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História Dark Hut - Me Deixa Ficar?


Escrita por: Aninha86

Notas do Autor


AAAAAAAAAAH!
Oooooi brigadeiros!

Voooltei com capítulo novo e com novidades! Ahahahah

NOTAS FINAIS GIGANTESCA OS AGUARDA! ❤

Capítulo 39 - Me Deixa Ficar?


Fanfic / Fanfiction Dark Hut - Me Deixa Ficar?

Ponto de Vista Justin:

Meus olhos marejados pareciam transmitir toda a dor que o meu peito sentia naquele momento. O soluço veio à tona e por instantes eu não me pronunciei, apenas deixei que as lágrimas que eu escondi por tanto tempo, viessem à tona. Levantei meu olhar e senti um conforto abundante quando o homem à minha frente envolveu-me em um abraço reconfortante.

- Eu posso sentir a sua dor. -Ele sussurrou, enquanto deu dois tapas leves em minhas costas. - Isso é tão difícil para mim, quanto é para você, garoto. - Ele se afastou, limpando as lágrimas que trilhavam um caminho extenso por seu rosto.

- Eu trouxe você aqui porque foi aqui em que sua mente estacionou, Justin. - Ouvi a voz de Elisa atrás de mim e virei-me para encarar seus olhos.

- Como isso aconteceu? -Perguntei confuso, me sentando em um banco e passando a mão no rosto, certificando-me de que aquilo era real.

- Nós vimos as fitas, Bieber. - Dessa vez foi a mulher quem se pronunciou. Eu podia notar o quanto ela estava se segurando para mostrar-se forte. - Nós precisávamos fazer isso.

- Por tanto tempo eu me perguntei o porque alguém faria aquilo como uma garotinha de quatro anos. - O homem pronunciou com um suspiro pesado, sendo acompanhado pelas lágrimas. - A gente sempre acha que esse tipo de tragédia nunca alcançará a nossa família. - Ele sorriu, triste. - Eu sempre acreditei que o mal estava do lado de fora e eu seria sempre capaz de proteger minha esposa e minhas filhas. Mas sabe o que aconteceu, Justin? Eu não consegui. Naquele dia eu estava tão cansado e tão extressado por conta do trabalho que quando minha esposa me ligou e disse que Holly estava doente, eu disse a ela que levasse a menina no hospital mais próximo. Eu fui um filho da puta que não teve disposição nem para prestar socorro à própria filha quando ela precisou. Holly tinha problemas de insuficiência renal e quase toda a semana nós a levávamos no hospital, que ficava do outro lado da cidade. Naquele dia, justo naquele dia, eu estava nervoso demais para levar Holly no hospital que ficava a vinte minutos de casa e fiz Tereza leva-la até o hospital mais próximo, sozinha. As alas estavam ocupadas e então ela foi transferida até o hospital psiquiátrico, na ala dos pacientes comuns. Depois daquele dia eu nunca mais vi a minha menina. Eu nunca mais pude sentir o cheiro dela ou vê-la dançando balé antes das apresentações oficiais. Eu nunca mais pude ver seus desenhos tão coloridos e engraçados, mas que ao mesmo tempo eram as obras de artes mais lindas que eu  poderia receber. Naquele dia, eu perdi muito mais do que vinte minutos para percorrer com o carro até o outro lado da cidade para levar minha menina até o hospital. Naquele dia eu perdi a melhor parte de mim. Eu permiti que me tirassem parte da minha vida, parte da minha alegria, parte do meu sorriso. - O homem parou, limpando o rosto e me dando um breve sorriso, carregado de tristeza, arrependimento e rancor. - Eu compareci ao seu julgamento, nós estávamos lá. Eu estava tão cego e tão abalado que mesmo você estando dopado, eu queria te machucar e fazer você sentir todo o sofrimento que minha filha sentiu quando foi morta. Tudo e todos me fizeram te odiar e desejar sua morte, mais do a de qualquer outro. Aquilo foi tão duro comigo, tão duro com a minha família. Alguns meses depois eu consegui acesso às câmeras de segurança do dia em que a Holly foi assassinada. Eu queria ver, queria me martirizar todos os dias por não ter protegido a minha filha, como eu deveria ter feito. Eu finalmente vi a quem pertencia as malditas mãos que assassinaram minha filha, com uma overdose. Sinto muita pela sua condenação, pela reputação que lhe foi dada dentro da clínica e por tanto rancor que eu armazenei dentro de mim por você. Você não a trouxe de volta, mas aliviou parte do meu sofrimento quando eu descobri que o homem que fez aquilo, havia sido sepultado, assim como ela.

