1. Spirit Fanfics >
  2. Dark Hut >
  3. Chamas da Paixão

História Dark Hut - Chamas da Paixão


Escrita por: Aninha86

Notas do Autor


Se o Flash sentiu inveja de mim?
Claro que ele sentiu!
Ahahaha Booa leitura meus brigadeiros! ❤🍫🍫
Vejo vocês nas NOTAS FINAIS ! ❤

Capítulo 34 - Chamas da Paixão


Fanfic / Fanfiction Dark Hut - Chamas da Paixão

Ponto de Vista Elisa:

Ele não me ouviria, por mais que eu gritasse, por mais que eu implorasse, ele não me ouviria.

Pude sentir a barra de ferro escorregar da ponta dos meus dedos enquanto sentia todo o meu ar ser eliminado pelas mãos de Justin que continuavam sobre meu pescoço. Essas merdas de vozes estavam em cada canto da mente de Justin, impedindo que seus ouvidos fossem abertos e Justin ouvisse minhas súplicas.

Que merda, ele tem que reagir! Não posso morrer aqui, sozinha, sem ele.

- Mas que droga Justin, reage!

Minhas palavras foram em vão e tudo o que senti foi outro soco se afundar em meu rosto. Eu podia ver borboletas com a dor que invadia meu corpo.

Tudo era tão dolorido e repleto de sangue.

A barra de ferro ocupava minhas mãos e ao sentir novamente o melado vermelho escorrer por meu nariz eu o direcionei com toda a força que ainda restava em meus punhos até as pernas de Justin. Ouvi seu gemido de dor ecoar da pequena sala e antes de ir ao chão Justin tentou acertar o machado sobre minha cabeça, sendo surpreendido pela minha esquivada e prendendo a ponta do machado na parede.

Justin me xingava de diversos nomes enquanto no chão massageava a perna com uma das mãos. Eu abandonei a barra de ferro ali mesmo e corri, o mais rápido que meu corpo foi capaz de se movimentar.

A fraqueza dos meus ossos jamais me permitiria correr com a barra de ferro extremamente pesada nas mãos, mas após correr alguns metros eu me senti completamente burra por não ter levado comigo nada que pudesse de certa  forma ajudar a me proteger.

Encaminhei meu corpo lentamente até o elevador e senti meu corpo ser miseravelmente lento pela quantidade de socos que foram desferidos contra meu corpo estruturalmente magro e pequeno.

O líquido rubro manchava minhas roupas e fazia parte do retrato do meu rosto, mas tudo o que eu queria naquele momento era correr até o elevador e ficar muito longe de Justin.

Mesmo com os calos nos pés ou os cabelos suados que escorriam sobre meus olhos eu tentei correr. Mesmo com o corpo ferido e os curativos vencidos da semana passada eu tentei continuar sendo forte e tentei correr, tentei mostrar a mim mesma que eu conseguiria. Nada daquilo valeu realmente á pena quando senti o cabo de madeira do machado vir de encontro com minha nuca e aos poucos fazer meus sentidos irem embora.

Eu estava desnorteada e tudo o que pude ver quando caí, foram as botas masculinas que se aproximavam de pressa.

Ele se ajoelhou perto de mim e sorriu, um sorriso sujo que me fez fechar os olhos. Eu sentia que aquele seria meu fim e Justin não estaria ali pra me ajudar.

- Por favor... - eu sussurrei antes de apagar sobre o corredor vazio e abandonado do hotel. [...]

Ponto de Vista Justin:

Tudo em minha mente era de um completo vazio.

Era como se eu estivesse perdido em uma imensidão, como se todo o meu corpo estivesse em órbita.

Tudo o que eu conseguia enxergar era o azul. O mesmo azul que preenchia o oceano e dava cor ao céu, o mesmo azul que pintava as telas e os desenhos das crianças, o mesmo azul que eu encontrava nos olhos de Elisa quando ela sorria, aquele mesmo azul que me trazia tanta paz e parecia me distanciar de todos os meus problemas interiores. Aquele azul que eu gostaria de enxergar agora.

Me sinto desnorteado e é como se uma lacuna tivesse sido formada entre minha mente e meus ouvidos. Eu não podia ouvir nada do que acontecia do lado de fora, mas no fundo, um aperto no peito me dizia que algo estava realmente acontecendo.

Em meio á todo aquele breu que havia sido formado na minha mente eu tentava acordar, tentava voltar ao comando do meu próprio corpo, tentava escutar qualquer som que fizesse do lado de fora. Nada adiantou e eu só torcia para que quando eu voltasse tudo estivesse bem. [...]

