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História Deixar De Amar Você - Imagine Jeon Jungkook - Vai Ter Próxima


Escrita por: Dii_Kook

Notas do Autor


Espero que gostem❤

Capítulo 2 - Vai Ter Próxima


Jeon Jungkook 

Janeiro 2018 - 10:34 a.m 

Big Hit Entertainment

Depois de revisar os documentos de uma de nossas "parceiras", eu decidi tomar um café, afinal, minha fonte de energia não é só o trabalho. Avisei Jimin que iria sair um pouco, o mesmo apenas assentiu, absorto nos assuntos da tela de seu computador. Nem todos conseguem resolver todos seus problemas com a mesma facilidade que eu. Trágico.

Fui até uma sala de reunião naquele andar, vulgo sala do café, porquê, depois de algumas mudanças, as reuniões foram transferidas para uma das sala do andar de Namjoon. Os outros cômodos ficaram como "sala do café", pois só serviam para os funcionários entrarem quando queriam fugir um pouco da vida atarefada desta empresa. 

Entrei em uma das salas vazias, agradecendo mentalmente por não ter ninguém ali para iniciar um diálogo totalmente entediante. Coloquei a cafeteira para funcionar e, depois de pronto, coloquei o café em uma das xícaras e me encostei  na borda da mesa atrás de mim. Inalei o aroma forte do líquido antes de beber, pois gostava de sentir o ar cálido entrar pelas minhas narinas e aquecer-me a garganta. 

A porta se abriu e eu parei a xícara próxima aos meus lábios, subindo apenas os olhos para mirar o ser que acabara com meu momento de paz. Infelizmente, esse ser realmente conseguia acabar com minha paz, e ela não precisava nem abrir a boca para fazer isso. 

________ encarou-me por alguns instantes e, como sempre, deu de ombros e fechou a porta atrás de sí, vindo até a máquina de café ao meu lado e ligando-a. Sempre é assim, quando estamos sozinhos, descartamos as palavras e apenas ignoramos a existência um do outro. Nem me importo mais com o ar pesado que fica, e ela também parece não se importar. 

– Você fez um bom trabalho com aqueles idiotas. – disse de repente. 

Cortei novamente meu ato de levar a caneca até os lábios e fitei a garota ao meu lado, esta apenas me encarava e quando viu o ponto de interrogação piscando em minha testa, rolou os olhos para o lado e explicou: 

– Os diretores, você fez um bom trabalho mostrando que as contas deles estavam erradas. A empresa sofreria muito se eles seguissem aquele papel todo errado. – voltou a olhar-me. – Acho que eles ficaram bem frustrados por terem sido superados por um rapaz bem mais jovem e consequentemente com menos experiência. 

Não posso dizer que não fiquei surpreso com o elogio. Contudo, eu estava tão acostumado à recebê-los que nem dei muita importância. 

– Hum, obrigado. – respondi com certa indiferença e voltando à saborear o líquido amargo naquele recipiente de porcelana barata. 

– Entretanto, – iniciou. – acho que eu faria melhor. 

Apertei forte o braço da xícara e respirei fundo, soltando-o logo em seguida e mantendo uma postura mais reta. Não iria deixar transparecer minha frustração. 

– É? Como? – estreitei meus olhos para olhá-la desafiador.

– Eu resolveria as contas com mais eficiência. – sorriu de canto. – Assim, terminaria bem mais rápido que você. Eu estaria economizando tempo. 

Soltei o ar visivelmente irritado, levando minha mão até meu cabelo e mexendo nos fios como se aquilo fosse me acalmar. Ela notou minha expressão irritadiça e riu de canto, portanto, eu coloquei a xícara suja na bancada e fui em direção a porta. Não daria à ela o gostinho de me provocar ainda mais. 

– É uma pena que você não estava lá, né? – ri alto em deboche. – Estagiários têm que se manter em seus devidos lugares, levando cafezinhos pra pessoas como... Bem, como eu. Superiores. 

