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História Dark Hut - Exclusivamente minha


Escrita por: Aninha86

Notas do Autor


Oi Brigadeiros! Como vocês estão?
Quero dizer que estou muito feliz com o número de favoritos e comentários!
Obrigado pelos 238 ♡ e pelos 181 Comentários! Vocês são incríveis!
Não esqueça de deixar seu comentário, leva menos de um minuto e deixa essa criatura aqui muito feliz ☺
Bjjs amores, Até o próximo!

Capítulo 27 - Exclusivamente minha


Fanfic / Fanfiction Dark Hut - Exclusivamente minha

Ponto de Vista Justin:

A noite caía do lado de fora e pude ver que a chuva também.

O frio fazia sua tarefa e meu corpo tentava a todo custo se  esquentar através das cobertas que ocupavam minha cama.

Elisa está no quarto ao lado, faz dois dias que não pronuncia sequer uma palavra e sempre se recusa a comer quando lhe entrego sua sopa.

Eu até tentei servir algo melhor, mas preso no meio do mato com um bando de homens, minhas opções ficam bem limitadas.

- Avisa o seu chefe que eu já disse que eu não vou comer essa merda!

Ouvi de longe o grito estridente de Elisa, assim que um funcionário levou a bandeja de sopa até o quarto. Todas as vezes que alguém se aproximava com o alimento, ela tinha a mesma reação.

O brilho dos fios alaranjados e as bochechas coradas e gordinhas denuncivam que Elisa não era uma boa candidata no quesito desnutrição. Tenho um pressentimento aguçado de que Cameron está fazendo o trabalho sujo e alimentando Elisa durante a madrugada. Caso esteja sabotando o cativeiro, Cameron lidará com as consequências.

Me remexo na cama retirando minha mente dos meus devaneios e vou em direção ao banheiro, tomar um banho quente e demorado.

Abro o registro lentamente e dou um salto para trás quando gotas de água gelada entram em contato com minha pele. Espero o chuveiro esquentar e logo depois me posiciono em baixo dele, sentindo o vapor da água entrar em minhas narinas e a água quente afastar o frio que eu sentia em minha derme.

Uma dor de cabeça compulsiva e uma tontura se instalam em meu corpo. No ouvido direito posso ouvir um zumbido alto, que me faz colocar as mãos na cabeça e sentar no chão gelado.

 A água corrente continua caindo sobre mim, que permaneço lutando contra a dor, á tontura e ao som extenso e agudo. O som ensurdecedor logo é cessado e no lugar dele, posso ouvir uma voz rouca e sussurradora, não como algo estranho, mas como a voz que escuto durante toda a minha vida.

“você é fraco.”

Eu ouvia a gargalhada soprar contra meus ouvidos e me causar arrepios.

Nos últimos dois dias, desde que a garota estava aqui, ouço meus demônios me atormentarem cada vez mais intensamente.

Às vezes sinto que me incomodam tanto por quererem Elisa morta. Talvez sim. Mas sabem que jamais seria pelas minhas mãos. 

Quero dizer… como poderia? oh não, Elisa Mayer não.

- Acho que sou fraco demais quando estou perto dela. Oh não, ela não. - sussurrei baixinho, sabendo que alguém ali dentro de mim havia me escutado, já que a dor de cabeça passou quase que no mesmo instante.

Terminei meu banho e vesti um moletom preto, terminei de secar os cabelos e me olhei no espelho.

Olhei no relógio de pulso e o mesmo marcava oito horas.

Eu raramente estava em casa durante esse horário, já que minhas caminhadas noturnas sempre foram sagradas para mim. O frio, no entanto, não se importou muito com isso e veio à todo vapor, marcando consideráveis sete graus. Eu não seria louco o bastante para sair nesse frio, pelo menos não hoje.

Ponto de Vista Elisa:

Ouvi duas batidas na janela da varanda e percebi de quem se tratava. Fui  até ela e abri as cortinas.

