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História Dear Danger - Capítulo XXVI


Escrita por: Srta_Lightwood

Notas do Autor


Olá~

PERA. Larguem essas chinelas, pelo amor de Deus.
Então, eu disse que ia postar ontem, mas eu não tinha terminado. Eu tava tão afobada para terminá-lo que uma parte do Luke ficou para o próximo capítulo.
Enfim~
Eu estava com saudades da doida da Annabeth Chase.
As frases em itálico são os pensamentos dos personagens. Resolvi colocar os nomes de quem narra, assim fica menos confuso.


Boa leitura ❤︎

Capítulo 31 - Capítulo XXVI


Fanfic / Fanfiction Dear Danger - Capítulo XXVI

Capítulo XXVI

 

 - Desvie! Salte! Abaixe! – Thalia berrava para Annabeth no treinamento para desviar de bolas de tênis. Posicionava-se ao lado da máquina que atirava as bolinhas e segurava um apito entre os lábios, um boné dos Yankees na cabeça protegia do sol e atenção concentrava-se especificamente em Annabeth, como uma boa professora que avalia e decide qual nota aplicar para seu aluno. Annabeth aparentava desgaste físico – e quem sabe emocional – mas haviam começado há poucos minutos. Precisava ensiná-la a ter resistência, senão não duraria nem dois minutos em uma luta de verdade.

 - Urgh, vamos fazer uma pa- Uma bolinha atingiu-lhe a testa, fazendo-a cair desengonçadamente. – Ai, minha bunda! – Choramingou.

 Thalia riu e pôs-se a ajudá-la, mas foi impedida por um aceno frenético de mão.

 - Não, não – Annabeth rolou para longe. – Aqui tá confortável. Daqui não saio e daqui ninguém me tira! – Levantou o indicador, tentando adotar uma postura austera e autoritária, entretanto, para alguém que estava com o rosto enterrado na grama e o traseiro empinado feito uma lagarta, o esforço foi em vão.

 - Vamos, sem alarde – Thalia empurrou com o pé a protuberância, fazendo-a deitar de lado. – Sua sedentária.

 - Ah, qual é, eu tô morta, mortíssima, morrida, isso é como brincar de morto vivo desviando de bolas assassinas! – Jogou os braços para cima. – Jesus, acho que fiquei paraplégica. – Tentou erguer a perna direita, sem sucesso, o que resultou em uma careta. – É, pois é, Grace, perdi as pernas, vou responsabilizá-la por isso.

 Thalia revirou os olhos, rindo. Annabeth conseguia ser bem dramática quando queria.

 - Quando foi a última vez que fez algum exercício físico?

 - Ah... acho que quando eu estava no colegial.

 - Nossa senhora. Tá bom, levando em consideração o seu estado precário, te dou três minutos... – Deitou-se no chão ao lado da amiga, abaixando o boné sobre as pálpebras, cobrindo os olhos do sol.

 - Quatro.

 - Três.

 - Cinco.

 - Serão três, senão vou abaixar para dois – a morena cruzou os dedos em cima da barriga.

 - Uh, tá bom – soltou um muxoxo.

 - Mas vou acrescentar mais três no treinamento – concluiu, sorrindo de canto.

 - Ah, qual é!

 - 21, 22, 23...

 A loura calou-se imediatamente.

 Permitiu-se fitar o céu, soltando um longo suspiro. A brisa refrescante batia-lhe contra o rosto, acariciando alguns fios dourados e preterindo um cheirinho gostoso de relva. Olhando daquele ângulo, o céu estava tão brilhante e límpido, as nuvens tão brancas quanto leite, ligeiramente arredondadas na borda, que sentiu vontade de deitar em uma e despencar num sono eterno. Por um momento, esqueceu-se de tudo ao seu redor, dos problemas que a assombravam, das certezas e incertezas, dos medos... Qualquer coisa que pudesse tirar sua paz tão efêmera. Seu corpo foi tomado por uma calma sublime, acalmando seu espírito e revigorando-lhe as forças, que seriam necessárias para a longa jornada que tinha pela frente. Fechou os olhos, banhada pela simplicidade e magnitude da mãe natureza.

 Aquilo foi o mais próximo que ficou de Thalia desde que saíram de Nova Iorque. Ainda hesitava um pouco em puxar conversa, talvez porque se sentisse envergonhada de fazê-lo depois de tudo o que aconteceu, ou porque a proximidade que tinham foi quebrada pelos segredos que pairavam sobre elas. Contudo, não queria se afastar, pois carinho e amor eram coisas que tinha em excesso pela amiga. Só precisava que o tempo ajeitasse as coisas e cuidasse de seus passos a partir de agora.

 Uma dúvida surgiu em sua cabeça.

 - Thalia, o que acontece com um Visionário quando passa pelos quatro estágios e atinge os portões mentais?