– Sabe que não vai demorar muito para eu entrar em uma sala de reuniões com você, né? – tentou novamente. 

– É, sei. – olhei por cima do ombro. – Mas, até lá, eu já serei um diretor. Então, ficarei como seu superior novamente. Daí quem sabe eu peço para você me levar um café acompanhado de um pedaço de bolo. 

Dito isso, eu saí da sala sem lhe dar espaços para rebatidas. Se eu não soubesse controlar muito bem as minhas reações, poderia perder o controle. E sabe-se lá o que eu faria casa acontecesse.  

"Porra! Não pode ser tão difícil assim!!!" Gritei mais uma vez em pensamentos, pois não queria transparecer meu desespero aos presentes. 

Sim, eu estava apavorado, as pessoas estavam coladas em minhas costas como em um aglomerado, com suas respirações quentes batendo em meu pescoço enquanto olhavam por cima de meu ombro para ver o papel que nenhum de nós entendia.Todos ali tentaram, um por um se sentou exatamente onde estou e encarou os documentos por longos minutos até desistirem e passarem para o próximo. Essa brincadeira durou até o pedido de socorro chegar a mim. A última esperança. 

Trata-se de mais uma parceria, uma de nossas filiais quer firmar um contrato com outra companhia de entretenimento, porém, elas querem mudar a forma que os lucros e pagamentos serão divididos, assim, confundindo totalmente a cabeça de todos aqui. Essas letras e esse números, pela primeira vez, parecem estar em hebraico para ser tão difícil de entender. 

– Por que não chamamos a _____? – alguma alma amaldiçoada disse como quem não quer nada. 

As pessoas que habitavam aquela sala viraram o pescoço tão rápido que puder ouvir o som de vários se estralando. Quem tivera aquela odiosa idéia de chamar a garota foi um dos corretores, baixo, gordo e com um semblante super tedioso. O que esse ser desprezível tem na cabeça para pensar em coisas tão inúteis assim? 

– A estagiária? – um outro alguém duvidou. 

– Sim, ela não é nossa melhor funcionária? O que custa pedir para que tente? – ele insistiu novamente, mal sabe que estou mentalmente desferindo murros em seu rosto. 

– Mas ela é uma estagiária... – Obrigado garoto que não sei o nome, pelo menos você tem juízo e entende a situação. Ela não é qualificada. 

– Entretanto, – miramos um dos diretores assim que ele começou, o mesmo estava com um olhar pensativo e a mão segurando o queixo quadrado. Assim que percebeu que ganhou a atenção de todos, ele dirigiu seus olhos até nós. – ela é inteligente. Olha, já tentamos de tudo, inclusive o nosso eficiente Jeon Jungkook. – mirou-me e logo desviou. – Vamos deixar ela ao menos ver os documentos, o que temos à perder? Talvez ela nem entenda. 

– Hum... – analisou Namjoon, finalmente se pronunciando como o chefe. – Tem razão, não temos nada à perder. Se ela entender, ótimo, caso contrário, não vai ser tão ruim também.

– Ela é a nossa única opção? – indagou uma das mulheres, obviamente desconfiada de tudo aquilo. A maioria ali estavam duvidando da eficiência da garota, até agora, eu era o melhor que eles conheciam — e vou continuar sendo —. ________ é boa, mas eu sou melhor.

– Tudo aponta que sim. – Namjoon virou-se para a mulher. – Não quero envolver advogados se não é realmente necessário. 

– Então, tudo bem. – deu de ombros, dando-se por vencida. 

– Lisa! – a secretária baixa e fofa abriu a porta, inclinando-se para o lado e colocando apenas metade do corpo dentro da sala. – Chame a _______, por favor. 

