Ponto de Vista Justin:
Eram exatamente nove horas da manhã. A imagem da ruiva ainda pairava em meus pensamentos. Era perturbador o quanto aquela garota mexia comigo e o quanto meu corpo ansiava pela sua companhia. A noite de ontem realmente teve um desfecho diferente do que eu imaginava, eu encontrei o garoto e ganhei um beijo quente em recompensa.
Agora, deitado na cama espero ansiosamente pela resposta da mensagem que enviei para Elisa a três minutos atrás, eu a chamei para vir a cabana hoje, mas ela recusou e disse que teve uma conversa com Shawn ontem.
Estou exausto de arquitetar planos que o jogador sempre faz questão de desatar, em uma rede social vi que Shawn foi liberado pela equipe médica e agora andará com auxílio de uma muleta.
Levantei-me da cama ainda sonolento e joguei uma água fria nos olhos, está na hora de fazer algo definitivo com Shawn e isso não poderá falhar. Shawn comentou com Elisa o quanto não confiava em mim, e aconselhou que a ruiva ficasse longe. Dei duro para me aproximar de Elisa como gostaria e sinto que estou mais perto do que nunca estive, depois do beijo de ontem, não posso permitir que Shawn estrague as coisas e faça com que todo meu esforço por Elisa tenha sido em vão.
Faz frio no lado de fora da cabana, coloquei um colete de couro e sentei-me em um tronco de árvore no quintal, que me permitia observar todo o movimento da rua. Coloquei o binóculo preto e fiz a contagem regressiva.
- Três... dois... um... Aí está você Shawn Mendes, virando a esquina como eu imaginava. Alguns passos até a casa da irmã e... Bieber acertou mais uma vez! -Eu pronunciava baixo observando pelo binóculo cada passo que o jogador dava. Segundo minhas fontes, seria esse o trajeto que Shawn faria todos os dias, indo até a padaria e voltando para a casa da irmã, até retirar as muletas e voltar para a casa dos pais, no outro lado da cidade.
A casa da irmã de Shawn ficava no lado oposto da cabana, cerca de oito casas depois da minha, perfeito para estar o monitorando a todo instante.
Deitado no velho sofá empoeirado pensei nas oportunidades que mais uma vez as vozes estavam me proporcionando. Eu estou mais perto do que nunca de Shawn e não posso desperdiçar mais uma chance.
Adormeci durante toda a tarde e às seis horas recebi uma ligação de um dos amigos de Ryan que estavam observando Shawn para mim.
Ligação: - Bieber? Ele está saindo da casa da irmã, pelo que parece vai se encontrar com Mayla a cinco quadras daqui. Agora está em suas mãos, boa sorte.
O homem desligou o celular e por uma fração de segundo só restou eu e meus pensamentos. Estranhamente as vozes não estão comigo agora e essa pode ser a primeira atitude que eu tomo completamente sozinho.
Coloquei os binóculos e avistei Shawn dar com a mão para alguém que ocupava o lado de dentro da casa. Com dificuldade Shawn desceu as escadas e caminhou lentamente pela calçada, um passo atrás do outro seguido com as muletas. Aquele era o momento perfeito, o dia exato e a melhor hora possível, eu estava convencido de matar Shawn e a cada movimento que meus olhos captavam eu sentia seu sangue junto ao meu, sentia o cheiro de seu medo e almejava ver suas lágrimas escorrerem por todos os planos frustrados que ele me causou.
Esperei alguns minutos até que Shawn passasse em frente a cabana e sumisse pela neblina da outra esquina, peguei as chaves da velha caminhonete destroçada e a liguei, seguindo atrás do garoto.
Shawn sentiu os faróis altos em suas costas e virou-se para mim, fechando os olhos pela luz forte que penetrou sua visão. Eu abri a porta estraçalhada do motorista e coloquei a cabeça para fora.
- Precisa de ajuda para andar Mendes? Alguém machucou suas pernas? -Eu disse em tom alto e o garoto arregalou os olhos castanhos.
- Foi você não é mesmo Bieber?Você não é homem nem de parar para prestar socorro para sua vítima, quem dirá para ser homem para uma mulher como Elisa. -Shawn cuspiu as palavras com um tom de raiva e seus olhos marejaram quase que no mesmo instante.