 - Sabe, você é uma, não precisa se referir em terceira pessoa – respirou fundo, sentando-se e olhando o relógio de pulso. Dois minutos já haviam se passado. – Não sei o que acontece, mas já ouvi dizerem que é bem surpreendente. Você vai ter que descobrir e me contar depois.

 Annabeth nada respondeu, apenas umedeceu os lábios e meneou a cabeça.

 - O tempo está acabando, só mais um pouco e depois... – foi interrompida pela expressão surpresa da amiga e por seu dedo que apontava algo no céu.

  - O que é aquilo?! – Indagou.

 No céu, bem em uma das extremidades, onde uma grande torre da Organização parecia tocá-lo, um espectro, ou melhor, um caleidoscópio de cores parecia ondular naquele ponto, como um pequeno arco-íris. Era um pouco arredondado, uma parte se inclinava para baixo, mas se encontrava apenas ali. Não havia chovido para se depararem com um arco-íris, muito menos um tão pequeno, como se houvessem pincelado o céu uma única vez.

 Thalia seguiu seu dedo e exclamou um “Ah”, ajudando a amiga a se levantar enquanto preparava-se para explicar sobre aquela pequena ranhura na imensidão azul acima de suas cabeças.

 - Aquilo é o reflexo do sol na barreira que envolve a Organização. Ela nos protege e nos camufla contra os vampiros, tirando a nossa localização do mapa. – Caminhou preguiçosamente até a máquina-mortífera-lançadora-de-bolinhas-assassinas. – Às vezes conseguimos ver seu reflexo daqui de dentro, mas só daqui mesmo, fora é impossível.

 - Então quer dizer que as pessoas lá fora não nos veem?

 - Exatamente, mas é meio difícil alguém perambular por aqui – ligou a máquina que atirou o primeiro filhote do demônio na direção da loura, que desviou com um pouco de custo. – Nos escondemos nos arredores do templo de Ártemis, e são poucos os que ainda o visitam.

 - Templo de Ártemis? – Balbuciou Annabeth, mergulhando para o lado para desviar de outro tiro.

 - Sim. Annie, você é desengonçada – sorriu. – Tente pôr um pouco mais de arte em seus movimentos.

 - Osh, isso não é aula de dança, não, guria! ISSO É ASSASSINATO – estrilou, dando um giro, os braços para o alto desviando das bolas amarelas que vinham mais velozmente.

 - Enfim, ficamos escondidos atrás do templo, e ninguém o visita direito por não acreditar mais na deusa patrona dessa cidade. Às vezes algum andarilho passa aqui, mais nada.

 - AI – foi atingida por duas no estômago.

 

  Quatro horas depois

  Organização – 18:00 p.m.

 - AH! TÔ MORTA, MORRÍVEL, DESVIVIDA! – Jogou-se no colo de Thalia como um Coala. – ME SALVE, ME LEVE EMBORA, PRECISO DESCANSAR!

 - AI, ANNABETH, NÃO GRITA NO MEU OUVIDO! – Desvencilhou-se, derrubando a outra no chão, que assim permaneceu igual uma tartaruguinha de barriga para cima, os membros do corpo todos moles para se mover.

 - Você já treinou tudo que precisava por hoje: mira, reflexo e até um pouco de arco e flecha. Amanhã vamos ver quão silenciosa você é com a camuflagem, além de treinarmos novamente o arco e flecha.

 - EU ME RECUSO! Espera, você disse amanhã? – Arqueou uma sobrancelha, sentando-se imediatamente.

 - Sim.

 Annabeth não podia ficar até amanhã, nenhum dia, nem mesmo hoje ela deveria estar ali. Precisava arrumar um jeito de sumir o mais rápido possível e ir atrás de Percy.

 Foi aí que se deu conta...

 ... que não sabia onde Percy estava.

 Casa abandonada: confere.

 Floresta congelada: confere.

 Lugar: ...

 Não sabia como o encontraria, mas decidiu fazer isso depois que saísse dali. Como iria enfrentar aquela criatura horripilante que o mantinha preso era um mistério também.

 PUTA QUE PARIU, LASCOU-SE.

 Calma, Annabeth, respira.

 - AH! – Suspirou frustrada, bagunçando os cabelos.

 - JESUS CRISTO, MENINA – Thalia colocou a mão no peito, recuando dois passos. – Qual é o seu problema, hein? Síndrome de bipolaridade?

 - NÃO AGUENTO MAIS ESSA VIDA! VOU VENDER MINHA ARTE NA PRAIA! – Cobriu os olhos, mascarando a verdadeira preocupação por trás de suas palavras.

 A morena bateu na própria testa.

 - Meu Deus... – suspirou. Deslizou a mão pelo rosto, percebendo que o cansaço começava a batê-la. – Enfim – começou a recolher os objetos que haviam utilizado, como bolinhas, cordas e seu próprio arco. – Preciso te levar à Divisão de Inteligência, onde Dimitry lhe contará algumas coisas... ei, me ajude aqui – repreendeu-a.

