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História De repente, escondidos. - Parte X


Escrita por: ksnrs

Notas do Autor


Naruto não me pertence e seus personagens também não.
O intuito dessa fanfic é totalmente interativo e sem fins lucrativos.
Por isso, não me processem, por favor. Não tenho como pagar uma fiança e da cadeia não dá pra postar.

Boa leitura!

Capítulo 10 - Parte X


Sakura estava impaciente em casa. A noite já ia alta e, pelo tempo que Naruto tinha saído pra encontrar a Tsunade, já teria dado tempo dele ir e voltar pra cima do monumento dos Hokages subindo as escadas. Tinha algo de errado.

Foi pensando nisso, que ela saiu de casa, pisando firme em direção ao apartamento dele. No caminho, o coração já começou a se apertar. Pra ele não ter voltado pra casa dela imediatamente, é porque alguma coisa tinha acontecido e, por mais que Naruto dissesse que era ela que se ligava em promessas e honra, Sakura o conhecia bem demais pra saber que se algum gatilho tivesse sido disparado, tinha grandes chances dele se afastar.

Sakura não ia admitir isso.

Parou na porta do apartamento de Naruto e respirou fundo. Talvez ele só tivesse ido pra casa tomar um banho. É, era isso. Bateu na porta e esperou. O coração batendo na garganta. E ele quase pulou pela boca, quando um Naruto apático atendeu.

Ela sabia desde o início. Tinha algo errado.

- Entra. – disse desanimado e deu espaço pra Sakura passar. Ela o encarava com os olhos trêmulos, com medo de perguntar o que tinha acontecido. Continuou em silêncio e caminhou atrás dele em direção ao quarto.

O estranho é que ele não queria nada demais. Simplesmente foi, quieto como nunca, e Sakura viu o motivo de tanta tristeza.

- Você vai sair em missão? – até aí nada demais. Mas quando Naruto apertou a camiseta na mão, enfiando dentro da mochila com força, um pavor se instalou em seu peito. – O que tá acontecendo, Naruto? Fala comigo...

Ele se manteve em silêncio, ainda arrumando as coisas que iria levar, mas Sakura interferiu. Segurou a mão dele com força, o obrigando a olhá-la. Naruto não queria falar, não podia. No fundo não conseguia. Pegou o pulso que o segurava, tentando afastá-la, mas Sakura foi mais esperta. Girou o corpo de Naruto, mantendo a mão dele presa às costas. Uma lágrima raivosa escapou de seu olho, mas o silêncio ainda imperava. Em um movimento preciso, ele escapou do braço que o prendia e tentou imobilizá-la da mesma forma. O fato é que Sakura era mais forte e, mesmo presa, se soltou sem dificuldade o empurrando alguns passos pra trás. Foi quando ele viu que ela chorava e aí chorou também.

Caiu no chão, de joelhos e deixou o choro escorrer dos olhos azuis. Sakura se aproximou devagar, entrando no meio dos braços dele e o obrigando a ampará-la.

- Eu vou ficar quase um mês fora, Sakura... – deixou escapar entre os soluços e viu os olhos dela se arregalarem. – Quando eu voltar, você já vai estar...

- Não, eu não vou! – Sakura gritou o interrompendo. – Não vou, Naruto! Eu vou resolver isso rápido e quando você voltar nós dois vamos ficar juntos! – pegou o rosto dele com as mãos, pra que a olhasse. – Você vai voltar pra mim, não vai?

Os braços dele a trouxeram pra mais perto.

- Você vai confiar em mim esse tempo todo fora? – tinha uma dor latente em sua voz. Sabia que corria o risco de Sakura achar que tinha feito algo que quebrasse a promessa mas nunca, em seu coração, quis tanto uma coisa quanto fazê-la feliz.

- Você me promete que volta pra mim, Naruto? – a voz dela também tava carregada de emoção, de dor, de lembranças terríveis que tinha vivido.

