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História Deadsouls - 08: there's nobody here, just us together


Escrita por: bolchevicky

Notas do Autor


Oi, bebês!
Desculpem novamente pela demora, mas o bloqueio de criatividade veio com força. Aqui temos mais um momento #Label, e ficou muito fofo na minha opinião. Espero que gostem.
Boa leitura!

Capítulo 9 - 08: there's nobody here, just us together


Fanfic / Fanfiction Deadsouls - 08: there's nobody here, just us together

POV Lana:

Ainda era doloroso.

Quando eu estava com alguém por perto, era fácil me deixar esquecer por coisas supérfluas que a juventude exige. Marina me ajudava muito nisso: em me manter bem e viva. Além do mais, a paixonite pelo Tesfaye, algo que soube admitir para mim mesma recentemente, era um fator forte para me manter distraída.

Mas quando tudo estava muito longe e eu ficava solitária, novamente, os meus demônios voltavam. E ressurgem e fagocitam cada luzinha de esperança que eu pudesse estar alimentando. Eu fico triste por que sentia que tudo era minha culpa então, sem limpar as lágrimas do meu rosto, eu vou até o banheiro.

Minha face está vermelha, meus olhos inchados não são nada além do que buracos semicerrados. Meu cabelo desgrenhado e minha palidez me descontentam e me deixam ainda mais infeliz, sendo comandada por vozes que eu nem sabia que estão lá, dentro da minha mente.

Devagar mas ciente dos meus atos, deixo o meu celular na borda da pia e vou até a minha nécessaire, tirando de lá a minha lâmina afiada. Fungo, olhando para o pequeno objeto com certa hesitação, mas não temo. Não há mais nada a temer.

Antes que eu consiga deslizar o pequeno objeto cortante pela pele translúcida do meu pulso, o visor do celular de acende me distraindo. Respiro fundo, indo até o aparelho e constato, meio surpresa ao notar que ali havia uma pequena mensagem.

POV Abel:

O local estava vazio, e por se tratar de uma noite em Londres, o clima não era algo favorável. Com os bolsos laterais da minha jaqueta escura aquecendo meus dedos, eu olhava ao redor a todo momento procurando por uma mínima aparição que fosse. Mas tudo era silêncio e vazio na entrada do zoológico.

Respirei fundo, começando a ficar incômodo com a solidão aparente. Peguei meu celular do bolso e constatei que já era para ela estar aqui. Tudo bem que haviam se passado cinco minutos do horário combinado, mas eu estava nervoso. E se ela resolvesse não aparecer? Sabia muito bem que essa possibilidade existia – mas eu não a culpava, eu não era uma boa companhia, mas parece... Parece que eu quero ficar perto dela o tempo todo e é isso que eu acho ruim.

- Abel...?

Levanto a cabeça, acordando dos devaneios e reflexões. Lana aparece na minha frente, parecendo tão cansada quanto da última vez que a vi: era como se ela estivesse definhando bem ali na minha frente. Tentei não transparecer a minha preocupação com um sorriso – sabia como ela ficava irritada quando o fazia – e me aproximei dela, respirando fundo. Afinal, ela realmente veio!

- Pensei que não viria – confesso, analisando seu rosto apesar da luz precária não auxiliar nessa simples tarefa

- Eu não deveria estar aqui, sabe disso, não é?

Reviro os olhos, realmente cansado de ouvir ela afirmar sempre que podia, como nossa aproximação não é nada normal. Mas eu era assim: gostava de coisas anormais e que fugissem da minha rotina que me foi estabelecida e ela obviamente se encaixava em um desses casos.

- Isso não importa - sorri, tentando conforta-la e deixa-la mais a vontade - Pelo menos você está aqui.

Ela revirou os olhos, o que achei um bom sinal. Sorri comigo mesmo, sabendo que estava a conquistando de certa forma.

- A gente vai invadir o zoológico de Londres, não é? - suspirou, olhando ao redor com as mãos na sua blusa de moletom de alguma banda que eu não conhecia.

