História De um jeito ou de outro - Onde está Lili?

(Harry's Pov)

- PRECISO UMA CADEIRA DE RODAS AGORA! - gritei entrando no hospital com Diane em meus braços. Ela continuava tossindo sangue, mas permanecia acordada.

- Harry, salve a Lili... - Diane disse com dificuldade, enquanto estancava a tosse com um pequeno lenço.

- Eu prometo que vocês duas ficarão bem, ok? Agora confie em mim e não desiste por nada nesse mundo, entendeu? - falei olhando fixamente em seus olhos e ela assentiu.

- Pode colocá-la na maca, Senhor Styles. - disse a enfermeira se aproximando. - Vamos levá-la para a sala do Doutor. - assenti e fui junto, ajudando a empurrar a maca. - O senhor fica. - disse a enfermeira séria.

- O quê? Não, eu prometi que eu ficaria ao lado dela não importa o que acontecesse. Eu preciso ir junto, está entendendo? - falei cerrando os dentes.

- Escuta aqui, a sua mulher está tossindo sangue e, segundo a sua ligação, ela pode estar tendo um aborto espontâneo. Ela e o bebê estão correndo risco de vida, então deixe eu fazer o MEU trabalho! - fiquei parado no corredor, estático com as palavras que eu tinha acabado de ouvir enquanto vi a a enfermeira sumindo com Diane no grande corredor. Elas estavam correndo risco de vida, é isso mesmo?

Eu estava cerca de 45 minutos andando de um lado para o outro na sala de espera sem nenhuma notícia. A enfermeira e o doutor sequer saíram da sala de consulta para me dizer se estava tudo bem ou ao menos para me acalmar. Eu já estava aos prantos, sem chão.

Os meninos já haviam chegado e estavam comigo, tentando me acalmar a todo instante, mas acreditem, não estava nem perto de funcionar.

- Harry, sente-se por favor. - falou Liam apreensivo.

- A MINHA MULHER E A MINHA FILHA ESTÃO HÁ 45 MINUTOS NA PORRA DAQUELA SALA E ESTOU SEM NENHUMA NOTÍCIA, QUER QUE EU ME ACALME COMO? - gritei, finalmente me livrando daquela raiva e preocupação que me consumia.

- NÃO GRITA COM O LIAM, HARRY! - Niall gritou. 

- PARA DE GRITAR COM O HARRY, NIALL! VOCÊS NÃO TEM NOÇÃO DO QUE ESTÁ ACONTECENDO COM AS PESSOAS QUE ELE MAIS AMA? PORRA! - Louis gritou me protegendo.

- Terei que pedir para o senhores se retirarem? - perguntou a moça da recepção de modo irônico e nós negamos, tímidos.

- Todos nós estamos exaltados, mas temos que nos acalmar. - Zayn disse se levantando do sofá e veio em minha direção. - Vai ficar tudo bem, cara. - me abraçou.

- Eu estou com medo. - neste momento não consegui segurar as lágrimas. Elas estavam tentando se jogar dos meus olhos a um tempo, mas me segurei. Só que neste ponto, nada nem ninguém poderia contornar a dor que eu estava sentindo.

- Senhor Styles? - chamou a enfermeira que tinha levado Diane.

- Como ela está? Ela está bem? ME RESPONDE, CARALHO! - quase pulei no pescoço da enfermeira, que se afastou com uma carranca.

- Eu entendo sua aflição, senhor. Mas você tem que se manter calmo ou terei que tomar providências. - deu um longo suspiro. - Ela teve um início de aborto, mas está sendo encaminhada para a sala de cirurgia. - completou.

- E o que será feito? - perguntei com lágrimas nos olhos.

- Uma cesariana. 

- Mas Lili está apenas com sete meses!

- Ela está há uma semana de oito meses, senhor. Se não fizermos isto pode causar a morte das duas. Você precisa autorizar.

- Claro, tudo para vê-las bem! - assinei o documento que permitia que a cirurgia fosse feita. - Elas vão ficar bem, certo? - perguntei com receio da resposta.