- Sakura, eu sempre vou voltar pra você... Só que eu não sei se a gente vai ser aceito... – lembrava do olhar duro de Tsunade ao dizer sobre o envolvimento dos dois e a sua própria expressão preocupada, aliadas às palavras que disse, deixaram Sakura assustada.

- Por que diz isso?

Naruto deu um suspiro profundo e girou Sakura em seus braços, se sentando no chão e a encostando em seu peito.

- A vovó deixou isso bem claro. – disse divagando, com os lábios apoiados no topo da cabeça dela. – Ela tá me mandando embora de propósito, meu amor. Me quer longe daqui pra não atrapalhar seu casamento.

Sakura ouvia aquelas palavras sofridas, entrando baixinho pelo seu ouvido, e não conseguia se conformar. Sabia que Tsunade gostava desse namoro com Gaara e viu a felicidade dela quando disse sobre o casamento. Mas daí a interferir diretamente em sua vida era demais. Se levantou em um movimento ríspido, sentindo o corpo ferver em ódio e indignação.

Naruto, quando a viu daquele jeito, se assustou. Não tinha visto Sakura tão descontrolada nunca e achou melhor interferir.

- Onde você vai? – perguntou se levantando e parando na frente dela, a impedindo de passar.

- Vou lá falar pra Hokage se meter com a vida dela e me deixar em paz! – berrou o empurrando com força demais, tacando Naruto contra a parede.

No susto, estacou e o viu segurar o braço. Oh, droga... tinha machucado ele.

- Não vai não, Sakura... fica aqui comigo... – ele pediu manhoso, com um sorrisinho sem graça.

Sakura foi até ele imediatamente pra analisar se tinha mesmo o ferido. Deu um suspiro aliviado ao concluir que a dor vinha só da batida e não de nenhum osso quebrado.

- Desculpa, Naruto... eu não fiz por mal. – disse constrangida, baixando os olhos.

Ele levantou o queixo de Sakura, em um movimento delicado e quando encontraram os olhares, sorriram.

- Me lembrou de antigamente. – disse em meio aquele sorriso que acendeu ainda mais o dela.

- Não me lembra disso... – ela murmurou com um constrangimento aparente. – Nossa, eu era tão chata com você...

O rolar dos olhos de Sakura fez com que Naruto sorrisse ainda mais. Podia passar a vida olhando esses olhos verdes.

- Nem sempre. – balbuciou, ainda hipnotizado naquele verde risonho e viu quando eles se tornaram mais maliciosos. – As vezes você era muito legal comigo... – a mão que ainda amparava seu rosto passou devagar pra nuca e a outra a puxou pelas costas, pra que se encostassem. – Tipo quando me beijava.

- Você gostava quando eu te beijava? – Sakura fez charme, perguntando com malícia, roçando os próprios lábios nos de Naruto, que fechou os olhos devagar.

Era tão louco por ela.

- Eu adorava quando você me beijava... – respondeu no automático, rendido ao carinho erótico que Sakura fazia em seu rosto, roçando o nariz devagar e deixando beijos pequenos no caminho.

Até que chegou na orelha. Ali, deu uma mordidinha no lóbulo, fazendo Naruto soltar um suspiro profundo e apertar ainda mais seu corpo.

- Eu adorava te beijar... – sussurrou em seu ouvido e notou o arrepio que percorreu aquela pele dourada que desejava tanto. – Eu adoro te beijar.

A última frase fez ele abrir os olhos devagar, buscando os dela. Deixou os lábios se encostarem e as línguas se abraçarem em uma lentidão deliciosa, em um beijo enorme, tranquilo, vagaroso, onde um explorou a boca do outro como se fosse a primeira vez que se beijassem.

Ou a última.

Provavelmente pensaram nisso juntos e se separaram, olhando nos olhos cheios de promessas um do outro.

- Sakura, eu vou voltar. – era a única que ela queria ouvir.