Ela disse aquilo como se já soubesse a resposta, então eu dei de ombros:

- Por que não…? - falei

Lana riu. A risada dela, tão vivida e presencial, me deixou surpreso - nunca a havia ouvido rir daquele jeito, e a sensação que senti não se comparava nada ao que tinha sentido durante a minha vida inteira.

     - Você realmente não sabe nada sobre coisas que pessoas comuns costumam fazer - me olhou com um olhar divertido e uma sobrancelha arqueada

     - A verdade é que eu queria te impressionar, sabe

Às vezes, eu mentia somente para conseguir o que eu queria. E às vezes, a ironia e o sarcasmo funcionavam do mesmo jeito - mas agora, eu estava usando esses artifícios porque estava nervoso e ansioso perto de uma garota. Eu me sentia ridículo, era como se eu não me conhecesse mais.

- Tudo bem - ela me disse, dando de ombros e se virando para mim - Vamos fazer isso logo

Corremos ao longo do estacionamento e antes que eu pudesse colocá-la em meus ombros para ajudar na escalada do muro, eu disse:

- O mais provável é que a gente seja pego, e quando isso acontecer, deixe que eu fale. Apenas faça essa cara bonitinha de inocente que você tem e vai dar tudo certo

Lana revira os olhos como resposta e com movimentos ágeis, se coloca em meus ombros e pula o muro cheio de arbusto e outros tipos de folhas. Ouço os pés dela tocarem o chão do outro lado e então escalo também, ignorando a sensação incômoda de ter espinhos da flora ali presente perfurando meus dedos como se estivesse em uma colheita de algodão.

Passamos por um pequeno matagal de arvores, nos espremendo e então saímos em um caminho afastaldo, como se fosse uma rua e ao redor tivesse as casas dos animais. Não eram jaulas como aquelas do circo, eram lugares abertos e enormes cercados de arame farpado.

- Lana- falei - A gente está no Zoológico de Londres

- Sério?

Ela foi claramente irônica e eu ri, apreciando seu senso de humor ácido essa noite. Sentei-me em um banco que permitia que tivéssemos uma vista muito privilegiada do zoológico, mas tudo parecida vazio e silencioso de uma maneira que chegava a incomodar. Nunca imaginei que entrar no ali, à noite, fosse desse jeito. Imaginei que teria sido mais legal e a decepção era palpável demais para eu conseguir esconder.

- Você não parece estar gostando

- Achei que seria mais legal - fiz um muxoxo; os olhos cerrados encarando o horizonte

- Isso foi bem legal para mim - deu de ombros, tirando alguns fiapos de folhas da sua blusa - Nunca fiz algo do tipo. É algo que contaria para meus netos, sabe? - voltou a me encarar com um riso  sincero e eu estanquei diante daquilo, pela segunda vez na noite.

Pensava que as coisas, naquela altura não poderiam ser diferentes. Mas eu achava incrível a capacidade que ela tinha de me mostrar sensações novas sobre perspectivas aparentemente simples. Ela trazia grandiosidade em tudo; tudo que ela falava se tornava gigantesco. Eu certamente não sabia lidar com aquilo.

Lana era algo novo demais para mim.

POV Lana:

- O mais estranho é que ninguém reparou que entramos - disse, me referindo aos seguranças - Sério, foi tão fácil assim?

Abel sorriu, um sorriso malicioso e então entendi:

- Você subornou os guardas?! - arregalei os olhos

- Ah qual é, Lana! - riu, apalpando seus bolsos e tirando de lá um cigarro marrom envolto por um papel de seda - Isso não é nada demais

Reviro os olhos e então observo ele acendendo o cigarro, reparando na agilidade dele naquilo. Soltou a primeira lufada de fumaça espessa, me encarando com um sorriso torto ao perceber meu olhar que analisava seus movimentos:

- Quer experimentar?

Mordi os lábios e torci os dedos nos bolsos do meu moletom. Nunca havia fumado, muito menos tinha visto maconha na minha vida. Mas diante das circunstâncias de merda que eu me encontrava, resolvi aceitar.

