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História Dark Hut - Desejos ocultos


Escrita por: Aninha86

Notas do Autor


Oi brigadeiros! ❤❤🍫 Venho aqui trazer mais um capítulo e eu espero de coração que estejam gostando. Beijinhos e até o próximo.

Capítulo 6 - Desejos ocultos


Fanfic / Fanfiction Dark Hut - Desejos ocultos

Ponto de Vista Justin:

Já se passavam das três  da manhã e a chuva caía fortemente do lado de fora da cabana. A chuva fazia um som estrondoso ao entrar em contato com a calha e o cheiro de terra molhada inundava minhas narinas me causando a sensação de conforto.

Deitado ao lado da bela loura, eu encarava o teto e me perguntava o porque ainda estar neste lugar. A cabana tinha um forte cheiro e viver nesse lugar me enojava, eu precisava sair daqui.

O sangue da garota já estava seco e as moscas já pousavam ali a algumas horas, ela logo começaria a feder pelos grandes cortes que estavam espalhados pelo seu corpo e eu precisaria me livrar dela antes do amanhecer.

A alguns anos atrás eu ficaria desesperado vendo essa cena.

Me apavorava acordar no dia seguinte e encontrar uma garota morta e seminua ao meu lado.

Quando tenho crises e surtos é como se pudesse sentir minha alma saindo do corpo e a partir daí eu não me torno responsável por absolutamente mais nada que meu corpo venha fazer.

Quando volto à mim eu apenas encaro o corpo ao lado, me desfaço de mais um cadáver e limpo o resto da bagunça.

É inevitável, mas com o passar dos anos e com os surtos eu aprendi que não adianta lutar contra algo que eu não posso ver. 

A minha mente é a minha pior inimiga.

Me levantei da cama indo até a janela da sala e observando a chuva que caía lá fora, era uma madrugada fria e não havia sinal de que vizinhos observavam a velha cabana.

 Desamarrei a garota da cama e a coloquei sobre meus ombros, ela era leve e fiz força para que não caísse no chão. Mesmo sem vida e com marcas fortes no rosto ela continuava linda,  assim como na noite passada quando a encontrei.

Abri a velha porta e caminhei até a parte de fora da cabana. O vento soprava gélido sobre meu corpo e pude sentir um arrepio me percorrer.

As folhas molhadas sobre o chão faziam barulhos a medida de que meus passos aumentavam, me dirigi até o fundo da cabana e coloquei a garota sobre um carrinho de mão que estava próximo a caminhonete.

Próximo da caminhonete haviam duas grandes covas, as qual cavei a algumas semanas atrás por motivos de insônia.

Retirei a garota do carrinho de mão e a arrastei até a cova, que agora estava inundada pela chuva forte que ainda caía. A cova era funda e tinha cerca de quatros metros de profundidade. 

Rapidamente joguei a garota na cova e pude ver seu corpo boiar, abri a caminhonete  e peguei uma enxada que estava no banco traseiro, comecei rapidamente uma longa repetição. Pegar a terra com a enxada. Jogar na cova. Pegar a terra. Jogar na cova. Pegar a terra. Jogar na cova. E repeti até que o corpo da garota e o lamaçal de água e terra sumiram por completo.

Quando terminei o trabalho e me olhei pela janela da caminhonete pude ver o quanto eu estava sujo e assustador.

Meu shorte jeans de lavagem escura agora estava tomado pela lama que cobria a cova e a camiseta branca agora era encharcada pela mistura de água da chuva e sangue. Os cabelos louros agora caíam sobre os olhos e meus pés descalços eram cobertos por uma lama escura e folhas molhadas. 

Dentro do carrinho de mão estava uma adaga, a mesma usada para perfurar as costelas da garota, seu sangue ainda estava nítido ali, mas agora eu a lavava com a água que enchia o carrinho.

Sorri de lado olhando a adaga em meus punhos e caminhei para dentro de casa, era por volta das cinco da manhã e o cansaço já me dominava,  as aulas começavam as oito, e assim como toda a turma que fez parte da festa, hoje eu não compareceria.

Removi o lençol de cama sujo de sangue juntamente com minha camisa branca e com meus shortes sujos de barro e coloquei tudo na máquina de lavar.