- E quando você voltar, eu vou estar livre pra você. – disse firme, também a única promessa que Naruto queria ouvir. – Meu amor.

O sorriso largo dele surgiu e abraçou Sakura apertado, daquele jeito moleque dele de ser, enchendo-a de beijos na bochecha.

- Fica aqui comigo essa noite? – pediu mansinho, com olhos convidativos e riu quando a expressão de Sakura se tornou desconfiada.

- Fico. Mas o combinado ainda é válido. Só quando você voltar que alguma coisa vai acontecer entre nós.

Ele deu uma risadinha, tentando disfarçar o sofrimento. Já estava quase a uma semana sem sexo e ainda amargaria mais três. Não lembrava há quanto tempo não batia punheta do tanto que vinha fazendo.

Mas aceitou. Melhor isso que nada. Se deitou com Sakura na cama e só se permitiu abraça-la, enrolando os braços em volta do corpo que amava tanto e enfiar o nariz nos cabelos cor-de-rosa. Inspirou devagar, de olhos fechados, tentando gravar essa memória olfativa. Pensaria nisso, nesse cheiro de Sakura, o tempo todo que estivesse longe. E, em silêncio, pensou o quanto ainda teriam que lutar pra ficarem juntos. Um pingo de pavor passou pelo seu peito, ao pensar que as coisas pra ela, que ficaria, também não seriam tão boas. Sakura, com certeza, sofreria tanto quanto ele mas não só pela ausência. Ela terminaria um noivado e ainda enfrentaria a ira de Tsunade e ele, bom... ele não estaria aqui ao lado dela.

Mas não podia impedir nada. Nem podia deixar de aceitar uma missão designada pela Hokage e nem podia esperar pra ajudar Sakura quando voltasse. O prazo era incisivo. As três semanas de missão acabariam depois do tempo que Gaara tinha marcado pra fazer esse casamento. Se dissesse pra Sakura espera-lo pra que, juntos, resolvessem alguma coisa, sabia que a encontraria ainda mais presa.

- No que está pensando? – a voz doce de Sakura o tirou desses devaneios e Naruto deixou um beijo no topo de sua cabeça, a abraçando ainda mais apertado.

Não mentiu. Dividiu com ela seu pensamento.

- Que eu gostaria de estar aqui com você pra te ajudar a resolver as coisas.

Sakura deu um suspiro cansado, só de pensar em tudo que ainda teria que fazer. Levou as mãos até as costas de Naruto, encaixando-as em seus ombros e levantou seus verdes pra encontrar os azuis dele.

- Quem tem que arrumar tudo isso sou eu... – murmurou baixinho. – Na verdade, eu acho até que a sua presença aqui pioraria qualquer coisa.

Era um fato. Com certeza ia acabar se indispondo com alguém e isso tava longe de ser bom.

- De todo modo, eu queria estar do seu lado.

- Você vai ficar, meu amor. – disse sorrindo, arrancando um sorriso pequeno dele. Foi instintivo pros dedos de Sakura voltarem pra frente e irem fazer um carinho no rosto sorridente. – Meu Naruto...

Naruto sentiu uma felicidade tão grande ao ouvir aquilo, que achou que pudesse até estar perdendo o controle dele mesmo. Era tão bom ouvir isso, que era dela. Que era o Naruto dela. Porque compartilhava a mesma sensação de completude que ele sempre quis. Ser dela e que ela fosse dele.

Estar junto apesar de tudo.

- Minha Sakura. – respondeu baixinho, dando mais um beijo no topo de sua cabeça e a amparando em seu peito.

Dormiram assim, com essa configuração e com essa declaração, de serem um do outro. E quando a manhã surgiu, ainda delicada invadindo o quarto, Naruto despertou daquele sono que não queria. Não queria deixar Sakura. Não queria tirá-la dos seus braços. Mas tinha que fazer.

