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História Dama da Noite - Prólogo


Escrita por: _LadyJeh

Notas do Autor


Olá!
Fic nova na área!

Ela tbm está sendo postada no Nyah, espero que gostem!

Capítulo 1 - Prólogo


Fanfic / Fanfiction Dama da Noite - Prólogo

Cinco anos. Cinco longos anos desde que a guerra chegara ao fim. Ah como ele desejava que também tivesse sido o seu fim! Durante todos os anos como espião, sempre acreditara que assim que a guerra estourasse e ele conseguisse cumprir sua secreta promessa feita à Lilian, ele então poderia descansar em paz. Seguiria para um lugar sem dor, um lugar onde ele não precisaria mentir, um local onde não tivesse mais que manter segredos.

Severus Snape sobreviveu àquela maldita guerra que causara tanta dor na comunidade bruxa. Levara tantos inocentes e o deixara, ele o maior dos pecadores. Tinha certeza que fora abandonado ali para continuar a pagar sua pena, por tudo aquilo que fizera.

Não conseguia se lembrar de muita coisa quando o fim se aproximou, apenas de ter entregue suas lembranças ao filho de Lilian e de ter adormecido olhando para os olhos exatamente iguais aos dela. Não sentia mais dor, não sentia nada, apenas a paz e a tranquilidade que jamais sentira, e foi então que acordou.

 Estava na ala hospitalar, assim como tantos outros e a luz do nascer do sol batia em seu rosto. Sentia muitas dores, e foi quando se deu conta de que estava vivo. Não podia ser, não conseguia acreditar. Como ele estava vivo? Nagine o havia atacado, o sangue havia se esvaído de seu corpo. Não fazia sentido, precisava compreender aquilo e no momento que tentou se mover na maca alguém apareceu.

— Bom dia professor! Como é bom tê-lo de volta! – uma voz doce e melodiosa, completamente conhecia, soou nos ouvidos de Severus.

Forçou um pouco os olhos, tentando foca-los e a viu. A jovem Hermione Granger estava ao seu lado e lhe sorria. Mas por Salazar, por que diabos ela lhe sorria? Se não estava morto, ao menos deveria ser considerado um traidor, deveria estar cercado por aurores e não pela Certinha Granger.

— Como se sente? – ela perguntou enquanto pegava um copo na mesa de cabeceira. – Tome, um pouco de água lhe fará bem. – completou encostando o copo nos lábios dele e o ajudando a sorver aquele líquido com toda a calma e cuidado. Somente naquele momento percebeu o tamanho de sua sede, e ele começou a bebe-lo cada vez mais rápido, até que ela o aconselhou da forma mais doce possível a ir com calma.

Assim que ele bebeu toda a água, ela pacientemente levou um lenço aos seus lábios e os secou. Severus estava completamente atônito com tudo aquilo até que um flash clareou seus pensamentos. As lembranças. É óbvio que o Potter saiu contando para todo mundo o que ele lhe mostrara. “Ele não podia guardar esse segredo só pra ele não é? Tinha que sair expondo para o mundo o que mantive guardado durante anos. Ah mas ele me paga!” pensou Severus enquanto fechando a cara em uma expressão carrancuda.

— Algum problema professor? Está sentindo alguma dor? Quer que eu chame a Madama Ponfrey? – a voz calma voltou a soar e ele sacudiu a cabeça. – O senhor está muito fraco, irei providenciar algo para que possa comer e se fortalecer. Muitas pessoas estão esperando ansiosas para vê-lo.

Ah como ele queria ter morrido naquela maldita guerra. Por um momento tentou falar, mas não conseguira, sua garganta fora afetada e ainda estava com as bandagens.

Hermione ia e vinha até a maca dele, sempre lhe sorrindo. Em uma dessas vindas ela trouxe Ponfrey que o olhou amavelmente.

— Severus, como é bom que tenha acordado! Estávamos ficando preocupados.

Ele tentara falar novamente, completamente em vão.

— Não force querido! Não lhe fará bem. Em breve, quando a recuperação estiver completa vai conseguir falar de novo. Sente alguma dor? – perguntou e quando ele acenou negativamente ela sorriu e prosseguiu.– Minerva disse que virá vê-lo ainda hoje.

