História Daddy's kitten - Dias de Inverno

Os dias favoritos de Baekhyun eram os mais frios

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Sehun odiava os dias de Inverno. As mãos nunca ficavam quentes o bastante dentro dos bolsos, os pés pareciam pedras de gelo escondidos no calor fraco das meias e sapatos, a pele ficava amortecida numa invernia cruel, cujos casacos em dobro e calças extras não faziam diferença alguma. Um saco que só. Odiava sair da cama para ir à universidade estudar, tudo para tornar-se alguém que salvava as vidas dos seus tão queridos animais. Malditos e adoráveis coalas, sedutores de jovens de coração mole e corpos suscetíveis a se tornarem uma geleira viva. Sua vontade era a de continuar enrolado debaixo das cobertas calorosas, embalado por uma sonolência gostosa ao ouvir a canção de ninar do vento brincando lá fora, sacudindo árvores, empurrando nuvens descoloridas de um lado a outro. Mas tinha de ir.

O celular continuava a chiar pela terceira vez, denunciado o fato de que Sehun tinha só mais alguns minutos para perder naquele colchão. Ele, ao contrário, colocando o celular para a soneca de novo, ajeitava-se à posição anterior, sentindo certa respiração quente abatendo-se em seu peito. Baekhyun.

O pequeno híbrido parecia adorar os dias de Inverno. Ficava enrolado em locais apertados, os olhos em meio termo – sono aqui, sono acolá –, recebia mais carinhos e parecia sempre aquecido. Sehun nem mais precisava botar dois ou três cobertores sobre si, bastava que Baekhyun estivesse no mesmo ambiente, pertinho o suficiente para que seu calor fosse compartilhado, e Sehun nem mais sentia frio.

Antes, os primeiros dias que começaram a morar juntos, Sehun se dispôs a dormir na sala. Havia um quarto só no apartamento pequeno que seu salário podia pagar, e o deixou especialmente a Baekhyun. Não podia colocá-lo dentro de uma caixinha forrada de panos confortáveis ou num cantinho minúsculo da casa, embora o tamanho de Baekhyun para sua idade desse essa possibilidade. Foi se espremer no sofá impossível a seu tamanho grande, o que não durou muito tempo, já que Baekhyun fora se espremer lá também, deixando claro que seguiria Sehun a qualquer lugar que pudesse ir. Se Sehun dormisse no chão, o híbrido o imitaria. Se Sehun fizesse isso ou aquilo, perceberia que Baekhyun estaria repetindo. Voltou à cama, sendo seguido por um Baekhyun saltitante.

Em dias de frio, então, Sehun acabava é seguindo Baekhyun. No meio da noite, sentindo os pés começando a gelar, Sehun ia se aproximando do corpo do híbrido na cama, aproveitando do calor que dele emanava. Quando ia buscá-lo no hospital veterinário sob os cuidados de Kyungsoo ou Chanyeol, ou na casa de Yixing, um amigo íntimo de longa data, Sehun apertava um dorminhoco Baekhyun no peito como forma de se aquecer. Às vezes, quando ele ficava sozinho no apartamento, o encontrava ressonando no sofá e Sehun não pensava duas vezes antes de se ajeitar ali e ressonar aquecido também. Baekhyun era uma fonte adorável de calor.   

– Detesto o inverno – Sehun reclamou certa noite, depois que voltava para casa após o trabalho e o ar mesquinho lhe mandara um calafrio ao corpo todo.

– Eu gosto – o mais velho ouviu o híbrido dizendo num tom baixo, dando espaço a Sehun na cama para que ele se deitasse também.

– Por quê? – questionou. – É horrível.

– Eu gosto – ele repetiu simplesmente.

Complementando a fala, Baekhyun se apertou contra Sehun debaixo das cobertas e fechou os olhos. Suspirando, Sehun apenas se deixou levar, enrolando o híbrido nos braços, acabando por acarinhar brevemente as orelhas alheias e pegando no sono em meio ao processo, sem saber por que diabos Baekhyun gostava da época fria. Mas era bem óbvio.

Os dias frios eram os favoritos de Baekhyun porque sempre podia estar abraçado a Sehun.