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História Dear Danger - Capítulo IX


Escrita por: Srta_Lightwood

Notas do Autor


Olá~
Véi, queria agradecer por todos os comentários que a fic tem e pelos 42 favoritos. Amo vocês ( ̄3 ̄)~chu
E ai, galerinha, tudo bem com vocês? Eu espero que sim.
Esse capítulo foi, particularmente, o que eu menos gostei... Exceto pela parte do Hades... Mas, enfim, eu espero que gostem.
Cupcakes, minhas aulas voltarão amanhã e eu não poderei mais postar com frequência, então todo domingo terá um capítulo novo. Se caso ocorra de eu não postar, eu terei um motivo específico para não tê-lo feito. Mas aí eu aviso vocês.
Boa Leitura.

Capítulo 10 - Capítulo IX


Fanfic / Fanfiction Dear Danger - Capítulo IX

Capítulo IX

 

  Meu nome é Annabeth Chase, sou arquiteta em uma empresa renomada de Nova Iorque, conhecida como Arts & Corps. Estudei em Harvard e ganhei um prêmio de melhor arquiteta da cidade. Eu ajudei, com apenas 18 anos, a produzir o esboço da planta do Museu Olimpo.

  Solteirona. Deixada para titia. Zero à esquerda. Pode escolher.

  Conheci um cara esquisito, seu nome é Perseu Jackson, mas gosta que o chamem de Percy – provavelmente para os mais íntimos.

 A princípio, achei que fosse apenas um cara estranho com pinta de galanteador, mas minha opinião sobre ele mudou. Percy provoca um sentimento diferente do que qualquer outro cara... um sentimento de ódio eterno, e uma incrível vontade de nocauteá-lo. 

  No auge de meus 27 anos fui beijada...

  Pela primeira vez.

  Por esse cara esquisito que vem me ajudando tanto.

  SÓ QUE A VIDA PODIA TER UM MANUAL DE COMO REAGIR AO PRIMEIRO BEIJO, NÃO ACHA NÃO, VIDA?

 

  Os lábios de Percy eram gélidos, em contraste com os meus quentes, e possuíam um gosto salpicado, como o do mar. Contudo, eram gentis e ternos. O toque íntimo que eles mantinham causou-me sensações inquietantes. Não sei dizer se foi interessante por ser, bem, meu primeiro beijo. Sua boca era voluptuosa e um tanto quanto convidativa, devo admitir. Meus lábios formigavam, exultantes, e os pelos de minha nuca se eriçaram.

  Veja bem, não que seja REALMENTE meu primeiro beijo, já havia beijado outros garotos na adolescência – certo, um era meu primo que há muito não vejo, e o outro foi resultado de uma aposta de Verdade-ou-Consequência.

  Tratava-se apenas de um selinho, mas pareceu-me significar muito mais.

  Eu não estou...por ele...?

  NÃO! ISSO É DEFINITIVAMENTE ATRAÇÃO FÍSICA. SÓ ATRAÇÃO FÍSICA.

  Percy finalmente se afastou, no que pareceu durar uma eternidade.

  Ele me olhou nos olhos e sorriu descaradamente.

  - Sobre o número do seu celular... – ele passou o polegar sobre o lábio inferior, o olhar lascivo, um gesto arrebatado de sensualidade. – Eu tenho certeza que já lhe disse que não me privo de coisas que me interessem, senhorita Chase.

  Eu não sabia o que responder. Mas uma vontade imensa de socá-lo se apoderou de mim e, antes que pudesse mandá-lo para o hospital, ele apanhou a cesta e saiu, acenando brevemente com a mão.

 

 

  Os lábios de Annabeth eram macios e possuíam um gosto adocicado que, a princípio, não reconheci. Mas pareciam se encaixar perfeitamente aos meus.

  Annabeth... se pelo menos ela soubesse como eu me senti na primeira vez em que a vi. Não estou falando sobre o dia em que ela me conheceu, mas o dia em que a vi naquele museu, três anos atrás.

  Eu realmente estava interessado nela.

  As duas semanas que estive fora, minha ausência se explica pelo intenso calor que reinou sobre Nova Iorque naqueles dias. Viajei em segredo a uma cidadezinha próxima, Jersey City, se não me engano.