Senti lentamente meus sentidos voltarem sobre meu corpo e na esperança de ver se aquilo era de fato real, eu forcei o dedo indicador da mão direita e fiquei surpreso quando o mesmo se mexeu.

Junto à dor no corpo eu senti um grande calor que fazia toda a minha testa se molhar e meus cabelos agarrarem-se ao rosto molhado, como seu eu tivesse percorrido uma longa maratona. O ar do subsolo estava mais quente do que me lembro á algumas horas atrás. Com certeza uma amostra grátis do inferno.

Minha consciência estava de volta e ao puxar o ar para meus pulmões senti uma vontade absurda de tossir. Nos meus pulmões faltaram ar e o meu peito doeu com a tosse forte que me invadiu. Forcei as pálpebras para cima no intuito de abrir os olhos, mas uma perda de sentidos me fez desmaiar novamente.

Era como se eu estivesse completamente alucinado e tudo o que eu podia ver ao meu redor eram vultos. Senti a fraqueza lançar meu corpo novamente ao chão e eu me perguntava o que estava acontecendo de errado comigo.

Minhas narinas captaram um cheiro intenso que fez meus pulmões doerem outra vez. Novamente a tosse me invadiu e enquanto eu tentava normalizar minha respiração, eu pude ver onde eu estava e o real motivo de estar perdendo os sentidos a todo instante.

Um montante de fios estavam aglomerados dentro de uma caixa de força completamente suja e enferrujada, ela parecia estar abandonada ali à anos. Alguns fios desencapados e mal instalados fizeram com que um curto circuito percorresse pelas instalações e atingisse alguns botijões antigos que antigamente forneciam o gás da cozinha do hotel.

O fogo se espalhou rapidamente e não demorou muito para a fumaça também se alastrar. Eu sentia meu corpo ter espamos e a inconsciência me rondar. Meus olhos ardiam pela fumaça e em poucos segundos eu senti meu pulmão ser invadido por dióxido de carbono, o mesmo que estava me levando a inúmeras alucinações. Meu corpo estava ao seu limite e minhas pernas fraquejavam cada vez que eu tentava me manter em pé. 

Ainda deitado sobre o chão eu tentava criar forças para sair daquele lugar. Me apoiei na parede de concreto para erguer meu corpo e pude ver um grande machado que estava ao meu lado, ao lado dele havia sangue e eu fui espancado por lembranças claras de Elisa.

Senti meu estômago embrulhar e o desespero me corroer quando levantei a ponta dos pés para ter uma visão melhor e não a encontrei em meu campo de visão. Ela não estava em nenhum lugar e à  essa altura o fogo já havia tomado uma grande proporção.

Eu notei dificuldade para andar, sentia uma dor incalculável em uma das pernas. Era como se uma âncora estivesse presa á minha perna e eu a arrastava pelo corredor, gritando o nome da garota.

Retirei a camisa que cobria meu peitoral e tampei o nariz, tentando ingerir o mínimo de fumaça que fosse possível. Enquanto eu me encaminhava para próximo do fogo o pensamento sobre Elisa não me abandonava. E se ela já estiver morta? E se ela foi queimada? Droga, eu não posso pensar nisso. Não posso imaginar como seria perde-la.

Arrasto meus pés por alguns metros até que vejo em meio à fumaça, alguns fios laranjas.

É o cabelo dela, céus, Elisa está ali.

Tento apressar os passos e sinto meu pé ser torcido. A dor que consome meu corpo está negativamente intensa, mas eu não posso sonhar em desistir agora e deixa-la aqui.

É impossível dar mais um passo sequer e eu me rendo á dor, deixando meu corpo cair ao chão. Com um desmaio e todo o gás carbônico que já entrou em contato com seu organismo, penso que  Elisa provavelmente já faleceu.

Sinto meus olhos serem preenchidos com lágrimas quando penso o quanto a vida dela poderia ter sido diferente, o quanto eu roubei do seu presente e interferi do seu futuro. O quanto fui egoísta por querer mantê-la por perto apenas para ter sua companhia, apenas para olha-la mais uma vez.

Eu poderia ter deixado Elisa ir embora, poderia te-la soltado e acredito que conseguiria viver com isso pelo resto da minha vida. Conseguiria viver com o fato de que mesmo não estando ao meu lado ela estaria ao lado de sua família, estaria construindo sua vida e muito provavelmente teria me esquecido e deixado para trás todos os momentos ruins que viveu enquanto esteve ao meu lado. Eu conseguiria viver com isso.