Dito isso, Lisa saiu, não sem antes me lançar um olhar que eu tanto estava acostumado à receber. Poucos minutos depois estava de volta, agora acompanhada da estagiária que mantinha uma postura até que relaxada para quem estava prestes a encarar seus superiores. A secretária novamente me olhou antes de sair e, depois de fechar a porta, Namjoon tomou à palavra:

– _______, eu sei que não é a sua área ainda, mas poderia tentar nos ajudar? – pegou os papéis de minhas mãos, deslizando o sulfite pelos meus dedos dramaticamente. Okay, eu vi dramaticamente. – Você é inteligente e mesmo com pouco tempo aqui já se mostrou mais eficiente que muitos funcionários. 

A garota nada respondeu, apenas recebeu os papéis e girou nos calcanhares virando-se para a mesa. Uma parte do metal do móvel foi ocupado pelos sulfites, _______ apoiou as mãos uma de cada lado dos documentos e começou a seguir as letras com os olhos. Claro que não me preocupei com aquilo, na verdade, até que ri baixo com sua atuação, óbvio que nada entendia daqueles papéis. 

Todos que estavam à minha volta ficaram encima do cangote dela, alternando o olhar entre os documentos, a brasileira e entre eles mesmos. Muitos olhavam-a superior, como se estivessem diminuindo a estagiária, entretanto, estes também olhavam-a com esperança. Até que ela riu, daí todos passaram a olhá-la confusos, principalmente eu. 

– O que foi? O que é engraçado? – um dos presentes perguntou alarmado. 

– Eles estão tentando roubar a empresa. – o espanto naquela sala foi evidente. Principalmente com os ruídos soltados boca a fora. – Basicamente, esse papel diz que vocês pagam e eles recebem. Vocês pagam as despesas os serviços e eles recebem os lucros. 

– Então, isso significa que só vamos perder? – outra pessoa fez a pergunta. 

– Sim. Não é um novo método de distribuição de lucros, é um golpe.

– Como sabe disso? – Ji Hee, uma sócia muito astuta, indagou com sua típica arrogância natural. 

– Simples... 

________ começou explicar tudo que viu naquele papel para seus superiores, porém, eu não conseguia prestar atenção em nada. Estava completamente absorto em meus pensamentos, perguntando-me como ela conseguiu entender algo que nem eu mesmo entendi. Foi tão fácil, tão suave, em questões de minutos ela resolveu um problema que eu passei horas para tentar resolver e, no final, todo meu esforço foi em vão. Se continuar assim, em breve ela alcançará meu cargo, ou até algo acima do meu. Uma garota, mais nova que eu, completamente inexperiente está roubando meu lugar e, o pior, está jogando limpo para isso. Eu preciso urgentemente achar algo que nem ela consiga fazer. 

– Entendi, muito obrigado, ______. – a voz de Nam acordou-me dos devaneios, sempre alta e grossa que é capaz de acordar qualquer um.

– Certo, se me dão licença, eu tenho que ir. – foi até a porta mas, antes de tocar a maçaneta, uma outra voz à impediu:

– Garota, tem algo que você não consiga fazer? 

A brasileira ficou imóvel por alguns segundos, contudo, logo girou nos calcanhares e se virou de frente para o grupo de pessoas. 

– Huumm... – rolou os olhos para cima como se fosse algo difícil de pensar. 

Todos, inclusive eu, começamos a encarar a garota esperando uma resposta. Tenho que admitir que estava ansioso, seja lá o que respondesse, eu, se já não saber, tentaria aprender o mais rápido possível e ser o melhor. Eu sou a porra do Gold Maknae dessa empresa!

– Amar. – voltou-se novamente para a saída. - Eu não consigo amar. 

Sua fala morreu no ar, assim como a voz de todos naquela sala e boa parte da minha ignorância com aquela garota. 

Foi um choque? Claro que foi. Ela disse aquilo normalmente, como se fosse algo insignificante, no entanto, no fundo eu consegui ver que ela se odiava por dizer aquilo. Não me parecia estar brincando, muito menos fazendo aquilo apenas para chamar atenção, parecia-me que falara a verdade, o que era ainda mais lamentável.