- É uma cirurgia de risco. As duas podem ficar bem, assim como só uma das duas podem se salvar, assim como nenhuma. - falou colocando a mão no meu ombro. - Estarei rezando para que tudo ocorra bem com a sua família, senhor. - disse sincera.

- Obrigado. Mas pelo amor de Deus, faça o possível para salvar as minhas duas meninas. - falei enquanto lágrimas grossas escorriam pelo meu rosto.

- Faremos. - a enfermeira se virou e foi desaparecendo do corredor.

- MAS POR FAVOR, NÃO DEIXE DIANE PARTIR. EU A AMO MAIS QUE TUDO, EU NÃO SOBREVIVERIA! - segurei seu braço depois de alcançá-la. A enfermeira apenas assentiu e seguiu seu caminho. Pude perceber que seus olhos estavam marejados.

Olhei para trás e vi os meninos parados me olhando. Apenas corri na direção deles, que me recepcionaram com um caloroso abraço grupal.

(Diane's Pov)

Eu estava em um campo. A grama era verde como em filmes de contos de fadas, e eu caminha entre um belo canteiro de tulipas amarelas. O cheiro era inebriante, eu não conseguia tirar o sorriso do meu rosto.

Continuei caminhando, sentindo os raios de sol penetraram em minha pele. O vento batia em meu rosto enquanto fazia meu cabelo esvoaçar. A sensação era incrivelmente maravilhosa, eu não conseguia explicar.

A cada passo, me aproximava mais e mais de uma paisagem espetacular. Depois de um pequeno riacho, estava uma árvore de grande porte. Sua copa era cheia de vida, o esverdeado de suas folhas refletia na água do riacho criando efeitos que brincavam com os raios de sol. Embaixo desta árvore estavam duas pessoas. Uma menininha estava deitada no chão, rindo, enquanto um rapaz a enchia de cócegas. Senti uma imensa vontade de chegar mais perto dos dois e entrar na brincadeira, mas o riacho me impossibilitava de ter qualquer tipo de contato.

- HARRY - gritei mesmo sem saber o que este nome significava.

Mas no momento em que gritei, o rapaz mirou em minha direção e me fitou. Acho que "Harry" era o nome dele. Sorri e acenei, tentando algum tipo de contato. Seus olhos se encheram de lágrimas e logo ele estava na beira do riacho, me estendendo a mão. Porém eu não alcançava, por mais que tentasse.

Devagar, o tal de Harry foi abaixando a mão, desistindo de tentar me ajudar. Neste momento, lágrimas invadiram meu rosto igualmente. Um buraco se abriu no chão, me fazendo cair, sentindo um forte choque elétrico invadir meu corpo por inteiro.

- HARRY! - gritei e quando abri os olhos, estava em uma sala toda branca, sentada em uma maca. Olhei as pessoas desconhecidas ao meu redor e vi Harry chorando em um canto afastado da sala. - Harry... - suspirei e comecei a chorar, mas logo senti grandes braços me envolverem.

- Eu achei que ia te perder! - senti as lágrimas de Harry molharem meu cabelo. - Eu achei que eu não iria resistir! - beijou todo meu rosto e eu gemi de dor. Meu abdômen estava dolorido e, ficar sentada, não estava ajudando em nada.

- ELA ACORDOU! - uma voz desconhecida gritou.

- Solte-a, senhor Styles. Ela acabou de entrar no quarto, tenha calma. - disse a enfermeira que me ajudou a deitar novamente.

- O que aconteceu? - perguntei secando as lágrimas.

- Você não lembra? - perguntou o doutor.

- Lembro de chegar no hospital, depois disso apaguei. - respondi e chamei o Harry fazendo um sinal. Ele sentou do meu lado, em um banquinho, e segurou minha mão. Seus olhos estavam vermelhos e seu rosto estava inchado. Acho que alguém andou chorando por aqui!

- Tivemos que fazer uma cirurgia de emergência, mais precisamente, uma cesariana. - falou o doutor e eu senti meu coração apertar. Elizabeth!

- AONDE ESTÁ LILI? - perguntei com os olhos marejados e ninguém me respondeu. - ONDE ESTÁ A MINHA FILHA? - perguntei novamente, só desta vez com os dentes cerrados de raiva.