- Eu vou mostrar pra você quem não é homem aqui. -Saí apressado de dentro da caminhonete e segurei a gola da camisa azul marinha do garoto e dei uma rasteira em suas pernas quebradas, fazendo Shawn soltar as muletas e cair no asfalto.
- Levanta Shawn. -Eu dei um chute em seu estômago. - Diz que não sou homem, mas não consegue nem ficar de pé? Você é uma piada garoto.
Peguei as muletas de Shawn e joguei na cabine da caminhonete, segurei os braços do garoto e o obriguei a levantar, fazendo com que ele gemesse de dor ao ter que forçar todo o corpo em cima das pernas quebradas, que estavam engessadas.
- Eu não vou entrar aí. -Shawn pronunciou baixo.
- Você não vai o que? -Eu gritei quando pus um dos pés para entrar no automóvel. - E você vai fazer o que seu aleijado? Vai sair por aí correndo com essas pernas quebradas? Anda logo seu merda. -Um sarcasmo se instalou em meu sorriso ao pronunciar essas palavras.
Caminhei até a frente da caminhonete e empurrei Shawn bruscamente, até que ele se apoiou na lataria e deu passos pequenos até finalmente conseguir subir.
- Pra onde vai me levar? - Shawn perguntou quando viu minhas mãos conduzindo a ré.
- Eu vou te levar pro inferno Mendes, de onde nunca deveria ter saído. -Olhei fundo nos seus olhos e pude sentir o cheiro do medo de Shawn invadir minhas narinas.
Parei em frente à cabana e abri a porta do passageiro, puxando o garoto pela camiseta, e Shawn logo se apoiou na lataria para não cair ao chão novamente.
- Está ficando inteligente, eu sabia que você aprenderia rápido. -Entreguei as muletas a ele e o olhei firme. - Vai pra dentro e nem ouse gritar, você não tem peito pra aguentar as consequências. -Shawn olhou em meus olhos e logo estava dentro da velha cabana.
- Aqui é bem diferente de sua casa não é mesmo Shawn? -Disse enquanto tirava o colete de couro e notei que Shawn observava cada detalhe velho e empoeirado do lugar. Ele nada me respondeu.
Shawn parecia assustado, seus dedos se entrelaçando e suas piscadas contínuas mostravam claramente que o garoto estava com medo, angustiado e nervoso. Eu amava ver aquilo. Era a sensação mais prazerosa para mim, ver minha vítima com medo, sabendo que a qualquer momento vai ser assassinada da forma mais violenta e cruel. Isso é sensacional.
Levantei-me do sofá e segurei em minhas mãos uma garrafa de vodka. Peguei um dos copos do pequeno armário ao lado da estante e senti o olhar do garoto fitado em mim. Coloquei o copo em cima da pequena mesa de centro e passei o dedo indicador em toda a borda do copo, olhando freneticamente nos olhos de Shawn.
- Você está apavorado. Eu gosto disso. - Eu sorri para ele.
- Você é doente Justin.
- Doente? Eu não acho que sou doente. Doente são pessoas que passam a vida inteira fingindo o que não são, doentes são pessoas que escondem seus demônios por causa da sociedade. Eu não sou assim Mendes, eu sinto vontades, eu escuto vozes, eu as realizo. Eu vivo a minha vida, acho que todas as pessoas deveriam viver suas vidas. -Eu sorri para ele e despejei a vodka no copo. - Eu podia ser seu amigo. Acredite em mim Mendes, eu gostaria de ser seu amigo. -Eu despejei toda a vodka na boca. - Temos que viver nossa vida Shawn, fazer o que temos vontade, antes que seja tarde para qualquer coisa. -Eu levantei a garrafa de vidro e joguei na cabeça de Shawn, fazendo o garoto desmaiar em fração de segundos e um corte médio se formar em sua cabeça.
Enquanto Shawn adormecia, fui até um pequeno quarto que ficava ao lado do meu e liguei as luzes, o cheiro do lugar era repugnante e os ratos corriam simultaneamente um atrás do outro, era um quarto fechado, escuro, e não tinha sequer uma janela para arejar o local. Alguns insetos faziam barulhos no forro de madeira e a luz iluminava cada detalhe de uma cadeira que estava ali a anos, mas que nunca foi usada.
Ryan me deu a cadeira elétrica a alguns meses e desde então nunca foi necessário usar, já que aqui na Califórnia todas minhas vítimas foram mulheres e não resistiam dentro de duas horas.