 - Ah, claro – levantou-se e correu até a mais velha, ajudando-a a carregar as coisas até a sala por onde haviam entrado no gramado.

 Vez ou outra Annabeth via uma gotinha atrevida de suor escorrer pelo pescoço da amiga e se desmanchar em sua regata preta.

 - Quem é Dimitry?

 - Chefe da Divisão de Inteligência – sorriu de canto. – Primeiro vamos tomar um banho e comer alguma coisa, estou faminta.

 - Ok – a mais nova depositou os artefatos em seus devidos lugares, cumprimentando com um aceno alguns caçadores que passavam por elas, indo em direção contrária, até o campo de treinamento.

__

 

 Seguiram por aquele longo corredor pelo qual haviam adentrado a Sala da Punição – como Thalia gostava de chamá-la, pois treinavam igual condenados nela – e agora que observava com calma, pôde notar vários quadros decorando a parede de tom vinho fosco, como um grande mural de museu. Alguns abordavam temas categóricos, como paisagem morta e pessoas passeando, a maioria retratava ninfas, deuses e anjos. Havia um quadro do qual não se lembrava o nome, onde os cidadãos estavam todos sentados sob sombras das árvores em uma ilha, algumas segurando guarda-chuvas. A reconhecia por ter precisado fazer um trabalho de pontilhismo usando canetinhas no Ensino Fundamental. Demorara bastante para reproduzi-lo, e quase não conseguira entregá-lo a tempo, por isso se lembrava vagamente dele.

 Ficou com vontade de fazer a professora engolir aquele trabalho.

 Se assustou um pouco com a pintura que o sucedeu.

 Dante e Virgílio no Inferno, de William Adolphe Bouguereau.

 Um calafrio percorreu sua espinha e não evitou o tremelique que sentiu, levando as mãos de encontro uma com a outra e as apertando. Embora fosse só uma obra, não evitou a reação que ele a causou.

 - Por que tens um quadro desse...?

 - Nós gostamos de mantê-lo aqui. Bom, eu particularmente gosto. Ele nos alerta sobre nosso real objetivo como caçadores – Thalia fitou as mãos como se recordasse de tudo que enfrentou e tudo o que foi obrigada a fazer.

 - Matar vampiros? – Annabeth alteou uma sobrancelha, irônica.

 Thalia negou com a cabeça, colocando as mãos no bolso e continuando seu percurso até seu quarto. A pergunta da Chase havia a aborrecido. As pessoas sempre tinham a mesma visão dos caçadores: criaturas que exterminam Não-Mortos por pura diversão. Mas não era assim. Eles eram os mocinhos da história, e ninguém poderia julgá-los, pois lutar como lutam, ninguém nunca o fará.

 - Não, salvar humanos.

 Ser uma caçadora representava muito mais do que uma “profissão” careta, longe disso. Era algo que exercia por gostar e que lhe dava orgulho. Mexia com vidas, salvava pessoas. Protegia-os. Não havia honra maior.

 Entretanto, matar mexia consigo, pois de forma alguma lhe agradava, a menos que tivesse um motivo maior para fazê-lo, beneplácito, pelo qual valia a pena se entregar. Um bem maior.

 Mas não matava vampiros, eles já estavam mortos.

 Gostava do que fazia, e ninguém, definitivamente, nem sua melhor amiga, tinha o direito de julgá-la. Ser um caçador significa ser um protetor.

 Atravessaram mais alguns corredores até atingirem o quarto da morena, o adentrando. Não trocaram nenhuma palavra, o assunto havia morrido e o clima se tornara pesado como os de alguns dias atrás, quando nem cruzar os olhares cruzavam. Annabeth percebeu, e acanhou-se por acreditar que a culpa fora sua. Talvez o que disse tenha machucado a amiga, ou quem sabe fosse apenas o jeito quieto e despreocupado dela. Pensou em desculpar-se, mas só conseguiu abrir e fechar a boca repetidas vezes, até a mais velha quebrar o silêncio com uma frase curta e desanimada.

 - Vou lhe emprestar uma muda de roupa, o banheiro é logo ali – gesticulou com o queixo para uma porta próximo à cama, que Annabeth não havia reparado antes.

 - Está bom – pegou a muda de roupa e agradeceu. – Sua gótica, não tem nenhuma cor clara aqui? – Riu, vendo um sorriso mínimo despontar nos lábios da outra.

 Thalia vasculhou no guarda-roupa por uma peça clara. Tipo, vasculhou mesmo. Quando finalmente encontro, estendeu-a para a amiga, limitando-se a dizer algumas poucas palavras:

 - Vá logo que eu estou com fome.

 - Eu sei, eu sei.