Ele assentiu novamente com a cabeça e se ajeitou sobre os travesseiros desejando poder morrer ali mesmo. Elas entenderam o recado e puxando a cortina o deixaram a sós. Ele não merecia todo aquele cuidado, não era digno sequer da pena daquelas pessoas que o cercavam. Tudo que merecia era a morte e a dor.  Minutos depois Hermione voltou com um pequeno bloco de papel e uma pena.

— Imagino que deva ser horrível não poder dizer o que se deseja. Aqui – disse lhe entregando – espero que ajude!

Pegou os dois objetos e escreveu.

A sabe-tudo e suas ideias! Ela sorriu.

— Bom saber que não perdeu o bom humor professor!

Ele arqueou uma sobrancelha e ela riu mais.

— Sinto lhe informar, mas eu não tenho mais medo de você professor!

Ele bufou.

“Onde está minha varinha?”

Ela suspirou.

— Infelizmente se quebrou com o ataque que o senhor sofreu, mas não se preocupe, em breve poderá adquirir uma no Olivaras.

Ele tornou a bufar e colocou os objetos na mesa de cabeceira. Virou-se, dando as costas para Hermione que balançou a cabeça e disse antes de sair.

— Vou deixa-lo descansar, em breve voltarei para lhe dar suas poções.

 Hermione novamente o deixara sozinho com seus pensamentos. Minerva o visitara naquele dia com um olhar maternal. E depois dela mais e mais pessoas iam visita-lo. Muitos levaram agrados, doces, flores e até alguns livros. E Hermione agradecia o fato de Severus não estar podendo falar ou ele diria agradecimentos não muito agradáveis a eles.

Os dias passaram e o antigo professor de poções se fortalecia cada vez mais. As visitas reduziam à medida que a Ala Hospitalar ia se esvaziando. Hermione continuava a trabalhar como voluntária e sempre fazia questão de ficar ao lado de Severus. Os dois começaram a manter uma certa rotina, no horário do almoço e na hora do chá da tarde ela sempre se dirigia até sua maca e tentava conversar com ele.

Contou-lhe como a guerra terminara, como Harry fizera de tudo para inocenta-lo, e que o julgamento dele ocorrera uma semana antes que ele acordasse, e que o júri fora unanime em declara-lo com inocente. Contou sobre a reconstrução da escola e que ela junto com o professor Slughorn estavam preparando as poções para os feridos. Contou-lhe sobre as pessoas que lutaram e morreram. Neste momento ele se sentia um desgraçado por não ter morrido também.

Ele raramente respondia algo, mas acabou apreciando todo o carinho e atenção que ela lhe oferecia. Descobriu mais tarde, por meio de Ponfrey e Minerva que fora ela que voltara a casa dos gritos e o levara para a enfermaria. Cuidara dele até que seu estado deixasse de ser grave. Passara noites o observando e zelando por ele.

Ao final de agosto, Severus estava completamente recuperado, apesar de se recusar um pouco a falar com a maioria das pessoas. Fora convidado por Minerva a continuar ministrando aulas em Hogwarts e ele ainda estava pensando. A situação entre ele e Hermione evoluíra para algo que ele nunca poderia prever, nem em seus melhores sonhos ou piores pesadelos. Ele apreciava a companhia dela, e ela sentia-se mais que bem ao lado dele.

Na tarde em que ele voltara, finalmente, para seus aposentos nas masmorras ela fora visita-lo. Estava estranha, tinha um sorriso nos lábios, mas o que chegava aos olhos era uma espécie de inquietação e indecisão.

— Deve ser bom voltar aos seus aposentos depois de tanto tempo! – disse analisando a coleção de livros em uma prateleira. Jamais havia entrado ali, nos aposentos de Severus.

— Sim, mas uma cova teria me cabido melhor! – disse e ela revirou os olhos. – O que há de errado com a senhorita hoje?

— Nada. Tudo está como deveria estar, acredito eu.

— Não adianta tentar mentir para mim Granger, não se esqueça que fui espião por muitos anos, sei quando as pessoas não estão sendo sinceras e além do mais, é uma péssima mentirosa.

Ela riu sem graça. E ele percebeu que era algo realmente sério, se aproximou dela. Não sabia como, ou porquê mas colocou a mão sobre o seu ombro e a viu se assustar e se virar de frente para ele. Por um segundo pensou em se afastar. A proximidade era sufocante.

Seus olhares se encontraram. Olhos tão negros como uma noite sem luar em choque com o castanho claro como o dia. Em um gesto completamente impulsivo ela ficou na pontas dos pés e o beijou. Ainda se lembrava daquele beijo, se lembrava do sabor e da intensidade. Demorara alguns segundos para compreender e então corresponder. Suas mãos as seguravam pela cintura e ela afagava seus cabelos.

