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História D E S T I N Y (Shawn Mendes) HIATUS - 05.


Escrita por: DannieDevon

Notas do Autor


Eiii,
Atualização finalmente.

— Se preparem, pois o capítulo 6 é um dos capítulos mais fortes da fanfic.

— Estou ao máximo não tentando adiantar a fanfic, mas como é uma short, será inevitável.

— Gostaria de agradecer novamente pelos comentários maravilhosos, pois por cauda deles eu continuo com está história. <33

— Link da playlist nas notas finais. Eu amo demais esta playlist, músicas que descrevem tudo o que acontecerá.

— Farei o grupo do whats nessa semana. Quem ainda não me passou o número e quiser entrar, me passe o seu número por mensagem aqui no spirit. La tentarei postar todas as semanas novidades.

Sem mais delongas.
Ignorem qualquer erro.
Boa leitura. •3•

Capítulo 5 - 05.


Fanfic / Fanfiction D E S T I N Y (Shawn Mendes) HIATUS - 05.

∞ D E S T I N Y 

Eu tinha a lateral esquerda de minha cabeça encostada contra o vidro da janela da sala de aula, enquanto tentava a todo o custo prestar atenção no que o professor Hamires de química dizia.

Mas era quase impossível, quando eu tinha a sensação de que o garoto sentado atrás de mim estava me encarando.

E tudo o que eu queria era me virar e perguntar o quê ele fazia na fazenda na noite anterior.

Porque, 1) Ele provavelmente não conhecia nada em Heaston e 2) Ele não teria me seguido, isso era quase impossível e não vazia o menor sentido.

Estava totalmente em outro mundo quando pela primeira vez a voz do professor Hamires chamou a minha atenção.

— ...então formem grupos de pelo menos até cinco pessoas.

Me desencostei da janela e olhei para Billie que já arrastava a sua cadeira até mim.

— Grupos? Pra que grupos? — perguntei.

Blake trocou de lugar com o garoto que sentava na minha frente, e virou a cadeira em direção à minha mesa.

— Para o trabalho que ele disse que fariamos. — Blake explicou ao abrir o seu livro encima de minha mesa.

— Disse quando? — perguntei, não me lembrava de nenhum trabalho.

Billie riu.

— Você está em qual planeta? Ele falou sobre o trabalho há uns quinze minutos atrás.

— E nós estamos perdendo tempo. Vamos começar logo com essa merda. — Blake disse.

Deixei que eles tomassem a frente sobre o trabalho, já que eu não entendia nada de química, nem se eu quisesse.

Então me lembrei de Shawn, ele ainda permanecia sentado quieto atrás de mim, e provavelmente ainda não fizera amigos, tendo somente eu como sua "colega".

Mesmo ele sendo totalmente antipático comigo na maioria das vezes em que nos encontramos, ele tecnicamente me salvou de uma enrascada na noite anterior. Me senti na obrigação de chama-lo para o meu grupo, e talvez assim questiona-lo sobre o que fazia na fazenda Constairs.

Okay. Eu poderia tentar ser agradável com o irmão nada amistoso e cópia exata de Shane.

Mas quando eu me preparava para me virar em sua direção, eu vi quando Naomi se aproximou dele.

Havia um sorriso enorme em seus lábios carnudos e avermelhados devido a camada exagerada de batom vermelho que ela passara naquela manhã.

— Oi, Shawn. — dissera ela com aquela voz irritante. — Eu vi que você não tem um grupo. Quer se juntar ao meu?

— Quero. — respondeu educado e sem hesitar.

Pelo o que parece, Shawn Mendes sabe ser educado, pelo menos com morenas de lábios exagerados e decote em extrema evidência.

Típico.

Me virei ignorando os dois, enquanto iam juntos até o grupo de Naomi.

— Eu estou chocada. — Billie comentou.

Blake, que lia o seu livro, levantou o olhar.

— O que? — perguntou curioso.

— Vocês não viram a cena?

Ele balançou a cabeça negativamente e eu apenas dei de ombros.

