Ponto de Vista Elisa:
Ele me causava arrepios, cada momento que aproximava suas botas da porta e cantava uma música medíocre e assustadora.
"Um,dois, eu vou te achar ...
Três,quatro, suas tranças cortar ...
Cinco,seis, vou ouvir você chorar ...
Sete,oito, ao crucifixo se agarrar ...
Nove,Dez, nem ele será capaz de te salvar ..."
O quarto não tinha nada que pudesse o iluminar, o que tornava tudo ainda mais assustador, já que a única luz que meus olhos captavam era a que vinha do outro lado da porta, acompanhada com a sombra de duas botas masculinas.
O chão frio e a voz grossa de Justin me causavam calafrios no pé da barriga. Sentia algumas pontadas na região das costelas, onde estavam cobertas por um pedaço de gase, que eu nem tive a audácia de mexer.
Eu me lembrava de tudo o que havia acontecido horas antes, mas não tinha noção de como havia chegado naquele quarto.
O local onde Justin havia desferido um golpe de faca estava tampado, mas os cacos de vidros permaneciam cravados em algumas partes da minha pele.
Ao fechar os olhos, podia ter a visão nítida de tudo o que aconteceu com Cameron e do demônio que vi nos olhos de Justin, a algumas horas atrás.
Aquilo era assustador. O sangue, as facadas, o sorriso ensaguentado de Justin... tudo aquilo passava como um filme em minha mente.
Ouvi novamente os passos e mais uma vez vi a sombra das botas se aproximarem. Bieber iniciou a cantiga mais uma vez e eu fechei os olhos, tentando aniquilar todo o som que saia da boca de Justin e me fazia estremecer.
Ouvi duas batidas na porta e meu corpo paralisou ao imaginar que aquele homem estava tão próximo a mim. Me encostei na parede mais próxima e abracei os joelhos, rezando baixo para que Justin não entrasse no quarto e não me ferisse ainda mais.
" Um,dois, eu vou te achar...
Três,quatro, suas tranças cortar...
Cinco,seis, vou ouvir você chorar..."
Minhas lágrimas já escorriam pelo rosto pálido e minha cabeça continuava enterrada sobre meus joelhos, como se de alguma forma, aquilo me livrasse da maldade de Justin.
Ouvi a maçaneta girar e sem pensar duas vezes me levantei e corri para o banheiro que havia dentro do quarto. Eu iria me esconder no box, já que seu vidro era preto e por hora aquilo me ajudaria. Mas eu parei. Parei assim que vi meu reflexo no espelho da pia, na hora em que estava correndo para o box.
Eu me olhei, não como todas as vezes que ia para a escola e me olhava para admirar como eu estava linda, daquela vez era diferente e eu senti medo, ódio e por último, senti repulsa de olhar meu próprio reflexo.
Eu estava irreconhecível, o corte fundo no supercilio ainda estava ali, destampado e completamente vulnerável a qualquer tipo de sujeira e bactéria que havia naquele lugar. Uma bola grande e extensa na coloração roxa se formava ao redor de todo o meu olho direito, fazendo com que o mesmo não fosse capaz de abrir. Havia cacos de vidros espalhados por todo o meu rosto e junto a eles, pequenos cortes que enfeitavam cada centímetro do rosto pálido. Meus cabelos estavam completamente desalinhados, sem vida, como se não fossem os mesmos fios ruivos perfeitamente lindos e saudáveis de alguns meses atrás. Meus lábios estavam tão inchados e cortados que eu não tive sequer o atrevimento de encostar os dedos neles para limpa-los com água e retirar a extrema quantidade de sangue que estava depositada sobre os mesmos. Meu nariz apresentava um corte, um pouco fundo e as cascas grossas de sangue já se formavam em sua extremidade. Meus punhos continuavam vermelhos e doloridos, pela forma com que eu os lancei contra o peitoral de Justin, no momento de nossa luta corporal.
Eu estava destruída.
Meu corpo inteiro estava às traças e além da dor física, eu sentia que meu emocional estava acabando comigo, de todas as formas.