Soltou-a no colchão, com cuidado pra que não acordasse. De jeito nenhum suportaria aquela despedida. Se vestiu em silêncio, olhando ela dormir tranquila entre os travesseiros, e sentiu o peito apertar ao notar que Sakura o buscava mesmo no sono. Percebeu quando ela deu um suspiro aliviado, ao abraçar o travesseiro, e só então sorriu. Era tão linda que podia passar a vida vendo Sakura dormir. Mas não podia. Colocou a mochila nas costas e se abaixou pra um último beijo antes de partir. Deixou a testa encostada na têmpora dela e, de olhos fechados, pediu pra alguma divindade que tivesse a chance de fazer isso de novo. De vê-la dormir de novo.

E quando a garganta secou e os olhos marejaram, Naruto sabia que era a hora de ir. Ou senão abriria mão de tudo o que conhecia sobre honra pra poder viver esse amor com ela.

- Eu vou voltar, meu amor... Dessa vez, eu vou voltar. – sussurrou baixinho e saiu rápido, ao notar que Sakura se remexeu na cama.

Tava tentando se controlar mas Naruto se conhecia bem demais pra saber que o ódio o estava tomando por dentro. As passadas firmes e rápidas denunciavam que a frustração era enorme. Imensa. Tava bravo com a Hokage por manda-lo nessa missão, tava bravo com Sakura por ter ficado noiva, tava bravo com Gaara por ter ousado entrar na vida de sua flor e, acima de tudo, tava muito bravo com ele mesmo, por não ter voltado a tempo de impedir que tudo isso chegasse à esse ponto.

Não ia perder Sakura, não mais.

E, além de tudo, ainda tava se sentindo o pior dos homens só por estar partindo e a deixando sozinha de novo, pra resolver qualquer coisa. Ouviu quando ela disse que era melhor que ele não estivesse presente e, no fundo, até concordava. Mas sentia que era sua obrigação estar com ela, a apoiando, cuidando e, acima de tudo, amando. E agora ela estaria sozinha, sem ninguém pra ampará-la.

Ainda pensava nisso quando viu a silhueta conhecida, que caminhava furtivamente em todas as madrugadas, se aproximando. Provavelmente vinha da casa de alguém, mas esse assunto não era pertinente no momento. Agora, precisava de um favor.

- Ôe, Naruto! Tá saindo em missão? – a pergunta de Kakashi foi tranquila, feita do seu jeito preguiçoso, com as mãos no bolso. Mas percebeu que ao falar isso, o outro cerrou os dentes e apertou o pulso. Estava contrariado. – Você tá indo embora de novo? – dessa vez já não estava tão tranquilo e foi o que deduziu ao vê-lo tão descontrolado.

- A vovó Tsunade me mandou em missão. – até aí, nada demais. Não entendia o motivo dessa cara tão feia. – Vou ficar fora por três semanas ou mais.

Então Kakashi entendeu. Não precisava ser nenhum gênio pra deduzir o movimento da Hokage. Ela ia tirar o Naruto da aldeia até que o casamento acontecesse. Kakashi sabia dessa predileção de Tsunade por Gaara, mas acreditou que, acima de tudo, ela fizesse isso por carinho à Sakura. E, quanto à isso, também não precisava ser nenhum gênio pra entender que, apesar de ter vivido um romance com o Kage de Suna, o coração da menina se reacendeu no segundo em que Naruto botou os pés em Konoha. Mesmo de longe, só observando, Kakashi notava o quanto a presença dele aqui a agradava. Era uma maldade imensa.

- O que vai acontecer, Naruto? Ela vai casar? – tinha uma apreensão imensa nessa voz e o semblante irritado de Naruto o deixou ainda mais tenso.

- Não! Claro que não! – gritou, com os dentes cerrados e Kakashi notou que, além de raiva, tinha tristeza nesse olhar. – Ela vai terminar tudo com o Gaara e nós vamos ficar juntos quando eu voltar!

