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História Dear Danger - Capítulo XVI - Extra: The Light


Escrita por: Srta_Lightwood

Notas do Autor


Olá~

Opa, tudo bem com vocês? Eu espero que sim!
Pois bem, eu disse que iria ter Percabeth nessa capítulo. Tá, eu sei que vocês estão querendo me bater por não ter. Entretanto, eu percebi que vocês estavam borbulhando em perguntas sobre a Thalia, então resolvi escrever o passado dela. Foi bem breve, espero que consigam entendê-lo e tirarem suas dúvidas.
Eu disse que, se a fic chegasse a 80 favoritos, eu faria um bônus. Cara, já estamos com 76 favoritos. Se ela chegar aos 80 até o final de semana que vem, junto do capítulo normal (que terá, eu juro, Percabeth) escreverei o bônus TOTALMENTE sobre PERCABETH. YEAH.

Boa Leitura.

Capítulo 18 - Capítulo XVI - Extra: The Light


Fanfic / Fanfiction Dear Danger - Capítulo XVI - Extra: The Light

Capítulo XVI – Extra

 

 Transilvânia

 

  - Você não ousaria – o garoto robusto e de tez lívida alteou as mãos, o vapor de sua respiração espiralando ao emanar de sua boca.

  A neve caía pálida e solene sobre o cabelo dos dois, os pés firmes sobre o solo, a respiração descompassada e as narinas trêmulas.

  - Desconfia? – Beryl deu-lhe o costumeiro sorriso presunçoso enquanto puxava a corda do arco para mais próximo de seu rosto, os nós dos dedos brancos apertando a empunhadura.

  - Sabe que uma reles flecha não vai funcionar comigo, não é, Grace, querida? – Zeus abaixou as mãos e lançou piscadelas cortejadoras para a garota.

  Beryl Grace soltou a flecha.

 O objeto rasgou o ar com velocidade, rompendo as leis da física, atingindo em cheio a árvore ao lado de Zeus.

  Beryl sempre dava um primeiro aviso. Ela não estava brincando.

  - Tudo bem, talvez você tenha coragem sim – ele deu de ombros e apanhou a flecha. – Vamos, dê-me uma trégua, estivemos fazendo isso a manhã inteira! – O homem de grandes e brilhantes olhos azuis entregou-lhe o objeto.

  - Eu disse mais cedo, Zeus, quem cair primeiro vence. – Um brilho exultante assomou os orbes dela, os longos cabelos negros oscilando com a brisa gélida. Recolocou a flecha no arco e apertou um dispositivo no mesmo, fazendo com que lâminas afiadas surgissem em suas extremidades.

  - Típico de uma caçadora – ele revirou os olhos. – Se assim você desejar, assim o farei.

  Zeus alcançou-a num átimo de segundo. Beryl não teve tempo nem de piscar.

  - Entretanto – ele colocou uma mecha do cabelo negro atrás de sua orelha. – Se eu ganhar, terá de ir ao baile no castelo.

  Ela estreitou os olhos.

  - Se você ganhar.

 Ela sacou uma faca da bainha e a manuseou velozmente, afastando Zeus.

  Então eles recomeçaram o pique-pega mortal.

 

 

Mais tarde no mesmo dia

 

  - Irmão, ande, eles chegarão em 10 minutos! – Poseidon exclamou enquanto lutava com a gravata borboleta azul turquesa e calçava seu melhor sapato. Na verdade, estava mais atrasado do que o irmão, que a propósito, a figura pundonorosa residia acomodado sobre a poltrona do quarto.

 Poseidon podia ser o mais pontual, em quesito de vestir-se, era o mais atrasado.

  Hades limitou-se a responder, fitando os movimentos do irmão mais novo. Acreditava que Poseidon fazia isso para ver se ele próprio realizava as coisas com mais agilidade.

 O vestíbulo do castelo encontrava-se impecavelmente arrumado e organizado para o evento. Os candelabros pendiam do teto majestosamente, os móveis de ébano resplandeciam à luz bruxuleante das chamas das velas de cera, abraçando o recinto em um caloroso manto esbranquiçado. Nos balaústres da escada jaziam fitilhos dourados que esvoaçavam conforme a brisa que penetrava os caixilhos das janelas lhe acariciavam o tecido fino.

  O estandarte da Romênia descia esplendorosamente do teto, as cores vívidas luziam e chamariam a atenção de quem cruzasse a entrada do castelo.

  Os grandes governantes da Transilvânia realizariam um baile de boas-vindas aos habitantes locais. Era o aniversário de Transilvânia.

