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História Dear Danger - Capítulo VII


Escrita por: Srta_Lightwood

Notas do Autor


Olá~

E ae, cupcakes cintilantes da tia Nana. Beleza?
Pois bem, como não pude postar no final de semana, e deixei bem claro nas notas finais do capítulo anterior que ou postaria ontem ou hoje, só pude, felizmente - e infelizmente - postar hoje.
TEM PERCABETH, UHUUL
VAI ACONTECER UM NEGÓCIO BEM LEGAL ENTRE ELES NO CAPÍTULO VIII! BWAHAHAHA
3239 PALAVRAS? CARACA, ACHO QUE ESTOU EVOLUINDO 'u'
Boa Leitura.

Capítulo 8 - Capítulo VII


Fanfic / Fanfiction Dear Danger - Capítulo VII

Capítulo VII

 

  Assim que adentrei o apartamento de Percy, tranquei-o de maneira ortodoxa e encostei-me na porta, a fim de ouvir os acontecimentos externos. Meu coração pululava como louco e minhas pernas bambeavam. O que aquele homem estava fazendo aqui? O que ele queria dizer com “Ah, Chase, estou só começando”?

  Como raios ele sabia meu nome?

  Foquei-me apenas em escutar, haviam alguns ruídos e identifiquei a voz de Percy dizendo algo que me alarmou.

  “Você que invadiu o apartamento dela. Você que a dominou”.

  Como Percy sabia que invadiram meu apartamento? Não me lembro de ter-lhe contado nada. Mas... então foi aquele rapaz encapuzado que o invadira? E o mais importante: me dominou? Por que as coisas com Percy são tão confusas? Isso está relacionado com “lembrar-me de algo”? Percy só pode estar blefando.

  Recompus-me e caminhei pelo recinto à procura de um aparelho telefônico. Havia um próximo à televisão que, devo acrescentar, era maior que a minha – e, provavelmente, mais cara.

  Disquei o número da polícia, mas, estranhamente, não consegui contatá-la. Pesquei meu celular de dentro do bolso da calça e tentei novamente.

  - Polícia Civil Nova-Iorquina.

  Antes que respondesse, uma hipótese me assombrou. E se Percy estivesse em perigo? Recordei o momento no elevador, onde ele me reconfortara. Por algum motivo, seu ato fora acolhedor, e senti-me mais que protegida.

  Enrubesci, meneando a cabeça. Ah, que idiota! Como pude mostrar-me tão frágil para uma pessoa que nem conheço direito?

  - Alô? Alguém na linha?

  - Desculpe-me! – Exclamei, pasma. – Por favor, preciso que compareça no Edifício Berkeley Brow, na rua Hummet. Recebi uma... – Estaquei. Como eu continuaria a frase? Eu havia recebido uma ligação estranha, nada mais. Poderia ser um trote. E mesmo que não fosse, eu não possuía evidências que comprovassem o que quer que eu alegasse a seguir. Não, não podia cogitar essa possibilidade. Minha segurança e a de todos no prédio estava em jogo. – Recebi uma ligação de ameaça. Meu nome é Annabeth Chase. A mesma pessoa que me ligou compareceu em meu apartamento, invadindo-o. Hoje mesmo esteve em meu prédio. – Soltei informações uma atrás da outra, para que a policial – sim, era a voz de uma mulher – compreendesse a situação.

  - Acalme-se, senhorita. Estamos indo imediatamente. Qual o número do apartamento?

  Respirei fundo e respondi:

  - Número 231.

  - Chegaremos em alguns minutos, senhorita Annabeth. Aguarde em um lugar seguro até lá.

  - Certo, muito obrigada.

  Desliguei o aparelho e recostei-me na parede, permiti que meu corpo deslizasse pela mesma, sentando-me no chão. Abracei meus ombros e deixei que o cansaço se apoderasse de mim e me fizesse sua.

  Meus lábios se moveram em uma prece silenciosa.