Coloquei alguns utensílios em cima de uma pequena mesa ao lado da cadeira e arrastei o corpo do garoto até o pequeno quarto, o colocando sentado na cadeira. Suas mãos e seus pés foram amarrados e um pano embebido com álcool foi posto no nariz de Shawn. Sua cabeça sangrava e o sangue escorria até chegar na altura do queixo. Shawn retomou a consciência em poucos instantes e sua expressão de medo foi evidente.
- O que é isso Justin? -Ele revirou os olhos por dentro do pequeno quarto isolado e ao tentar se levantar, viu que as mãos estavam presas por uma corda.
Arrastei uma cadeira e sentei-me a frente de Shawn, queria olha-lo nos olhos, queria que essa conversa valesse a pena, e, diferente das outras vítimas, queria que Shawn soubesse o porquê estava aqui.
- Você estragou tudo Shawn. -Eu olhei firme em seus olhos e apoiei os cotovelos em meus joelhos, a fim de encarar o garoto a todo momento. - Eu nunca fui um cara muito normal, sempre gostei das garotas, quem não gosta não é mesmo? Aquelas vadias loucas não podiam me ver em uma festa que logo me puxavam para um banheiro para terminar a noite comigo ali, de certa forma, sempre terminavam se é que me entende. -Eu sorri para ele. - Eu nunca precisei ir atrás de nenhuma garota, é como se a presa sempre viesse atrás do caçador. Mas sabe de uma coisa? Isso passou a mudar quando vim para a Califórnia, desde a primeira semana eu observei uma garota e ela sabia que eu a observava, mas sabe o que ela fez? Ela me ignorou. Sim, ela passava por mim e era como se eu não fizesse nenhuma diferença, por alguns dias isso mexeu um pouco comigo Shawn, e eu vi que ela era diferente. Ao contrário das descontroladas que queriam transar comigo no mesmo instante, ela me ignorou.
Eu fiquei então obcecado por ela, queria que ela me sentisse a qualquer custo, e diferente das outras eu comecei a me aproximar dela, porque assim como ela foi diferente, a nossa noite também precisa ser diferente . Ela precisa sofrer mais Shawn, ela precisa sentir mais, ela me desprezou e ela tem que sofrer mais ... Eu não quero só o corpo dela, isso é muito pouco, preciso destroçar todos os sentimentos, todos os sonhos... - Shawn visivelmente se irritou quando pronunciei as palavras e começou a todo custo tentar se soltar da cadeira. - Não adianta você tentar sair, ela vai ser machucada Mendes, e não há nada que você possa fazer para impedir isso. Você adiou, mas não impediu. Você foi falho, não foi homem de mantê-la por perto, de protegê-la. Por toda a sua vida você gostou dela, eu sei, seus olhos brilham quando vêem ela, mas a sua covardia foi mais forte e você não estava lá para protegê-la quando eu a desejei pela primeira vez, você também não estará quando tudo isso terminar. -Os olhos de Shawn agora deixavam escorrer todas as emoções que ele havia guardado só para ele.
- Você não vai machucar ela Justin. Eu não vou permitir.
- Ah é? E o que você vai fazer? -Eu me levantei da cadeira e olhei em seus olhos. - Me diga Shawn! O que você vai fazer? -Eu gritei olhando em seus olhos e ele nada me respondeu. - Eu sabia. Você é um merda mesmo.
Voltei para a cadeira que estava parada de frente para Shawn e peguei da mesinha uma faca grande de corte.
- Vamos começar tirando isso aqui, morto não anda. -Eu sorri e Shawn continuou com um semblante sério.
Rasguei fortemente os gessos que ocupavam as pernas de Shawn e o moreno demonstrou sentir dor.
- Hun, deixa eu ver ... -Revirei os utensílios que estavam sobre a mesa e avistei uma espécie de cerrote. - Ouvi dizer que uma de suas pernas está com uma placa de titânio? -Shawn me olhou com os olhos inundados. - Quero ver como ela é. Vamos procurá-la? - E com uma mão na alça do cerrote e com a outra apoiada em seu joelho comecei uma tortuosa sessão de corte em sua perna.
Mendes gritava em voz alta e tentava mover suas pernas a ponto de não serem mais cortadas. O corte do cerrote já disponibilizava uma grande quantia de sangue e Shawn desmaiou, não suportando a dor do corte.