Meu corpo entrou em transe quando as chaves destrancaram a porta e ouvi os passos de alguém que estava entrando.
Corri até o box e me abaixei, ficando sentada e tentando me esconder de qualquer coisa que estivesse entrando ali naquele momento.
- Onde você está querida? Não adianta se esconder... - Justin pronunciou e ouvi seu corpo deitar ao chão, para confirmar se eu estava em baixo da cama de casal. - Um, dois...
A maldita música voltou aos lábios de Justin e ele a cantava lentamente enquanto me procurava dentro dos armários e em meio às roupas do closet.
- Sete,oito, ao crucifixo se agarrar ..
Justin cantou, enquanto entrava no banheiro e se aproximava cada vez mais de mim, seus dedos abriram o vidro do box. Óh céus, tudo irá começar denovo.
- Achei você! - ele sorriu, ao me ver agarrada aos joelhos.
Senti sua mão puxar meus cabelos e obrigar meu corpo a se levantar, já que a dor na região do couro cabeludo estava intensa. Justin deitou-me na cama e percorreu seus olhos em cada parte do meu corpo.
- Eu esperei tanto por você! - Justin sorriu animado. - Você não sabe o quanto eu te esperei.
- Por favor, Justin… - sussurrei baixinho, fechando os olhos.
Eu estava com tanto medo.
- Sabe o que eu faria com você? - Justin sorriu de forma vil. - Deixa eu te mostrar... - Justin colocou a ponta do dedo indicador no meio dos meus seios e começou a desenhar, como se um faca estivesse em seu poder e com isso ele me cortasse, assim, Justin prosseguiu. - Eu vou fincar ela aqui. - Justin bateu a ponta dos dedos e sorriu. - Depois eu vou rasgar você até aqui.
Seus dedos percorreram até meu umbigo e seus olhos minúsculos e negros me encararam.
- Eu vou abrir seu estômago, cuidadosamente vou retirar seus órgãos um a um e ainda sim, vou ter prazer ao olhar seus olhos transbordando por lágrimas e seu corpo contorcido por tanta dor que vai estar sentindo. Você vai sentir eu os tirando de você, vai sentir todas as suas partes em minhas mãos e depois, lentamente seu corpo não vai mais suportar e seu coração vai falhar. Seus pulmões irão perder as funções pouco a pouco, Seu cérebro vai morrer, logo depois suas veias não serão mais capazes de bombear sangue para todo seu corpo, uma hemorragia vai surgir em seu intestino e, não, não haverá chance alguma de sobreviver. Seu rosto ficará pálido em horas, em dois dias um cheiro malditamente nojento virá de você. Já sentiu um coração humano pulsar em suas mãos? - eu neguei com a cabeça. - Oh, querida, você não sabe como é prazerosa essa sensação.
Justin não tirou seus olhos do meu, a íris de seus olhos estava intensamente fixa na minha e como um animal hipnotizado, eu não conseguia desviar minha atenção de seus olhos.
- Você não sabe quanto tempo eu sonho com você, Elisa. - eu não conseguia falar. Mesmo que quisesse, minhas cordas vocais não se mexiam.
Eu sentia a adrenalina correr entre minhas veias, não sabia ao certo medir o tamanho do pavor que dominava meu corpo, mas puta merda, eu estava apavorada.
Meu cérebro foi capaz de acompanhar cada palavra que saia dos lábios de Justin e assim, pude imaginar a cena de todos os acontecimentos, aquilo era medonho, era desumano e sem dúvidas, era completamente meticuloso.
Justin sorria, um sorriso vil, plenamente sórdido.
Eu podia ver a maldade que emanava dos olhos de Bieber, podia ver o sarcasmo que se misturava com sua perversidade. A cada instante que meus olhos permaneciam vidrados no de Justin eu podia enxergar as atrocidades que ele já havia cometido, tantas e tantas vezes. Eu era capaz de ver uma alma sombria, capaz de notar os demônios que ocupavam seu subconsciente, podia enxergar o quanto ele gostava de sangue, de cadáveres, do cheiro repugnante, podia ver fielmente o quanto aquilo era prazeiroso pra ele, o quanto aquilo fazia parte de sua identidade, parte de quem aquele homem era.