— Naomi se jogando pra cima de Shawn, exatamente como fez com o Shane quando ele teve o primeiro dia de aula aqui em Heaston.

Eu não me recordava deste ocorrido, pois eu não estava junto deles nesse tal momento, mas Billie fazia questão de sempre lembrar.

— Ela realmente não superou o fora que levou de Shane e está tentando com o irmão. — Blake riu maldosamente.

Olhei em direção ao grupo, onde Shawn estava. E de repente era como se ele fosse o Shane do primeiro ano, o Shane inalcansável que não sabia que eu era apaixonada por ele.

Shawn ria de algo que Naomi dizia, e aquela foi a primeira vez que eu o vi sorrindo. O sorriso em si era semelhante ao de Shane, mas Shawn não fechava os olhos como o meu namorado. Eram pequenos detalhes para alguns, mas enormes para mim.

Ele não era o Shane.

Kevin, Taylor e Lucy também estavam no grupo. Lembro-me de que Kevin, Taylor e Shane sempre faziam grupos juntos; o trio. E vê-los com Shawn era meio assustador.

Enquanto sorria, o olhar de Shawn caiu sobre mim, e no mesmo instante em que nossos olhares se cruzaram, o belo sorriso outrora estampado em seu rosto se desfez.

Ele com certeza não ia com a minha cara.

Quebrei o nosso contato visual assim que a voz de Billie chamou a minha atenção e eu a olhei.

— Dúvido que esse Shawn pegue a Naomi.

— E por quê não? Ela pode ser burra, mas é gostosa. Qualquer um quer. — disse Blake.

Billie revirou os olhos.

— O Shane não quis nada com ela. — lembrou-lhe.

Senti uma raiva subir para a minha cabeça. Comparar Shane com o seu irmão para mim era como um insulto. Ninguém era como Shane.

— Shawn não é o Shane! — disse alterada, e talvez em tom alto demais.

Senti alguns olhares em minha direção, inclusive o de Shawn.

Mas foda-se, eles podiam se parecer, mas não eram a mesma pessoa, e todos tentando ver algo de Shane no irmão estava me deixando louca.

— Eu só estava brincando, — Billie disse-me. — Já que ele não deve ser tão burro à esse nível.

Abri o meu livro de química. Eu odiava a matéria, mas estava odiando mais ainda aquela conversa desnecessária.

— Sendo burro ou não, ele combina com a Naomi. — disse simplesmente.

E como combina. Dois idiotas.

— E você se sente à vontade com isso? — foi a vez de Blake falar e eu o olhei. — Tipo, Naomi era sua amiga, e agora esta dando mole para o irmão gêmeo do seu namorado falecido, que é idêntico à ele.

Estávamos fazendo tudo, menos o bendito trabalho de química.

— Eu não ligo. Shawn não é o Shane e Naomi nunca foi realmente minha amiga. Foda-se os dois, eu não estou nem aí. — bufei e apontei para o livro à minha frente. — Agora podemos parar de falar merda e fazer logo esse trabalho?

Billie me olhou embasbacada.

— Se você diz. Então dane-se. — dissera ela com um sorriso orgulhoso.

E o restante da aula se seguiu, comigo ignorando a existência de Shawn por completo e seu grupo por completo.

                        {...}

As aulas se passaram, e agradeci quando a hora do intervalo chegou. Billie, Blake e eu entramos no refeitório e seguimos até a cantina, eu nunca comia a comida da escola, pois achava nojento.

Compramos alguns alimentos industriais e seguimos para o lado externo da escola. Sentamos no banco do campus. Blake fechou os olhos e desfrutou dos raios de sol que tocavam a sua pele corada. Billie conversava com alguém por mensagem em seu celular e eu apenas comia uma barra de chocolate Snikers.

— Ashton disse que você pode ir o dia que quiser. — Billie dissera ao guardar o celular e pegar o saco de batas fritas, devorando-o.

— Quem é Ashton? — perguntei, engolindo o resto do Snikers.

— O garoto da casa abandonada que você concordou em ir morar.

— Ah. — disse e peguei um maço de cigarro, acendendo-o com um isqueiro. — Vou demorar para gravar o nome dele.