Tomei um banho demorado e ao sentir a água quente sobre meu corpo pensei em como essa noite havia sido maravilhosa, ao lado de uma bela garota que agora descansava no quintal de casa. Desliguei o chuveiro e deitei na cama de casal apenas de cueca, rapidamente adormeci, sonhando com minha ruiva.

Ponto de Vista Elisa:

- Vocês vão chegar atrasadas. - Diana disse nos apressando, enquanto eu e Mayla comíamos um pão recheado com muita pasta de amendoim.

Diana já havia nos avisado que independente da hora que chegamos ontem o colégio seria frequentado normalmente no dia de hoje.

- Mãe, pelo amor de deus... Todo mundo vai faltar hoje. - Mayla reclamou com uma voz mimada.

- Sério? - tia Diana debochou. - Então que bom que vocês não são todo mundo.

Mayla revirou os olhos e eu me escondi para rir da cena.

 - E anda logo que já tá tarde.

Depois de devorar o pão Mayla e eu pegamos as mochilas e seguimos em direção ao carro, seria um longo dia hoje,  o colégio estaria vazio por conta da festa na  noite anterior na casa de Milan e o dia seria um verdadeiro tédio. 

Ao avistarmos os portões da entrada nos despedimos de Diana e seguimos  em direção ao pátio,  haviam mais pessoas do que eu realmente esperava e pude ver Vincent vindo em nossa direção.

- Oi meninas. - Vincent sorriu e já prosseguiu com uma desculpa esfarrapada pela qual não nos levou para casa no horário combinado.

- Relaxa, Vincent. - eu sorri . - A gente tá aqui, não tá? Então no fim deu tudo certo.

Mayla me olhou com um semblante confuso.

- Não foi ele quem levou a gente?

Eu fiz um sinal negativo com a cabeça.

- Então como a gente foi pra casa?

 - Te explico depois. - eu sussurrrei para ela.

O sinal tocou indicando o início das aulas. O colégio estava com menos alunos que o de costume e os poucos que tinham apenas comentavam sobre a festa da noite passada. 

  - Mano, como a gente chegou em casa? - Mayla me perguntou sentando-se na carteira à minha frente e se virando para mim.

 - Voceê quer mesmo saber? - Eu fitei os olhos nela e ela assentiu. - Depois que você viu o Vin com a Hellen você surtou e saiu bebendo tudo de alcoól que tinha naquela casa. O Vincent saiu com a namorada, o Josh se trancou no quarto com uma garota, o resto da galera que estava na festa encheu o cu de cachaça e eu fiquei sozinha naquela merda, sem carona e sem sinal. Tomei uma puta chuva e andei sem rumo pra caçar sinal pra ligar pro Noah vir buscar a gente, mas não consegui. Encontrei com aquele garoto louro do colégio e ele nos deu uma carona.

- Você tá falando sério? - Ela começou a rir. - Caralho, Elisa!

- Mayla, eu não tô brincando. - eu fiquei séria. - eu fiquei com medo, tá legal? Eu fiquei sozinha, mano. Essa sua paixão platônica pelo Vincent não tá te fazendo bem e ou você conta pra ele ou tenta esquecer ele logo.

Ela abaixou a cabeça envergonhada.

- Foi mal, eu não queria ter deixado você sozinha...

- Eu pedi pra você não passar dos limites. 

- É, eu sei Liz...

Quando fui responder fomos interrompidas pelo professor que pedia o silêncio da sala. Ele parecia nervoso e queria falar algo sério. 

- Galera, um minuto de silêncio por favor. O que tenho para falar é algo sério. - Os alunos fizeram silêncio e ele prosseguiu. - Os pais da Valentina Lee do segundo ano entraram em contato com nosso colégio e pediram para que se algum de vocês virem ela pela rua, por favor entrem em contato com o colégio. - todos se entreolharam sem entender. - Ela sumiu ontem pela noite depois de sair da casa  do namorado, e desde então não foi mais vista. Se souberem de algo, não hesitem em comunicar o colégio.

Todos os alunos assentiram e a aula prosseguiu normalmente.

- Liz? - Ouvi uma voz sussurrar meu nome, me virei e Vicent acenou para mim.

Ele e Josh foram os únicos do time que compareceram no colégio hoje.

- Valentina não é a garota loura que fez o último teste para se tornar team leader?