  - Onde está Zeus? – Poseidon cutucou Hades. – Os convidados chegarão em pouco tempo.

  Poseidon era pontual ao extremo. Olhava o pêndulo do relógio de madeira, afrouxava a lapela da camisa e passava freneticamente a mão entre os fios dos cabelos negros a cada segundo que se dava conta da ausência de Zeus. E a cada segundo ficava mais nervoso.

  - E eu tenho cara de quem sabe? – Hades soltou um longo suspiro, cruzando os braços.

  - Ah é, perdoe-me irmão, esqueci-me que és o menos dotado da família – Poseidon lançou-lhe um sorriso cético.

  O mais velho fitou-o de soslaio.

  - Assim como se esqueceu de que és mais novo da família. Limpou as fraldas hoje, Poseidon? – Hades retribuiu o sorriso de escárnio.

  Poseidon comprimiu os lábios e cerrou os punhos, resmungando alguma coisa ininteligível.

 - Não sabia que fazia tanta falta assim! – Zeus apareceu atrás dos dois irmãos e abraçou-os pelo pescoço.

 - Eu estava começando a crer que não viria – Poseidon deu um soquinho no ombro de Zeus.

  - Pose, às vezes sua preocupação o faz parecer uma mulherzinha – o garoto de olhos azuis elétricos soltou um risinho zombeteiro.

  - Concordo plenamente – Hades meneou a cabeça, recebendo um soco do caçula.

  - Ah, vão chupar sangue – Poseidon revirou os olhos.

 

_

 

   Os convidados chegaram e, admirados pela beleza do local, congratularam os donos do castelo. Haviam camponeses e nobres, até pessoas de vilarejos próximos foram convidados. Todos trajavam suas melhores vestimentas.

  As mulheres, com seus vestidos esvoaçantes, traziam graça e beleza ao local, colorindo-o com sua feminilidade. Os cavalheiros davam o ar de sua graça e estendiam as mãos a essas donzelas que lhe perpetuavam a mente e lhes enchiam de carícias.

  Uma valsa se iniciou entre os casais. Hades (a contragosto) e Poseidon animavam os visitantes e, por vezes, concediam a uma ou duas camponesas uma dança.

  Zeus encontrava-se afastado em um canto, servindo-se de sua bebida favorita, enquanto que, por cima do ombro dos casais, observava uma bela jovem de tez branca e longos cabelos negros presos em uma trança. Uma tiara adornava o topo de sua cabeça, em formato de lua crescente. Seu vestido ondulava conforme seus passos se apressavam, os braços moviam-se em balanços sublimes. Até que, numa das ondulações do vestido pardo da garota, ele notou o reluzir de um objeto afiado e brilhante.

   Seus olhos se encontraram.

   Zeus retribuiu o sorriso de canto de Beryl.

  Ele meneou a cabeça, gesticulando para que ela o seguisse. Olhando ao redor, Beryl certificou-se de que não seria seguida e rumou até Zeus, os saltos azuis crepitando ao roçarem o piso de mármore do castelo.

  Zeus depositou a taça com o líquido vermelho em cima da bandeja de prata e caminhou despreocupadamente para os fundos do local.

  Atravessaram um canteiro de flores, inundados de hortênsias e jasmins. O “quintal” era constituído de um imenso jardim, onde, no centro, uma fonte jorrava água límpida e cristalina. À oeste do jardim, um grande labirinto de rosas descansava à luz pálida da lua.

  Eles se sentaram sobre um banco, contemplando a imensidão negra do céu, enfeitada com pequenos pontos brilhantes denominados estrelas.

  - Feliz aniversário – Zeus sorriu-lhe e estendeu a mão fechada para ela. Beryl fitou-a com o cenho franzido.

 Ele abriu a mão. Dentro dela continha um colar peculiar, de prata, e o pingente era uma flecha atravessando uma lua cheia.

  - Puxa, muito obrigada, Zeus – ela olhou-o grata.

 - Não me agradeça – seu ego inflou – só fico estarrecido em estar apaixonado por uma garota dois anos mais velha.

  Beryl revirou os olhos, enrubescendo.

  - Eu acabei de fazer dezessete! E outra coisa, veremos daqui uns anos quem será o mais velho! – Ela empurrou-o, sorrindo. - Você fará 16 esse ano, além de tudo, é imortal!

  Tocar naquele assunto o entristecia. Imortal. Isso significava que um dia todos ao seu redor morreriam, e ele presenciaria todas essas mortes.

  Um dia, Beryl já não estaria mais com ele.

  - Se eu pudesse, não seria – ele sorriu lânguido.