  Encontrei um grupo de ciganos dotados de peculiaridades e tendências exóticas – uma estranha afeição à magia negra – que passava por entre um dos viadutos da cidade. Logo que me viram reconheceram-me como o “herdeiro de Transilvânia”. Esse título não se arremete apenas à hereditariedade da família, mas a outros fatores pelos quais apenas seu povo conhece. Como? Os ciganos serviram a família “Drácula” por anos, geração a geração. Claro, todos enaltecidos e amansados pelo poder do dinheiro. Portanto, logo os ordenei que me fizessem um colar para repelir o sol. Eles aquiesceram, hipnotizados pelos meus olhos – eles são bem teimosos, então tive de usar essa tática maravilhosa conhecida como hipnose – e, no mesmo instante, vasculharam em uma bolsa cor areia e retiraram de lá uma pequena pedra triangular azul, a qual logo reconheci como sendo uma safira. Fixaram-na em um cordão e me deram. (Tudo ocorreu em um lugar fechado e mal iluminado.) Agradeci e paguei o que devia.

  E, durante esse tempo ausente, a lembrança de Annabeth fora minha única companheira.

  Já em meu apartamento, depositei a cesta em cima da mesinha no centro da sala de estar. Peguei um dos cupcakes e, sem hesitar, levei-os a boca.

  Não Mortos – o termo politicamente correto seria “vampiros” – são incapazes de provar comida humana, uma vez que não as digerimos e saboreamos. O sabor de qualquer alimento era o mesmo que tentar abocanhar o vento, não tinha gosto de nada, apesar de sentirmos a fragrância que exalam.

  Por isso mesmo, achei uma perda de tempo experimentá-los, pois não...

  Senti o gosto?

  Chocolate ao leite, leite condensado e chantilly.

  Santo Drácula!

  Fitei o doce em minha mão. Eu sentia o gosto...! Como era possível? Apressei-me a devorar mais dois deles, todos com coberturas azuis.

  O gosto dos lábios de Annabeth era como chocolate ao leite, por isso não reconheci.

  Eu não podia acreditar no que minhas papilas gustativas me proporcionavam.

  Será que...?

  Alcancei uma taça no armário e servi-me do vinho, o líquido rubro ondulando à medida que escorria da garrafa. Levei aos lábios. Nada.

  Tomei mais um gole, mas não senti nada. O líquido imediatamente voltou pela laringe, e eu corri até o banheiro, onde golfei o vinho.

  - Ah, droga – lavei minha boca e mãos, enxugando-as em seguida.

  Vampiros também possuem um pequeno problema com a comida humana que é... vomitá-la. Nosso organismo não a suporta.

  Como eu podia digerir os cupcakes e não o vinho?

  Fitei-me no espelho. Se não fosse pelo colar, eu não me veria nele.

  Somos tão enaltecidos pelas lendas, que as pessoas não fazem ideia de que a versão original da nossa história é dolorosa e cheia dos problemas que temos e vivenciamos. Não foi minha escolha tornar-me um puro-sangue. Só digo uma coisa: não desejem ser como nós. Nunca. Nem mesmo por um segundo.

  Se o fizer, a sua vida será tomada, e o seu futuro estará manchado com o sangue de suas vítimas.

  Enquanto voltava para a sala, um grito de Annabeth perpassou as paredes do condomínio chegando aos meus ouvidos:

  - Ah, Percy, tomara que engasgue com os cupcakes!

  E, como todas as reações que ela me causa, eu sorri.

 

 

  Assim que Percy saiu, corri para o meu quarto e bati a cabeça na porta quantas vezes fossem necessárias para que aquela lembrança não retornasse e perturbasse a minha paz.

  Quando minha testa já estava suficientemente vermelha e dolorida, eu exclamei, me jogando na cama:

  - Ah, Percy, tomara que engasgue com os cupcakes!

  Liguei meu notebook, que jazia entre as cobertas da cama. Decidi distrair a mente com algumas informações e curiosidades para que o beijo não volvesse meu cérebro.

  Ah, meus Deuses, o beijo!

  Estapeei minha coxa tão furiosamente que precisei conter um gemido.

  O maior problema não era o beijo em si – bom, também – mas o fato de eu ter gostado dele.

  Me distraí com algumas curiosidades, até que um anúncio apareceu e brilhou na tela do aparelho.

  “Você sabia? As pessoas tendem a se apaixonar quando passam por uma situação de perigo juntas! ”

  O momento do elevador volveu-me a mente, e eu senti meu pescoço arder.

  - Não, não, não! – Abaixei a tela do computador fervorosamente.

  Respirei fundo, contando nos dedos até três.

 

 

  - Você falhou novamente, Nico – uma voz aguda e fria como uma rajada repentina de vento gélido ecoou pelo casebre mal iluminado e empoeirado. Nico acomodara-se em um dos sofás rasgados do interior do casebre, e segurava a prótese metálica do braço com firmeza, protegendo-a, como se temesse que também a arrancassem.

  Não havia luz alguma, exceto por uma nesga que penetrava o recinto pelas frestas da janela corroída.

