História D. de Demônio - Capítulo IV - A escuridão chama seu nome.

"- ...Por que você me conta essas estórias uma e outra vez? - Um pequeno Law de dez anos perguntava à uma alta figura de cabelos loiros e casaco de plumas negras - Eles nem sequer existem!

O homem mais velho sorriu de forma misteriosa, fechando o livro que estava lendo para o pequeno.

- Eu gosto quando você lê coisas diferentes, além dos livros de medicina. Quem sabe essas estórias infantis não te ajudam algum dia?"

Não sabia porque estava lembrando disso agora, talvez era uma forma de suas memórias zombarem dele por não ter prestado a devida atenção quando deveria! Mas como ia saber que aqueles seres que Corazón falava realmente existiam?! Ele não poderia ter sido mais claro sobre como esse conhecimento ainda seria útil? E no entanto, sempre foi uma criança cética desde que seus pais e sua irmã morreram...Dificilmente iria acreditar sem provas concretas.

Os corredores eram intermináveis e Law não podia ver muito além da fraca claridade que as tochas bruxuleantes nas paredes projetavam. As vezes tinha a impressão de ouvir mais passos além dos seus e risadas finas que se divertiam com sua tortura.

Estaria ficando louco?

Ou estaria sendo seguido?! Sanji disse que nenhum habitante dessa casa o machucaria, mas também disse que outros demônios poderiam matá-lo e fazê-lo parecer um acidente e nada garantia a Law que o vampiro não estivesse mentindo em primeiro lugar.

E mesmo se estivesse falando a verdade, como bem disse, seu cadáver seria um bem muito apreciado.

Acelerou os passos ou o corredor tornou-se uma descida? Era quase impossível saber, por mais absurdo que soasse era como se a casa estivesse brincando com ele! Ou seria alguém usando-se da casa?

-....Law...

Uma voz distante chamou seu nome, fina, irônica. Não era igual a tenebrosa que escutou no bosque...Mas era quase tão assustadora quanto.

Estava correndo agora.

-...Por que corre ...Law?

A sensação de que estava sendo observado, engoliu em seco.

-...Quem está aí?! - Parou, olhando para todos os lados, inutilmente.

-...Eu...? E quem é você Trafalgar Law...? Um humano....?

A risada novamente, sádica, divertida.

-...Eu não estou aqui por decisão minha. - Falou, sem temer a voz, não mostraria medo, não divertiria mais esse ser.

Seu orgulho era maior do que seu temor.

-...Será mesmo....? Luffy te encontrou...Ou você o invocou? Te mandaram para essas terras por coincidência...Ou era tudo planejado?...Passado...Presente...Futuro...Não é divertido pensar que você estava a ponto de morrer como um moribundo e agora vai morrer como uma peste?

A risada era mais e mais sádica.

- Soaa taão divertido~ Que tal se jogarmos escode-esconde Law~? Se você ganhar, eu te ajudo a sair daqui.

-...E se eu perder...? - Engoliu em seco.

A risada começou a sumir e desaparecer.

Apertou a mão com força. Odiava que brincassem com ele, já era um homem morto antes de Luffy encontrá-lo, então qual era o sentido de tudo isso? Fazê-lo acreditar que teve uma segunda chance?! Para logo matá-lo e esquartejá-lo para alimentar a todos?!

- Quem é você de verdade Luffy-ya?! - Exclamou para ninguém.

E contudo, repentinamente, uma porta apareceu na sua frente. Materializando-se lasca por lasca. Law piscou, surpreso. Devia ser uma armadilha, mas andar por aquele corredor infinito não o estava levando a lugar nenhum de qualquer forma.

Então a lembrança da voz na escuridão e o jogo de esconder proposto voltou à sua mente. Resolveu entrar, estava cercado não importa por onde olhasse.

Abriu e entrou, e a porta se fechou atrás dele, como se nunca tivesse existido.

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- Como assim ele sumiu?!

- E-eu não sei! Ele deveria estar aqui! Eu o deixei aqui! - O animal médico apontou para a cama vazia.

Um homem alto de cabelos verde e cicatriz no olho direito grunhiu irritado, ignorando os pedidos de desculpa.

- Cozinheiro de merda. Você disse alguma coisa, não foi?

Na sua frente, a figura irritada de Sanji se materializou.

- Limpe sua boca antes de falar assim comigo musgo de merda! - Desviou de um golpe e continuou como se nada - Eu simplesmente lhe dei instruções claras e retribui a refeição.

- Disse para ele não andar sozinho?!

- É claro que sim! Todos os seis pontos. Ele não deve ser tão inteligente quanto eu pensei.

- E agora Zoro? - Chopper questionou apreensivo - Os irmãos de Luffy estarão aqui logo! E todos os outros logo em seguida!

O cozinheiro já havia desaparecido quando Zoro olhou para o teto desconfiado.

-...Eu tenho uma suspeita de quem pode estar brincando com o humano...

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