Meu olhar alcançou o dele e senti seus braços me envolverem novamente.

- Posso sentir o peso que você carregou durante todo esse tempo. Esse peso não é seu garoto, essa culpa não é sua e nunca haverão palavras capazes de te agradecer pelas tentativas contínuas de salvar a vida dela. - O homem me soltou, me lançando um sorriso aconchegante.

- Ela era tão linda ... - Minhas bochechas se levantaram em um sorriso fraco enquanto eu encarava meus próprios pés.

- Sim, ela era. - A mulher ao meu lado sorriu, limpando as lágrimas que inundavam seu rosto. - Isso já faz tanto tempo, mas sinto como se fosse ontem o dia em que fiz cupcakes para ela e Hanna enquanto as duas brincavam na piscina do jardim, nos fundos de casa. A cicatriz vai estar sempre aqui, mas cada dia que passa a dor da ferida torna-se mais suportável. Eu sei que um dia tudo será mais fácil e vou ter orgulho de me recordar que você  fez parte desse processo de cicatrização, Justin. - A mulher me olhou, enquanto acariciava o dorso da mão de seu marido. - Em meio à tanto caos, nós encontramos a justiça e a esperança de dias melhores. Ele está onde deveria estar, e aos poucos, a vida vai voltando a fazer sentido.

As palavras da mulher á minha frente pareciam linhas de sutura, fechando aos poucos minhas feridas interiores relacionadas à Holly. Eu nunca vou me esquecer daquela cena, nunca vou me esquecer do rosto da menina, mas espero que com o tempo torne-se mais fácil lembrar daquele dia. [...]

A conversa fluiu durante algumas horas, enquanto a brisa do inverno tornava-se mais fria com o entardecer.

- Precisamos ir, está ficando tarde e Justin precisa tomar alguns remédios. - Elisa levantou-se, arrumando o cabelo ruivo.

- Muito obrigado por terem vindo. - Tereza, a mãe de Holly, sorriu.

- Eu que agradeço pela conversa, sr. Yuni. - A mulher me abraçou, me lançando um sorriso gentil, logo em seguida.

- Você é um bom garoto, Justin. Lembre-se disto. - Liam sorriu, apertando mais uma vez minha mão.

Segurei firme nas mãos de Elisa e acenei para o casal que continuavam sentados sobre o banco. Nos viramos em direção à saída do parque e alguns metros depois, ouvi uma voz me chamar.

- Ei! - A voz feminina e infantil me chamou, enquanto vinha correndo em minha direção com os cachinhos dourados sendo balançados pela força do vento. - Isso é pra você. - A menina de olhos verdes me entregou uma folha de sufite, quando se aproximou o suficiente do meu corpo.

- Obrigado, Hanna. - Eu sorri, enquanto abria a folha dobrada em duas partes.

- Esse aqui é você e essa é a Holly. - Eu a olhei enquanto a menina apontava para seu desenho colorido. - Ela vai ser o seu anjinho agora e vai cuidar de você, ela me disse isso.

- Ela disse? - Me ajoelhei na altura da menina e encarei seus olhos cintilantes, que apresentavam a cor esverdeada.

Senti o nó se formar em minha garganta enquanto analisava o desenho que Hanna havia feito. Eu estava em um jardim enquanto Holly estava ao meu lado, segurando minha mão. O desenho se assemelhava a uma aquarela, completamente colorido e cheio de vida.

Senti a primeira de muitas lágrimas molharem meu rosto quando Hanna ficou nas pontas dos pés para me dar um beijo estalado na bochecha.

- Tchau, Justin. - Ela sorriu e logo saiu correndo, balançando seu vestido florido rosa.

No meio do caminho Hanna parou, virou-se para mim e acenou com as mãos.

 - Tchau, pequena. [...]