  Uma única lâmpada pendia sob o teto, mas a mesma estava queimada.

  No centro do que seria uma sala de estar, encontrava-se um caixão negro coberto por uma mortalha.

  A voz provinha de dentro do caixão.

  - O que tem a me dizer agora? – Indagou a voz fria.

  Nico estremeceu e pôs-se de joelhos defronte ao catafalco.

  - Perdoe-me, pai. Perseu está muito forte, não consegui detê-lo...

  - Disso eu tenho absoluta certeza... afinal, precisei usar as sombras para te trazer vivo, antes que ele o matasse. – Interceptou-o, severo. – Mas uma missão tão fácil assim... – a voz tossiu, fraco.

  - Sim, mestre... – Nico engoliu em seco. – Peço humildemente perdão pela minha falha... Mas não compreendo... Por que quer tanto matá-lo, meu pai?

  Houve uma pausa, seguida por outra tossida da voz.

  - Porque, seu tolo, ele me reduziu à esta forma inútil e deplorável – tossiu novamente. – Estou fraco, muito fraco por causa dele. – Disse a voz fria.

  - Si...sim, senhor, si-sinto muitíssimo...

  A voz pareceu suspirar.

  - Você trouxe o que eu ordenei, Nico? – Sibilou. Di Angelo contraiu os lábios, mirando o chão. A apreensão era visível em sua face.

  - Sim, mestre.

  Ele se levantou e caminhou até uma porta verde-musgo no canto da sala. Sacou uma chave velha e enferrujada da algibeira, escondida entre suas vestes, e pôs no trinco da fechadura, girando-a. Ele empurrou a porta com o corpo assim que ouviu um “click”. Tratava-se de um depósito de materiais de limpeza, onde um homem inconsciente estava algemado.

  Nico fitou os pulsos do rapaz em sua frente, esfolados e vermelhos após tanto debater-se. Ele afrouxou a algema, libertando-o. Agarrou-o pela camisa e o arrastou até a borda do catafalco, onde o deixou.

  - Muito bem, muito bem... – sussurrou a voz fria.

  A mortalha aos poucos subiu, revelando dedos longos e finos que a seguravam com dificuldade. Os dedos deram lugar a um corpo esguio e esquelético, trajando uma roupa da época vitoriana, longos e desgrenhados cabelos negros como azeviche e uma pele tão pálida quanto a neve.

  As pálpebras do ser vagarosamente se abriram e dois orbes escarlates e opacos percorreram o ambiente. Ele se levantou, o corpo tão magro quanto uma perna de aranha. Uma figura nefasta. Puxou o corpo do rapaz à sua altura e, com um gesto, rasgou a gola de sua camisa.

  A língua produziu um ruído abafado ao passar pelos lábios finos e os caninos pontiagudos.

  Cravou as presas no pescoço alvo e moreno do rapaz.

  A cor aos poucos adornou as bochechas lívidas do Não Morto, o fluído rubro escorrendo-lhe pelos cantos da boca.

  Soltou o corpo como um saco de arroz, e ele pendeu vazio e sem vida sobre o chão.

  O rosto inchado de Hades reluzia de vivacidade novamente, os dedos limparam os resquícios de sangue repugnantemente.

  Após alguns minutos, Nico disse:

  - Há uma garota, mestre...

  Hades desviou a atenção ao filho, os olhos se estreitaram, parecendo sorrir maleficamente.

  - Ah, uma garota...?

  - Humana. Percy parece ter interesse nela.

  - Humana... – Seus olhos faiscaram e ele lambeu os lábios. – Como se chama? – O súbito interesse em sua voz fez Nico altear as sobrancelhas.

  - Seu nome é Annabeth. A estive observando enquanto monitorava os passos de Percy.

  - Muito interessante... E quão interessado ele está?

  Nico pareceu ponderar, recordando do que ouvira no dia em que prendera os dois no elevador.

  - Muito interessado, posso afirmar.

  O rosto de Hades se contorceu em um sorriso macabro, sua testa se enrugou e disse, a voz baixa e rasante:

  - Traga-a para mim. Assim que a tivermos, Percy virá por vontade própria.

  Nico sorriu, um sorriso de dois, três músculos.

  - Como desejar, mestre.

  Nico estalou os dedos e uma névoa escura começou a envolvê-lo dos pés à cabeça.

  Então, ele desapareceu.

 

 

  Passei o resto do dia contratando carpinteiros, pedreiros e outros funcionários para a construção da mansão. Não havia ainda um dia específico para seu término, mas ela já havia sido iniciada.

  Uma parte minha queria estar ao lado de Annabeth agora.