  - Fique bem, Percy, seu idiota.

 

 

  Percy envolveu Nico em uma névoa escura, e os dois imediatamente desapareceram do andar. Percy os transportou até uma área desocupada e inóspita.

  Assim que seus pés tocaram o chão, ele lançou Nico contra uma árvore demasiadamente larga. Ela se partiu e tombou para a direita, caindo em cima de uma construção abandonada.

  - Ora, ora – Nico cuspiu sangue, limpando a boca na manga da blusa. Apoiou-se nos joelhos e levantou. – Deixe-me adivinhar – ele pigarreou, limpando suas vestes. - Me trouxe o mais longe possível para que sua queridinha não desconfiasse de alguma coisa? – Riu com escárnio. – Não acha que o fato de ter saído de lá com um cara suspeito é mais do que suficiente para ela se preocupar?

  Percy não respondeu, apenas comprimiu os lábios ao cogitar a possibilidade de Annabeth ter escutado alguma coisa.

  - Eu devia ter me certificado da sua morte, Nico.

  Nico se aproximava lentamente, um passo por vez, atento aos movimentos de Percy.

  - E eu da sua, primo.

  As feições de Nico se alteraram. Suas orelhas se repuxaram levemente nos cantos, suas pupilas se retraíram e os olhos eram de um vermelho opaco e insano, os caninos escapavam-lhe dos lábios avermelhados, e Percy concluiu que ele já fizera uma vítima mais cedo.

  - Meu pai foi tolo em deixá-lo vivo – disse, um sorriso cínico rasgando sua face.

  Percy sorriu de canto e deu de ombros.

  - O sentimento é recíproco.

  Numa atitude insana, Nico avançou sobre Percy com uma velocidade imensa, os pés criaram uma bifurcação no solo, e agarrou-lhe o pescoço. Percy sentiu sua laringe queimar, e apertou o braço de Nico, torcendo-o em um ângulo estranho. Voluteou o corpo e o arremeçou contra a parede da construção abandonada. Nico a atravessou, o telhado desmoronou sobre si. Afastou os entulhos, recompôs-se e caminhou até a abertura. Tocou o braço e puxou-o e, com um “crack”, recolocou o osso no lugar. Estendeu a mão direita em direção à Percy, o qual foi puxado para frente por uma pressão esmagadora. Quando estavam próximos, Di Ângelo desferiu um soco em suas costelas, e Percy chocou-se contra o chão, gerando uma fenda profunda no solo.

  Nico afastou-se alguns metros.

  - Acho que vou fazer uma visitinha à Annabeth – Ele abriu os braços. O pânico perpassou os orbes escarlates de Percy, os quais se arregalaram. – Vai ser maravilhoso matá-la da mesma forma que matei sua mãe!

  Percy sentiu suas costelas se reconstruírem, a hemorragia interna cessou, e o tecidos internos se agruparam novamente. Seu sangue borbulhou, a raiva tomando posse de si.

  Conteve-se. Não poderia demonstrar que a ameaça o atingira. Calmamente, levantou-se, passou a mão sobre os fios negros do cabelo e afrouxou a gravata, os olhos perfuravam Nico como adagas.

  Annabeth era sua. Ninguém a machucaria.

  - Te vejo no inferno.

  Ele aproximou-se rapidamente e agarrou Nico pelo casaco. Segurou seu braço esquerdo e o puxou, arrancando-o. Nico urrou, a mão que sobrara vasculhou em busca do membro, encontrando apenas um vácuo. Tentou golpeá-lo, mas Percy agarrou-lhe a mão, virou-se e impulsionou o corpo dele para frente, lançando Nico ao chão.

  Obrigado, Annabeth, pensou.

  O corpo de Nico estava inerte. O sangue jorrava do braço aos montes, e os dedos da mão direita se enterraram na terra, procurando um conforto que não existia.

  Percy o observou por um momento. O que via era um Nico reduzido a uma forma frágil e patética, diferente do insano que sempre lhe ameaçava.

