Ao tempo que Trafalgar Law desapareceu e Zoro foi interrogar quem poderia saber de algo, duas presenças surgiram frente ao grande casarão.
-...Da próxima vez vamos vir voando! Esse teleporte, ou seja lá como vocês bruxos chamam, é uma porcaria! - Reclama um deles, de cabelos tão escuros quanto o ébano, pele bronzeada e olhos cor de fogo. - Eu mal posso sentir minhas pernas ou minha cauda!
- Vamos, não seja tão dramático, Ace. - O segundo desdenhava, pele pálida e cabeleira loira, olhos azuis perolados e uma grande cicatriz que ocupava o lado direito de seu rosto -. E você sabe que eu não voo tão rápido, ao contrário de você e do Luffy, eu não tenho asas.
- Tenho certeza que sua magia poderia resolver isso. - Seguiu resmungando Ace enquanto se encaminhavam para a porta.
- Sim, talvez.
Estava a ponto de dizer algo mais quando Ace o interrompeu.
- "Mas magias que modificam o corpo são perigosas, você sabe disso Ace" - Recitou numa patética imitação da voz do mais alto. - Você só errou uma vez Sabo! E faz mais de cem anos! - Pôs a mão na maçaneta de uma enorme porta de carvalho enquanto falava. - Algum dia você vai ter que superar!
-...Não vamos falar disso agora. - Suspirou cansado - Não é hora, nem lugar, para esse tipo de discussão.
- Ainda assim você...! Maldição! Qual o problema dessa porta?! - Continuava forçando a maçaneta, porém nada acontecia.
Sabo sorriu de lado, observando como o homem mais velho apoiava as duas pernas contra a madeira e ainda assim a porta não se mexia.
- Essa casa tem vida própria meu caro irmão...- Sorriu maroto. - Ela só vai abrir se você pedir "Por Favor"
- COMO SE EU FOSSE FALAR "POR FAVOR" A UMA PORTA!
- Eu imaginei que não.
- É melhor você abrir de uma vez, porta maldita, se nãao! - Afastou- se, suas duas mãos cobrindo-se de fogo.
-...Ace, é só você ter paciência com ela.
- Cale a boca, Sabo! - Virou para o irmão que estava confortavelmente sentado numa pedra observando a cena, porém ao se voltar para a casa, havia um enorme cano posicionado exatamente na sua frente.
SLAAASH
O loiro caiu para trás de tanto rir ao tempo que Ace rosnava ao estar completamente encharcado .
- MALDITAA! - Gritou com as mãos completamente em chamas e as pupilas rasgadas como as de um gato.
- Deixe isso comigo, maninho - O loiro aproximou-se tocando o ombro do mais velho e tomando a dianteira - Por favor, Merry-Sunny, será que você poderia abrir a porta para nós? Queremos ver o Luffy.
Imediatamente ao fim de suas palavras a porta se abriu.
-...Eu não acredito nisso!!
Sabo indicou a abertura com um sorriso que dizia claramente "Eu avisei". Porém ao tentar dar um passo para dentro.
SLASH
E foi a vez do moreno cair sentado de tanto rir, vendo seu irmão tirar a cartola negra encharcada de cima de sua cabeça.
-...Aparentemente...Merry-Sunny quer...Brincar um pouco - Seu tom de voz se tornava perigoso e chamas entre azuis e rubras tomavam seu braço, quase semelhantes a de seu irmão.
- Aaah! E o que aconteceu com o "Tenha paciência com ela~"?
- Quieto Ace.
A casa, porém, pareceu perceber ter passado dos limites, rapidamente, como uma serpente, o cano voltou para dentro e as madeiras pareciam tremer ligeiramente, como se temendo o pior.
Contudo, o bruxo apenas bufou e com um literal simples estalar de dedos obteve seu chapéu seco novamente. Ace por sua vez inclinou-se para trás e saltou, parando de pé, para depois arder em chamas secando-se rapidamente.
- Ela deve estar agitada por causa da reunião de hoje.
- ...Só mesmo nosso Luffy para morar num lugar louco desses.
Os dois então se adiantaram para dentro do casarão, mas não avançaram muitos passos até que pararam novamente.
-...Tem algo estranho aqui. - O loiro foi o primeiro a comentar.
Ace respirou fundo, deu três passos e seguiu farejando.
-...Eu sinto o cheiro de sangue humano...
- Você não se esqueceu do "Fee Fi Fo Fum"? E por um acaso seu olfato não consegue dizer se é o sangue de um inglês?
O demônio desviou o olhar das paredes para encarar seu irmão confuso.
-...O quê?
- Literatura, meu irmão, literatura humana.
- Há! Como se eu fosse ler uma porcaria dessas!
- Você não pode odiar algo sem tentar entender como ele pensa primeiro - Advertiu andando até parar do lado do mais velho.
- Sim, eu posso! - Acrescentou com força, seus ombros pegando fogo - ...Eu tenho motivos suficientes para isso.
Sabo deu um sorriso triste, mas compreensivo.
- Sim, eu sei que tem...Que temos - E assumiu uma expressão séria - Então seja ele vivo, ou seja ele morto, você pretede carbonizar até seus ossos para depois por no pão?
- Não parece uma má ideia - As labaredas dançavam dos seus ombros até seu chapéu laranja, fazendo o acessório misturar-se com as cores do fogo. - Mas imagino que você primeiro quer saber como um humano veio parar aqui?
- Você me conhece, eu prefiro perguntar primeiro e matar depois.
- Contanto que matamos ele depois.
Sabo suspirou, mas concordou com a cabeça.
- Tudo bem Ace, matamos ele depois.
O moreno voltou a caminhar.
-...Mas.
- Mas o quê?! O que foi agora?!
- Temos duas opções se queremos achá-lo.
-...E quais seriam? - Já temia pelo pior.
O mais novo sorriu com graça.
- Ou pedimos com muita educação para a casa nos ajudar a achar o humano, ou teremos que usar a...Como você disse? Ah sim..."Porcaria de teleporte bruxo".
O mais velho rosnou, mas acabou por ceder. irritado, tomando o braço do irmão.
E assim os dois desapareceram no ar.
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