— É só lembrar do Ashton Kutcher. — dissera Blake ainda na mesma posição.

— Boa ideia. — Traguei meu cigarro.

Eu soltava a fumaça pelos ares, quando vi Shawn sair da escola junto com Naomi, Lucy e Kevin.

Ver aquela cena me embrulhou o estômago e me arrependi de ter comido o Snikers.

Eles se juntaram com mais algumas pessoas, formando um circulo.

Reparei quando os garotos do time de futebol americano se aproximavam deles.

— Isso não está acontecendo. — eu disse.

— O que? — Billie perguntou casualmente, não dando muita importância enquanto mexia novamente em seu celular.

— Isso só pode ser brincadeira.

Com isso Billie me olhou e seguiu o meu olhar.

— O que...? — ela ia perguntar algo, mas então ela também percebeu. — Mas... Puta merda.

— O que foi? — Blake finalmente abriu os olhos e nos encarou.

Ao perceber a nossa expressão Blake seguiu o nosso olhar encontrando o que tanto nos surpreendeu.

Os garotos do time estavam conversando com Shawn.

— Eles o estão chamando para o time? — perguntou Billie.

— Acho que não. — dissera Blake. — Só se pode entrar em um time depois de fazer os testes.

— Então eles estão chamando o Shawn para fazer um teste? — Billie perguntou alarmada.

— Seria possível.

— Isso não pode acontecer! — eu disse com o meu coração prestes a sair pela boca.

— Legalmente, pode sim. — Blake disse.

— E-eu... — gaguejei. — Isso é um absurdo! Ver ele em campo nos jogos, vê-lo pelos corredores com a jaqueta do time? — senti os meus pulmões se fecharem, mas nada tinha a ver com a fumaça do meu cigarro. — Isso seria ainda pior!

— Os garotos estão indo embora. — Billie avisara e eu olhei.

Os cinco garotos do time voltavam para a parte interior da escola. Shawn agora se encontrava conversando animadamente com Naomi, que não parava de toca-lo.

— Eu queria ser uma mosca para saber o que a Naomi, voz de Alvin, está falando para "O Clone". — Billie comentou, enquanto começou a chupar um pirulito.

— E eu para saber o que os garotos do time disseram à ele. — Blake disse sério.

E eu queria saber as duas coisas, mas jamais iria admitir em voz alta.

Enquanto conversava com Naomi, percebi os olhos de Shawn varrerem o campus, como se procurasse por alguém.

Seu olhar caiu sobre mim, não me senti constrangida por ter sido pega encarando-o.

Traguei o meu cigarro uma última vez, soltando a fumaça sem desviar o meu olhar do de Shawn.

O sinal para entrar soou.

Joguei o maço do cigarro ao chão, apagando-o com a sola de minha bota.

Voltamos para o prédio. Pegamos os nossos livros e adentramos na sala de aula. A matéria seria literatura, a minha predileta.

Eu vi quando Shawn entrou na sala, junto com o seu mais novo grupo de amigos. Eu fingi que não o vi e foquei a minha atenção nos livros postos à minha frente, mesmo que o professor ainda não tenha entrado na sala de aula.

Senti o aroma de seu perfume doce quando o rapaz passou por mim, e ouvi o som da cadeira atrás de mim sendo arrastada. Parecia até de propósito para chamar a minha atenção.

Estou começando a ficar paranoica.

Senti uma presença se aproximar de mim, e não demorou muito para que eu ouvisse a sua voz.

— Sabia que cigarro mata? — perguntou Shawn.

Olhei para trás surpresa. Agora ela queria falar comigo?

Shawn estava inclinado para a frente e havia uma expressão divertida em seu rosto.

Eu por outro lado, não tinha nenhuma expressão.

— Se nós tivermos sorte, não irá demorar muito. — respondi seca.

A expressão divertida no rosto do garoto se desfez no mesmo instante.

Me virei novamente para a frente. No restante das aulas simplesmente fingi que Shawn não existia, e que Shane estaria à minha espera na fazenda dos Constairs naquela tarde.

