1. Spirit Fanfics >
  2. Dark Hut >
  3. Maníaco da Califórnia

História Dark Hut - Maníaco da Califórnia


Escrita por: Aninha86

Capítulo 31 - Maníaco da Califórnia


Fanfic / Fanfiction Dark Hut - Maníaco da Califórnia

Ponto de Vista Elisa:

A chuva forte escorria sobre o vidro da porta da varanda e o céu parecia mais cinza do que me lembro quando o olhei a algumas horas atrás. Era o começo de uma manhã fria e eu chacoalhava minhas pernas para que o frio fosse exilado de dentro do edredom preto.

Justin dormia na cama ao lado, sereno, como raras vezes pude ver.

Seis dias haviam se passado desde que Chaz foi brutalmente assassinado em minha frente. Em meio aos meus sonhos ainda posso ouvir seu pedido de socorro e seus gritos agudos que ecoam em meus ouvidos, posso ver também o sangue que escorre da ponta da faca e desde que tudo aconteceu tem sido difícil dormir.

A noite parece ter vinte horas, minha mente me obriga a ficar acordada durante toda a madrugada, pois acredita que isso a livrará dos pesadelos noturnos, mas no final de tudo a única coisa que resta é um corpo cansado e que anseia por uma noite de sono, sem pesadelos.

Entrelaço as mãos e brinco com os dedos enquanto matenho meu olhar fixo sobre o teto de madeira, coberto por um forro escuro. São quatro horas da manhã e em breve o dia nascerá, me poupando mais uma noite de sonhar com Chaz e sua morte.

O quarto escuro e o barulho da chuva faz minhas pálpebras pesarem por cima dos olhos, com a ponta dos dedos belisco o braço direito na tentativa falha da dor aliviar o sono. Ouço o tictac do relógio que se mistura com as gotas grossas que caem do lado de fora da janela e sinto a inconsciência me levar lentamente, até eu estar totalmente entregue ao cansaço.

"Estou em um galpão. Tudo que meus olhos podem ver é um mar de escuridão que se forma diante dos meus olhos. Ouço a porta ser aberta e a sombra de um homem passar por entre a madeira da porta. Ele está com o semblante triste, seu rosto está costurado por pontos e algumas gotas de sangue escorrem até seu pescoço. Seu braço direito está levantado e uma faca coberta com um líquido vermelho cobre seu punho. Um outro homem aparece no galpão, sinto meu corpo em alerta, ouço gritos de socorro, ouço gritos que imploram para tudo aquilo cessar, ouço que a culpa é minha.

Agora não ouço mais nada.

 O sangue toma todo o galpão e dois corpos estão estirados ao chão."

- Hey, acorda Elisa, acorda... - ouço uma voz rouca soprar contra meus ouvidos e meu corpo ser brutalmente chacoalhado.

Sinto a consciência aos poucos retornar. Estou no quarto do hotel, aquele foi mais um pesadelo.

- Justin? - eu pergunto ainda confusa, percorrendo os olhos por todos os cantos daquele quarto.

Céus, como era bom estar de volta.

- Mas que diabos aconteceu com você garota? Parecia que  estava tendo uma convulsão e a qualquer momento seu corpo entraria em erupção. - os olhos arregalados de Justin e sua expressão de desespero me causaram uma pequena felicidade. Justin estava preocupado comigo? Sorri pelo nariz com o pensamento.

- Mais um pesadelo... - eu fiquei séria e olhei para o relógio, lembrando do sonho que durou vinte e cinco minutos mas que pareceu durar toda a eternidade.

- Vai mais pro canto.

Com a voz mais fria que um Iceberg Justin me empurrou para o canto da cama e se deitou, puxando o edredom até cobrir seu peito.

Olhei diversas vezes para seu rosto e inúmeras vezes cogitei se aquilo seria aceitável para ele, mas eu estava cansada e qualquer chance que eu tivesse de dormir bem eu não desperdiçaria.

Lentamente, como se eu estivesse lidando com um cão feroz prestes a me atacar, eu cheguei mais perto de Justin. Encaminhei calmamente minha cabeça até seu peito e com cautela me aconcheguei ali. Senti o coração de Justin acelerar e passei um dos braços sobre sua cintura, ficando agarrada ao seu corpo, enquanto sua expressão continuava fria.

