Eu estou perdendo, perdendo minha maldita mente
Se me perguntarem por que eu fiz isso, eu direi
Tudo por amor
Se me perguntarem porque eu fiz isso, eu direi
Fiz tudo por amor
— Vamos lá, Ally. Hora de levantar! – Eu tentava acordar Alyssa para que eu pudesse começar meu primeiro dia de trabalho em turnê com Justin Bieber.
— Não quero levantar agora – Disse com a voz manhosa de todas as manhãs.
— Mas você precisa, meu anjo. Mamãe precisa trabalhar e você estudar!
— Eu queria que a gente pudesse estar aqui como se estivéssemos de férias! – Disse fazendo biquinho e logo se levantando da cama.
Aguardei Ally fazer sua higiene matinal para descermos e tomarmos café da manhã, o que fizemos sem nenhum sinal de Justin, depois a levei até outro quarto do hotel onde Malu e a sua nova professora já se encontravam.
Antes de embarcarmos para a turnê eu já havia conhecido a professora que acompanharia Ally e tirado minhas duvida; ela realmente aparenta ser uma ótima profissional.
— Bom estudo, garotas! – Eu disse a Ally, Malu e a professora antes de deixar o quarto e me dirigir a outro andar.
Fui orientada a ir até o 13° andar para uma sala de reuniões, onde aconteceria a consulta de hoje.
Ficara assim: todas as manhãs Justin teria uma consulta comigo e durante o dia eu apenas exerceria o papel de observadora para que no dia seguinte pudéssemos discutir algumas de suas atitudes. Já a parte da noite, horário dos shows, eu estaria livre para fazer o que quisesse.
Adentrei a sala de reuniões e era enorme, muito grande mesmo. Será que não poderia ser simplesmente em um quarto qualquer? Pelo que parece todos eles tem uma mesa e um sofá também.
Me sentei na ponta da enorme mesa de reuniões - que pelas minhas contas, era para umas 30 pessoas –, e aguardei Justin.
Logo ele apareceu na porta, com uma fofa cara de sono.
— Bom dia, Justin Bieber! – Tentei dizer em um tom alegre e formal.
— Bom dia, Dra. – Disse enquanto adentrava a sala – Só você mesmo para me fazer acordar essa hora da manhã, quando eu poderia dormir até mais tarde.
Ele caminhou na minha direção e eu logo lhe estendi a mão para cumprimenta-lo, mas ele a ignorou totalmente e fez menção para que eu me levantasse para conseguir me abraçar. Ah, a anatomia de um abraço...
— Huh, essa mesa é um tanto quanto grande só para nós dois. – Disse ele sorrindo de lado, se sentando a minha frente do meu lado direito.
— Também acho – Sorri de volta. – Mas então, Justin, como se sente com esse recomeço de turnê?
— Eu me sinto realmente ótimo. É uma sensação muito boa...
[...]
— Nós vamos sair agora em busca de um bom restaurante para almoçarmos e depois do show podemos procurar uma balada que também realize noites de blackout! O que acha?
— Nós? – Perguntei e ele assentiu. – Justin, eu não posso... Não é mais como se estivéssemos tendo uma consulta no meu consultório e nos esbarrássemos em uma balada qualquer. Agora eu preciso ser cem por cento profissional com você, precisamos de ética aqui ou isso não vai funcionar.
— Ainda não consigo entender o motivo de não podermos sair no nosso tempo livre, não há nada demais nisso... é um almoço entre amigos e depois uma comemoração entre amigos...
— Porque se saímos, a gente conversa como amigos, criamos vínculos de amizade e estar aqui como sua analista se torna uma tarefa muito difícil.
— E dai? Há algo que proíba isso? Você é minha amiga também, Brianna.
— Não, não há nada que proíba isso, e sim, eu também sinto estou sendo mais sua amiga do que psicóloga, mas eu só quero que saiba que isso compromete a eficiência do nosso tratamento e eu não quero que isso aconteça.
— Você sabe muito bem que entre seu tratamento médico e sua amizade, eu não pensaria duas vezes antes de escolher sua amizade. – Disse Justin revirando os olhos.
— Se eu não fosse graduada e não soubesse a necessidade que você tem desse tratamento médico, eu também escolheria sua amizade, mas como eu sou e sei o quanto é importante, eu escolheria o tratamento. - Eu disse e ele bufou.
— Mas será que você já parou para pensar que talvez eu só precise de uma amizade verdadeira como a sua? – Perguntou arqueando uma sobrancelha.
Ri da sua expressão.
— Eu sei que sou uma ótima profissional e penso em tudo, inclusive já pensei sobre isso. Agora eu realmente preciso que entenda o quão grave essa situação pode se tornar, Justin. – Respirei fundo antes de continuar. – Eu estou aqui como sua médica! É o que está em todos os contratos e documentos. Se por um acaso formos vistos juntos por aí, fazendo algo além do que eu devo, que é te observar e somente me prontificar caso algo seja relacionado a terapia, eu posso até receber um belo processo por falta de ética profissional! E sabe o que isso significaria?
Ele sussurrou um não.
— A policia começaria uma investigação contra mim, eles descobririam que falsificamos um documento que foi essencial para a soltura. Eu perderia meu direito de exercer a profissão que eu mais amo na vida. Eu iria pra cadeia, e você também.
Quando terminei de falar eu conseguia enxergar o pavor em seus olhos. Coloquei minha mão direita sobre a sua esquerda.
— Eu estou aqui, correndo todos esses riscos, porque eu realmente me importo muito com você. Eu jamais faria isso por outra pessoa, Justin. Jamais.
— Meu Deus... – Disse ainda com uma expressão de pavor, colocando sua mão direita sobre a minha.
— Isso arruinaria nossas vidas, Justin, e essa é a ultima coisa que eu quero na vida.
— Me desculpa, Bri. Eu nunca tinha pensado nisso. Essa também é a ultima coisa que eu espero que aconteça. – Disse Justin.
— É muita burocracia mesmo...
Suspirei ao olhar para sua mão sobre a minha e a minha sobre a sua. Seria um período complicado, mas eu tenho certeza que seria de muito aprendizado para nós dois.
— Mas nós faremos isso dar certo, eu tenho certeza! – Disse ele, agora levantando minha mão junto com a sua e a apertando.
— Sei que sim. – Sorri, a fim de quebrar aquela tensão que pairava no ar, apertando sua mão de volta.
Logo alguém da equipe que eu ainda não conhecia apareceu na porta chamando Justin para o almoço.
— Não rola mesmo, né? – Indagou aparentando tristeza na voz.
— Infelizmente não. – Respondi, retirando minha mão de dentro da sua.
Justin então se levantou da mesa e seguiu em direção a porta, mas antes de sair pela mesma, virou para trás e disse.
— Então já sei que devo cancelar meus planos para o seu aniversário e reinventa-los de uma maneira, digamos, mais privada...
E logo saiu me lançando uma piscadinha. Agora eu estava intrigada para saber do que ele estava falando, já que meu aniversário era dentro de duas semanas.
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