Eu pensei por alguns segundos e me lembrei da garota. Lee era uma bela garota que queria o posto de líder de torcida de Alexis e por isso elas discutiram algumas vezes.

- Nossa, sim! É ela mesmo. - Eu respondi pra ele e me perguntei onde ela estaria a uma hora dessa.

 As aulas passaram-se rapidamente e logo eu e Mayla fomos embora. Por sorte,  Diana não comentou nada com meu pai sobre nossa saída e eu estava isenta do castigo.

Na parte da tarde Mayla e os meninos combinaram de ir a casa de Milan para ajudar com as coisas,  já que os pais dele voltariam em dois dias e o estado da casa estava repugnante. 

Terminamos a longa limpeza por volta das seis da tarde.

Os meninos treinavam alguns lances no quintal enquanto eu e as meninas estávamos jogadas nos sofás falando sobre coisas aleatórias.

Senti uma vontade forte de usar o banheiro e tive a sensação de que minha bexiga explodiria a qualquer instante, corri rapidamente até o banheiro mais próximo ao lado da sala de estar e ao chegar notei que estava ocupado.

- Mais que droga, Vivianne! Você usou o banheiro a três minutos atrás! - Eu gritei e pude ouvir a risada de Vivianne e Josh atrás da porta. - Parem de foder e me deixem mijar!

- A gente não têm bola de cristal pra adivinhar que você ia querer usar o banheiro agora, Elisa. - Ela me respondeu debochada. - Vai no andar de cima, lá tem um banheiro.

Naquele momento tive a vontade de chutar a porta e xingar os dois, mas ao invés disso respirei fundo e subi as escadas, percorrendo os olhos procurando o banheiro mais próximo.

Assim que encontrei a porta com uma plaquinha escrita "banheiro" eu a abri e me surpreendi ao encontrar Shawn Mendes ali dentro. O moreno estava suado por causa do treino, sua pele estava vermelha e ele tragava um cigarro preto.

- Desculpa, achei que tava vazio.

- Eu já tava saindo. - Shawn soltou a fumaça em direção ao meu rosto e sorriu.

Entrei no banheiro e fiquei ali por alguns segundos. Enquanto ouvia o barulho do xixi caindo no vaso o sorriso de Shawn veio na minha mente e eu automaticamente sorri.

Balancei a cabeça negativamente e me limpei. Lavei as mãos e sai do banheiro, me deparando com Shawn me esperando na porta.

- Eu não sabia que você fumava. - dei de ombros e peguei o cigarro das mãos do moreno, dando um trago.

- Também não sabia que você fumava.

- Não é sempre. - eu sorri e devolvi o cigarro.

- Eu entendo. Às vezes me acalma. - Mendes sorriu pra mim e eu me desconcertei. - Tá vermelha por que? Parece com vergonha.

- Eu não tô. - menti na caruda.

- Ah, você tá com vergonha sim. - Shawn tragrou o cigarro e se aproximou de mim.

 Suas mãos quentes seguraram o meu maxilar e senti o hálito de nicotina misturado com  menta.

- Porque fica desconcertada, Liz?

Shawn encarou meus olhos e por um instante eu paralisei.

- Eu não fico, Shawn. - eu fitei seus olhos e encarei seus lábios.

O moreno sorriu. Ele mordeu os lábios e me encarou.

- Você fica extremamente linda quando mente.

Elisa, não beija ele. Elisa, não beija ele.

- Eu sei. - eu sorri e me virei, tentando sair daquele corredor o mais rápido possível.

 Ao descer as escadas ouvi Mayla falando ao celular e logo me disse que precisávamos ir embora, pois meu pai sairia e Nicholas ficaria comigo esta  noite.

Ao sair da casa pude ver Justin me olhar da janela da cabana. Eu acenei pra ele, mas o garoto nada me respondeu e apenas continuou a me olhar.

- Eu levo vocês. - Shawn cortou meus pensamentos.

- Tá bom. - Eu revirei os olhos vendo ele passar os braços em volta do meu pescoço e me dar um cheiro.

- Nossa, você ta cheirosa.

- Sai, menino. - eu sorri e empurrei o moreno.

Do outro lado Justin ainda estava na mesma posição, me observando.

- Amanhã vai ter um jogo importante no ginásio,  vocês vão né? - Shawn olhou pra nós duas.

- Eu acho que sim. Ouvi Vivianne dizer algo sobre esse jogo.

