História D. de Demônio - Capítulo XXI - O Grã Duque e o dragão.

Capítulo XXI - O Grã Duque e o dragão.

A cada grupo de caçadores que caía, outro chegava. O dragão azul lançava sua cauda contra alguns deles, ao tempo que outros, à distância, lançavam flechas em sua direção.

- Temos que derrubá-lo! A casa dos demônios está logo atrás dele!

O dragão rugiu, lançando uma baforada de fogo em direção aos arqueiros e recuando.

- Lancem a rede!!

O monstro levantou a cabeça, mas era tarde, alguns caçadores haviam se esquivado para as árvores e lançaram uma enorme rede de ferro sobre sua cabeça. Balançou-a várias vezes tentando se soltar, fazendo assim alguns humanos que a seguravam serem lançados longe.

Porém, aproveitando essa distração, mais flechas voaram em sua direção, ao tempo que sua cauda foi presa ao solo com outra rede.

Um guincho cortou a noite enquanto a criatura se retorcia.

- Donquixote Doflamingo vai dar-nos um pagamento imenso por invadir a casa, mas o nobre da capital pode nos dar até mais por uma cabeça de dragão!

Sangue começava a escorrer por entre as escamas da criatura.

-Vocês não acham que é uma luta injusta...Tantos de vocês contra apenas um ser? - Uma voz tenebrosa encheu o bosque, assustando todos, exceto da criatura.

De entre as árvores surgiu um enorme lobo negro, ao seu lado uma serpente. O lobo arrancou com seus dentes a rede que cobria a cabeça do monstro e a serpente afastou os arqueiros.

- O que são essas coisas?!

- Não recuem! Estávamos quase conseguindo!

Porém garras invisíveis nocauteavam um a um aqueles que prendiam a cauda do dragão.

- É a força do inferno! Afastem-se! Afastem-se!

Finalmente livre, o réptil rugiu para os céus lançando seu fogo por toda a floresta.

- Vamos voltar! Avisar ao nobre que precisamos de reforço!

- Aquele maldito! Doflamingo nos mandou pra uma armadilha!

Os que ainda podiam caminhar fugiram para a floresta. Os que ficaram para trás ou eram consumidos pelas chamas azuis ou devorados pelo lobo e pela serpente. Quando tudo não passava de um campo de guerra vazio, os dois animais desapareceram no ar, ao tempo que o dragão cedeu, deitando seu focinho no solo.

- Esses ferimentos parecem sérios...Mas acredito que um poderoso bruxo como você pode dar um jeito nisso, não é...Sabo? - A voz seguia falando.

As escamas da criatura aos poucos se tornavam chamas bruxuleantes, para depois se assumirem a forma de uma espécie de tecido, uma capa que envolvia um homem loiro com uma queimadura do lado direito de seu rosto.

Ele segurava um de seus braços, ferido, com uma expressão entre dor e surpresa.

- Como sabia que era eu?

Um homem envolto em uma capa negra, com pés de dragão e mãos com garras se materializou ao seu lado. Sorriu, com sua tatuagem também sobre o lado diteito de seu rosto.

- Um dragão azul? Que lança chamas da mesma cor? Eu diria que é uma escolha bem particular.

Sabo riu sem graça.

- Apenas me impressiona que, você que tanto teme usar magias metamórficas no corpo, escolha justamente um ser tão difícil...- Sua expressão se tornou séria - Aconteceu algo com seus irmãos, não é? Apenas por eles você faria algo assim.

-...Tentaram armar uma armadilha para Luffy. -Sentado no chão o loiro começou a fazer uma bola de energia contra seu braço ferido com a outra mão, para assim se recuperar.

-O que você sabe?

- Provavelmente tem haver com Kaidou, ele não pode agir diretamente, por isso contratou o famoso caçador DoFlamingo. Mas ele não quis sujar as mãos também, por isso esses homens de baixo calão estão atacando, aproveitando a queda da barreira. E o alvo deles - Apertou as mãos com raiva - Sou eu.

- Hmmm... Nada mal, conseguiu reunir bastantes informações. Muito bem, não tenho muito a acrescentar. Mas te faltou algo importante. A garrafa.