- Está trancada.

Eu disse com os lábios, sem expressar som algum.

Seguindo o gesto que fiz com os dedos, Cameron caminhou até a pequena janela do banheiro e a levantou, fazendo o pequeno vão ficar aberto.

- Segura isso aqui. Eu vou ver se a chave está na porta e vou tentar entrar. - Cameron disse e eu sorri, vendo uma pequena tappoer coberta de macarrão com carne moída e algumas folhas de alface.

Me sinto uma rainha.

A porta foi destrancada e a maçaneta girada.

Escondi a tappoer em um buraco em baixo da pia e logo vi Cameron  entrar e me dirigir um sorriso.

Retirei a vasilha do esconderijo improvisado e peguei o garfo que estava em suas mãos. Nos sentamos na beirada da cama e logo comecei a comer, como se não houvesse amanhã.

De fato, eu não sabia se haveria.

- Eu tô tão faminta! - falei de boca cheia, enquanto enrolava mais um pouco de macarrão no garfo.

Cameron não me disse nada, apenas sorria enquanto me via comer como uma draga o macarrão que ele havia preparado minutos atrás.

- Cadê ele? - eu disse, ainda com a boca cheia.

- Está na caminhada noturna dele, não se preocupe.

- Porque ele tá fazendo isso? - pronunciei assim que terminei de comer e coloquei a vasilha ao meu lado, encarando os olhos de Cameron.

- É complicado, acho que você não entenderia. - Dallas falou baixinho.

- E você entende? porque eu acho bem difícil. - eu o encarei firme.

- O problema não é com você. Ele sempre faz isso. Todas as vezes.

- Isso já aconteceu outras vezes? - Cameron não se pronunciou, apenas balançou a cabeça.

- Não desse jeito. Dessa vez é diferente.

- Diferente como, Dallas?

- Eu não sei, só é diferente… - Cameron pensou por alguns segundos. - Justin é calculista, sabe todos os passos que vai dar, antes mesmo de dar. Com você foi por emoção, ele ficou com medo de nunca mais te ver e acho que entrou em desespero.

- Eu tô lidando com um maluco. - sussurrei baixinho, tentando não entrar em uma crise de pânico.

- Eu nunca tinha visto ele desesperado antes, você foi a primeira mulher que fez isso com ele. Acho que ele está surtando.

- Ele nunca vai me deixar sair daqui! - gritei um pouco mais alto do que gostaria.

- Shhh, não grita, Elisa! tem seguranças pra tudo que é lado aqui. Não deixa ninguém perceber que você não tá sozinha.

- Eu tô sozinha aqui a muito tempo…

- Eu queria te ajudar a sair daqui, mas eu não posso. Se eu te tirar, eu morro também.

- E por que você continua aqui? - Eu saí de meus pensamentos e olhei para Cameron, que continuava sentado sobre minha cama.

- Eu não posso fugir daqui. Sou tão prisioneiro quanto você. Eu era um dos garotos que Justin acolheu no orfanato. Sempre fui o menor garoto do dormitório e todas as noites antes de dormir eu levava uma surra até não conseguir mais manter minhas pernas de pé. Isso durou cerca de dois anos, até Justin e Ryan chegarem ao dormitório. Aquela foi a melhor coisa que me aconteceu em muito tempo. Depois disso eu nunca mais apanhei ali dentro, nós crescemos e eu continuei o ajudando com as coisas, mas  sempre via aquilo como um dever, afinal ele e Ryan salvaram a minha vida. Espancar, torturar, despejar em sacos pretos. A brincadeira ficou séria e logo eu notei que sabia mais de Justin do que de mim mesmo. Ryan me trouxe para cá e desde então tem sido assim. Tudo é cercado por armas, drogas, torturas, assassinatos, roubo… Eu estou cansado disso, mas eu não posso sair. Eu entrei nisso a muito tempo atrás e tenho que ser homem de continuar até o fim.