  Ele matara sua mãe.

  Era óbvio que adoraria que ele tivesse uma morte gradual e dolorosa.

  Por um segundo, sentiu falta do Nico chorão.

  Percy aproximou-se e se agachou ao seu lado. Tocou-lhe o pescoço e o ergueu.

  - Poderia ter sido diferente, e você sabe disso. -  Disse com a voz amarga. O pescoço de Nico era frágil sob seus dedos. Torceu-o. Soltou-o e deixou que seu corpo se estatelasse no chão. - Desculpe por isso.

  Ele retirou um isqueiro do bolso e o acendeu. Prestes a lançá-lo sobre Nico, este foi envolvido por uma sombra. Percy só teve tempo de ver seu pescoço voltar ao normal e ele dizer, numa voz que Percy conhecia muito bem, o olhar aflito contrastando com o sorriso maléfico:

  - Eu voltarei.

   Então, envolvido pela sombra, Nico desapareceu.

 

 

  Não havia percebido que adormecera naquele cantinho entre o sofá e a estante da televisão. Meus ombros doíam e, presumivelmente, teria um torcicolo mais tarde. Meu celular escorregara de meu colo e se encontrava no chão. Fitei a tela, apenas 20 minutos passaram-se desde que eu liguei para a polícia...

  A polícia!

  Levantei-me num sobressalto, batendo a cintura na quina da estante e murmurando um palavrão em seguida.

  Corri, coxeando até a porta, abrindo-a. Uma mulher de quepe e uniforme policial tinha a mão alteada e o punho fechado, prestes a bater à porta.

  Pigarreei e ajeitei o casaco, enquanto ela arrumava o quepe em sua cabeça.

  - Boa noite. Recebi uma denúncia de ameaça proveniente do apartamento de número 231, entretanto, a moradora, senhorita Annabeth, não se encontra. A senhorita saberia me dizer se sabe de alguma coisa? – A mulher era mais baixa e corpulenta, os olhos de um castanho escuro e cabelos ruivos presos em um coque.

  Puxa, na pressa dera o número de meu apartamento, esquecendo-me que estava no de Percy! Mordi a língua, fazendo uma careta.

  - Boa noite. Eu sou a Annabeth Chase. – Sorri amarelo. – Aquele apartamento é meu – apontei com o queixo para a porta com o número “231”. - Este é de um... amigo.

  - Oh, compreendo. Prazer, Annabeth, sou a oficial Tammy – estendeu-me a mão. Retribui a cortesia.

  Eu espiei por sobre o ombro de Tammy, percorrendo os olhos sobre o recinto.

  - Perdoe-me, mas será só você no caso, oficial Tammy?

  Ela alteou as sobrancelhas, os olhos se estreitaram como se não aprovasse aquela minha conjectura.

  - Por enquanto, senhorita, apenas eu. Caso a investigação exija mais membros da força-tarefa – eu mordi o interior da bochecha para não rir, pois, a forma como ela pronunciara “força-tarefa”, de uma maneira arrastada e mórbida, fez-me recordar de mineiros do interior. – Então, só então, optarei por mais oficiais. – Ela adotou uma expressão mais austera, arrumando o cinto frouxo da calça azul. – Agora, se me permite, gostaria de fiscalizar seu apartamento, pois como bem disse, em sua ligação, ele foi invadido.

  Ela me empurrou para o lado, afim de adentrar o apartamento de Percy. Pus-me em sua frente novamente, impedindo-a de cometer um erro sórdido.

  Ela franziu o cenho.

  - O que a senhorita...

  - Aquele é o meu apartamento – frisei, meneando a cabeça para a porta a alguns metros.

  - Ah, sim, certo. – Ela arrumou a prancheta que carregava em baixo do braço e dirigiu-se ao meu apartamento.