Coloquei o pano com álcool em seu nariz e em segundos Shawn retornou à consciência, ele mordia fortemente os lábios e tentava amortecer a dor do corte apertando os dedos das mãos.
- Olha Shawn! -Eu coloquei a mão perto de alguns pedaços de carne e encostei na placa de titânio escondida por todo o tecido muscular do jogador. - Achei sua placa, mas não é algo tão legal quanto eu imaginava. -Me levantei deixando o grande ferimento aberto na perna e o olhei nos olhos. - Isso dói não é? Porra cara, isso parece mesmo doer. -Ele chorava compulsivamente. - Vou deixar você descansar, volto em uma hora, todo esse sangue em minhas mãos me deu vontade de comer. Você está com fome? -As lágrimas rolaram dos olhos de Shawn. - Sim, você deve estar com fome. -Eu sorri para ele. - Já volto.
Sai do pequeno quarto apagando as luzes e trancando a porta. Caminhei até a sala vendo o celular de Shawn vibrar, era Mayla. Ignorei a chamada e olhei as mensagens do celular, tinha cerca de sete mensagens da garota.
"Me desculpe não poder ir, um amigo precisa de mim hoje. Nos vemos depois, um beijo."
Mandei a mensagem e fui para a cozinha fazer um lanche. Entrei no quartinho cerca de vinte minutos depois segurando um pão em minhas mãos. Acendi a luz e vi Shawn com a cabeça baixa.
- Ei princesa, trouxe comida pra você. -Joguei o pão para Shawn na intenção de cair no chão, e assim aconteceu. - Você é jogador de basquete e não consegue nem pegar um pão? -Eu olhei para o chão, vendo os ratos correrem famintos para comer o pedaço de pão. - Gosta de animais? Eu gosto. -Peguei um dos ratos na mão e olhei para Shawn. - Quando eu era pequeno e fiquei na mata eles me fizeram muita companhia. -Joguei o animal no chão e me abaixei para pegar um balde de alumínio que servia para pôr as bebidas com gelo dentro.
- Venham aqui amiguinhos. -Coloquei três ratos dentro do balde e tampei.
Com uma tesoura rasguei a camisa de Shawn e deixei sua barriga e seu peitoral descobertos. Segurei um maçarico em mãos e o coloquei apoiado nas pernas de Shawn, tirei a tampa do balde e o virei rapidamente sobre a barriga do garoto, que logo começou a se contorcer pelas unhas dos ratos que estavam agarradas a sua pele.
Com uma mão segurando o balde e com a outra segurando um maçarico, eu rapidamente liguei o maçarico e coloquei sobre o balde, escutando o desespero dos animais para saírem dali. A medida de que o pequeno espaço do balde foi esquentando e os ratos começaram a ficar sem oxigênio ele começaram a cavar, tentando de alguma forma sobreviver. A barriga de Shawn logo começou a ser rasgada por três ratos desesperados por oxigênio, o garoto gritava desesperadamente e se contorcia tentando amenizar a dor. O balde começou a esquentar de uma forma avassaladora e a queimar a barriga de Shawn, que agonizava de dor.
Desliguei o maçarico e memorizei cada expressão de dor do garoto em meus pensamentos, queria ser capaz de reproduzir cada cena em minha mente.
- Precisamos estancar esse ferimento da perna agora Shawn, está sangrando muito e eu não quero que você morra. Bom... - Eu ri. - Pelo menos não agora.
Antes que Shawn pudesse raciocinar minhas palavras eu liguei novamente o maçarico e coloquei sobre o ferimento de sua perna, fazendo Shawn se descontrolar pela dor e um cheiro forte de carne queimada subir por cada canto do quarto.
Shawn já não suportava mais a dor que eu estava causando em seu corpo, e seus olhos súplicavam para que aquilo terminasse logo.
Um desmaio repentino o livrou por algumas horas da dor e eu desliguei o maçarico, imaginado o que passaria na mente de Shawn quando visse o estado em que seu corpo estava. O cheiro do local era misturado por mofo, ratos e agora, pele queimada.
Desliguei as luzes e tranquei a porta do pequeno quartinho, deixando Shawn desmaiado na companhia dos ratos.
- Espero que durma bem garoto, amanhã vai ser um longo dia.
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