Ponto de Vista Elisa:

Justin se mantinha calado enquanto eu fazia o pedido do nosso almoço, pelo interfone.

- Como se sente? Está calado desde que voltamos. - Eu disse, atraindo a atenção de Justin para mim. Seu semblante continuava sério, pensativo.

- É estranho ... - Ele levantou a bochecha direita, forçando um sorriso breve. - Estou tentando digerir tudo isso, sabe? Sinto como se o peso do mundo estivesse sido extraviado das minhas costas.

- Um peso que não era seu. Já estava na hora, Justin. - Eu sorri, mas percebi que o olhar pensativo de Justin permanecia focado na parede amarelada do quarto.

- O que acha de voltar, Liz? - Justin indagou e minha cara de tacho com certeza foi evidente. De que diabos ele estava falando?

- Voltar? - Eu encarei seus olhos castanhos, que estavam focados em mim agora.

- Sim, voltar. - Justin respondeu, como se fosse óbvio. -  Você está à um ano aqui, Elisa. Sua família, seus amigos, todos acreditam que você está morta. A polícia não teve informações sobre o seu paradeiro e é bem provável que eles ainda estejam dando continuidade às buscas. - Justin entrelaçou os dedos de suas mãos, mexendo-as freneticamente. Ele estava ancioso, aquele era um indício claro.

- Mas e você, Justin? 

- Eu vou ficar. Eu não posso ir, não agora. Por mais que eu esteja tentando e fazendo progressos, ainda sou eu, Justin Bieber, o maníaco da Califórnia. Ainda estou sendo caçado pela polícia local. Você tem que voltar, Liz. Sua vida parou no tempo desde que veio para cá. Não há mais motivos para te manter presa aqui, e acho que você sabe disso ... - Justin me olhou, enquanto suas mãos se remexiam.

- Justin, e o seu tratamento? Suas injeções, seus compridos, como tudo isso vai ficar?

- Eu não quero te manter aqui, só para ter uma enfermeira ao meu lado. Isso seria egoísta demais da minha parte. Olha pro lado de fora da janela, olha aquela cidade, aquele céu, aquelas pessoas ... Elisa, existe uma vida fora desse quarto, uma vida que eu estou te impedindo de viver. Eu já fiz tanta coisa, eu já te machuquei tanto, já tirei tanto de você. Você não pode mais ficar. 

- Mas eu quero ficar. Eu tenho que ficar! Justin, me deixa cuidar de você, me deixa acompanhar seu tratamento... - Eu pedi, acariciando suas bochechas levemente rosadas.

- É um processo longo, um tratamento doloroso, você sabe disso. As recaídas podem existir e eu não posso correr esse risco, Liz.  Eu cheguei tão longe, não posso regredir tudo de novo. Foi por você que eu consegui todo esse processo, mas com você aqui eu não sei se ele vai ser contínuo. As vozes ainda estão aqui, você tem ciência disso. Elas estão em algum lugar, e uma hora ou outra elas podem voltar.

- Se eu voltar, você vai preso. Sabe disso, não sabe?

Justin assentiu, encarando o pés.

- Você vai suportar aquele lugar denovo? Você vai, Justin? - O loiro sentado ao meu lado não se pronunciou. Pareceu analisar com cautela a minha pergunta. - Eu te respondo. Você não vai, porque lá existem pessoas clinicamente perversas e elas só servirão para atiçar seus demônios e transformar você no que um dia você já foi. Você vai regredir tudo o que conquistamos porque lá não haverão remédios, psicólogos ou psiquiátras. Lá só vai haver maldade e mentes perversas e você vai fazer parte disso, porque você precisa de tratamento e pessoas que te ajudem nesse processo, e não de mentes diabólicas. Se eu voltar para a Califórnia eles vão te encontrar Bieber, de alguma forma eu sei que vão. Me diz que não foi tudo em vão?  - Eu segurei o queixo de Justin, o forçando a olhar para mim. - Me diz que eu não sofri, apanhei, me rastejei e me humilhei por você em vão?

Justin me encarou, pensativo.

- Você me deu tantas oportunidades, Bieber. Você me deu tantas chances de simplesmente correr e gritar por socorro, mas a única coisa que eu pensei em fazer foi encontrar meios de te ajudar e de continuar com você.

