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História Dark Hut - Sala 13


Escrita por: Aninha86

Capítulo 10 - Sala 13


Fanfic / Fanfiction Dark Hut - Sala 13

Ponto de Vista Elisa:

- Essa vai ser uma nova etapa e Shawn precisa de pessoas que estejam dispostas a estarem ao seu lado. Como todo diagnóstico, não é algo relativamente fácil de admitir, mas o apoio da família é algo indispensável para o paciente nesse momento.

O som da voz do médico agora ecoava dentro de meus ouvidos.

Uma tontura se instalou em meu corpo e meu coração só implorava para que tudo aquilo que o doutor acabou de dizer não fosse real. Meus sentidos imploravam para que a qualquer minuto meu irmãozinho Nick pulasse sobre meu corpo me acordando de um pesadelo e me mostrando que nada daquilo era concreto.

Coloquei a mão sobre a testa à fim de limpar o suor frio que caía sobre ela e esquecer tudo que o médico acabará de anunciar. Me sentei na cadeira mais próxima, abaixei a cabeça a colocando entre as pernas e senti uma mão quente tocar meus ombros.

- Você tá bem? - ouvi a voz insegura de Mayla me perguntar.

Ok, eu não estou sonhando.

- Eu não sei. - eu disse levantando a cabeça e olhando para Mayla, que olhava atentamente para mim.

É em um momento como esse que vemos o quanto somos frágeis e o quanto dependemos um dos outros, nenhum de nós tem poder absoluto sobre sua própria vida e todos nós um dia acabaremos da mesma forma.

Desde o dia que Shawn entrou por esse hospital vítima de um acidente eu vi o quanto a vida é enigmática e muitas coisas acontecem por um motivo. Hoje estou aqui, vendo o mesmo menino lindo e sorridente sobre uma maca, vítima dos acontecimentos inexplicáveis da vida.

A alguns minutos atrás o médico anunciou que os rins fraturados de Shawn voltaram a apresentar uma piora no quadro clínico e Shawn agora seria submetido a aparelhos que auxiliarão na sua respiração, já que devido ao problema nos rins Shawn é incapaz de respirar sozinho.

O tratamento de Shawn será prolongado até que se note uma melhora, e caso ocorra a falência dos rins de Shawn ele será submetido a um transplante de rins, que na situação de Shawn é algo minuciosamente delicado.

- O que houve? - escuto a voz ofegante de Josh distante e ergo a cabeça para olha-lo melhor.

Josh veio correndo assim que ligaram avisando que Shawn tinha piorado.

- Ei, ei, se acalma! - Vincent foi até Josh e o abraçou. - Ele vai ficar bem, vai tudo ficar bem.

- Mais uma vez o quadro de Shawn piorou e eu não sei por mais quanto tempo ele vai suportar. - eu disse me levantando da cadeira e abraçando Josh. - Mas eu não vou perder as esperanças, eu sei que ele é forte, vai passar por isso. - eu disse entrando junto com todos  na sala de espera e aguardando para poder ver como Shawn Mendes estava.

Ponto de Vista Justin:

Era madrugada quando os lobos que vagavam ao redor da mata iniciaram uma sucessiva sequência de uivos e latidos.

Coloquei os travesseiros sobre a cabeça a fim de não ouvir mais os barulhos, mas a essa altura o sono já havia se ausentado e meus pensamentos já haviam encontrado Elisa.

Eu não sei o porque tenho pensado tanto na garota.

Elisa tem despertado algo em mim que estava adormecido a muito tempo.

É como se o mundo volta parasse e eu encontrasse paz em seus olhos. Como se nos olhos dela tivessem luz. Mas ao mesmo tempo eu sinto meu demônios próximos à mim quando ela está. Eu sinto que posso surtar a qualquer momento quando olho pra ela. Como se eu pudesse enlouquecer em questão de instantes.

É como se uma roda gigante estivesse rodando dentro da minha cabeça e eu não soubesse distinguir o que eu sou perto dela.

Tenho sonhado com Elisa a vários dias. Nos sonhos ela sempre aparece machucada, descalça e correndo. É como se ela fugisse de mim a todo tempo.

Acordo sempre assustado e molhado, mas basta eu adormecer denovo para sonhar com ela denovo.

Quando estou perto dela eu contemplo sua paz e quando estou distante eu sinto que algo vai me consumir se eu não fazer algo com ela.

As duas personalidades entram em uma séria disputa quando Elisa está perto de mim. Eu nunca sei qual personalidade de Justin Bieber está assumindo a postura.

Elisa Mayer mexe comigo e com meus demônios.

[...]

Cortei meus pensamentos me levantando da velha cama de madeira e ouvindo o barulho dos ratos que agora perambulavam sobre o forro da cabana.

Fui até o lado de fora da cabana e olhei em volta.

 A caminhonete de Ryan ainda estava ali, parada no mesmo lugar onde eu a estacionei desde que sofri o pequeno acidente.

Seus vidros  continuavam quebrados e a lateral continha um grande amassado.

Observando o luar e a noite fria, resolvi dar uma volta pela cidade pra espantar o tédio e os pensamentos de Elisa sobre mim.

Peguei as chaves da caminhonete nas mãos e dei partida, caminhando sem rumo pela cidade desconhecida.

Andei por volta de cinco quilômetros. Não havia nade de interessante na cidade e o frio me fez ranger os dentes, indicando que aquele era o momento perfeito para ir embora.