 

 

  Três meses depois

 

  - Zeus, eles descobriram – Beryl andava de um lado para o outro, as lágrimas brotando em profusão dos olhos. – A Organização descobriu!

  Zeus segurou-lhe o rosto entre suas mãos.

  - Acalme-se, Beryl! O que eles descobriram?

 O crepúsculo daquela tarde de verão não parecia mais colorido e bonito, agora mergulhava-os em uma opacidade total, um laranja triste encobria as árvores, os pássaros emudeceram e a floresta a qual os dois sempre se encontravam não possuía mais o brilho nostálgico e reconfortante que tinha antes de tudo ir por água a baixo.

 A Organização era o lugar onde os caçadores treinavam e se escondiam dos Não Mortos. Décadas e mais décadas de caçadores passaram pelo local. A política era rígida e autoritária. A Organização ficava escondida, ninguém nunca soube seu paradeiro. Houveram histórias de que Não Mortos declararam guerra a ela – “Guerra do Apocalipse” -, há muitos séculos, mas sequer um vampiro descobrira sua localização. Ela era protegida com grandes e fortes barreiras místicas, o que a despistava do mapa. Diziam que vários vampiros chegaram perto, entre eles, Alucard Byron Dervish, que a muito estava na mira de Van Helsing, fundador do instituto.

  Segundo a história da Guerra do Apocalipse, os vampiros puro-sangue haviam estabelecido um acordo de paz entre eles e os membros da Organização, para extingui-la. Ela era comandada pelos mais sábios e experientes caçadores, os chamados Anciões. Conforme as leis por eles fundadas, caçadores não interfeririam no mundo imortal, contanto que os Não Mortos fizessem o mesmo. A Organização continuaria a caçar os Renegados – vampiros que se rebelavam contra as leis dos puros-sangues – assim como os Não Mortos teriam imunidade total para realizarem o que quisessem com os caçadores que invadissem suas propriedades.

  As leis eram máximas dos dois lados, quem as quebrasse seria punido. Por muitos anos os dois mundos foram fundamentados nessa premissa, mantendo-se a salvos.

  E a lei número um era o não envolvimento dos dois mundos.

  - A Organização descobriu que estou envolvida com você – Beryl sentou-se, exausta, e Zeus sentiu a pele lisa da garota escorregar pelas suas mãos, que buscaram a cabeça como apoio. – Ah, deuses, o que faço agora, Zeus? Eles me mandarão embora e virão atrás de você.

  Os dois mergulharam em silêncio. Ele não sabia o que fazer. Não sabia como reconfortá-la. Todas as possibilidades de se manterem isentos perpassava-lhe a mente, embora nenhuma fosse boa o suficiente. Se permanecesse no castelo, sua família correria perigo.

  Ele se agachou na altura da garota.

  - Vamos fugir.

  Aquelas palavras flutuaram no ar e recaíram sobre Beryl como uma folha desloca-se dos galhos e descansa sobre o chão.

  - Para onde? – Ela alteou as sobrancelhas.

  - Não sei direito. Vamos desaparecer do mapa. Só eu e você.

  - Zeus, nós não temos nada, somos adolescentes – o desespero voltava em forma de lágrimas nos olhos azuis escuros da garota.

  - Nós temos um ao outro – ele acariciou sua bochecha. – Mais uma poupança que meus pais me deram – Zeus anuiu com a cabeça, um sorrisinho brotando-lhe dos lábios.

 No dia seguinte, todos no castelo estavam esbaforidos. “Onde raios está Zeus?” gritava Cronos, o pai dos meninos.

   Poseidon era o único que sabia do sumiço do irmão. E, por pedido de Zeus, nunca o revelou a ninguém.

  A Organização nunca mais ouviu falar sobre Beryl Grace.

 

 

  Londres, junho de 1980

 

  Após a fuga dos dois desafortunados, eles se fixaram em uma cidadezinha da Inglaterra que, com o passar do tempo, cresceu e se desenvolveu. Era uma cidade simpática e acolhedora com suas rebuscadas construções e monumentos.

  Numa casa simples em uma parte afastada da cidade, vivia a família Grace. Zeus e Beryl haviam se casado, e a mulher agora aguardava ansiosamente a chegada de um bebê.

  - Zeus! – Beryl berrou o nome do marido pela terceira vez naquela manhã. Era época de solstício de inverno, a neve encobria carinhosamente o telhado das casas, os flocos ricocheteavam na vidraça da janela do quarto.