Eu não era a primeira. Também não seria a última.
Justin me causava arrepios. Cada vez que seus olhos se cruzavam com os meus eu cruzava os dedos escondidos em baixo das coxas e rezava para que um surto psicótico não o levasse a me matar ali mesmo, em cima daquela cama.
Meu dia chegaria, aquilo era inevitável. Eu sentia o cheiro da morte cada momento que Justin aproximava sua respiração de mim.
Ninguém deveria passar por isso.
Viver segundo após segundo com o medo da morte, com o medo do fim, sem ter o direito de se despedir. Eu odiaria morrer dentro desse quarto.
O interminável momento de silêncio cessou e Justin se aproximou, seus lábios ficaram próximos aos meus, fazendo com que o ar quente de sua respiração fosse de encontro com meu pescoço.
Em um ato inteiramente inesperável senti os braços de Justin envolver meu corpo e logo me levantar, segurando firmemente meu corpo contra o seu. Eu não reagi. Não sabia qual seria sua reação se um único músculo se movimentasse, Justin era sombrio, imprevisível.
Deixei que Justin me carregasse até o banheiro e logo ele me sentou sobre a banheira, que ainda estava vazia. Justin abriu as torneiras e deixou que meu corpo descansasse enquanto a água quente subia entre a porcelana da banheira e entrasse em contato com minha pele, fazendo com que meus músculos rígidos e machucados fossem lentamente relaxados.
Fechei os olhos e abri quando senti Justin jogar os sais de banho e algumas pétalas de rosas vermelhas sobre a água.
Vi Justin se movimentar até a saída do banheiro e logo em seguida ouvi a porta do quarto ser trancada, ele havia me deixado sozinha e, diferente da última vez, Justin não pronunciou uma palavra sequer.
Eu realmente não fazia idéia se aquilo era bom, ou ruim.
A banheira finalmente foi completamente preenchida pela água quente e ao me levantar para fechar a torneira senti curiosidade em me olhar no espelho.
No fundo eu sabia que não era o certo a fazer, eu deveria estar mais repugnante do que da última vez, mas eu precisava daquilo, precisava ver o que Justin havia me causado.
Saí de dentro da banheira, ainda com as partículas de água escorrendo por entre as pernas. Me aproximei lentamente do espelho da pia com os olhos fechados e ao estar de frente com ele, eu abri.
Um nó se formou em minha gargante e a vontade de chorar foi inevitável, gritos e mais gritos se formaram em minha garganta, eu poderia deitar no chão, poderia rolar e gritar até que minhas cordas vocais cedessem, até que meus pulmões carregados de ar não tivessem mais forças e até que Justin mandasse um de seus homens para me fazer ficar calada.
Eu estava destruída, deformada, irreconhecível para as pessoas que me vissem, repleta por hematomas na coloração roxa, com um ferimento aberto e infeccionado no supercilio e com o rosto inchado em determinadas áreas.
Um monstro. Era isso que eu era naquele momento. Um monstro repulsivo e nojento que exalava na pele a violência causada por um homem.
Não me considerava um monstro apenas pela aparência, meu sentimento de revolta estava muito além da dor física.
Eu estava inteiramente despedaçada e aos cacos por dentro, me odiava de todas as formas por chegar a esse ponto, por permitir tudo isso. Por não ter me distanciado do agressor enquanto ainda havia tempo, por não ter fugido, por ter me deixado levar por seus encantos. Eu deveria ter desconfiado.
Saio de frente do espelho tentando apagar a minha última imagem e volto à banheira, onde em poucos minutos eu me permito relaxar e apreciar a água quente, deixando assim, a inconsciência me levar.
Ponto de Vista Justin:
A cama quente e macia parecia o refúgio certo para aquele momento. Parecia. Nada naquele instante era capaz de me trazer a paz, nada era capaz de amenizar meus sentimentos que palpitam a todo instante e estavam à flor da pele.
Estou confuso e por diversas vezes a raiva toma uma voz alta dentre os diversos sentimentos que me perseguem.
