dos humanos sumia e avançavam em sua direção - Se transforme num pássaro! Eu não consigo levar nós três!

- E-eu vou tentar!

Então a explosão, que lançou os dois longe, seguido do urro de dor de Sabo. E outra vez tudo se tornou negro.

- CRIANÇAS IDIOTAS! - Estavam de frente com Dandan, ela estava roxa de raiva, mas também parecia que tinha andado chorado - O QUE PASSOU PELA MALDITA CABEÇA DE VOCÊS EM TENTAR DETER A EXECUÇÃO DE SABO SOZINHOS?! AQUELE MALDITO DO GARP DEIXOU VOCÊS SOB OS MEUS CUIDADOS! EU NÃO QUERO UMA ALMA PENADA ME ASSOMBRANDO PORQUE VOCÊS SÃO INCAPAZES DE PEDIR AJUDA!!

Ela mudava de raiva à choro e depois mais raiva, se não fosse pela situação de Sabo teria sido muito engraçado. Ela também estava ferida, provavelmente vítima das enxadas e tochas da multidão...

-...Se ele não estivesse aqui... Eu não sei se teria conseguido tirar vocês daquela bagunça! - Terminou já quase sem voz, apontando para um homem de capa negra e tatuagem vermelha do lado direito do rosto que observava tudo com atenção. Esse era seu pai.

-...Makino - Mas Ace ignorava o que dizia Dandan - ...O ferimento dele vai...?

Entre nós, Sabo abraçava os próprios joelhos, escondendo seu rosto, chorando baixinho. Foi a primeira vez que viu seu irmão chorar e queria que fosse a última.

Mas a resposta veio de Dragon.

- Não. Uma cicatriz produzida por magia assim não possuí cura. Ele terá que conviver com esse erro.

- E quem inferno é você?! - Berrou sob os protestos da Baba Yaga que pedia respeito.

- Ah...Ace, eu acho que ele é meu pai.

Mesmo agora não entendia porque todos, mesmo Sabo, olharam tão chocado para ele quando disse isso.

Seu pai nunca foi realmente muito presente, mesmo depois disso. Não que pudesse ter muita certeza, já que ele podia ficar invisível.

Mas Sabo acabou se apegando a ele mesmo assim, talvez porque sempre foi curioso, e por causa do tipo de Demônio que Dragon era, sempre foi incapaz de negar a responder perguntas, uma vez que não fossem perguntas pessoais.

Um dia, ele explicou que essa era uma consequência por resolver seguir o caminho de usar os poderes de seu sangue de Demônio, como uma compensação, uma maldição pessoal. Algo o que, não importa o quão poderoso se tornasse, não poderia fugir.

Lembrava que naquela época perguntou-se o que o tinha levado a decidir usar seus poderes pela primeira vez.

Até hoje não sabia.

Dandan então levou sua casa para a parte mais escura do bosque do corvo, lá cresceram sem interferência de mais humanos. Porém seus objetivos eram diferentes.

Ace queria desafiar os quatro reis demônios, que diziam ter um poder quase tão grande quanto o do pai que ele não conheceu. Nada o fez mudar de ideia.

Sabo nunca gostou da ideia de ser o elo mortal entre eles, por isso sempre deu tudo de si para se tornar um bruxo absolutamente poderoso. Queria fazer a diferença.

E ele? Ele tinha o próprio caminho que seguir.

Outra cena, ele brincando com duas moedas de ouro em suas mãos frente a figura de Zoro, sentado numa rocha, o Oni o observava com um sorriso desafiador.

- Guardar um lugar. onde os demônios possam ser livres para viver como realmente são? - Repetiu suas palavras - E por essa proposta você veio até aqui?

A figura de Nami.

- É verdade que nós bruxos não temos uma vida muito fácil...- Ela dizia hesitante, mas logo completou com raiva - Mas o que um demônio imortal como você entenderia disso?!

Usopp

- Todos nessa vila me odeiam de qualquer forma! - Sorriu como se isso fosse um grande feito - E eu sei onde podemos conseguir a casa perfeita! Você já ouviu falar sobre as casas das Baba Yagas?*

Sanji

- E você quer que eu me junte a seu espetáculo de horrores? - Soltou uma baforada de seu cachimbo -... Um lugar onde os demônios possam viver livres ...Isso é quase tão idiota quanto querer aprender culinária de humanos.

Chopper

- Eu...Eu não tenho certeza...Vocês... Eu não sou tão forte, nem tão especial...Mas um lugar assim...Eu gostaria de ver com meus próprios olhos!

Robin

- Fufu~ Eu ouvi falar sobre você...Sobre o que está fazendo... Eu quero me juntar...Afinal, eu já não tenho mais nenhum outro lugar no mundo para ir.

Franky

- Você vai realmente lutar contra todos esses caçadores por causa de uma única demônio?! - Abriu um enorme sorriso - Você é ainda mais idiota do que eu pensei, demônio do chapéu de palha! Mas você vai precisar de uma casa suuuuuuuper maior se quiser invadir aquele lugar!

Brook

- Você sabe... Alguém como eu nunca é realmente recebido com um sorriso...Você não tem mesmo medo de mim?

Jimbei

- ... Luffy, ouvi falar de você por Ace, mas eu não acreditaria no que você está fazendo se não visse com meus próprios olhos...

Cavendish, Bartolomeo, Sai, Ideo, Leo, Hajrudin, Orlumbus...

- Você não pode ser o duque se não tiver trinta espíritos ao seu lado, não é? - Orlumbus dizia .- Nós engrossaremos a sua frente!

- Não dá para voltar atrás agora! - Completava Sai.

Esse foi o caminho que escolheu seguir, por todos que queria proteger.

Não era seu destino, era sua decisão.

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