  Zeus correu apressadamente até o quarto, as mãos sujas de sabão, o avental rosa de ursinho amarrado na cintura. Não se lembrava se deixara a torneira da pia aberta. Bom, se sim, a conta viria mais cara.

  - Meu santo Drácula! O que foi, Grace?! -  Ele observou o rosto da mulher se contorcer em uma careta com a pronúncia do sobrenome e isso o fez sorrir genuinamente.

  - Estou com desejo! – Ela estalou os dedos e chutou as cobertas com os pés.

  - Querida – ele comprimiu os olhos e respirou fundo – você descobriu semana passada que estava grávida.

  - E? – Ela fitou-o desafiadora.

 - Está bem, o que quer? – Passou as mãos no avental, tirando o excesso de espuma.

  A mulher posicionou o dedo indicador sobre os lábios e franziu o cenho.

  - Torta de pudim com banana e cogumelo com chocolate.

  Zeus fez uma careta.

  - O quê?

  - Isso mesmo. Se demorar muito para consegui-los, vou pedir uma coisa impossível – ela deu-lhe uma piscadela astuta.

  - Eu acho que permanecerei com a torta de pudim com banana e o cogumelo com chocolate – ele aquiesceu e volveu o caminho para a cozinha.

 

 

_

 

Nove meses depois

 

  A cadeira de balanço meneava sutilmente aos comandos de Beryl, o bebê de brilhantes olhos azuis elétricos repousava em seus braços, envolto em um cobertor rosa-claro.

  - Nhé nhé – murmurava o bebê. (Lê-se: fazia uns barulhos estranhos). Os dedinhos fortes e rechonchudos seguravam fortemente o polegar da mãe. A figura do pai erguia-se sobre as duas criaturas e, com o indicador, acariciava o topo da cabeça de sua primogênita. A lareira atrás de si crepitava, as chamas dançando em labaredas e aquecendo o recinto.

  O céu através das janelas escurecia dando espaço para um azul-marinho ébrio, o resto de nuvens que o tingia de cinza aos poucos desapareciam. As sombras consolidavam sua soberania sobre os prédios, ás árvores frondosas já podiam descansar em paz.

  O ar morno da casa os envolvia em um abraço acolhedor.

  - Thalia Grace, você crescerá e se tornará uma bela mulher – disse Zeus. – Assim como sua mãe – acrescentou, recebendo um olhar carinhoso da esposa, que buscou com os dedos delicados a mão do marido. Encontrando-a, depositou um beijo de ternura genuína nela, deitando, em seguida, o rosto sobre a mesma.

  O telefone tocou.

  Zeus beijou a testa da esposa e, passando por um longo corredor, chegou ao vestíbulo, onde encontrava-se o aparelho telefônico.

  Retirou-o do gancho e levou-o ao ouvido.

  - Alô?

  - Zeus? É você?

  O homem engoliu em seco.

  - Desculpe, acho que ligou para a casa errada – estava prestes cortar a ligação quando a voz do outro lado gritou algo que o alarmou.

  - Organização!

  Zeus imediatamente recostou o telefone no ouvido.

  - Quem é você e o que quer?

  - Meu nome é Quíron e faço parte da Organização.

  Ele cogitou desligar, mas a agitação na voz de Quíron o impediu. Parecia afoito e desesperado para lhe dizer algo.

  - Como conseguiu meu número? – Zeus franziu o cenho.

  - Longa história, mas isso não vem ao caso. Escute, não vou lhe fazer mal algum. Conheço Beryl e sou seu amigo. Serei breve – Zeus ouviu-o inspirar e expirar. – Antes de Beryl deixar a Organização, juramos fidelidade um ao outro – aquela parte fez os lábios do homem de olhos azuis se crisparem. – Eu encobri sua fuga, ajudando-a a fugir passando despercebida.

  - E agora está se vangloriando? – Uma pitada de ironia era notável em sua voz.

  - Não, pelo contrário. Beryl pediu-me para que a avisasse caso algo estranho ocorresse por aqui. – E por “aqui”, Zeus concluiu que o rapaz com quem conversava se referia à Organização. – Pois bem, está acontecendo. Eu juro que não abri minha boca! Mas...

- Mas? – As mãos de Zeus começaram a formigar de excitação.

- Os Anciões descobriram a sua localização e estão atrás de Beryl.

  De soslaio, Zeus observou a mulher e a filha, no fim do corredor, aninhadas próximo a lareira. Mesmo sendo um Não Morto, sentiu como se algo dentro de si se aquecesse. Humanos tinham um nome para isso. Amor.

  Recostou a cabeça na parede, o telefone ainda residia em sua mão. Fissuras se formaram no aparelho por conta da pressão que fazia.