 A loura resmungou alguma coisa e trancou a porta do banheiro. Diferentemente do quarto, o lugar era até espaçoso, iluminado e cheirava muito bem. Havia ambos chuveiro e banheira. O que mais a surpreendeu foi o grande espelho de corpo na parede em frente a privada.

 Que engraçado, você assiste seu próprio cocô.

 Começou a se despir lentamente, sentindo suas juntas estalarem e ela resmungar como uma velhinha caquética. Prendeu o cabelo em um coque firme e alto para não o molhar e aproximou-se mais do espelho.

 O que era aquilo em seu pescoço?

 Uma mancha do tamanho de seu mindinho jazia em sua tez esbranquiçada. Não tinha forma definida, parecia uma linha grossa e um pouco curvada. Passou a mão ali, tentando tirá-la, mas a única coisa que preteriu foi uma mancha vermelha por conta da pressão que impusera. Devia ter esbarrado em alguma coisa, mas era meio impossível, considerando que era o seu pescoço e, meu Deus, quem bate o pescoço? Às vezes coçou aquela região com a mão suja. Outra ideia impossível, já que tinha mania de limpeza.

 Deu de ombros e foi tomar seu banho, sem nenhum pingo de vontade de conhecer Dimitry.

 

[...]

 

 Silena estalou a língua, soltando um risinho debochado pela frase repentina da caçadora.

 Que raios de apelido era aquele?

 Girou o corpo, fazendo questão de balançar o rabo de cavalo e mostrar a tatuagem que tanto adorava exibir, uma maneira de dizer que era autônoma e dona de si mesma.

 Limitou-se a acenar, apenas volvendo o caminho de volta para a clareira, mas os caçadores pareciam querer botar as notícias em dia, fofocas da pesada.

 - Silena, você sabe o que está acontecendo, não é? Eles estão se agitando.

 A mercenária parou, remexeu os dedos das mãos e estalou a língua para falar.

 - Vocês já o tem?

 - É ela.

 - Ah, então dessa vez o brinquedinho novo é fêmea – jogou a cabeça para trás, rindo frouxo e arrumando uns fios soltos. – Como se chama? – Em nenhum momento abandonou sua posição.

 - Como você não faz mais parte da Organização, sabe que não podemos te contar – a voz de Hazel era gentil e delicada, soando como uma melodia serena, o que irritava a florista.

 Bah, sempre tão estritamente corretos.

 Isso era um outro motivo pelo qual não se arrependia de ter saído do instituto: ordens. Regras não foram feitas para serem seguidas, elas foram criadas para te privar do que mais aprecia. Pelo menos Silena não as seguia. Não nasceu para regras, assim como as regras não nasceram para ela. Sua posição era no comando, não o contrário.

 - Como quiser. – Continuou o que pretendia, mais interessada em receber a tão preciosa recompensa.

 Alguns passos e farfalhares a avisaram de que os dois haviam partido, restando só ela naquele descampado frio e solitário.

 Sua mente volveu o casebre de antes. Onde será que estavam os corpos? As marcas de sangue residiam no chão e mesa daquela casa, fora isso, o resto permanecia intacto. Aqueles Não-Mortos não eram fortes como aparentavam, pelo menos não Joseph, que era o mais impulsivo e idiota dentre os dois.

 Meneou a cabeça, pondo-se a correr para fora da floresta assim que as luzes das pequenas casas despontaram ao longe como vagalumes. Bancar a psicóloga de mentecaptos era desnecessário; não era paga para isso.

 Só conseguia pensar como seria o novo brinquedinho da Organização.

 - Acho que vou fazer uma visitinha para meus velhos companheiros – sorriu ladina.

 

[...]

 

  Organização – 18:45 p.m.

  Annabeth Chase

 

  - Ixo está muito bom! – Dei um tapinha na mesa mastigando aquele maravilhoso pedaço de torta dos deuses. – Quem faz os doces por aqui? – Indaguei, olhando para Thalia com um sorriso de orelha a orelha. Engraçado como doces podem me animar tão rápido.

  Ela mirava um ponto qualquer e, antes de se dirigir para mim, deu mais um gole em seu suco de goiaba, acabando com o conteúdo do copo de vidro.

  - As tias da cantina. São gente boa. – De repente me olhou com uma expressão séria. – Só não suje a mesa, elas não gostam.

  - Pode deixar – cantarolei, engolindo o último pedaço daquela torta maravilhosamente bem feita. Eu não estou exagerando quando digo que era boa pra dedéu, porque realmente era boa pra dedéu.

  Estávamos numa espécie de praça de alimentação, muito semelhante à de um shopping se formos comparar o tamanho, só que com longas mesas dispostas na horizontal feitas de mogno escuro. À direita das mesas havia uma porta que levava para a cozinha, a qual podia-se avistar atrás de um longo balcão de mármore branco. Um grande candelabro em forma de flor de lis pendia do centro do teto, com pequenas luminárias adjacentes a ela, posicionadas em suas diagonais, cruzando-a. Vitrais claros e compridos adornavam as paredes, lembrando muito a decoração gótica do Renascimento.