  - Veja bem – comecei – as portas dos apês são todas iguais, entretanto, tive de trocar a minha, porque quando foi invadido, arrombaram a porta. – Gesticulei para as duas portas, para que ela notasse a pequena diferença.

  - Certo. Existe alguma evidência?

  Recordei da gravação de algumas semanas.

  - As câmeras gravaram a chegada de um sujeito, o mesmo que apareceu há pouco aqui.

  Meu cérebro pareceu estalar com minhas palavras. “Há pouco aqui”. Onde ele estaria agora? E Percy? Ai, meus Deuses, Percy! Ele saíra para capturar o homem? E se ele tivesse perseguido o sujeito e se perdido? Ou quem sabe, fora capturado e sequestrado? Ou pior...!

  Estaquei. Minhas mãos começaram a formigar, senti uma leve apreensão e me obriguei a estabilizar-me. Mirei o teto e contei até 5, respirando fundo.

  - Annabeth? – Tammy pegou-me a mão. – Está tudo bem?

  Eu estava... preocupada?

  - Meu amigo, ele... oh, meu Deus, ele foi atrás do sujeito, oficial! – Apertei-lhe as mãos, olhando fundo em seus olhos. – Ele havia aparecido aqui, depois Percy pediu que ficasse em seu apartamento e – fui interrompida por Tammy, que me cortou a vez e disse, a expressão grave, mas a voz branda:

  - Acalme-se, senhorita. Você está em estado de choque, acho melhor voltar ao apartamento de seu amigo enquanto eu realizo o serviço. Vá, tome uma água e descanse. Procurarei a tal gravação que mencionou, e, se me permitir, fiscalizarei sua linha telefônica para achar a tal ligação. Amanhã retornarei, por volta das 15h.

  Fitei-a por alguns instantes, logo sorri. Que mulher gentil. Agradeci mentalmente por ainda existirem pessoas assim. Entretanto, uma investigação não se completa sem uma testemunha.

  Meneei a cabeça e abri a porta de meu apartamento para que ela entrasse, mostrei-lhe o telefone, e, após uma longa conversa e um interrogatório, retiramo-nos. Aproveitei a oportunidade para pegar uma muda de roupa. Tammy despediu-se com um breve aceno.

  Dirigi-me ao apê 232.

  Adentrei-o e fui diretamente à cozinha. Vasculhei os armários por um copo, mas haviam apenas taças de tamanhos e formatos diferentes. Peguei qualquer uma e servi-me com água do bebedouro. Enquanto bebericava o líquido, observei ao redor. Tudo estava muito bem arrumado e limpo e, de alguma forma, as paredes brancas do recinto trouxeram-me paz e conforto. Notei que o carpete era de um tom azul marinho, e os quadradinhos do azulejo que adornavam a janela da cozinha eram azuis bebês, o que achei bem agradável.

  Ouvi a maçaneta da porta girar e ela se abrir. Meu coração enregelou-se no peito, e busquei por algum objeto que pudesse servir como arma.

  - Annabeth? – A voz que reconheci de imediato ecoou pelo local, fazendo-me revirar os olhos quase que instintivamente. Entretanto, um suspiro de alívio escapou-me dos lábios, e eu coloquei a mão no peito, sentindo-o subir e descer.

   - Aqui na cozinha! – Redargui.

  Assim que o vi, prendi a respiração, tossindo um pouco por conta da água que resolvera parar em minha garganta. Seus cabelos estavam mais desgrenhados do que o normal, sua camisa social branca amarrotada e a gravata frouxa.

  Sexy.

  Cogitei a possibilidade de morrer engasgada com a água mesmo, caso eu tivesse esse pensamento novamente.

  Devo ter franzido o cenho e torcido o nariz também, pois ele riu rouco e aproximou-se do balcão de mármore negro que eu estava encostada.

  - Annabeth, você está com febre? Está rubra como um tomate – ele sorriu inocentemente, mas havia um lampejo de ardileza em sua voz.