  Resolvi ligar para Quíron, pois, sem sombra de dúvidas, ele seria o único que saberia me explicar o acontecimento de mais cedo – o fato de eu poder comer os cupcakes.

  - Quíron?

  - Sim. Quem está falando?

  - É o Percy. Boa tarde, Quíron.

  - Oh, Percy! Quanto tempo, meu rapaz! Igualmente. A que devo a sua ligação?

  - Quíron, como bem sabe o ser que sou, tem conhecimento do que posso ou não fazer, já que estudou sobre minha espécie no passado...

  O mais velho pareceu pigarrear do outro lado.

  - Pois sim?

  - E você sabe muito bem que nós não podemos comer comida humana...

  - Prossiga, meu rapaz.

  - Há alguma exceção? Por exemplo, quanto à cupcakes de cobertura azul? – A minha pergunta provavelmente saíra um pouco tosca, pois Quíron soltou um risinho.

  - Cupcakes azuis?

  - Hum, sim...

  - Não sei, Percy. Um Não Morto nunca seria capaz de comer comida humana.

  - Nunca? Acho improvável, Quíron. Hoje mesmo eu... comi.

  - E suponho que tenham sido cupcakes azuis.

  - Sim.

  - Isso é estranho... – Houve uma pausa. Quíron parecia desconfortável em continuar. – Percy, eles te lembram, por acaso, de sua mãe?

  Eu emudeci. Fitei a parede por alguns segundos.

  - Sim. Minha mãe os preparava para mim. Era o meu doce favorito.

  - Essa é a resposta, pois. A única lembrança viva de sua mãe era o doce que ela fazia e, consequentemente, seu preferido. Um puro-sangue, antes de se tornar um, possui uma ligação muito forte com aquilo que lhe dá paz. Sua mãe no caso, Percy. Entretanto...como ela se foi... – Quíron parecia escolher as palavras certas, mas eu não me importaria se ele dissesse morta. – Sua única lembrança... provavelmente foi a dela lhe preparando cupcakes.

  Eu apertei o telefone, as marcas dos meus dedos ficando marcadas nele. Eu sentia muita falta dela, sim, muita falta... As palavras de Quíron ecoavam em minha cabeça. “Única lembrança”. Sim, ele estava certo.

  Uma Sally sorridente preparando cupcakes em um domingo à tarde, enquanto o sol batia sobre a relva e o vento entrava pelas janelas, fazendo os sinos da porta tocarem.

  Era essa Sally que eu mantinha viva em minha consciência.

  - E, por causa disso, você é capaz de prová-los e sentir o gosto. Pois estão fortemente marcados em sua consciência.

  Ah, droga... Mãe...

  - Eu compreendo, Quíron. Agradeço a sua atenção. Até logo.

 

 

  Agora, enquanto estou sentado no sofá, minha mente divaga e volve todo a cena do dia do incêndio.

  Hades.

  Ele era o culpado por tudo.

  Consequentemente, Annabeth surgiu em minha mente, e eu levantei em um sobressalto.

  Ai de mim! Como fui tolo! Nico se fora, e ele sabia da existência de Annabeth e, provavelmente, já tirara suas conclusões. Se essa informação chegasse à Hades, eles não poupariam esforços e viriam atrás dela, pois, assim, me teriam em suas garras.

  Annabeth corria perigo. E a culpa era minha.

  Essa possibilidade já passara antes por minha cabeça, mas não me atormentara tanto. Mas agora parecia perfurá-la e ludibriá-la.

 

 

  Diário de Annabeth Chase 

 

  20h00

 

  Já sentiu como se algo fosse acontecer? Me sinto estranha, e não é por conta do beijo de hoje cedo.

  Eu arrumei o quarto de hóspedes para a chegada de Thalia. Estou ansiosa para revê-la!

  Impressionantemente, queria que Percy estivesse aqui.

  Não, socá-lo é uma opção melhor!

  ...

  Acho que eu... talvez... pergunte se ele gostou dos cupcakes...


Notas Finais


Yo~
Para quem tem curiosidade para saber como é o colar do Percy: http://static.wixstatic.com/media/d962c6_38ccdfe749802f42f7f6a5a80663cd9e.png_256
Eu tenho a sensação de que a Annabeth não dá o braço à torcer... ( ° ▽、° )
Eu espero que tenha ficado claro o porquê do Percy conseguir comer o cupcake. Bom, se não ficou, deve ter ficado meio idiota, então. :'v
COMO EU DISSE NAS NOTAS INICIAIS... O PRÓXIMO SAIRÁ APENAS NO OUTRO DOMINGO, JÁ QUE MINHAS AULAS COMEÇAM AMANHÃ.
Desculpem qualquer erro.
Até o próximo o/


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