Como eu pude? Porque ainda me submeto a isso? Eu não sei, talvez nunca saiba.
Eu olhei em seus olhos, eu disse coisas absurdas que talvez ela nunca esquecerá. Me sinto repulsivo, me sinto extremamente sujo e eu não sei porque essa sensação está me perseguindo agora.
Não seja um homem fraco, Justin.
Ouvi algo sussurrar em minha mente.
Eram elas.
A todo momento a imagem do rosto deformado de Elisa vinha á tona. Como fiz aquilo?
Isso era culpa, eu sabia. Mesmo tendo sentido isso pouquíssimas vezes, eu sabia muito bem do que se tratava.
Mesmo que não sabendo distinguir o que era, eu sabia que Elisa tinha algo diferente, algo que me atraía muito mais do que a beleza física, ia além do charme.
Desde quando tudo começou tudo tem sido diferente com a ruiva, eu não sei o motivo, mas algo sempre me impede.
Me odeio por pensar tanto nela. Todas as vezes que saio pela porta do quarto, o sentimento de culpa me segue. Só deus sabe quantas vezes eu já me arrependi de ter trazido a garota, mas a essa altura, eu não posso voltar atrás.
Eu senti tanto medo de nunca mais poder vê-la que eu não pensei sequer por um segundo. Mantenho Elisa em cativeiro pelo simples medo de não pode vê-la de novo.
Nunca pensei por um segundo que aqui dentro meus demônios a machucariam. Mas agora é tarde. Ela está aqui, e eles também estão.
Chega a ser ridículo, mas tem sido a única coisa verdadeira em meio à toda minha vida de mentiras.
Cada dia que a olho nos olhos sinto algo dentro de mim dizer que não era pra ser ela, Elisa não deveria estar aqui, não deveria passar por isso. Eu não sei, ao certo, o porque minhas pupilas dilataram-se ao avistar ela, mas de fato, não era para ser essa garota.
Posso adiar, mas não posso evitar. Um dia matarei Elisa, isso é inevitável. Não está em mim, não é algo que eu realmente queira todos os dias fazer, mas no dia que meus demônios me disserem que acabou, realmente acabou.
Minhas ações não são controladas quando as vozes tomam posse de todos os comandos do meu corpo, não tenho controle sobre as mãos e eu simplesmente faço o que a mim foi designado. Nesse momento não há súplica e nem choro que me impeça de terminar, meu corpo só fica de fato livre quando a pessoa está morta.
Eu sou como um robô, que quando não executa as tarefas é comandado por outro ser, até que tudo esteja minimamente concretizado.
Um dia eu vou estar no quarto com Elisa e quando eu acordar, terei a matado da pior forma, e meu corpo só vai sair do transe quando seus restos mortais estiverem jogados ao chão.
Olho para o teto do quarto e penso em quantas inúmeras vezes isso já aconteceu, acordar e ver as garotas mortas no chão nunca foi um problema grande, considerando que seu tempo comigo não passavam de três dias.
Por um momento sinto meus olhos se encherem de lágrimas e ao levantar o corpo vejo meu reflexo no espelho da estante. Quantas vidas, quantas famílias, quantos futuros eu destruí? Quantos ainda serei capaz de destroçar? A maioria eram jovens, estudantes, tinham amigos e uma família que estava sempre preocupada com as boas notas do colégio.
Eu as arranquei de seus laços maternais, assim como um passarinho quando é tirado de seu ninho. Eu nunca me importei muito com o futuro da família, nem com o funeral sem o corpo, ou com o caixão lacrado. Eu nunca me importei.
Um lobo em pele de Cordeiro. Um lobo sanguinário que sempre, ou na maioria das vezes buscou suas presas na calada da noite, onde elas poderiam gritar e ninguém nunca seria capaz de ouvi- las. Eu achava engraçado as manchetes nos jornais, as equipes de buscas que passavam dias, as vezes semanas na procura de algo e nunca encontraram sequer uma unha para apresentar à família.
Aquilo sempre foi interessante, o sofrimento era mútuo e eu nunca atingia somente a vítima, todos que estavam à sua volta eram, de certa forma feridos e muitos passariam a vida toda com aquela ferida que nunca seria capaz de cicatrizar.