- Você parece ser tão diferente dele… - sussurrei tentando entender tudo o que se passava na minha cabeça.

- Nem tudo o que parece, é. Agora eu  preciso ir, logo vão me chamar para fazer algo, amanhã no mesmo horário trago sua comida.

Cameron saiu, segurou a vasilha nas mãos e passou pela porta, parando na mesma e olhando para trás, me lançando um breve sorriso.

- Te vejo amanhã, girl.

A porta foi trancada e eu estava sozinha novamente.

Joguei meu corpo sobre a cama e encarei o teto, tentando entender porque Deus, ou seja lá quem está no comando disso tudo está fazendo uma brincadeira tão sem graça e dolorida, justamente comigo.

Nunca fui muito boa com essas coisas de sentir dor, por tudo eu faço um escândalo terrível, ou choro até meu corpo ser completamente desidratado. O que não seria uma boa opção, já que nem água aquele miserável me trás, apenas meio copo junto com a sopa rala. A pia do banheiro e o chuveiro tem sido minha grande salvação.

Ouvi novamente o barulho da porta ser destrancada e levantei meu corpo rapidamente na cama, abrindo um sorriso por acreditar que Cameron voltou para me fazer companhia, depois de ver que Bieber não estava em casa.

Meu sorriso foi logo desfeito quando vi o loiro de moletom preto entrar e trancar a porta novamente.

Meu corpo inteiro entrou em colapso.

- Está sorrindo porque? Estava esperando alguém?

- Ju- Justin por favor eu... Eu não estava esperan... - Eu mal consegui terminar de pronunciar a desculpa esfarrapada que meu cérebro teve tempo de inventar. O soco me atingiu antes.

Eu realmente acreditei que ele cessaria ali, depois de ver o sangue escorrer de um corte profundo causado pelo soco inglês, que ocupava seus dedos.

Era apenas o começo. 

Justin jogou-me ao chão com brutalidade, assim como os garis lançam os sacos plásticos com voracidade sobre o caminhão de lixo.

Senti a ponta de suas botas de couro atingirem minha cabeça duas severas vezes e a seguir, eu já estava desnorteada o suficiente para não ser capaz mais de tampar com minhas mãos a maior área do meu crânio.

Senti o peso de seu corpo ser posicionado a cima do meu, desferindo assim, uma sequência de socos contra meu nariz e meus lábios.

Meus braços, já pálidos pela perda de sangue na região do supercilio debatiam-se freneticamente contra o peitoral de Justin, tentando inutilmente fazer com que a sessão de socos fossem interrompidas. O que pareceu não ajudar.

Seus olhos estavam vermelhos e tomados de fúria. Eu poderia ver claramente um animal feroz ali, prestes a devorar sua presa mais suculenta.

Não era ele ali. 

Não podia ser ele.

Os lábios do loiro agora me lançavam xingamentos que eu mal sabia que existiam, e eu sabia que ele não daria fim à agressão, até me ver completamente inconsciente e sem vida.

A porta do quarto foi brutalmente  aberta e vi quando a sombra de alguém entrou, puxando Justin para trás e o tirando de cima de mim, o fazendo ficar no chão e iniciando assim uma luta justa entre dois homens.

Eu estava imóvel, meu corpo não reagia às minhas coordenadas e não tinha condições - físicas e emocionais - para sair do chão gelado.

Eu estava em total estado de pânico.

Era visível a sombra de um homem alto e magro, que lutava contra Bieber. Reconheci sua voz quando o mesmo gritou para que eu fugisse dali.

- Corre! - eu ouvia seus gritos.

Era Cameron, novamente me salvando, ou pelo menos, tentando, já que a pouco tempo descobri que Justin era minha sentença de morte e nada, absolutamente nada faria com que ele parasse.