- Justin, obrigado por ter vindo até aqui, essas noites tem sido um verdadeiro inferno e minha mente está completamente esgotada. Eu sonho tanto com Chaz e com você e isso é tão ruim e tão medonho. Eu espero que eu consiga dormir essas últimas horas que restam para o dia começar.

- Esses sonhos ainda vão te atormentar por um tempo, garota. Agora fica quietinha que eu quero dormir.

 Sorri de lado e esperei a inconsciência me levar.

Ponto de Vista Justin:

Já faziam mais de duas horas que a ruiva estava dormindo sobre meu peito. Até agora não senti seu corpo ter espasmos então tudo indica que os pesadelos ainda não a encontraram.

Desde que tudo aconteceu com Chaz, Elisa tem o pavor de imaginar que a noite se aproxima, por várias vezes acordei durante a madrugada e me deparei com seu corpo sentado sobre a cama enquanto ela se batia para não se permitir adormecer.

 Eu posso entender perfeitamente o que se passa em sua mente agora, foi uma cena tão inédita para seu cérebro que sua mente armazenou cada detalhe daquele dia e sempre a reproduz durante  o sono,  causando os mais terríveis pesadelos.

Ela soa, grita, se debate e até mesmo chora enquanto está dormindo, além de Elisa não dormir, meu sono também se prejudica pelas diversas vezes que tenho que a acordar e dizer que tudo não passou de um sonho.

Muitas vezes enquanto está acordada Elisa me tira do sério. Se recusa a comer, se recusa a sair do quarto, grita quando eu chego perto dela e sempre fica com a cara feia quando a mando tomar banho com a porta aberta. Nossa relação tem ficado pior a cada dia, mas não me sinto bem ao vê-la dormir, pois eu sei que algo terrível vai abalar seu psicológico e depois disso ela vai passar horas chorando e dizendo que tudo foi culpa dela.

Olho para o lado e vejo seus fios alaranjados jogados sobre seus olhos. Com a ponta dos dedos retiro uma mecha de seus olhos e fico a olhando por incontáveis segundos.

Como eu esperei por isso. Como lutei para estar aqui agora. É tudo tão confuso.

Sinto minhas costas doerem pela mesma posição que estou a duas horas, mas tenho receio de acorda-la, caso eu mova sequer  um músculo meu.

Olho por mais alguns instantes seu rosto angelical e deixo que meus pensamentos me embalem. [...]

Abro vagarosamente os olhos quando sinto algo apertar bruscamente minha cintura e ouço murmúrios baixos próximo ao meu ouvido. É Elisa se debatendo em meio a mais um pesadelo.

- Elisa, acorda! - dou dois tapas leves em seu rosto e sinto que aquilo não foi o suficiente.

Pela pouca luz que invade as cortinas posso ver seu rosto vermelho queimar em meio ao suor. Chacoalho severamente seus ombros até notar seus olhos abrirem lentamente.

Antes mesmo que eu possa pronunciar algo, Elisa já está aos prantos sobre meu peito, apertando meu corpo contra o seu e resmungando coisas que eu não sou capaz de entender. Enfim, ela conseguiu despertar.

- Eu não aguento mais sonhar com ele! Ele está morto por minha culpa. - Elisa chorava alto.

Seu estado de choque e seu semblante assustado só me fazem querer segura-la, dar um beijo em sua testa e dizer que eu estou aqui, que ela não está sozinha.

Talvez seja tarde para isso e talvez Elisa saiba que por mais que eu esteja colado vinte e quatro horas por dia com ela, ela sempre estará sozinha. Não há ninguém que seja capaz de acalma-la, não há ninguém capaz de protegê-la, não há ninguém capaz de mantê-la segura, aliás, sou eu quem trago seus pesadelos todas as noites, sou eu o responsável por impedir que ela seja feliz, por impedir que ela se sinta segura e amada.

Eu sou seu pesadelo. Não há nada que mude isso.

Passo o polegar sobre suas bochechas, acima de uma lágrima. Sinto seu olhar vir de encontro com o meu e tudo que me resta é realizar o que estou com vontade de fazer desde que a vi pela primeira vez.