  Estava começando a achar que a Organização era algum instituto ricaço que trabalhava por baixo dos panos no mercado negro.

  O mais impressionante de tudo ali, sem dúvida, era o teto com imagens de anjos, igualzinha à da Capela Sistina no Vaticano.

  Não, na certa são mafiosos que apreciam a cultura greco-romana.

  - Aqui é tão maravilhoso. Tudo que eu olho parece ter uma história por trás.

  - E tem. Os Anciões construíram esse lugar, eles foram os primeiros caçadores. – Não queria nem saber quantos anos os Anciões tinham. - A decoração desse lugar é dedicada aos deuses do Olimpo, que nos criaram e nos dão a oportunidade de seguir em frente todos os dias.

  - Onde estamos, exatamente?

  - Atrás do maior templo de Ártemis – frisou.

  - Dã-ãh, disso eu sei – estalei os dedos em seu rosto.

  Thalia me encarou, semicerrando os olhos vagarosamente, como seu estivesse prestes a me fazer falar alguma coisa...

  - AI MEU DEUS! – Soltei um gritinho. – A GENTE ESTÁ NA TURQUIA? – Pulei do banco em que me acomodara.

  - SH! – Levei um tapa no meio da cabeça e recebi um olhar de advertência. – MEU DEUS, VOCÊ QUER PARAR COM ISSO? – Bufou, juntando um pouco de ar para continuar. Se aproximou de mim e sussurrou, certificando-se de que ninguém nos olhava. – Não posso dizer onde estamos, mas isso não a impede de descobrir sozinha.

  Fiquei com vontade de arrancar os cabelos ali mesmo e jogar aquele copo que ela segurava na parede. Desde que cheguei, só escutava coisas como uma hora você vai descobrir ou descubra isso sozinha. Gente, estão achando que eu tenho cara de dicionário ambulante? Fui praticamente raptada e trazida para cá, o mínimo que podem fazer é responder as minhas perguntas! Eu sei que é um lance do tipo, contra as regras revelar a localização, todavia, eles já me envolveram em tudo e, segundo os Anciões, eu sou, tecnicamente, parte da Organização.

  Porém, tenho que concordar que eu realmente posso descobrir sozinha.

  É, eu acho que tenho síndrome de bipolaridade.

  De acordo com as informações de Thalia e todo o meu conhecimento sobre o mundo – obviamente daquilo que me lembro de ter estudado – o maior templo de Ártemis localizava-se em Éfeso, uma cidade na Turquia, onde a deusa em questão é patrona.

  Dei um sorrisinho de canto para Thalia e apoiei o queixo na mão direita numa clara tentativa de irritá-la e mandar aquele olhar que diz você-não-me-engana. Ela continuou o que fazia sem me dar atenção. Desisti e me levantei para levar o prato da sobremesa até o balcão da cozinha, onde o colocaria e agradeceria às mulheres – ou homens, sei lá – que a trouxeram para o mundo. Fico até emocionada só de pensar.

  Queria lavar o prato, mas fui barrada pela grande placa na porta “SOMENTE PARA FUNCIONÁRIOS” e resolvi deixar ali mesmo. Agradeci e elogiei a torta de morango, sendo retribuída por sorrisos tímido e gentis de senhoras de idade.

  GENTE, QUE COISA MAIS FOFA.

  RESPIRA.

  Thalia e eu seguimos para a Divisão de Inteligência.

 

_

 

Estávamos há pouco tempo naquela sala e eu já estava tendo um treco com todos aqueles equipamentos ultra tecnológicos de dar inveja. Era magnífica e um tanto que futurística. Coisas que imaginaria em livros faziam-se presentes, comportando a modernidade do lugar, com seus hologramas 3D, projeções luminosas que saíam de esferas incandescentes, um painel recheado de botões touch screen entre outras bugigangas interessantes. A única coisa que parecia quebrar aquele ar de mansão Tony Stark eram as prateleiras rústicas preenchidas por maços de papeladas e arquivos que deviam ser confidenciais – e provavelmente ultra perigoso, considerando o status do local -, dispostas encostadas nas paredes.

Diferentemente dos outros recintos, este era precariamente iluminado, não pela ausência de janelas e luminárias, longe disso, mas as luzes estavam apagadas e as cortinas cobriam-nos dos raios solares que ousavam penetrar os caixilhos das janelas. Isso tornava os painéis azuis mais visíveis, segundo Dimitry.

Não sei se você captou a essência desse lugar, então vou fazer uma comparação para você: toda a tecnologia que o Tony Stark tem, a Divisão de Inteligência possui em dobro.