Peguei o cigarro meio hesitante, tendo a certeza de que Tesfaye encarava meus atos. Coloquei entre meus lábios e puxei a fumaça, sentindo um gosto estranho e defumado. E eu engasguei.

Claro que ele riu, me deixando sem graça. Mas ao invés de fazer uma piadinha, Abel se aproximou:

- Olha - pegou o cigarro dos meus dedos - Você traga e não engole, okay? É só soprar depois, expelindo a fumaça do seu pulmão - ele falava como se fosse fácil - Abra a boca

Murmurou antes de tragar mais um pouco da substância e então, ele se inclina e devagar, solta a fumaça entre meus lábios. Estremeço com aquilo, fechando a boca devagar e soltando o que havia restado da fumaça. Abel sorriu torto, estendendo o cigarro:

- Sua vez

Aspiro fundo, pegando a quantidade máxima de fumava que podia aguentar. Tesfaye me olhava com antecipação e ainda continuava próximo, então me aproximei ainda mais dele, colocando meus dedos em sua jaqueta e soltei a lufada - do mesmo jeito que ele havia feito - em seus lábios entreabertos.

Sorri maliciosamente, me deixando envergonhada ao ter consciência da áurea elétrica e estranha que nos cercava, e quase agradeço em voz alta quando uma música começou a tocar nos auto-falantes


Every time I think of you

Toda vez que penso em você
I get a shot right through into a bolt of blue

Eu atravesso um raio de tristeza
It's no problem of mine but it's a problem I find

Não é um problema meu mas é um problema que eu acho

Tesfaye se levantou, completamente majestoso e contemporâneo. Ofereceu a mão esquerda para mim e levantei os olhos, buscando seu rosto:

- Quer dançar comigo?

Balancei a cabeça, vendo que eu não tinha opção - como se eu quisesse ter outra opção. Apaguei o cigarro no chão e deixei que ele rodeasse o meu tronco e apertasse minha cintura, me moldando e me encaixando no seu abraço. Abaixei a cabeça, encostando no seu ombro e respirando o perfume que estava incrustado na sua roupa e no seu pescoço.


Every time I see you falling

Toda vez que eu te vejo caindo
I get down on my knees and pray

Eu ajoelho e rezo
I'm waiting for that final moment

Esperando pelo momento final
You'll say the words that I can't say

Que você irá dizer as palavras que eu não consigo dizer

- Você pagou por isso também? - falo, me referindo a música que tocava e embalava aquele momento.

- Claro - ri novamente - Eu tinha que fazer o serviço completo, não acha?

Eu concordo silenciosamente, sentindo que tinha a permissão para toca-lo. Deslizei minhas mãos pela costura da sua camiseta e da jaqueta, indo e voltando, por horas esbarrando na pele quente do seu pescoço. Tudo que se podia ouvir era a sua respiração e a minha, além da linda música que se encaminhava para o fim.

- Eu não quero que essa noite acabe

- Também não quero - murmura, meio que como se estivesse confessando.

Levantei os olhos para observa-lo e ele estava impassivel. A luz precária deixava pequenos pontos de azul em seu rosto, contornando os seus traços. Tesfaye parecia sereno ao estar ali comigo e por mais que eu queira fazer perguntas e conseguir as minhas respostas, algo dentro do meu coração tolo dizia que eu podia esperar para fazer isso mais tarde, ou até mesmo em outro momento.

Voltei a deitar minha cabeça no ombro dele, umedecendo os lábios inquieta ao sentir aquela sensação estranha característica, como se eu fosse perder tudo aquilo em um piscar de olhos. Não. Não poderia perdê-lo também... Meu coração não aguentaria.



Notas Finais


O que acharam, babies? Espero que tenham gostado e perdoem mais uma vez a demora. Ah, e muito obrigada pelos comentários! Fico imensamente feliz, sério
*música do capítulo: bizarre love triangle - new order
Beijos,
Little Vicky 💕


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