Não sei se foi o olhar vazio que usou para enfatizar a frase, ou o jeito simplesmente sereno de pronunciar tais palavras, mas algo me chamou atenção naquela garota e boa parte de toda repulsa que eu sentia dela se esvaiu no ar pesado daquela sala. Meu coração bateu um pouco mais forte enquanto eu encarava a madeira se fechar e cobrir totalmente a visão que eu tinha das costas dela.

_______  precisa de ajuda, só não sabe disso, talvez saiba, mas não quer aceitar como muitas outras pessoas desse mundo hipócrita. Portanto, vou ajudá-la assim como ajudo metade das pessoas dessa empresa, entretanto, o assunto agora é algo além de documentos, fichas e programas, trata-se de sentimentos. Algo que não posso dizer se sou bom ou ruim, mas darei o meu melhor como sempre faço. 

– Oi! – disse animado, inclinando meu corpo para frente é colocando parte de meu tórax por cima do ombro da garota. 

– Oi. – respondeu ríspida, franzindo o cenho e encarando-me aceitavelmente confusa. 

– Tudo bem? 

– Me diz logo o que você quer, Jungkook. – foi direta. – Eu tenho que trabalhar. 

Rindo baixo, eu arrumei minha postura e peguei no encosto da cadeira da moça, girando o assento e fazendo com que ela ficasse de frente para mim. Enfiei minhas mãos nos bolsos da calça, subindo e descendo os calcanhares como quem não quer nada. 

– Ah, nada demais. – inflei minhas bochechas e a vi cruzar os braços, esperando que concluísse a frase. – Só queria saber se você quer sair comigo depois do trabalho, sei lá, tomar alguma coisa, conheço um lugar ótimo.

De primeiro, ela se afastou rapidamente e o espanto em seu olhar ficou evidente, mas logo as coisas se encaixaram em sua cabeça e ela sorriu egocêntrica, o que me irritou um pouco. 

– Isso é pelo o que eu disse na sala? – apoiou o cotovelo no braço da cadeira, deitando o queixo sobre as costas da mão e olhando-me de baixo, porém, debochada. Esperta.

– Talvez sim, talvez não. – bufou encarando-me impaciente e eu revirei os olhos, cansado da brincadeira. – Okay, é sim. Você não consegue mesmo amar? 

– Não. · respondeu com simplicidade. 

– Mas e seus pais? Seu irmão? Namjoon...? Não ama eles? 

– Sabe que não era desse amor que eu estava falando. 

– É, eu sei. – menti.

Só agora me dei conta que, em todo esse tempo, essa é a primeira vez que conversamos naturalmente, sem alfinetadas ou uma rispidez consequente das provocações. 

– E então, você aceita? – voltei com o assunto principal. 

– Você acha mesmo que consegue fazer eu amar você? – parecia convencida do contrário. 

– Acho, afinal, eu sou bom em tudo. – empinei meu nariz. 

– E no entanto, não conseguiu entender aqueles documentos, o que não era tão difícil. Jeon, eu não vou te amar pelas coisas que você faz ou deixa de fazer, eu tenho que te amar pela sua alma. Você ser "bom em tudo" não faz muita diferença, afinal, habilidades não determinam o caráter de uma pessoa. 

Mordo meu lábio e torço um pouco o nariz, pensando o quanto seria errado eu bater a cabeça dela na mesa. Não era exatamente isso que eu queria dizer, a garota apenas estendeu de forma errada o contexto da frase. 

– Você aceita? – mudei rápido de assunto.

– O que eu ganho com isso? – começou a mexer os pés, virando a cadeira de um lado para o outro. 

– A "capacidade" de amar? 

– E você? O que ganha com isso? 

Foi difícil meu riso abafado, afinal, eu já esperava que fizesse aquela pergunta. Tirei minhas mãos dos bolsos e sorri de canto, inclinando-me para frente até que minhas elas alcançassem a mesa atrás de si, assim à cercando com meus braços. Aquilo pareceu não surtir efeito nenhum sobre ela, pois permaneceu com o olhar fixo ao meu e sem expressão. 