Dimitry era um rapaz gentil e amigável, meticuloso até demais e um pouco desastrado. Parecia um pouco tenso com nossa presença, pois ajustava os óculos quadrados com frequência, alisava os cabelos meio lisos, meio encaracolados ou remexia os dedos inquieto. Tinha lá seus 40 anos, embora parecesse mais novo. Ele me contou deveras sobre a Organização, hora ou outra alternando os olhares entre mim e Thalia. Suas ações me embasbacavam e faltava pouco para eu baixar o santo e mandá-lo sossegar com aquele tique irritante nos olhos.

Eu, hein, esse cara precisa ver o sol.

Thalia bocejava algumas vezes, em desânimo, transparecendo seu completo desinteresse com o seu superior e quase escorregando na cadeira em que se sentara.

Até o assunto ter-me como tema principal.

- Senhorita Chase – ok, isso soou desconfortavelmente errôneo em sua voz, eu só gostava que uma pessoa me chamasse daquela forma, e certamente não era ele. Portanto, tratei de corrigir esse ato impulsivo.

- Me chame de Annabeth – sorri, tentando parecer gentil.

- Como preferir – ele empurrou os óculos com o indicador e prosseguiu. – É de suma importância que entenda sua condição, suas habilidades e como usá-las. Não funcionam como um botão on/off, contudo, podem ser controlados. E também quero que conheça seus antecedentes. – Levantou-se, dirigindo-se à uma esfera flutuante de vidro que irradiava uma luz clara e passou o dedo por ela, fazendo uma tela surgir acima de sua cabeça.

Meu semblante se fechou.

- Meus antecedentes? – Perguntei um pouco confusa.

- Sim, os antigos Visionários – respondeu com relutância, esperando que eu já soubesse daquilo. Desculpa se te iludi, cara. – Todos vocês pertencem a mesma árvore genealógica.

Eu estaquei.

- O quê? Por quê?! – Exasperei.

Dimitry comprimiu os lábios como se estivesse constrangido.

- Nós não sabemos direito. Quando o primeiro Visionário apareceu, os seus sucessores distantes apresentaram os mesmos sintomas.

Ele dizia aquilo como se fosse uma doença. Cerrei os punhos, apertando as unhas contra as palmas fofas.

- Digo, os mesmos comportamentos, mesmas capacidades psíquicas entre outros.

Afrouxei o aperto.

- Acreditamos que apenas a sua família possui esse dom, como se fossem abençoados ou algo do tipo. Uma família profética, destinada a proteger a humanidade e trazer paz à terra, equilibrando os dois mundos. – Seus olhos brilhavam como um maníaco. Rapidamente se recompôs. – O material genético dos primeiros Visionários foram comparados, e o resultado era semelhante para todos, comprovando, portanto, nossa teoria. Nossos conhecimentos foram se aprimorando, e adquirimos uma maior tecnologia para abranger os estudos que remontavam a vocês – apontou em minha direção, e eu meio que tentei desviar de seu dedo torto.

Cocei a testa não me importando mais em questionar a veracidade daquele tipo de informação, porque de nada adiantaria. Levei mais um tapa na cara, um bem dado dessa vez. Esse pessoal podia maneirar, né não?!

- Então isso quer dizer que se eu tiver filhos, eles serão iguais a mim?

Ruborizei ao pensar em Percy como meu... marido. Pai dos meus filhos. Meu Deus, Annabeth! Estapeei minha bochecha sem me importar com os olhares sobre mim. Afastei esses pensamentos o mais rápido possível.

- Não necessariamente – Dimitry pronunciou pausadamente, estreitando os óculos e virando-se para a bugiganga futurística. Uma foto de um senhor apareceu na mesma, seguida de outras várias pessoas até finalmente chegar em mim. Então só poderiam ser os antigos Visionários. Papai e mamãe não estavam ali, o que era uma dor de cabeça a menos para mim. Ah, a família dos poderes paranormais.

Por favor, alguém me leve ao psiquiatra.

- Seus pais não possuem ligação nenhuma com eles – apontou para as fotografias, como se houvesse lido minha mente. – O que significa que é impossível determinar quem da família será o Visionário, a menos que um Ciclo tenha se iniciado, o que ocorre a cada um século. Por exemplo, os filhos do primeiro Visionário não possuíam nada em comum com o pai, só um de seus sucessores distantes, após um século, tornar-se-ia um. Assim como você, senhorita Chase – enruguei a testa. – Você foi o marco para o fim do Ciclo Sombrio.

Sombrio? Então devo pressupor que este será o da Claridade. Soltei um risinho, embora estivesse realmente interessada no assunto.

- Me conte mais sobre os Ciclos, Dimitry – incuti, cruzando as pernas, gesticulando com as mãos como uma madame desdenhosa.

Thalia permaneceu muda até agora. Seus olhos estavam fechados, e eu não sabia dizer se dormia ou era apenas tédio. Sei lá, ela é imprevisível. Espero qualquer coisa dela.