- Então porque você tá tão nervoso? Já não tá tudo resolvido? – por mais que tenha parecido tranquilo, a inquietação de Naruto incomodava Kakashi. Ele sabia que tinha mais coisa por trás disso.

- Eu... não queria ir! Não queria deixar a Sakura sozinha agora. – os olhos azuis baixaram e a expressão raivosa cedeu, deixando apenas a triste.

Kakashi deu um suspiro cansado.

- Está preocupado que ela mude de ideia ou que ache que você a abandonou sozinha de novo? – foi incisivo. – Naruto, se vocês se gostam e se você disse que voltaria, cumpra sua palavra e confie na de Sakura.

Era isso que o preocupava. Não as palavras de honra, isso ele tinha toda a certeza do mundo que ambos cumpririam. Era mais o fato de ela se sentir sozinha e perder a força tão grande que tinha.

- Eu queria estar ao lado dela, Kakashi. Queria ajudar a Sakura a enfrentar tudo o que vai acontecer. – murmurou, magoado.

De novo, Kakashi suspirou. Há anos não treinava esse time de malucos e, ainda, sentia que tinha qualquer obrigação com eles. Era por isso que a tristeza de Naruto o incomodava. Se preocupava com esse idiota e não queria que estivesse mal. Nem ele, nem a flor.

- Eu fico de olho nela, pode ir tranquilo. – disse cansado. Sabia que se indispor com a Hokage era uma ideia estúpida, mas não podia deixar um amigo na mão. E ao ver que a expressão dura de Naruto se abrandou, teve a certeza de estar fazendo o certo.

- Obrigado, Kakashi. Sabia que podia contar com você. – tinha até um esboço de sorriso nessa fala.

E foi com ela, que Naruto se despediu, partindo, com o coração ainda apertado, mas com a segurança de que Sakura não estaria sozinha.

Só que Sakura, ao despertar na casa de Naruto, não tava tão disposta assim a esperar pacientemente. Novamente, foi tomada por aquela sensação louca, de resolver tudo nem que fosse na base da força. Sozinha, chorou ao ver a roupa dele estendida sobre o móvel de madeira. Foi inspirando o cheiro de Naruto, que tomou a decisão que lhe faltava. Ia pôr um fim em tudo e faria isso hoje. Agora.

Marchou da casa dele até a sala da Hokage. Era um lugar conhecido, já. Que frequentava a anos. Mas hoje, a expressão furiosa de Sakura era anormal. Tinha em mente que em uma luta corpo a corpo, jamais ganharia de Tsunade. Então, precisava agir com cautela e com inteligência. O problema é que estava perigosamente nublada pela raiva.

- Sakura, o que você quer? – Tsunade estava indiferente. No fundo, sabia o que ela tinha ido fazer lá e não admitiria qualquer escândalo pela partida de Naruto.

Mas não foi sobre ele que Sakura foi falar. Foi sobre o outro.

- Eu quero mandar uma mensagem pro Gaara e queria saber se seria possível um envio mais rápido, por um dos seus mensageiros.

Tsunade nem precisava perguntar o teor da mensagem. Sabia. Soube desde o início. Esperou, até, que Sakura viesse até ela com esse pedido antes e agradeceu aos céus que não tivesse acontecido. Ainda acreditava que esse casamento era o melhor pra ela e fazia isso por puro carinho à Sakura.

Mas eram duas explosivas.

- Não, você não pode. – respondeu ácida, levantando os olhos dos documentos pra encará-la. Viu o exato momento em que Sakura estreitou os olhos, raivosa, e se assustou ao notar o quanto se pareciam. Sabia que estava sendo cruel, mas só queria o bem da menina. Então, respirou fundo e tentou, pela primeira vez, se explicar. Explicar suas decisões. – Sakura, eu sei o que você quer falar com o Gaara e eu não acho que você deva. – disse mansa, querendo impor um diálogo, que a garota não tava nem um pouco disposta a ouvir.