– Se eu te ensinar fazer alguma coisa que você não sabe, significa que eu sou melhor que você, afinal, vou ser como um professor. – mordi meu lábio e, surpreendentemente, ela engoliu em seco. 

– Isso não faz sentido. – forçava-se à olhar-me nos olhos.

– Para mim faz. Como eu posso ensinar alguém que já sabe tudo? – tombei a cabeça um pouco para o lado, com um olhar sacana. – Só sendo melhor que aquela pessoa para ensiná-la, não? 

– Quer tanto assim me superar? – tremeu os lábios, então eu me inclinei ainda mais para frente e ela para trás. 

– Sim. – respondi sério. 

– E se você começar a me amar? 

– Qual o problema? 

– Você pode se machucar. – afirmou.

– Eu me garanto. – digo convencido. – E eu me recupero fácil. 

– Você é sempre assim, Jeon Jungkook? Sempre tão cheio de si? – notei um quê de arrogância em sua voz. – Saiba que eu não gosto disso. 

– Sim, sempre. Vou fazer você gostar. – completei. 

– Então tá, senhor convencido, eu aceito sair com você. – colocou as mãos em meus ombros e me afastou de si, portanto, eu arrumei minha postura. – Só não reclame das feridas depois. 

– Pode deixar, não vou ter feridas e, mesmo que tenha, elas se curam rápido. 

A garota não respondeu, apenas olhou-me zombando e virou-se para a mesa novamente. Satisfeito, eu voltei para o meu trabalho. 

O vento frio bateu novamente em meu rosto, eu já assoprava a pequena fenda entre minhas mãos na tentativa de aquecer aquelas carnes. _______ me disse que apenas iria desligar seu computador e que me encontraria no estacionamento em 5 minutos, entretanto, estou aqui há 10 e ainda nem tive sinal dela. Isso seria um tipo de vingança por tê-la desafiado?

– Finalmente! – exclamei quando a vi se acercando de mim. Um sorriso furtivo escapava de seus lábios. 

– Demorei muito? – fingiu inocência. 

– Eu quase congelei aqui fora. 

– E no entanto, está de casaco. – mostrou-me o óbvio. 

– Mas ele não protege tanto. – vislumbrei seu sorriso ainda maior que o anterior – Enfim, entre no carro. 

– Não vai abrir a porta pra mim? – tombou a cabeça para o lado. – Toda mulher gosta de homens cavalheiros. 

– Aish! Eu sou cavalheiro, apenas me esqueci deste detalhe. 

Revirando os olhos, eu abri a porta do carro para ela, ficando por trás da peça e fazendo um gesto para que entrasse. ______ riu fraco, contudo, não fez nenhuma piadinha e seguiu meu movimento, entrando na lataria. Após fechar a sua porta, fui até a do motorista e logo me encontrei sentado em frente ao volante, com a moça ao meu lado analisando o veículo por dentro. 

– Gostou? – indaguei, ligando o automóvel. 

– Sim, é bem bonito. 

– Obrigado. 

Dei partida sem esperar por uma resposta, o caminho dali em diante seria silencioso e eu já tinha total noção disso, iria aproveitar para reorganizar os planos. 

Já no restaurante, depois de fazermos os pedidos e o garçom sair, eu fechei a planilha de planos em minha cabeça e foquei na garota à minha frente. Esta girava os olhos pelo lugar, observando cada canto do local e parecendo satisfeita com tudo. 

– É um lugar muito bom. – comentei e ganhei seus olhos confusos voltados para mim. – O restaurante, ele é ótimo. 

– Ah, sim. É bonito. – sorriu. – Vem aqui muitas vezes? 

– Apenas quando quero relaxar com meus colegas de trabalho. 

– Não trás muitas garotas? – _____ colocou os cotovelos na mesa e apoiou o queixo nas costas das mãos, olhando-me de uma maneira indecifrável. 

– Faz um tempinho. – sorri de lado, vendo que fazia o mesmo. – Nunca me interessei muito por nenhuma funcionária daquela empresa, até você aparecer. 