Mas e com a culpa? Eu seria capaz de suportar a maldita culpa todas as noites quando minha cabeça fosse deitada sobre o travesseiro e eu me lembrasse que tudo o que aconteceu foi por culpa minha? Eu conseguiria viver cada mísero dia lembrando que durante o último ano de sua vida eu a trancafiei, a torturei, abusei de seu estado físico e emocional? Que durante seu último ano tudo o que fiz foi mantê-la em cárcere enquanto todos acreditavam que ela estava morta? Eu conseguiria me olhar no espelho e saber que agora nada seria como antes?  Agora não teria alguém que me esperasse acordada todas as noites e nem que se preocuparia comigo todas as vezes que eu estivesse ferido ou em apuros. Eu conseguiria viver com a culpa que atormentaria cada dia da minha vida? A culpa de saber que a mulher que eu torturei, trancafiei e abusei poderia ser a minha única salvação e libertação de toda essa loucura. Isso me importunaria por todos os dias da minha vida. Eu seria eternamente culpado por não ter sido capaz de cuida-la e zelar pela sua vida. Eu sou culpado e eu nunca vou me perdoar por isso.

- Me perdoe, eu sinto muito. Eu sinto muito. Eu prometi que ia cuidar de você, eu-eu não fui capaz, eu não consegui. Me perdoe Liz.

Eu coloquei a cabeça de Elisa sobre meu colo e com cautela alisei seu fios ruivos, que cobriam seu rosto. Eu encostei minha cabeça próximo de seu queixo e deixei cair ali as lágrimas que estavam presas á tanto tempo.

Eu não me importaria de permanecer ali. Já não me importava mais se as substâncias tóxicas iriam entrar em meus pulmões e me levariam à morte. O motivo para eu permanecer aqui havia ido embora, então, o que eu tinha a perder?

Pelo contrário, muitas pessoas teriam muito à ganhar. Eu não assassinaria mais ninguém, não torturaria, não estupraria. Não tiraria meninas inocentes dos laços maternais e nem causaria mais nenhuma dor. Ficar aqui sem ela seria desastroso para minha própria sanidade mental. Quer dizer, e depois disso? E depois que ela morresse quem eu teria ao meu lado para pedir ajudar quando meus demônios me invadissem? Quem eu juraria proteger com unhas e dentes? Eu não teria ninguém e mais uma vez seria feito de boneco de pano para destruir outras famílias. Novamente eu estaria sozinho com minhas perturbações mentais que nunca irão entender que hoje, eu só quero ser livre. Só quero ser normal, só quero experimentar sobre o que todos falam mas que eu nunca senti, acho que o nome disso é amor, eu não sei.

Estou cansado, estou me afundando na cova que eu mesmo criei, no meu próprio poço de solidão. Eu estou farto, estou cansado de tudo isso.

Então me diga, que sentido tem lutar para sair daqui, se a única que poderia me salvar não irá comigo?

Eu prefiro ficar aqui, deitado junto à ela, até eu ser levado também.

- Sinto muito por isso. Sinto muito.

Eu apertei seu corpo contra o meu e mesmo tentando sentir seu cheiro pela ultima vez, a única coisa que senti foi o calor infernal do fogo misturado ao amargo cheiro da fumaça. O galpão estava sendo todo obstruido pelas chamas e logo não haveria mais nada.

Com os olhos fechados e os dedos acariciando os cabelos de Elisa, eu senti uma movimentação estranha sobre seu peito e logo Elisa despertou, sendo cercada pela fumaça e pela tosse intensiva.

Ela estava viva! Ela estava ali, ao meu lado, eu não podia acreditar!

- Elisa, acorda, acorda, nós precisamos sair daqui! - eu dei dois tapas leves em seu rosto e esperei por sua reação, que não veio. - Acorda Elisa, acorda ...

Eu chacoalhei seus ombros e vi seus olhos serem abertos, se assustando logo em seguida com o cenário que viu.

O calor era insuportável e me dava náuseas, a fumaça já cobria grande parte do subsolo e tudo estava sendo rapidamente queimado. Elisa ainda não havia recuperado toda sua consciência,  mas percebi que ela já entendia a gravidade da situação em que estávamos.

- Vem, a gente tem que sair daqui. Eu não vou deixar você morrer. Isso não vai acontecer pequena.

Tentei levantar para procurar a saída, mas senti meu pé torcido falhar. A dor era lastimável e eu mal poderia me sustentar em pé.

- Eu não posso te pegar no colo, você tem que me ajudar. - Elisa nada pronunciou e apenas encarou as chamas que aumentavam assustadoramente.

Ficando com as mãos e os joelhos no chão, eu puxei o braço de Elisa e coloquei a camiseta que antes cobria meu nariz, sobre o rosto dela. Ela não podia perder a consciência novamente.