- Essa decisão cabe só a mim. E é com o Gaara que eu preciso falar. – Sakura respondeu irritada, mordendo as palavras.

A insolência sempre foi algo que Tsunade não tolerou e as palavras desagradáveis de Sakura eram um teste pra sua pequena paciência.

- Eu estou tentando te proteger, garota! – gritou. – Ou você já se esqueceu de quantas vezes ficou chorando que nem uma boba, esperando por esse Naruto que nunca voltava?!

Sakura sabia de tudo isso e, ainda assim, correria o risco de chorar mais uma vez se tivesse a chance de ter Naruto em seus braços.

- Não interessa! É por ele que eu quero chorar! É com ele que eu quero ficar! E preciso terminar com esse noivado antes de me entregar a qualquer coisa! – as lágrimas de raiva já tinham invadido seu rosto. – Eu só quero mandar uma mensagem pro Gaara! O resto, é responsabilidade minha!

O descontrole surgiu e Tsunade se levantou, pronta pra enfiar juízo na cabeça dessa menina, nem que tivesse que abrir o crânio pra colocar com a mão.

- Sakura, você não deve terminar nada! Você ama o Gaara e ele te ama de volta!

- Eu amo o Naruto!

O grito pegou Tsunade de surpresa. O teor das palavras também. Naruto tinha dito o mesmo na véspera e ela não quis acreditar. Agora, estava de frente com uma Sakura em pânico. Repensou seus atos mas ainda acreditava que Naruto não a faria feliz. Também gostava do garoto, era alguém muito bom, mas vinha de uma temporada muito grande com Jiraya, onde tinha vivido de tudo, pelo que soube. E, por experiência própria, se apegar à alguém como Jiraya, não era nem um pouco emocionalmente saudável. Não que não gostasse de Naruto ou que estivesse pensando em alguma aliança com Suna, não era nada disso. Era simplesmente cuidado com Sakura.

Mas a menina não via assim.

- Sakura, não troque seu futuro por uma paixãozinha adolescente... – falaria mais mas Sakura girou nos calcanhares, pisando fundo pra fora da sala. – Onde você vai? Eu tô falando com você! – Tsunade gritou, fazendo-a estacar na porta.

Sakura não se virou. Apenas olhou por cima do ombro.

- Não é com a senhora que eu quero falar, senhora Hokage. É com o Kazekage de Suna. – suas palavras eram duras e ácidas. Voltou a olhar pra frente, mas tinha uma última coisa a dizer antes de sair. – E se a senhora não vai me permitir mandar a mensagem, eu vou lá pessoalmente falar com ele.

E saiu, mesmo com os gritos de Tsunade a ameaçando pra que não fosse. Pela janela, viu Sakura voando pela rua, em direção aos portões. Precisava agir rápido, antes que ela pusesse a própria vida em risco.

- Shizune! – o berro foi mais alto que o normal e a moça entrou assustada. – Envie uma mensagem pra Suna imediatamente. Avise ao Gaara que Sakura está indo pra lá sozinha.

Shizune entrou em pânico e, como sempre, antes de obedecer precisava de mais informações.

- Mas o deserto... Ela não vai saber andar por lá sozinha... – foi interrompida por outro grito.

- Por isso eu disse imediatamente! Rápido, Shizune! - viu ela sair correndo como louca e fez um último pedido antes dela ir. – Chame o Kakashi!

Tsunade caiu sentada na cadeira, sentindo que o mundo estava prestes a explodir. Tentou tanto proteger Sakura e agora, seus próprios atos, a colocavam em um risco físico. Além da dificuldade territorial, Sakura era noiva de um Kage e essa informação não era segredo a ninguém, ao contrário. Mensagens de todos os países chegavam diariamente felicitando o casal e passavam por sua mão. Além do risco do deserto, Sakura corria o risco de algum ataque que mirasse em Gaara. O pânico se instalou em seu peito.

Precisaria de Kakashi.



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