- Garrafa?

- A garrafa da qual Ace fugiu com a morte de seu..."dono". Kaidou conseguiu colocar as mãos nela.

- MAS COMO! -Exclamou preocupado.

- Ela estava protegida por vários feitiços e maldições.

Só então Sabo relaxou, sorrindo de lado.

-"Estava"?

O demônio retribuiu o sorriso e entre suas mãos surgiu o artefato mencionado. Entregou ao outro.

- Eu deixei uma pequena lembrança no lugar da garrafa, um presente de minha parte, contudo, não sou capaz de destruí-la. Talvez Barba Branca consiga, mas é muito arriscado pedir à ele.

- Sim...- Com sua magia fez o objeto desaparecer.

- Agora...- Dragon recomeçou - O que você sabe sobre o humano?

- Soube disse também?! Nunca deixa de me impressionar Sr. Dragon!

- Na verdade foi graças aos quadros mágicos que você deu ao Luffy, eu ia mandar uma mensagem pelo meu quando vi o humano.

- ...Eu não tenho certeza se ele é um humano - De dentro da capa Sabo tirou a empunhadura do espelho e entregou ao mais velho.

- O espelho negro...Luffy me falou dele...Há duas energias impregnadas aqui - Analisou o fragmento - De um anjo e de um demônio...Um Ying Yang perfeito. Isso impediu a armadilha?

- Exatamente. O espelho não seria capaz de absorver nada com duas energias opostas o segurando. Mas a energia de anjo não parece vir daquele rapaz, apenas estar impregnada nele...Por isso eu o prendi com uma barreira mágica, se ele não for mesmo um humano, seus poderes vão ser expulsos de alguma forma.

- Parece que você têm quase tudo sobre controle aqui - Indicou o ferimento do braço - Mas com o reforço desses quatro não acho que terá mais problemas. Enquanto isso eu irei usar meu selo para reativar a barreira na casa de Luffy.

-...Desses quatro....? - Mas Dragon já havia desaparecido antes que pudesse completar a pergunta.

Contudo, não foi realmente necessário.

Latidos se aproximavam do campo de batalha, seguido de ossos estralando e uma voz.

- Viu Benn? Eu disse que tinha visto algo azul do lado de fora da carruagem! Meus olhos e meu olfato nunca me enganam!

- Sim Yasopp, eu nunca disse que duvidava de você.

Dois homens de capa se aproximaram. Um de cabelos brancos e cachimbo e outro de rastafári e orelhas de lobo.

- Parece que além do grupo que nos atacou, há outros - O primeiro se adiantou até Sabo e lhe estendeu a mão ajudando-o a se levantar- Irmão de Luffy, não é? Eu sou Benn. Benn Beckman, um bruxo e um dos homens de Shanks.E este é Yasopp, um lobisomem.

- E aí!

- É um imenso prazer - Sabo fez uma reverência, já de pé - Sim, eu sou um dos irmão mais velho dele, me chamo Sabo e também sou um bruxo.

- Três bruxos e um lobisomem devem ser suficientes para um bando de humanos - Outra pessoa se aproximava, um homem grande de cartola negra, capa e um robusto bigode. - É um prazer vê-los de novo, Sabo, homens do ruivo.

- Vista - O loiro cumprimentou.

- Vim até aqui esperar um de meus irmãos e não pude deixar de sentir uma enorme energia mágica sendo usada. Se importaria se eu ajudasse?

- VISTA! - Um homem ruivo vinha na direção contrária, por onde os humanos tinham fugido, seu cabelo estava uma bagunça e havia sangue em seu rosto- Como pôde deixar Izou me lançar daquela forma?!

- Pelo jeito Thatch, você ainda achou um lanche no caminho pra cá.

O homem deu de ombros, lambendo o sangue em seus lábios.

- O que posso dizer? Ser jogado em queda livre e perambular por entre uma floresta dá fome. - Cruzou os braços ainda se aproximando - Acho que os reforços podem demorar um pouco agora, então por que não usa sua magia para arrumar meu cabelo, heim?

Sabo riu, sim, com essa ajuda não haveria mais problemas.

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