  Ignorando totalmente o comentário, disse, cruzando os braços:

  - Você lutou em uma guerra por acaso?

  Ele pareceu ponderar. Estreitou os olhos, fitando um ponto qualquer.

  - Quase isso. – Seus olhos encararam os meus. – Annabeth, por acaso eu vi você suspirando de alívio quando eu cheguei? – Ele alteou a sobrancelha, um sorrisinho irritante nos lábios.

  - Acho que está precisando de óculos – fiz um gesto em frente aos olhos. – Pois está começando a ver coisas, Jackson.

  Ele sorriu de canto.

  - Sempre autêntica, Annabeth. – Ficamos em silêncio por alguns instantes. Fitei a calça de Percy; estava suja de terra como se tivesse caído de um caminhão de mudança. Não pude deixar de me sentir grata com o ato de mais cedo, e com o fato de ter perseguido o sujeito encapuzado, e permitido que eu ficasse em seu apartamento.

  A Lua já estava alta no céu escuro e com muitas nuvens, que o borravam de cinza. Havia um carmesim efêmero acima das casas, que aos poucos era coberto pelo manto da Lua, dando espaço para a escuridão.

  - Ele fugiu... – Percy comentou, a voz flutuando no ar e morrendo logo em seguida.

  - Vocês brigaram?

  - Um pouco – ele meneou a cabeça. – Não consegui identificá-lo, infelizmente, mas seu rosto era lívido e possuía cabelos bem negros, como os meus – ele apontou para a própria cabeça, o que achei um ato bem engraçado.

  - Eu chamei a polícia. Um oficial investigou o apartamento.

  - Uma baixinha? – Indagou-me.

  - Sim.

  - A vi junto de Simon, olhando as filmagens de cada andar. Perguntei se precisavam de ajuda, ela relatou-me o acontecimento e disse que, caso eu visse alguma coisa estranha em nosso andar, contatasse a polícia, já que fiz questão de contar que morava ao seu lado. – Ele pareceu lembrar-se de algo, e sorriu ao dizê-lo – Ela achou que fôssemos namorados! – Ele aproximou-se de mim. – Fiquei sabendo que alguém entrou em estado de choque por que um tal de “Percy” seguiu o invasor.

  Enrubesci como nunca soube que pudesse enrubescer. Como ele era tão atrevido e dizia aquelas coisas como se fosse algo habitual? Ah... devia ser algo habitual mesmo. Fitei meus pés e ergui meu braço em sua direção.

 

 

 Cri piamente que Annabeth fosse me bater quando ela ergueu o braço, mas o que ela fez me surpreendeu mais ainda.

 Ela acariciou meu cabelo e murmurou um “obrigada”.

 Conciliar todas aquelas coisas, aqueles acontecimentos, devia ser muito difícil para ela. Ela provavelmente teria muitas perguntas. E provavelmente me questionaria mais tarde.

  Fiquei encarando-a, perplexo.

  - Muito obrigada, Percy, de verdade.

  Vê-la daquele jeito, tão tímida, me paralisara e quase me fez perder o controle. Ela estava tão fofa. Como uma mulher poderia ter tantas personalidades interessantes?

  Soltei um riso abafado, obrigando todos os meus músculos a permanecerem no lugar. Contentei-me apenas em tocar sua mão, interrompendo o que ela fazia, embora eu realmente quisesse que continuasse.

  - Há um quarto de hóspedes ao lado do meu, venha, vou mostrá-lo. – Puxei-a pela mão até o corredor dos quartos. Achei que soltaria de minha mão, mas não o fez.

  Abri a porta do quarto e dei espaço para que ela o adentrasse.

  - É este. Pode usá-lo da forma como preferir.

  - Obrigada, Percy – ela evitava me olhar. Soltou um riso abafado, apontando para as paredes do quarto. – Você realmente gosta de azul.

  - Ah, sim. É minha cor preferida.

  O silêncio criou uma barreira entre nós novamente, então despedi-me e fechei a porta.