Minha imaginação era melhor melhor do que a realidade.

                        {...}

Fui a primeira a sair da escola e sem me despedir de ninguém segui rumo à minha casa.

Lembrando-me do que dissera à Shawn, peguei três maços de cigarros e os acendi, tragando-os.

Quem passava por mim, me olhava com curiosidade e espanto. A ruiva menor de idade depressiva fumando três cigarros de uma vez só.

Diferente dos outros dias, não fui para a fazenda. Esperaria alguns dias para que os vizinhos esquecessem da minha 'invasão'.

O que eu ainda achava estranho era sobre quem ligara para a polícia, e por que somente esperou até o anoitecer, sendo que eu estava na fazenda desde de tarde?

Estranho. Algumas coisas não se encaixavam.

Joquei os maços de cigarro no chão, pouco me importando se poluiria o planeta. Caminhei até a entrada e destranquei a porta.

Me surpreendi com o silêncio.

Não escutei as vozes dos meus pais brigando, o que achei estranho.

Quinta-feira era o dia de folga do meu pai. E todas as quintas, eles discutiam, era quase como uma tradição de família.

Fechei a porta, fazendo o som ecoar pela casa.

Ninguém reclamou do barulho.

— Tem alguém aí? — perguntei, mas não obtive resposta.

Realmente a casa estava vazia.

Tudo estava tão diferente na minha vida, eu só não entendia se isso era algo bom ou ruim. Nesse caso, achei bom.

Subi para o meu quarto, joguei a mochila em algum canto e me joguei de costas na minha cama.

Comecei a pensar sobre o meu dia.

Eu havia sobrevivido à mais um dia perto do irmão de Shane. Não tive um ataque na frente de todos e aparentemente a minha sanidade ainda estava estável.

Talvez eu seja mais forte do que eu pensava.

Eu me lembro da primeira vez em que conversei seriamente com Shane. Estávamos na fazenda Constairs pela segunda vez.

— Qual é a coisa que mais te chateia? — ele havia me perguntado.

Não precisei pensar muito para responder.

— Os meus pais.

Shane havia me olhado surpreso.

— O que eles fazem que te chateia?

— Brigam o tempo todo, desde que me recordo.

— E por que brigam?

— Porque me odeiam.

Shane havia me olhado com o cenho franzido.

— Eles não te odeiam...

Eu ri, pois eu sabia que ele diria que eles somente querem o meu bem, mas não era assim tão simples.

— Se você visse o modo como eles me olham, concordaria comigo. — disse-lhe, lágrimas borraram a minha visão e mudei o meu foco para a grama abaixo de mim, comeceu a arranca-los de suas raízes. — Meu pai nunca me olha diretamente no rosto, minha mãe nunca me deseja feliz aniversário, e finge que eu não existo. Para ela tanto faz se eu durmo em casa, ou não. Você não faz ideia de como a minha vida é.

Houve um silêncio até que Shane quebrou-o.

— Eles são loucos por não verem a garota incrível que têm como filha.

Ri sem humor.

— Estou longe de ser incrível.

Shane encostou o seu dedo indicador em meu queixo e levantou o meu rosto para que eu olhasse para ele, fazendo-me fitar aques olhos castanhos esverdiados.

— Você é a garota mais incrível e maravilhosa que eu já conheci. Você tem um coração enorme, é inteligente e não tem ideia do quanto é esplendida. — sorri minimamente. — Seus pais não dão valor ao tesouro que possuem, mas eu sim, e me sinto honrado por ter você na minha vida.

E naquele dia, eu tive certeza absoluta de que estava totalmente e completamente apaixonada por Shane Mendes.

Voltei à realidade, olhando o teto do meu quarto. Sozinha novamente com as minhas lembranças maravilhosamente torturantes.

Shane costumava dizer o quanto eu era maravilhosa, e quando ele estava vivo eu acreditava, mas depois que ele partiu, não acredito mais.

Eu me tornei dependente de Shane. Dependente de seus elogios e de seus conselhos.

Ele não era somente o meu namorado, mas também o meu melhor amigo.