Manobrei a caminhonete e segui em direção à cabana,  mas algo me chamou atenção.

Em meu lado esquerdo avistei um grande prédio. Ele era todo iluminado por grandes luzes ao seu redor, um lago extenso era iluminado pelo reflexo do prédio e ao avistar algumas ambulâncias pude concluir que ali era um grande hospital.

Sem demonstrar muito  interesse e já me virando para ir em direção à cabana vi quando um carro buzinou várias vezes e alguns garotos correram até ele, sendo seguidos por uma garota ruiva.

Minhas pupilas se dilataram e senti a adrenalina aumentar meus batimentos cardíacos. As palavras agora não emitiam som algum e por um momento parecia que o mundo havia parado ali, só eu e ela.

De longe vi Elisa correndo para um abraço com uma senhora, e as duas pareciam cair em lágrimas. De certo modo Elisa parecia estar frustada com algo e de longe pude ver quando o homem que estava dentro do carro desceu, abraçando todos que estavam a sua frente.

Ele tinha uma semblante cansado e tinha uma forte semelhança com os traços de Shawn Mendes, provavelmente aqueles eram seus pais.

Mas porque ainda estavam aqui no hospital e porque pareciam estar fortemente abalados?

Minha curiosidade se tornou mais forte que a necessidade de ir embora e sem saber o que eu realmente estava fazendo me dirigi ao hospital, a fim de poder conversar com Elisa.

Eu tinha uma necessidade surreal e incontrolável de olha-la mais uma vez.

 Caminhei ligeiramente até perto do hospital e a cada metro percorrido percebi que ele estava mais  longe do que realmente aparentava. Apressei mais os passos quando vi Elisa e os outros garotos entrarem no carro dos pais de Shawn, mas percebi ser tarde demais quando o carro dobrou a esquina e levou a garota.

A essas horas eu deveria voltar a cabana,  esquecer que vi Elisa e tentar voltar a dormir. Já era madrugada e um frio devastador fazia meu corpo enrijecer-se por completo, eu queria voltar a cabana, eu deveria voltar a cabana, mas já era tarde demais.

Uma forte dor se instalou em minha cabeça e ao me sentar na calçada ouvi meus demônios me atormentarem, coloquei as mãos sobre a testa e puxei fortemente os cabelos a fim de certificar-me de que aquilo não era real e senti que as vozes em minha mente se tornaram mais  intensas.

Aquilo era mais real do que eu gostaria que fosse.

Durante toda a minha vida tem sido assim.

Desde que matei o homem que me criou, vozes em minha mente me ordenam o que tenho que fazer e eu me submeto à elas.

Se tornou um ciclo vicioso e mesmo muitas vezes tentando me esquivar delas, ou tentando não ouvi-las, as consequências sempre são eminentes, rodeadas com perturbações, vozes, gritos e muitas vezes visões.

É algo que cresceu comigo e me atormenta todos os dias da minha vida.

Eu já tentei fugir disso, mas sinto que é algo impossível.

Cresci as ouvindo e hoje sinto que são parte da minha identidade. Fazem parte de quem eu sou.

Eu me torno outra pessoa quando faço o que sussurram no meu ouvido. Justin Bieber cria outras vinte e cinco personalidades e alguma delas assume o comando.

Eu sou como um robô controlado pela minha própria mente.

Não tem como fugir de quem você é.

É difícil sem esconder quando seu inimigo está dentro de você.

No fim, só me resta obedecer e torcer pra tudo acabar logo.

Me levantei da calçada e fui em direção ao grande portão que dava entrada ao hospital. Algo me dizia que Shawn estaria lá e à essa hora da madrugada acredito que não tenha nenhuma visita.

Entrei pela recepção do hospital e ao lado direito me deparei com uma grande porta azul, com a mensagem escrita: "ACESSO RESTRITO A FUNCIONÁRIOS DO HOSPITAL."

Entrei dentro da grande sala vendo enormes prateleiras que eram espalhadas por todo o comprimento do local. Ali ficavam todos os prontuários dos pacientes e encontrar Mendes naquele hospital não seria uma das coisas  mais difíceis.

Procurei por alguns minutos e encontrei a prancheta com todas as informações sobre Shawn Mendes, pelo que constava, Shawn estava sendo submetido a um dos aparelhos para a respiração mecânica e havia sido sedado a alguns minutos, para poder adormecer.

Seria uma oportunidade perfeita para Shawn não acordar mais, Liz não precisaria mais se preocupar com ele, e seu tempo estaria vago pra se encontrar comigo.

- Sala 13. - eu peguei uma caneta e rabisquei o número em minha mão, o garoto estava internado no segundo andar e eu teria que ser ágil para que nada desse errado.

Arrumei o os registros de Shawn nas prateleiras e saí da sala indo em direção ao elevador, subindo para o segundo andar.

Senti o olhar de algumas enfermeiras sobre mim, mas continuei a caminhar com naturalidade. Olhei mais uma vez a mão pintada de azul sobre o número 13 e procurei entre as salas o número correspondente, até que na última porta do corredor avistei o número 13, e um sorriso instantâneo brotou em meus lábios.


Notas Finais


ESTOU REESCREVENDO DARK HUT.

Se você ainda não começou a ler/não terminou eu indico que espere a reescrita terminar para prosseguir.

E se você já leu tudo eu recomendo você ler denovo depois da reescrita, 2bjs.

15/07/2019.


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