- V-vem ... Eu vou tirar você daqui ... - Eu sussurrava enquanto arrastava seu braço com dificuldade sobre o corredor incendiado.

O elevador estava completamente escuro e eu notei que ele fazia parte do curto circuito. Lembrei então da pequena sala onde pedi para que Liz se trancasse, ali havia uma janela. Uma pequena janela, mas que seria capaz de passar Elisa.

- Estamos quase chegando ... - Eu murmurei enquanto ainda puxava  Elisa pelos braços. Ela era pesada considerando que eu estava a arrastando na posição "de quatro". Ela não mediu esforços quando me salvou e com toda a certeza eu também não medirei.

Alguns metros percorridos, ou como devo dizer, "arrastados", e nós finamente chegamos à sala onde tudo começou. O fogo cobria uma parte dos objetos e estava espalhado pelo chão também. A pequena janela de vidro foi quebrada pela força das chamas e eu pensei no plano ideal.

- Ei, me escuta. Me escuta Liz .. - Eu passei a mão na frente do rosto da garota para  que seu olhar fosse direcionado à mim, já que ela ainda encarava a janela com os vidros estraçalhados.

- Isso não vai dar certo Jus, eu estou tão fraca. Eu-eu não posso. - Elisa pronunciou, completamente abatida e mole.

- Não diga isso, você consegue. Consegue sim! Você é a garota mais forte que eu já conheci até hoje. Escuta, meu pé está doendo muito, muito mesmo, eu não posso te ajudar a passar pela janela, pois não consigo ficar em pé. Naquela caixa que está sendo toda queimada havia uma corda que por sorte eu resgatei antes de ser decepada. Presta atenção no que eu vou  dizer, eu vou amarrar aquela corda naquela estante e a outra  ponta eu vou jogar pra fora da janela. Do outro lado há uma espécie de estacionamento no subsolo do clube que há ao lado e por mais que não  pareça, a janela está muito distante do chão. Quando você chegar ao outro lado você vai segurar firme nessa corda e ela vai te ajudar a descer com segurança.

- Depois disso você vem? - Elisa olhou em meus olhos enquanto tentava raciocinar minhas palavras.

- Sim, depois disso eu vou, mas não me espere. Você vai correr até a parte superior do clube e vai pedir por ajuda, peça para que os bombeiros venham, para que o clube não seja atingido. Está me entendendo? Você não vai me esperar, quando seus pés tocarem a superfície você vai correr e pedir por ajuda.

Elisa  concordou com a cabeça e eu me arrastei até a estante, amarrando a corda ali. Eu sentia o suor que escorria de todo o meu corpo, sentia meu corpo quente e podia sentir as alucinações que vinham ao meu encontro por causa do gás tóxico.

- Pode ir. - Eu forcei mais uma vez o nó, me certificando que estava bem preso à estante.

Elisa se aproximou de mim e selou nossos lábios, me lançando um sorriso em seguida. Com dificuldade ela se apoiou na estante para manter o corpo em pé e lentamente subiu até a corda, ficando ainda mais próxima da janela.

Antes de passar por ela Elisa virou se e sorriu para mim, enquanto meu corpo permanecia sobre o chão, apenas sorrindo para ela e tentando passar a idéia de "no final, tudo ficará bem".

Espero que eu tenha conseguido.

Elisa lançou seu corpo entre a janela e em poucos segundos a perdi de meu campo de visão.

- Jus, agora é você. - Ouvi ela dizer do outro lado e rapidamente desatei o nó da corda.

- Anda Elisa, você precisa se salvar, corre. - Meus olhos transbordaram. - Eu lamento, eu não iria conseguir, acho que quebrei meu pé e eu sabia que você iria me esperar. Me perdoe Liz.

Eu ouvi o barulho estrondoso e notei que mais uma sala havia sido invadida pelas chamas. Estava ficando tarde.

- Anda Elisa, vai embora, você precisa se salvar, vai embora. - Eu gritei para a ruiva que me esperava do outro lado e com certeza, com lágrimas nos olhos.

- Por favor Justin, eu não posso ir sem você. Por favor me escuta, lute, tente salvar sua vida.

 Ouvi Elisa gritar em meio ao pranto.

Eu sorri, satisfeito por libertar a única coisa que me importava naquele momento.

- Sinto muito Liz, mas a minha vida já esta á salva. 


Notas Finais


ESTOU REESCREVENDO DARK HUT.

Se você ainda não começou a ler/não terminou eu indico que espere a reescrita terminar para prosseguir.

E se você já leu tudo eu recomendo você ler denovo depois da reescrita, 2bjs.

15/07/2019.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...