- Shhh, tá tudo bem agora. Eu tô aqui. - sussurro baixinho.

Sem vozes perturbadoras, sem ameaças ou abusos. Só eu e Elisa.

Aproximo com cautela meu rosto e sinto Elisa recuar para trás. Ela está com medo, eu posso sentir isso. É como se seu medo fizesse parte do ar, eu o sinto, sinto ele arrepiar os pêlos do meu corpo, sinto algo dentro de mim dizer que sou mais forte por isso.

Lanço um sorriso para a garota que me olha com um olhar confuso. Um sorriso doce, sem a maldade ou a perversão que ronda meus pensamentos, apenas um sorriso que diz: "tudo bem se você não quiser". Mas céus, eu estou torcendo para que ela queira.

Avanço novamente com meus lábios próximos aos seus e dessa vez Elisa mantém o rosto no mesmo lugar. Sinto meus olhos se fecharem e em seguida toco seus lábios, como não fazia a muito tempo atrás.

Despejo dois selinhos sobre seus lábios e sinto que a garota abre os lábios, cedendo passagem para minha língua adentrar. Era tudo o que eu precisava. Mudo nossas posições me tirando de seu abraço e ficando por cima de seu corpo coberto pelo longo pijama de algodão. Elisa conduz um beijo calmo, mas isso não me satisfaz mais quando toco sua coxa por cima do tecido.

- O que você está fazendo? - seu hálito quente toca meu ouvido.

- O que eu deveria ter feito desde que te conheci. - sorrio para ela, encarando seus lábios rosados.

Entrelaço os dedos nos cabelos alaranjados da ruiva e sinto seu beijo se tornar mais intenso, dando lugar a todo o desejo e luxúria que Elisa escondia para si mesma.

Levo minhas mãos até sua cintura e com cautela tiro o pano que cobria suas coxas e me dá a visão perfeita de sua calcinha  vermelha, comprada a alguns dias atrás. Sinto seus dedos puxarem alguns dos meus fios loiros e um gemido escapar de sua boca quando toco seus seios por cima da regata preta. Eles já estão duros e loucos por desejo. Assim como eu, que já sinto a cueca se apertar por dentro do shorte.

Retiro a regata de Elisa que expõe seus seios já duros.

- Eu quero ser sua. - ouvi a tímida de Elisa dizer. - Me faça sua, Justin. - ela disse, agora firme e decidida.

Enquanto segurei em um seio com a ponta dos dedos, a minha língua chupa o outro, lambendo e mordiscando sem parar. Sugo com vontade até escutar o gemido meio rouco que ecoa de seus lábios. 

- Oh, Jus… - ela gemeu baixo o meu nome.

Elisa estava entregue ao prazer e naquele momento era tudo o que aquilo era, o bom e puro prazer. [...]

Ponto de Vista Elisa:

Eu me sentia um lixo. Era tudo isso que eu era naquele momento.

A água quente escorria sobre meu corpo e limpava as impurezas da minha  pele,  mas água alguma seria capaz de me limpar por dentro e retirar tudo aquilo que eu sentia. Em meio ao vapor quente do chuveiro posso ouvir o som da minha consciência pesar. 

Síndrome de Estocolmo? que diabos eu estava pensando?

Eu não sei no que eu pensei enquanto sentia o corpo de Justin sobre o meu, talvez eu só quisesse esquecer tudo o que eu tenho passado nos últimos meses, mas, como esquecer transando justamente com a única pessoa que me machucou durante todo esse tempo?

Isso é ridículo, é platônico e por vezes eu já pedi para meus pensamentos tirarem Justin de dentro deles, mas ele não sai e até em meus piores pesadelos ele está lá.

 Saio do banheiro enxugando as lágrimas que ainda caem e ao me olhar no espelho posso notar meu rosto coberto pelo tom avermelhado. Enrolei o cabelo em um coque frouxo e em seguida vesti um pijama limpo.

Saí do banheiro vendo Justin deitado sobre a cama, virado para a parede, ainda de costas para mim. Aquilo era bom, eu não queria olhar em seus olhos por um longo período. Arrumei novamente o cabelo e senti o laço que o mantinha arrumado cair, rolando em seguida para de baixo da cama.