- Os Ciclos simbolizam os séculos. Entretanto, desde a nossa fundação, quando um se inicia, sabemos que algo acontecerá e, consequentemente, mudará o rumo das coisas, para melhor ou pior. Por isso chamamos assim, porque quando algo acaba, outro começa, num ciclo contínuo.

Fiz um biquinho, aquiescendo.

- É uma maneira mais legal de se referir a um século, só isso – Thalia resmungou, fazendo-me sobressaltar da cadeira. Dimitry lançou-a um olhar atravessado, mas logo suspirou, como se já estivesse acostumado com aquele tipo de comportamento vindo da morena.

- Venha cá – convidou-me para me aproximar da esfera para observar melhor as fotos. Abaixo de cada, uma pasta com o respectivo nome dos Visionários anunciava que ali continha um histórico sobre suas vidas.

Abraham Van Helsing;

Jonathan Ottren;

Grayson Spielberg;

Elliot Brand;

.

.

.

Annabeth Chase.

Com exceção de mim, todos eram homens e, devo acrescentar, pelo menos nas fotos eles eram mais velhos.

Tomei a liberdade de clicar em uma das pastas e analisá-la. Automaticamente um documento em PDF abriu, seguido de outras fotografias de Van Helsing. A que mais me interessou foi uma em que ele estava distraído, fotografado desprevenido conversando com alguém que tinha um rosto com uma tarja preta retangular. Era uma mulher, suas roupas prosaicas coloridas e alegres tingiam-se de tinta em alguns lugares. Um longo e encaracolado cabelo ruivo sustentava-se por um pincel e, embora não pudesse ver seus olhos, um grande sorriso adornava sua face branca e com sardinhas. Era incrivelmente bonita. Já o homem trajava uma camiseta branca por baixo das calças caqui com suspensórios, nem parecia o caçador temido e honorável, apenas um senhor tranquilo e de bem com a vida. Os braços desnudos de músculos pouco delineados deixavam transparecer a imagem de uma coruja, como uma tatuagem, em seu antebraço. A princípio, ignorei aquilo, pois era inofensivo e não chamava atenção.

Até vê-la nos outros arquivos.

Segui para a pasta de Jonathan Ottren. A mesma coruja tatuada em sua nuca.

Grayson Spielberg: na mão direita.

Elliot Brand: Na língua.

Não me perguntem como tiraram uma foto da língua desse cara.

- O que são essas tatuagens? – Indaguei sem desviar a atenção do PDF.

O chefe da Divisão de Inteligência empurrou os óculos que insistiam em escorregar e pigarreou.

- Não são tatuagens, são marcas.

- Como assim? – Fitei-o.

- Fazem parte de vocês, vêm de dentro para fora, eu diria. Antes que pergunte, não sabemos porque são corujas – abaixei o indicador. – Talvez seja o símbolo da sua família. Antes não demos importância – era engraçado o modo como ele sempre usava o plural para se referir a ele. Não havia ninguém na sala a não ser nós três, o que explicava o motivo de Dimitry ser o chefe daquele espaço. -, mas quando ela apareceu nos outros, notamos que servia como um aviso.

- Aviso? Que tipo de aviso?

- De que o Visionário em questão atingiu a plenitude de seus poderes e que as portas mentais já foram abertas. – Alisou a camisa social, trocando o peso do corpo para o outro pé. – A marca aparece devagar, uma parte de cada vez, o que significa que falta pouco para os poderes serem liberados. Um dos motivos pelo qual a chamei aqui é para averiguar o quão longe você já chegou.

Dimitry encobriu a esfera com a palma da mão, e as imagens deram lugar para um slide com anotações e um tipo de gráfico no canto, com linhas que ondulavam e alvéolos que as sobrepunham.

- Fui informado que você realizou a Metempsicose antes de vir para cá.

Sorri nervosamente.

- É o que dizem – dei de ombros, escolhendo uma cadeira aleatória para me sentar.

Antes que ele prosseguisse, continuei:

- O que é deveras impressionante, certo? Se levarmos em consideração que os dois primeiros estágios passaram despercebidos. Mas eu sei que a Sensibilidade foi ativada, pois já tive visões. O problema é que não usufrui da Telepatia e...

- Se a senhorita atingiu a Metempsicose, a Telepatia foi, sim, sucedida. Às vezes ela ocorre e não se dão conta, porque não são respondidos pelas pessoas com quem se comunicaram. Vou ensiná-la a controlar os estágios. Vamos primeiro começar com a Telepatia para esclarecer-lhe melhor o que estou dizendo, depois voltamos para a Sensibilidade.

- Certo – concordei compenetrada. A Telepatia era uma ótima ideia, e me agrada muito saber controlá-la. Mais tarde ela viria a calhar.