E assim com a mesma impulsividade e intensidade que começara, o beijo teve fim. Ele virou-se de costas para ela, não conseguia acreditar no que havia feito, e antes que pudesse dizer uma única palavra ela já havia saído dali.

Aquela fora a última vez que ele a vira. Alguns dias depois acabou lendo no Profeta Diário que ela e Ronald Weasley haviam ficado noivos. Passou muitos dias tentando entender o que acontecera naquele dia, os motivos que a levaram a beija-lo, mais ainda os que o levaram a corresponder, e quais a levaram a nunca mais voltar a Hogwarts. Seria arrependimento? Sentira falta das conversas que tinham e da companhia dela, e por fim, parou de tentar compreender e racionalizar tudo aquilo.

Cinco anos se passaram. Cinco malditos anos. Snape desistira de ministrar aulas, já não tinha mais graça. Nem mesmo atormentar e tirar pontos dos Grifinórios o fazia se sentir bem. Desistiu de tudo aquilo e abriu uma pequena loja de poções e ingredientes em Hogsmeade. Apesar de não querer mais ser professor, não conseguia se distanciar daquela escola.

Sua vida não era mais tão solitária, para sua infelicidade de certa forma. Harry Potter pareceu assumir um certo tipo de “compromisso” consigo mesmo, do qual Severus não gostava muito, de cuidar dele. Quem diria um Potter “cuidando” de um Snape. O mundo pós guerra estava mesmo de cabeça para baixo.

Harry o visitava com frequência, no começo não tinham muito o que conversar, e a situação era estranha. Snape ainda insultava James e Harry precisava, muitas vezes, se lembrar do porquê ele fazia aquilo. Todo o sofrimento que lhe fora imposto, sabia que o pai não fora santo e apesar de não conhece-lo, gostava de imaginar que ele teria se desculpado com Severus e que talvez sua mãe pudesse ter se reconciliado com ele. Harry não o culpava pelas escolhas que havia feito, não o culpava por ter entregue a profecia, pois ele mesmo sabia o peso que as escolhas poderiam ter.

Às vezes Severus até comparecia aos jantares que Harry fazia junto a Gina, eles haviam se casado há menos de um ano e estavam muito felizes com isso. Mas o que ele jamais entendeu, foi o fato de Hermione nunca estar presente. Sim, ele também lera no jornal que faltando uma semana para o casamento ela desaparecera, no início ainda pensavam que poderiam ser os Comensais da morte que ainda estavam foragidos, mas logo fora esclarecido que ela havia fugido por espontânea vontade, mas depois daquilo nunca mais foi vista no mundo bruxo.

Se perguntava o que teria acontecido, a grande e ‘espetacular’ Granger. A Sabe-tudo irritante e incorrigível. Vez ou outra se lembrava do beijo que ela havia lhe roubado. E que tolo pensar que uma garota havia lhe roubado um beijo. Podia ainda sentir o sabor dos lábios, o cheiro do corpo e o toque de seus dedos. E em noites assim, onde se esquecia de que um dia tinha desejado uma ruiva e as imagens de uma morena o atormentavam, saia para beber. Decidido de que já havia bebido na solidão de seu quarto o suficiente.

E foi em uma dessas saídas, uma saída completamente ao acaso. Algo que se contado poucos acreditariam, mas que havia sido a mais pura verdade. Sentado em um pequeno pub em um bairro trouxa afastado, ele percebeu quando uma loira adentrou o recinto, não só ele, como todo o local pareceu parar quando ela entrou. Seu corpo era digno de deusas gregas e o vestido que usava deixava pouquíssimo espaço para a imaginação. Uma dúzia de homens foi até ela, e foram todos rejeitados. Ela esbanjava charme e sedução. Ele ria internamente quando a via os rejeitando. Algumas coisas jamais mudariam, mesmo com o passar dos anos, e ele tinha certeza que poderia viver mil anos e ainda veria homens sendo desprezados por mulheres como aquela.  Mas foi quando ela sorriu e se virou que ele pode ter certeza que mesmo que vivesse mil anos não estaria preparada para ver Hermione Granger em um justo vestido vermelho, com saltos altos, completamente loira e com um copo de whisky na mão, sorrindo e destruindo os homens ao seu redor.



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