Me sentei na cama e em seguida me levantei. Fui em direção ao meu pequeno armário branco vintage de duas portas e o abri. Afastei algumas roupas, e do fundo do móvel retirei de dentro dele uma pequena caixa branca e voltei para a cama, sentando-me.

Com as mãos trêmulas, abri a caixa e retirei o seu conteúdo.

Havia alguns bilhetes que eu trocava na sala de aula com Shane, capturei uma delas, a qual tinha a caligrafia dele e li.

"A professora Rogers está com o farol aceso"

Eu abri um enorme sorriso e gargalhei. Eu me lembro desse dia, quando a professora de biologia foi sem sutiã e "pagou peitinho".

Guardei o bilhete devolta à caixa, e em seguida retirei uma carta, do nosso primeiro e único dia dos namorados juntos. O dia em que ele me dissera que me amava pela primeira vez na fazenda Constairs, o nosso lugar mais que especial.

De repente me senti nervosa.

Abri a carta com as mãos trêmulas.

"Sien, 

Eu nunca escrevi uma carta antes, então ignora a minha letra horrível.

Eu também não sei como começar uma carta, mas serei o mais sincero possível.

Até rimou!

Vamos voltar ao foco. Bom, amor é algo que eu nunca compreendi direito, pelo menos amor por alguém que não é do seu sangue.

Sempre assisti à filmes romanticos com a minha mãe, e sinceramente, nunca acreditei que tal sentimento realmente fosse real.

Até eu conhecer você, Sien.

Pois você faz o meu coração disparar com apenas um olhar. Quando eu estou sozinho, só penso em estar perto de você. Sinto um frio na boca do meu estômago toda vez em que eu entrelaço os meus dedos nos seus. Sinto ciúmes quando outro alguém te faz sorrir, e me sinto a pessoa mais feliz do mundo quando consigo te fazer gargalhar. E a sua voz chamando o meu nome, é como música para os meus ouvidos, a minha música favorita, a trilha sonora da minha vida.

Eu não sou um cara romântico, mas você me faz pensar e sentir coisas dignas de um filme. Talvez os seus filmes prediletos como Diário de uma paixão ou Romeu e Julieta? Acho que não, os finais desses filmes são trágicos, e eu espero ficar com você pelo resto da minha vida, pois o meu destino é você.

Feliz dia dos namorados, minha ruivinha.

Com amor,

Seu Shane."

Limpei as lágrimas que caíam em meu rosto. Shane mal sabia o que o futuro lhe reservava, o que nos reservava.

Toquei o anel que ele me dera, que sempre estava em uma correntinha em volta do meu pescoço, e beijei o objeto.

— Eu ainda te amo. — disse com a voz embargada.

Meu celular tocou, me assustando. Ultimamente tudo me assustava quando eu estava distraída.

Peguei o celular e vi que havia algumas mensagens.

Billie: Faça as suas malas hj! Vc vem morar cmg e com os garotos amanha depois da escola.

Eu: Okay. — respondi e enviei.

Joguei o celular na cama e me levantei. Fechei a minha caixa, deixando-a ao lado do celular.

Caminhei até o pequeno closet e abri as portas duplas de madeira branca. Eu estava começando a tirar os cabides quando ouvi o som de um carro e do portão automático da garagem se abrindo.

Curiosa, deixei as roupas em cima da minha cadeira e me aproximei da janela. Afastei a cortina e vi quando o carro da minha mãe entrou na garagem.

Estranho.

Ela quase nunca saía, exceto para fazer a compra do mês e pagar as dívidas. Mas nunca com o carro, o qual ela nunca usava.

Ouvi o som da porta da frente sendo aberta e logo em seguida passos subindo a escada. Segundos depois o som da porta de algum cômodo batendo e sendo trancado.

Eu queria perguntar aonde ela tinha ido, mas ela não me responderia mesmo, então apenas continuei a pegar as roupas do meu closet e enfia-las em uma mala antiga.

Encarei ao redor. O que mais eu levaria?

Meus sapatos, CDs e perfumes. E claro, o meu rádio que ganhei de Shane.