_________ sobressaltou surpresa, deixando seus luzeiros tão arregalados que pareciam querer saltar para fora. Admito que até eu fiquei surpreso com o que disse, afinal, aquilo era um passo grande para o primeiro encontro. 

– Vamos nos conhecer, trabalhamos juntos já faz um tempo e percebi que não sabemos nada um do outro. – propus para quebrar o clima estranho que ficou no local. 

– Porque nos odiamos. – provocou com um sorriso de canto. 

– Não nos odiamos! – rebati. – Quer dizer, pelo menos eu não te odeio, somos apenas... Competitivos demais. Você me odeia por acaso? 

_______ não respondeu, apenas virou o rosto sem tirar o sorriso maldoso, o que me fez queimar por dentro. Não, não quero que me odeie, jamais! Pode estar apenas brincando comigo, não parece realmente me odiar, por que raios aceitaria sair comigo se me odiasse? Se bem que, ela me provoca muito e na maioria das vezes fica muito satisfeita quando me vê exaltado. Será que aceitou esse convite apenas para zombar de mim depois? Para fazer eu parecer um desesperado? Engoli em seco imaginando aquelas hipóteses, não quero acreditar que ela seria tão baixa à ponto de fazer isso, mas eu não conheço nada dessa garota, apenas que ela  é boa em algumas coisas — me recuso dizer que ela é boa em tudo —.

Afastei todos meus pensamentos, eu tracei planos e me programei demais para deixar tudo ser um enorme estrago. Se isso for uma armadilha de sua parte, que se foda, eu me vingo depois. 

– Qual sua cor favorita? – limpei a garganta. _______ mirou-me, então, eu lhe ofereci um sorriso e fui prontamente correspondido. 

– Azul. – respondeu amena. 

– Qual tipo? 

– Todos os tipos, claro, bebê, escuro, oceano. – seus olhos brilharam. – Mas tenho uma quedinha maior pelo Azul Celeste. 

Instantemente eu sorri, nunca tinha à visto desta maneira, tão calma, sincera, alegre... O brilho em seus olhos me dava vontade de continuar à perguntar sobre a cor, perguntar por que gostava, que roupas tinha dessa cor, quando começou a gostar, os tipos de azul que conhecia; eu queria enchê-la de perguntas apenas para ver seu olhar sonhador e sorriso estonteante. 

– Eu gosto de vermelho. – firei diretamente suas orbes, olhando-a profundo. – Preto, branco e vermelho. Porém, tenho uma quedinha maior pela cor do sangue. 

________ mostrou-me os dentes quando terminei, pela primeira vez, estávamos tendo realmente uma conversa que não acabaria em chulas provocações. Ela parece tão sincera, espontânea, gentil... Me custa acreditar que talvez isso seja somente uma máscara. 

– Comida favorita? – indaguei. 

– Tem tantas que fica difícil falar apenas uma.  Batata frita, sorvete, brigadeiro...

– Brigadeiro? – franzi o cenho. 

– É um doce muito comum no Brasil, de chocolate. É muito comum mesmo, principalmente em festas de aniversário. – explicou gesticulando um pouco, notei que adora fazer gestos para enfatizar as frases. 

– Ah, eu gosto de doces, principalmente de chocolate. 

– Qualquer dia eu faço para você, é realmente muito gostoso.

Me inclinei para trás, recostando minhas costas no encosto da cadeira. Cruzei minhas pernas por baixo da mesa e coloquei minhas mãos envolta de meu joelho, sorrindo aberto com o que disse. Ela faria um doce para mim.

– E as suas? – questionou sem trocar de posição. 

– Carne, sou apaixonado por carnes. 

– Então deve amar churrasco. – enruguei o cenho. – Carne assada.

– Ah, sim, gosto muito. 

– Eu também, sou um perfeita carnívora. 

– Somos dois. 