Ali eu tive a certeza de que ele iria me matar. Sem pena, sem remorso, sem culpa, ele iria me matar.

Eu tentei fugir, eu juro que tentei.

Meu rosto pulsava e eu sentia que provavelmente ele estaria maior que uma bola de futebol, os terríveis hematomas roxos já deviam transparecer na pele branca e provavelmente, durariam cerca de um mês ali.

O sangue escorria lentamente em uma trilha que caminhava até meu pescoço, pingando algumas gotas sobre o chão de madeira.

O gosto de ferrugem estava sobre meus lábios e sem ao menos tocar, eu sabia que um corte profundo estava ali. Sem ter a força suficiente para levantar, eu apoiei os dois cotovelos no chão e empurrei as pernas para que o rastejar me levasse para fora do quarto, que ainda era palco de uma luta de braço.

Ouvi um barulho de algo se quebrando e ao olhar para trás, vi o corpo de Cameron caído ao chão e Justin, em pé ao seu lado, com uma garrafa de vídro quebrada nas mãos. Aquele maldito sorriso estava em seus lábios e eu podia ler seus pensamentos, podia decifrar o ódio que Justin estava sentindo naquele instante.

Ainda olhando em meus olhos, Justin caminhou até o criado-mudo e segurou o abajur nas mãos, depositando com força o objeto na cabeça de Dallas, que permanecia desfalecido.

Um faca de corte foi retirada de dentro de seu tênis e sem escrúpulos, Justin fincou na cabeça do garoto, que teve uma pequena reação de tentar lutar por seu último segundo de vida e em instantes faleceu no chão repleto de vidros e um misto assustador da junção de nossos três tipos sanguíneos.

- Eu te dei tudo e você faz o que? Responde seu merda! Você me trai, e tenta pegar minha garota para você! Você é um pedaço de verme Cameron, e não merece respirar no mesmo local que eu. Agora você vai direto para o inferno, queimar junto com todos os corpos que eu enviei pra lá. Sabe de uma coisa? - Justin pisou no estômago de Cameron, ainda conversando diretamente com ele, que já não expressava nenhum tipo de reação sobre a face. - Acho que deveriam me agradecer por tantos corpos que já enviei pra lá. - ele gargalhou, aquela risada diabólica cercada por irônia, ódio e uma pitada de felicidade.

Justin retirou os olhos de Cameron e passou a me encarar, cuspindo cada palavara sobre mim.

 - Você tem noção do que você fez? - Justin me olhou com fúria.

- Eu n-não fiz nada.

- Ah, você fez sim! Dallas não teria sido morto se você tivesse seguido as minhas ordens! Tudo  o que você faz nessa casa tem consequências. Se você não tivesse pedido ajuda, ele ainda estaria vivo! Isso é culpa sua, Elisa! - ele gargalhou, uma risada cercada por nojo e rodeada por ódio. - Acho que você ainda não entendeu como as coisas funcionam desse lado da floresta.

Ele sorriu, e caminhou até mim.

Seus joelhos foram ao chão, apoiando seu corpo sobre eles, ficando na mesma altura que meu corpo estava.

Meus olhos repletos de lágrimas se fecharam, assim que senti Justin encostar seus lábios nos meus, que estavam profundamente feridos, me fazendo gemer pela dor que aquilo me causava e, em seguida sugou o sangue que escorria dos mesmos, que estavam mais inchados do que o normal.

Sua língua úmida e quente percorreu meu rosto, lambendo toda a trilha de sangue que se formava na região do supercilio e escorria até o pescoço.

Meus olhos ganharam o peso de toneladas assim que Justin fincou a faca em uma de minhas costelas. Ele sorriu,  ainda com os dentes vermelhos pelo sangue que acabara de recolher de meu corpo.

- Chega de brincadeiras, tá na hora de entender a quem você realmente pertence, docinho.

Ouvi Justin sussurrar, antes da inconsciência me levar.



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