  Só tinha uma escolha.

  - Quíron – sua garganta trancou. Pigarreou. – Quíron, peço que cuide das duas. Eu darei um jeito neles.

  - Não, não dará. Zeus, só os melhores caçadores saíram em expedição para buscá-la. Escute, você não sairá dessa vivo.

  Zeus soltou um riso de escárnio.

  - Por favor, seus caçadores de meia tigela não são páreos para um puro-sangue.

  - Eu não diria isso se fosse você – Zeus levou isso como uma ameaça, embora Quíron estivesse calmo, a voz isenta de qualquer transtorno. – Não adianta mais se esconderem. A Organização possui olhos em todos os lugares. – Só por precaução, ele olhou ao redor. A linha chiou, a voz de Quíron entrecortou e, em meios aos barulhos de estática, o caçador tentava lhe avisar sobre algo. Contudo, Zeus não ouvira mais nada. Sua preocupação agora estava totalmente voltada para a porta da sala, que emanava um cheiro de couro e ferro.

  Tocaram a campainha.

  Ele conhecia aquele cheiro.

  Cautelosamente, depositou o telefone no gancho e aproximou-se da esposa. Outro toque. Com o dedo indicador sobre os lábios, pediu que a mulher fizesse silêncio e gesticulou com o polegar para o teto. O sótão.

  Ele presenciou a confusão em seus olhos, mas o grito que invadiu o recinto clareou todas as dúvidas ali presentes.

  - Beryl Grace, renda-se em nome dos Anciões!

 

 

  Beryl e Thalia se esconderam no sótão enquanto Zeus ficara embaixo. Os caçadores invadiram a casa e, rapidamente, cercaram o anfitrião. Dentre os doze presentes, quatro foram mortos por Zeus. O outros oito conseguiram interceptá-lo. Fraco e tendo as mãos presas por algemas de verbena – planta completamente mortal para os Não Mortos – Zeus foi obrigado a sucumbir.

  O sótão talvez não houvesse sido o melhor lugar. Beryl e Thalia foram encontradas e levadas à Organização.

  Zeus foi assassinado como um Renegado e Beryl fora presa e, após alguns anos, morreu de depressão.

  Os Anciões nomearam a guarda de Thalia à Quíron, que teria de criá-la como parte dos caçadores. Sendo filha de um puro-sangue, a garota possuía sangue humano e imortal, sendo, portanto, uma meio-sangue. A verdade nunca poderia ser revelada, a parte imortal nunca emergir.

  Com isso, Thalia cresceu na Organização, rodeada por caçadores de todos os aspectos. Sua parte imortal permaneceu adormecida até os dias atuais. Ela só poderia se tornar uma Não Morta caso fosse mordida por um puro-sangue. Caso contrário, poderia viver normalmente sendo uma meio-sangue, mesmo que não tivesse consciência de que fosse uma.

  Aos 17 anos, como comemoração por seus grandes feitos no instituto, à Thalia Grace foi concedido o símbolo dos caçadores: duas luas, uma minguante e outra crescente, opostas e posicionadas uma de cada lado de uma lua cheia, homenagem à deusa Ártemis, cultuada entre eles. Ele foi-lhe tatuado nas costas, bem no centro, onde não poderia se alcançar com as próprias mãos.

 Quíron e ela se mudaram para Nova Iorque, onde Thalia conheceu Annabeth Chase, sua melhor amiga.

  A razão por ela nunca ter desenvolvido e aprimorado a parte preterida por seu pai, foi pela proteção de Quíron. Meio-sangues também não precisam se alimentar de sangue, podendo viver uma vida humana comum e, por tê-la mantida afastada desses conhecimentos, Thalia vivia sua vida como uma adolescente normal. Seu pai e sua mãe? Bom, tinha conhecimento de que sua mãe fora uma caçadora, embora acreditasse que seu pai fosse um camponês. Morreram num acidente de carro.

  Ela só não sabia que, em breve, os seus princípios mudariam drasticamente.


Notas Finais


Yo~
"Pose" é apelido de 'Poseidon'
"Ah, vão chupar sangue" - Poseidon é muito categórico. ╮( ̄▽ ̄)╭
Espero que tenham entendido e, caso ainda tenham dúvidas sobre a Thalia (meu Deus, não aguento mais repetir o nome dela. Só nesse capítulo foram umas 309032424), sintam-se à vontade para perguntar.
Hum, acho que é só isso mesmo. ( ° ▽、° )
Descupem qualquer erro.

Até o próximo o/


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