(Harry's Pov)
- AONDE ESTÁ LILI? - Diane perguntou com os olhos marejados e ninguém me respondeu. Me deu uma dor imensa no coração vê-la assim. - ONDE ESTÁ A MINHA FILHA? - perguntou novamente, só desta vez com os dentes cerrados de raiva.
- Di, se acalme. Você não pode se exaltar agora! - dei um beijo na sua testa e ela me olhou fazendo aquele biquinho de "estou segurando o choro".
- Mas Harry, nós perdemos ela? Me desculpa, eu sou uma desastrada. Eu fui descer as escadas igual a uma gazela e comprometi a vida da Lili, me desculpa! Eu não queria perder a nossa filha, eu sou a pior mãe do mundo, Harry! Vou entender se você não quiser mais nada comigo, eu... - Diane estava aos prantos, as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Coloquei meu dedo indicador em frente a sua boca indicando que ela devia se calar.
- A Lili está na sala ao lado, meu amor. - falei com uma voz suave e seus olhos brilharam. - Ela ainda é prematura, mas tem uma ótima saúde. A Lili está em uma encubadora, sendo bem cuidada e tratada... - é impossível explicar o brilho do sorriso que apareceu em seu rosto.
- COMO ELA É? ELA ESTÁ BEM MESMO? QUERO PEGAR ELA NO COLO, AMOR... POR FAVOR? - pediu fazendo carinha de cachorro que caiu da mudança. Ri pelo nariz e acariciei seu cabelo.
- Sua filha tem que permanecer na encubadora por pelo menos três semanas, senhora. - a enfermeira disse ajeitando alguns equipamentos que estavam presos à minha garota.
- Diane, por favor. - Di corrigiu simpática. - E eu recebo alta quando? - perguntou para a enfermeira.
- Em uma semana. - Diane fez cara de tédio.
- Vou ficar aqui com você a semana inteira, ok? - falei passando positividade e ela fez cara feia.
- E a banda, mocinho? - perguntou cruzando os braços.
- A banda? Querida, o mundo parou com a notícia de que você estava no hospital! - falei e ela sorriu envergonhada, como uma criança que acabara de aprontar.
(...)
- Harry, eu consigo sentar sozinha na cadeira de rodas! - Di reclamou enquanto eu a colocava na cadeira de rodas com todo cuidado.
- Mas eu quero colocar você! - dei um beijinho no seu nariz e fui para trás da cadeira, com a intenção de guiá-la.
- Onde estamos indo, amor? - ela perguntou observando os corredores brancos e pálidos do hospital com os olhos arregalados.
- Você não quer conhecer sua filha, Di? - perguntei e ela quase se jogou da cadeira de rodas. - Ei, ei, ei... Permaneça sentada por todo o trajeto e não alimente os animais. - falei com uma voz eletrônica e ela riu.
- Desse jeito você morre de fome, Harold! - ela começou a gargalhar e eu fechei a cara.
- Vaca. - falei.
- QUÊ? - olhou para trás me encarando.
- Minha vaquinha.. - sorri e ela bufou. - Chegamos! - parei a cadeira de rodas em frente ao vidro da sala das encubadoras.
- Harry... - Diane suspirou e começou a abanar o rosto. Ela sempre faz isso para evitar o choro, mas é lógico que nunca funciona.
- É essa ali do cantinho. - apontei para a primeira encubadora da direita, onde havia uma menininha deitada brincando com seus pezinhos.
- Ela é tão linda, Hazza... - falou com a voz trêmula.
- É a princesinha do nosso reino, amor! - beijei sua bochecha e ela sorriu.
- A Lili é tão pequenininha. - disse secando uma lágrima que escorreu do seu rosto.
- Você também é pequena e eu acho fofo. - respondi dando ombros.
- Não estraga o momento, Harold! - ela deu um tapa na minha mão. - Dá para acreditar que ela tem que ficar quase um mês aqui? - perguntou chorosa.
- Vai passar rápido, amor... vai passar rápido. - imagine a cena: dois pais babões grudados no vidro e as enfermeiras da maternidade nos encarando com cara de "eu não vou secar essa baba".
Uma semana depois...
- JOHNNYYYYYYYY! - Diane gritou assim que Johnny correu para os seus braços quando ela entrou dentro de casa. - Que saudades de você, amigão! - Johnny estava deitado com as pernas para cima enquanto Diane fazia cócegas no mesmo.
- Ele estava com saudade também, viu? - falei colocando sua mala do hospital no chão.
- Estava com saudades aqui de casa também... - respirou fundo, com os olhos fechados. - Essa briza que vem do mar é rejuvenerante, Lili vai gostar! - completou e sorriu. Não pude conter meu sorriso também, não via a hora de chegar com a nossa princesinha em casa.
- Vá tomar um banho enquanto eu preparo o jantar! - dei um tapa na sua bunda e ela saiu correndo escada a cima. - CUIDADO COM A ESCADA! - falei brincando mas percebia que seu sorriso se fechou. Merda!
O jantar já estava pronto e nada da Diane descer. Já estava ficando preocupada, afinal, ela acabou de sair do hospital e pode ter nado uma recaída, ou algo do tipo. Será que ela passou mal no banheiro?
Tirei estes pensamentos da cabeça e subi correndo, fui até o nosso suíte e revirei de cima abaixo e nada dela. Fui dar uma olhada no banheiro do corredor e ela também não se encontrava lá. Harry, seu idiota... o quarto da Lili!
Fui lentamente até o quarto da nossa princesa e me escorei no batente da porta para observar. Ela também não estava lá. Fui até a pequena sacada do quarto, que também era de frente para o mar, e a encontrei sentada no chão olhando para o mar. Johnny estava no seu lado, deitado com a cabeça na suas pernas.
- Se eu não fosse tão desastrada a Lili não teria que ficar no hospital, Johnny. - Diane conversava com o cachorro, que nem se movia. Parecia que ele estava entendendo tudo. Percebi que o cachorro era incrível para desabafar, preciso bater um papo com ele também.
- Di, você sabe que não é sua culpa. - me pronunciei pela primeira vez. Diane olhou para trás, me viu e sorriu.
- Será que ela vai me odiar por ser tão desastrada? - perguntou.
- Você é a desastrada mais encantadora do mundo... Como já falei, sua vida é uma comédia romântica, amor. - coloquei uma mecha do seu cabelo atrás da orelha e ela sorriu. - A Lili vai adorar fazer parte do nosso filme. - completei e Diane me abraçou.
- Eu te amo.
- Eu te amo mais... muito mais! - beijei o topo da sua cabeça.
Johnny levantou e começou a acoar, como se avisasse que o jantar estava esfriando.
- Bora jantar, negada! - Diane levantou e saiu correndo atrás do Johnny, claro que eu fui atrás.
A noite acabou como em comerciais de margarina: O casal jantando com o cachorro secando ps pratos do lado da mesa. Não via a hora de ver aquele cadeirote de bebê sendo ocupado pela minha princesa.
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