Coloquei tudo em uma mochila grande e deixei em um canto do quarto.

Eu já havia planejado tudo. No dia seguinte iria à escola e ao voltar, pediria para Billie e Blake me ajudarem com as malas e sairia finalmente desse inferno que eu chamava de casa.

Ao terminar de juntar tudo o que levaria, e guardando-os em seus devidos lugares, me dirigi até a pequena sacada da minha casa e acendi um cigarro. Sentada na sacada, eu soltava a fumaça acizentada pela minha boca, vendo-a se desfazer e desaparecer no ar.

Ironico o fato de eu ter inveja de uma fumaça, pois eu queria simplesmente evaporar como ela, e fazer toda a dor parar.

Às vezes eu pensava que não estava mais vivendo, mas apenas existindo.

Fui atraída pelo carro do meu pai. O observei sair do automóvel e entrar em casa.

Traguei mais ainda o meu cigarro. Nem toda a nicotina do mundo seria capaz de amenizar o meu tédio que viria à seguir. Já que eu sabia que os gritos e brigas entre os meus pais começariam em instantes.

Saí da sacada e entrei no meu quarto, no intuito de pegar o meu celular e fone, e aumentar o volume de alguma música.

Ouvi os passos do meu pai no corredor e em seguida ele batento contra uma porta.

— Samantha, abra essa porta. Eu preciso tomar banho. — meu pai dizia impaciente, mas ainda contido.

Não houve resposta. Isso daria merda.

Eu peguei o meu fone e comecei a desenrolar os fios embolados, odiava quando isso acontecia.

Meu pai voltou a bater na porta.

— Samantha, abre logo essa porra! — dizia ele, agora mais irritado.

Mas como minha mãe não respondeu; normalmente ela já teria mandado ele se foder, um som estrondoso soou e eu me assustei.

O que meu pai estava tentando fazer?

Ainda com o meu fone em mãos, saí do quarto e adentrei no corredor.

Meu pai tentava derrubar a porta.

— Que porra você pensa que está fazendo? — perguntei irritada. — Você vai quebrar a porta!

— Cala a maldita boca, Sien. Se sua mãe não quer sair por bem, então sairá por mal.

Que infantil. — pensei ao revirar os meus olhos.

A única coisa estranha era que minha mãe não estava dizendo nada.

Cruzei os meus braços e observei a cena ridícula acontecendo à minha frente.

Quando isso finalmente acabaria? — me perguntei mentalmente.

Mal eu sabia que seria naquele momento.

Após várias tentativas contra a porta, a maçaneta se desfez e a porta se abriu, fazendo um som agudo devido o ranger das dobradiças.

Vi o meu pai dar um passo para frente, pronto para xingar a minha mãe, mas logo em sequência o vi recuar, voltando um passo para trás, seus olhos logo arregalando-se.

Então o vi dar mais passos para trás, até que ele estivesse no meio do corredor.

— O que foi? — perguntei.

Eu sabia que algo estava errado.

Me aproximei do banheiro. Meu subconsciente me dizia para parar de andar e recuar, mas eu apenas me aproximava cada vez mais e mais.

Até que eu estivesse de frente para o cômodo, quase dentro dele.

No cenário, a luz do banheiro estava acesa, a pia continuava no mesmo lugar, o pequeno armário também, o box de vidro estava intacto, as toalhas pendiam no cabideiro e a privada com a tampa abaixada.

Estava tudo aparentemente normal, tudo em seu devido lugar; se não fosse pela pior imagem que eu havia visto na minha vida.

Minha mãe pendurada contra o lustre, com os olhos abertos, mas totalmente sem vida.

O fone que estava em minhas mão caiu aos meus pés, enquanto eu gritava, gritava tanto, como nunca gritara em toda a minha vida.


Notas Finais


Playlist Destiny.: http://www.youtube.com/playlist?list=PLlXksoilGN8P1ZEMhwyBIq3_t8uJh5TVV

Até o próximo capítulo, bolinhos. O próximo para mim foi muito difícil de escrever.

<33


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