- Que droga Elisa, você não entende! - Justin se levantou, caminhou até a varanda do quarto e de lá, passou a analisar o movimento que se passava nas avenidas movimentadas da cidade.

- Eu não entendo o que Justin? - Eu perguntei, o seguindo até a varanda. - Hun? Você pode me explicar, então?

- Olha pra tudo isso. Olha o quanto você está perdendo de si mesma, para doar á mim. E se isso for em vão? E se você passar dois, três, quatro anos aqui dentro desse quarto comigo e no final eu ser fraco o suficiente para voltar a ser o mesmo monstro de sempre? E se eu te machucar? E se no meio do tratamento você desistir? Eu não iria superar uma perda assim, Elisa. Por isso eu prefiro encerrar isso agora enquanto ainda há tempo,  não posso correr o risco de te perder durante o percurso e me afundar na minha própria lama novamente. Eu quero sair disso, quero passar na estaca zero, mas para isso preciso estar seguro e confiante de mim mesmo. - Justin me encarou, alternando o olhar entre mim e as luzes da cidade. - Você só tem dezoito anos, não merece passar a vida cuidando de um doente mental que não tem a capacidade de se manter seguro sozinho. Acorda Elisa, olha quanta coisa está acontecendo enquanto você dorme e acorda nesse quarto de hotel.

Justin encarou os pés, dando uma pausa para que eu colocasse meu raciocínio em ordem. Ele estava certo, em partes ele estava. Por tanto tempo eu pensei nisso e hoje, é tão insignificante. A alguns meses atrás, nesse mesmo horário eu estava chorando por algo que Justin me fez, enquanto pensava em como seria sair, aproveitar a luz do dia e caminhar no parque, sem precisar voltar à esse quarto minúsculo do quinto andar desse hotel.

Por longas noites eu desejei que o sistema de segurança sofresse uma pane elétrica para que eu pudesse fugir sem ser vista pelos olhos malignos de Justin, que vigiava cada passo meu sobre esse lugar. Por tantas vezes eu só quis correr, sem olhar para trás.

É encarando a porta de saída que eu me lembro de quantas vezes eu chorei para que Justin me deixasse sair, enquanto ele me mantinha por dias trancada aqui dentro, sozinha. Quantas vezes eu arquitetei planos mirabolantes e falhos de fugir enquanto os olhos de Justin não estivessem sobre mim e hoje, sou eu quem não quero sair por ela. Sou eu quem não quero deixar Justin aqui, porque eu sei que ele não sobreviveria nem um dia nesse mundo tão cruel que transformou ele naquele monstro. Eles o tornaram aquilo e eu posso apostar, não demoraria muito para que tudo voltasse a ser como era.

Eu não posso deixar as coisas terminarem dessa forma.

É demais para mim e para o meu  psicológico fodido que já sofreu tanto pelas atrocidades que Justin já cometeu.

Ele não pode voltar a torturar, assassinar e estuprar. Ele não é mais aquele Justin e eu sinto o dever de mostrar isso para ele, por mais que isso me tire um, dois, três anos.

Que merda é essa, Elisa? O que eu estou fazendo, eu me pergunto.

A verdade é que nem eu mesmo sei e se eu me concentrar em pensar  nisso, posso enlouquecer.

Será que tudo isso vai valer a pena, no final? Eu deveria ter me perguntado isso quando preferi ficar, ao invés de fugir dos braços de Justin.

Toda essa merda começou nesse ponto, no ponto em que minhas forças terminaram porque meu coração já estava nas mãos de Justin. Ainda está. Era um caminho sem volta e no fundo, eu sabia disso. Eu sempre soube.

Eu estava tentando salvar Justin, mas não me dei conta de que poderia acabar me destruindo,  junto com ele.

Era agora ou nunca.

Ou eu salvava a nós dois, ou Justin nos destruiria, por completo.

- Hey Justin, me deixa ficar?


Notas Finais


ESTOU REESCREVENDO DARK HUT.

Se você ainda não começou a ler/não terminou eu indico que espere a reescrita terminar para prosseguir.

E se você já leu tudo eu recomendo você ler denovo depois da reescrita, 2bjs.

15/07/2019.


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