 

 

 Eram três horas da manhã e eu não conseguia dormir. Todas as perguntas martelavam minha mente uma atrás da outra. Fitei a sacola onde trouxera minha roupa em cima da penteadeira. Quando voltasse para casa faria alguma coisa para agradecer Percy.

  Minha garganta estava seca, então resolvi sair para beber um pouco d’água. Certifiquei-me de que meu pijama não era indecente e saí do quarto. Ao atravessar o corredor e passar pela sala, meu coração quase saiu pela boca ao ver Percy acordado sentado em uma das cadeiras da mesa da cozinha. Acabei arfando um pouco e chamando sua atenção.

  Ele me olhou confuso.

  - Não consegue dormir?

  - Não – anui com a cabeça. – Vim pegar um pouco de água.

  - Fique à vontade – respondeu, voltando a olhar através da janela.

  Servi-me com o líquido e, ao passo que o bebia, fitava Percy.

  - Ei, Percy...

  - Sim?

 Puxei uma cadeira e sentei-me em sua frente. Passei o dedo pela borda do copo, vendo as gotículas de água entrarem em condensação, escorrendo ao redor dele.

  - Eu... você sabe de alguma coisa, não sabe? – Olhei-o.

  Ele relanceou um ponto qualquer, depois voltou-se para mim.

  - Acho que sei o necessário.

  Eu suspirei, frustrada.

  - Eu não consigo entender. Há algumas semanas, você me ligou e perguntou se eu me lembrava de algo. Depois disso, encontrei um relato em meu diário, onde eu alegava estar escutando chamarem-me. Além disso, o mesmo sujeito que apareceu por aqui ligou em casa e disse algo que não compreendi, mas teve seu efeito – desabafei.

  - E o que ele disse, exatamente? – Percy alteou as sobrancelhas, complacente, e pareceu ignorar o começo da fala.

  - Que ele só estava começando.

  Analisei sua expressão. Seus ombros se retesaram e as feições tornaram-se rígidas e impassíveis, a luz da Lua penetrava a janela lhe acariciando o rosto, tão perfeito que, por um instante, pareceu-me uma estátua.

  - Outra coisa: eu não me lembro de ter contado para você que ele invadiu o meu apartamento – tamborilei os dedos sobre a mesa de mogno escuro.

  - A diferença entre as nossas portas foi suficiente para aguçar minha curiosidade – seus ombros relaxaram de novo, e ele passou a desenhar círculos invisíveis na mesa. – Simon também me contou algumas coisas – sorriu.

  Ah, sim. Agora fazia sentido.

  - Mas como descobriu que eu sabia? – Ele franziu o cenho.

  - Ah, eu escutei pela porta você dizer isso ao sujeito... – engoli em seco.

  - E o que mais você escutou? – Sua voz era agora um pouco mais grave e, de certa forma, assustou-me.

  - Algo como... “você a dominou”. Sinto muito, não era minha intenção, eu só... – mentira, realmente era minha intenção.

  Ele suspirou, recostando-se na cadeira.

  - Não se preocupe, você apenas escutou errado. – Disse, e o jeito como olhou bem no fundo de meus olhos, fez-me questionar a possibilidade de ele estar mentindo.

  As pessoas tendem a olhar fundo em nossos olhos quando mentem.

  - Pode ter sido – comprimi os lábios. Talvez... e só talvez eu tenha escutado errado.


Notas Finais


Yo~
KYAHAHAHA O PERCY APLICANDO O GOLPE DE JUDÔ QUE APRENDEU COM A ANNIE NO NICO :,D
Ai, a Annie achando o Percy secsi :'v
Gente, o Percy regaçou o Nico, man que isso
"Annabeth era sua. Ninguém a machucaria." Se Annabeth ouvisse isso ela daria um murro em Percy.
Ai, Annie está desabrochando...
DESCULPEM QUALQUER ERRO!
Até o próximo o/


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