Eu era uma marca, que levariam para toda a vida.
Aquilo era excitante, era prazeroso, e por vezes eu sentia como se aquilo fosse a única coisa que eu desejasse fazer por toda a minha vida.
Merda de destino que fode com a vida da gente. Olha onde estou agora! Em uma cabana, cercado por pensamentos semelhantes a culpa e pensando em um jeito de não deixar que aquelas coisas entrem no meu corpo para ferir Elisa. Pensamento inútil. Mais cedo ou mais tarde isso vai acontecer, eu estando consciente ou não.
Bato com força os punhos sobre o espelho e faço com que o mesmo vá ao chão, espatifando-se em varios cacos sobre o chão. Primeiro a prateleira de relógio e depois as prateleiras de perfumes, tudo vai ao chão em milésimos e eu olho em volta, procurando mais alguma coisa que seja quebravel.
A ira me domina, meu corpo está em profundo estado de ódio e a válvula de escape naquele instante são os objetos que podem ser quebrados. Um aparelho de som sobre a mesinha, os cremes, as roupas do armário, os cabides, tudo vai ao chão e sinto meu corpo ser aliviado.
Meu quarto está um caos, cacos de vidros, relógios e diversos aparelhos jogados ao chão, talvez quebrados e sem nenhuma utilidade. Estou em transe, com uma adrenalina e uma sensação de ansiedade percorrendo cada veia do meu corpo. Eu estou em um dilema comigo mesmo, meu corpo luta contra meus pensamentos, uma batalha está travada e eu não sei quem seria capaz de vencer.
De um lado a razão, do outro a emoção.
Pensamentos que se misturam a cada milésimo. Eu sei que por mais que eu tente, as vozes darão um jeito de matar Elisa, elas a escolheu e não há como mudar isso e no fundo eu sei que me usarão para feri-la. Mas sinto que algo fala mais alto e mesmo que eu tente, não há como ignorar. Eu me sinto bem com a companhia da garota, não sei o que isso significa, isso nunca foi comum para mim mas é como um instinto, eu sinto que devo protegê-la, sinto que não posso permitir que Elisa morra,que ela se vá. Algo dentro de mim estaria tão morto quanto ela.
Tudo isso é tão confuso, é tão ridículo. Eu que já a machuquei tanto, já a fiz chorar por tantos motivos agora sinto que ela precisa continuar aqui, mesmo que presa, mesmo que ao quarto ao lado, eu só preciso saber que seu coração ainda está batendo.
***
Bato três vezes na porta. Não ouço respostas do lado de dentro.
- Liz? - chamo pelo seu nome, enquanto olho ao redor procurando a menina de cabelos ruivos.
Elisa está deitada sobre a cama. Os olhos estão abertos e fixos no teto, como se sua mente estivesse em órbita.
- Eu quero conversar. - me aproximo devagar, enquanto sinto seu olhar pesar deslizar até mim.
- Vai embora, Justin. - ela sussurra, quase de forma inaudível.
- Eu sinto muito.
Elisa me encara, incrédula.
- Você sente? - sua voz sai firme. - Você é a porra de um maluco que não sente absolutamente nada, além de prazer em machucar as pessoas.
- As coisas fugiram do controle, eu não queria que tivesse sido assim. - olhei baixo.
- Você acaba com a vida de todo mundo. É uma maldita máquina de destruição, depois vem aqui e diz que sente muito como se não tivesse sido nada. Cameron está morto e não há nada que você possa fazer pra reverter isso.
- Aquilo… eu não fiz aquilo. Eu não queria, mas na hora eu não pude conter. - Elisa olhava fixamente para o teto, ignorando minhas palavras.
- Por favor, me deixa sozinha, Justin.
Minhas têmporas latejam, me fazem ter dores fortes e eu sinto que preciso de um descanso, um momento para que toda essa confusão e esses pensamentos confusos sejam exilados da minha mente e a partir de amanhã tudo seja como antes.
Justin e Elisa, o predador e a presa.
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