- Ele é muito importante e espero que vocês compareçam. - Shawn disse depositando um beijo em  nossas bochechas assim que paramos em frente à minha casa.

- Nós vamos. - Eu acenei pra ele e entramos em casa.

[…]

O celular tocou indicando uma mensagem.

Era o número de Justin e eu sorri ao ler o que estava escrito.

"Boa noite, Liz. Vim cobrar a nossa taça de vinho. Que tal amanhã?"

"Boa noite, Justin. Amanhã realmente não posso, prometi a Shawn que veria um jogo importante pro campeonato. Fica pra próxima, Um beijo." 

Assim que Mayla me viu sorrir por ler a mensagem ela pegou o celular da minha mão. 

- Ou! - eu protestei e ela começou a ler a mensagem enviada por Justin em voz alta.

- Caralho, Elisa! Tá me zoando que você não vai se encontrar com esse louro gostoso por causa do Shawn?! - ela riu. - Tudo bem que o Shawn é um pedacinho de mal caminho também, mas porque tu disse não, garota?

- Não é pelo Shawn… - eu disse irritada e tirei o celular das mãos de Mayla. - É pelo time inteiro. Eu prometi que estaria lá amanhã para ver o jogo, e vou estar.

Mayla debochou da minha cara.

- Ok, isso não me convenceu. Isso tem cara de ser outra coisa.

Eu me virei para Mayla e a encarei, tentando parecer séria.

- Ai Mayla, vai cagar.

- Qual é? Todo mundo vê que têm química entre vocês.

- Vocês não vêem nada, vocês inventam isso na cabeça de vocês.

Mayla sabia como eu mentia mal. Tinha química ali sim e não era pouca.

Mayla deu uma risada estrondosa e eu a encarei, séria.

- O Shawn é um caso complicado.

- Ele não é complicado, é você que complica as coisas. - Mayla ficou séria. - Fala tanto de mim com o Vincent mas você tem um puta lance com o Mendes e fica se fazendo de desentendida.

Eu revirei os olhos. A maldita estava coberta de razão.

- Na moral, se eu tivesse com o Vin a chance e a química que você tem com o Shawn eu não pensaria duas vezes antes de atacar ele.

Eu a olhei, mas não respondi nada.

É difícil explicar o que rola entre nós.

[...]

Era sábado e não teria aula no colégio.

Já eram por volta das seis horas da tarde  quando Shawn me mandou uma mensagem confirmando nossa presença no jogo de hoje.

"Oi princesa, posso contar com a presença de vocês no jogo de hoje?" 

Eu sorri ao ler a mensagem do moreno.

"Oi Shawn, nós vamos ao jogo hoje."

- Anda logo Mayla, eles já tão esperando a gente. - eu gritei batendo na porta do banheiro, fazendo com que Mayla se arrumasse logo.

O jogo começava às sete e  nós estávamos atrasadas.

Ponto de Vista Justin:

(dia anterior ao jogo)

Observando a grande movimentação que acontecia na casa de Milan, pude ver Elisa sair da casa e seguir andando ao lado de um garoto que envolvia seus braços em volta de seu pescoço. Já vi o garoto por vezes no colégio, aquele era Shawn Mendes, o capitão do time de basquete e um dos garotos mais cobiçados do colégio.

O que  ele faz ao lado dela? Será que estão juntos?

Eu me perguntei vendo como ele olhava para ela e senti um ódio intenso e estranho sobre minhas veias.

Ao ver que Elisa e os dois amigos viraram a esquina eu me deitei no grande sofá e me perguntei o porquê  de estarem juntos. Esses não são pensamentos que normamente vêm a minha cabeça, mas desde o dia da festa tenho pensando muito em Elisa. Eu queria vê-la.

No dia seguinte me enchi de coragem e mandei uma mensagem para a ruiva, cobrando a taça de vinho. Logo fui surpreendido pela resposta. Ela não poderia, porque estaria com Shawn.

Inferno!

Bati fortemente com os punhos sobre a estante velha de madeira. Eu olhei para o teto tentando encontrar uma solução.

Eu sentia uma necessidade absurda de ver Elisa.

-É isso! - eu sorri olhando meu reflexo no espelho. - Se ela não pode vir até aqui por causa de Shawn, então eu vou até ela.




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