Ajoelhei sobre os pés da cama e enfiei meu braço para baixo do móvel, procurando com a mão o lacinho preto. Senti algo se chocar contra a ponta dos meus dedos e ao puxar pude ver uma grande mochila, ela estava fechada, mas não havia peso algum sobre ela.

Me sentei sobre o chão de madeira e com cautela abri o zíper da mochila jeans, olhando novamente para o lugar onde Justin permanecia de costas para mim.

A primeira visão que tive ao abrir o zíper foram vários e vários papéis, todos eles tinham algo escrito em pequenas letras com a tinta preta.

Segurei um dos papéis na ponta dos dedos e ao vira-lo pude ver que aquilo não era de fato um papel, era uma foto que estava virada ao contrário.

Meus pêlos se arrepiaram e senti um elefante dar cambalhotas em meu estômago. Minha boca automaticamente se entreabriu e tudo que fui capaz de fazer foi colocar a mão sobre ela. 

Meus Deus, eu não podia crer no que meus olhos estavam vendo. Por favor, alguém me diga que isso não é real.

A foto foi tirada em uma floresta, tudo ao redor estava escuro, a única imagem visível era o local onde o flash focou. Um corpo, aparentemente de uma mulher, estirado sobre as folhas secas de uma floresta e uma faca fincada em um de seus olhos. Havia sangue. Céus, havia muito sangue. Haviam larvas e bichos também, bichos que comiam o corpo que já estava  se decompondo.

 Atrás da foto estava escrito: "Katlyn Mendison, 23/05/2013, assassinada às 03:28, despejada no aterro sanitário da cidade da Califórnia, Justin Bieber. "

As lágrimas já rolavam novamente  em meu rosto quando segurei a segunda foto nos dedos.

Uma jovem, aparentemente loira e com cerca de dezenove anos estava atirada sobre um chão de concreto com um corte profundo no rosto e marcas de facadas por todo o corpo. O sangue manchava toda a sua roupa e eu podia sentir a dor que a garota vivenciou ao ter o corpo perfurado por Justin.

 Atrás da foto, estava escrito: "Alikia Santoro, 09/07/2015,  assassinada às 20:34, corpo escondido no quintal de uma casa abandonada de número 643 na rua 90, Justin Bieber. "

Minhas mãos tremiam a cada vasculhada que eu sentia com os dedos sobre as diversas fotos. Revirei algumas com os dedos, mas uma em especial me chamou atenção.

Era ele, o garoto que eu havia tido o desprazer de encontrar a uma semana atrás, com quem tenho dividido os mais terríveis e assustadores pesadelos.

"Chaz Somers, 26/07/2017, assassinado às 01:52, corpo escondido no subsolo de um hotel na cidade de Michigan, Justin Bieber."

Céus. Como eu não pensei nisso antes, como minha cegueira me impediu de enxergar tudo o que estava bem à minha frente, debaixo do meu nariz.

Uma explosão de sensações me invadiu e a única resposta para aquilo eram as lágrimas que caíam descontroladamente dos meus olhos enquanto eu olhava cada corpo assassinado das fotos, enquanto eu pensava em cada família, enquanto eu pensava nos amigos daquelas vítimas,  enquanto eu pensava em como seria meu retrato naquele álbum. Aquilo era apavorante, era assustador imaginar aquilo.

Levantei a cabeça e vi Justin, a minha frente parado, com os olhos saltados para fora enquanto olhava fixamente as fotos que eu havia encontrado. Ele não moveu sequer um músculo e seu olhar frio não demonstrou nenhum tipo de sentimento.

Pude ver seu maldito sorriso aparecer ao me ouvir pronunciar a frase que enchia meu coração de dor.

 - Justin, você é o maníaco da Califórnia? 


Notas Finais


ESTOU REESCREVENDO DARK HUT.

Se você ainda não começou a ler/não terminou eu indico que espere a reescrita terminar para prosseguir.

E se você já leu tudo eu recomendo você ler denovo depois da reescrita, 2bjs.

15/07/2019.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...