A parti do momento em que pus os meus pés nesta sala, notei que não só arquivos e outras baboseiras residiam ao redor. Havia mais de quatro computadores ali, obviamente o instituto era vistoriado por diversas câmeras. Em toda parte. Aquela era a Divisão de Inteligência. Obviamente havia uma planta da construção em algum lugar. O mais difícil seria encontrá-la com ambos Thalia e Dimitry me vigiando. Eu precisava dispersá-los para então iniciar a minha busca. Se a encontrasse, saberia como sair dali. A Telepatia seria uma carta na manga: ela me levaria até Percy.

Após muito tempo sem me mexer, senti um par de olhos azuis me observando. Assim que me voltei para Thalia ela desviou o olhar e se levantou, sem que Dimitry notasse. A segui com o olhar, ainda escutando algumas coisas que o mesmo dizia.

- Primeiro, concentre-se. Pense com o coração e a mente envolvidos na pessoa com quem quer comunicar-se...

Por algum motivo, decidi acompanhá-la de soslaio para que Dimitry não desconfiasse de nada. Ela apanhou uma pasta bege e ligeiramente puída na terceira prateleira da terceira estante próxima a porta de entrada. Folheou algumas páginas como se estivesse lendo uma revista qualquer e então retirou uma folha, guardando-a no bolso do jeans e depositando a pasta no mesmo lugar. Thalia realizou aquele ato com calma, mas não pude deixar de achar estranho. Dimitry estava de frente para mim, de costas para ela, então não poderia vê-la.

- ... e a telepatia se completará.

Pensei em falar alguma coisa, mas fui impedida pela abertura brusca da porta e um garoto ruivo, aquele que levou o Aurifex até mim, correr esbaforido até nós, a aljava de flechas balançando conforme corria.

- Senhor! Senhor! – O garoto apoiou as mãos nos joelhos e recobrou o ar como se houvesse corrido uma maratona. – O Conselho... – arfou. – O Conselho quer vê-lo. É uma emergência. Alguns Sub-Humanos invadiram a cidade – disse sem nenhuma pausa.

Se eu não soubesse quem eram o Sub-Humanos, e o que eles procuravam, provavelmente teria feito uma cara de interrogação. Todavia, eu sabia dos dois, e todos nós naquela sala arregalamos os olhos. Meu coração se enregelou no peito e, diferentemente de antes, a Organização me pareceu o lugar menos seguro nesse momento.

“A sua presença, senhorita Chase, liberando esta poderosa e invisível energia que possuí, atrairá Renegados de todo o mundo. É quando nós agiremos. ”

Eu era a presa e os Renegados os predadores.

Dimitry pediu licença e abandonou-nos com passos apressados, seus ombros estavam tensos e fazia de tudo para esconder isso.

- O Conselho quer a presença de todos, Thalia – August passou as mãos pelos fios ruivos, jogando-os para trás.

- Já disse para me chamar de senhora, sou sua superiora, Hale – ela posicionou as mãos na cintura com uma carranca.

- Como quiser, senhora – Hale revirou os olhos, forçando um sorriso de canto.

- Eu já estou indo, vá na frente – incutiu, amenizando a expressão séria. Thalia me dava medo, às vezes.

Quando estávamos sozinhas, ela se voltou para mim e caminhou em minha direção. Seus coturnos produziam ruídos no piso liso, provocando um frio na minha espinha. Tocou meu ombro e apertou-o um pouco, retirando com a outra mão o papel da pasta que segurava há alguns minutos.

- Fique com isto.

Thalia me abandonou sem dizer mais nada.

Certificando-se de que estava sozinha, apressei-me a fechar a porta e desdobrar aquele documento que fazia minhas mãos tremerem. Minha boca formou um “o” perfeito.

Eu segurava nada mais, nada menos, do que o mapa que me tiraria daquele lugar.


Notas Finais


Yo~

Relevem qualquer erro de digitação ou formatação, please~
-> Uma coisa vai acontecer com o Luke no próximo capítulo.
-> Por que a Thalia ajudou a Annie?

★ Pessoinhas do meu coração, quais as frases/partes de toda a fanfic que vocês mais gostam? Me contem ;D Eu particularmente gosto da parte em que o Percy diz sobre a condição de ser um vampiro: "Somos tão enaltecidos pelas lendas, que as pessoas não fazem ideia de que a versão original da nossa história é dolorosa e cheias de problemas que temos e vivenciamos. Não foi minha escolha tornar-me um puro-sangue. Só digo uma coisa: não desejem ser como nós. Nunca. Nem mesmo por um segundo."

★ Qual música vocês estão escutando recentemente? Eu estou escutando "Dear No One" - Tori Kelly e "Fools" - Troye Sivan.

O próximo sai terça. Percebi que só funciono no período de uma semana \(T∇T)/

Eu criei um twitter, quem quiser dar uma olhadinha é: @goiaba_san

Até o próximo o/


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