Pela primeira vez, rimos juntos, não com sarcasmo ou deboche, mas sim um riso sincero, sem segundas intenções. Sua risada, quando não está acompanhada de maldade, é muito gostosa de ouvir. Me dá voltando de ficar fazendo piadas para sempre preencher o ambiente com esse som tranquilo. 

A noite foi se prolongando cada vez mais, risos, conversas, sorrisos e piadas, tudo espontâneo e sem nenhum pingo de deboche ou sarcasmo, estávamos realmente parecendo amigos. Quem nos viu hoje jamais iria dizer que fomos aquele homem e aquela mulher que se matavam apenas com o olhar, amaldiçoando um ao outro em pensamentos e às vezes até em alto e bom som. Nunca imaginei que um dia ficaria com ele em alguma sala sem brigar, muito menos em um jantar super divertido e que melhorou muito minha noite. 

Agora estamos no carro, eu dirigindo e ela ao meu lado, tagarelando alto como fez durante o encontro inteiro. Eu escuto tudo que diz, dou risadas de suas piadas e ouço à sua quando comento sobre algo, realmente estamos nos dando bem. Adoro ouvi-la, sua voz, suas histórias, seus sonhos... Não achei que ela seria tão interessante. Acho que não conhecemos uma pessoa bem até nós sentarmos com ela e conversamos civilizadamente. Ou em um encontro romântico, depende da ocasião. 

 O meu plano desde o início da noite era diverti-la, mostrar que realmente estou disposto a conquistá-la. Bem, acho que andou mais para frente do que para trás. 

· Vire a direita e já estamos na minha rua. – informou, fazendo um sinal com a mão para que eu entrasse na rua à sua direita. 

Fiz o que pediu, girando o volante e conduzindo meu carro até a rua. Não queria que a viagem acabasse tão rápido, queria dar meia volta e rodar o quarteirão até enjoar de sua presença... E pensar que antes eu tinha repulsa de ficar na mesa sala que ela. 

Desacelerei o automóvel, era a única maneira de mantê-la comigo por breves minutos. Ela percebeu minha ação e riu, colocando as costas da mão em frente à boca... Fica tão adorável. 

– Aqui, nesse portão branco. – apontou para o tal cessando o riso.

Parei o carro na calçada em frente à sua casa, curvei-me um pouco para baixo e pude ter uma visão superficial da moradia. 

– É muito bonita. – sorri. – Mora com seus pais e seu irmão, certo? 

– Uhum. – balançou a cabeça. – Bem, boa noite, Jungkook. Foi muito divertido, eu adorei. – sorri em resposta.

________ estava prestes à sair do carro, mas eu lembrei que meu objetivo principal da noite ainda não fora alcançado. Segurei em seu pulso antes que cruzasse a saída, fazendo a garota sobressaltar mesmo sentada e me olhar com a testa franzida. 

– Não me deu um beijo. – sorri de canto, soltando minha outra mão do volante e deslizando aquela que estava em seu pulso até a sua.

Sim, isso era um encontro, apesar de parecer mais um passeio entre amigos, saímos para termos um encontro romântico. 

– No primeiro encontro? – tombou a cabeça para o lado. 

– É normal, não é? 

A garota novamente me deu o privilégio de ouvir sua risada gostosa. Achei que iria se inclinar para frente e me dar o prazer de sentir o gosto de seus lábios, mas tudo que ela fez foi soltar minha mão da sua e sair do carro aos risos. Curvou-se para frente, colocando as mãos sobre os joelhos para manter o equilíbrio e me olhar com seus olhos que, até então não suportava-os, mas agora os aprecio. 

– Não vou te beijar. – colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, um ato que fez durante todo nosso trajeto, mal sabe que quase a apertei quando fez pela primeira vez. – Quem sabe no próximo.

Dito isso, ela endiretou suas postura e saiu em direção à entrada da casa. Fiquei observando suas costas coberta pelo casaco até sumir de meu campo de visão, não conseguindo conter o enorme sorriso estampado em meu rosto. 

– Vai ter próximo. – alarguei ainda mais seu sorriso lembrando de suas últimas palavras. 


Notas Finais


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