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História Demon - Where U At?


Escrita por: xitsuh

Notas do Autor


Obrigada pelos favoritos e comentário <3 Espero que gostem desse capítulo!
Estou quase de férias, então esperem atualizações com maior frequência :3 Obrigada pela paciência!

Capítulo 9 - Where U At?


Fanfic / Fanfiction Demon - Where U At?

"Jiji Kim acaba de lançar sua música de estreia, 'Island'! Com uma melodia característica de R&B e uma leve mistura com o hip hop, incluindo um rap suave, a música promete ser a próxima tendência. Jiji Kim já era conhecida como Gee Gee, produtora de músicas para artistas como Shin, dos Y-Boys, Simon Dominic e Jay Park."

Observando a apresentadora da televisão enrolar sobre informações aleatórias da música de Ji Hye, Ki Seok suspirou. Desde a viagem, ele não falara mais com a namorada, e parecia que ela estava se dando muito bem com Jay Park. Por mais que Ji Hye tivesse negado, Ki Seok temia que suas suspeitas estivessem corretas e ela acabasse se entregando a Jay.

Resolveu pegar o ônibus para ir à empresa naquele dia, já que precisava de mais tempo para refletir, e não havia melhor lugar para isso do que no tédio do transporte público. Ki Seok não queria ser estúpido com Ji Hye, mas perdera sua confiança em relacionamentos depois que terminara com Lady Jane. Ele queria tentar namorar de novo, ter a chance de se casar antes de ficar velho, começar tudo da forma certa, porém parecia que nada mais funcionava na sua vida amorosa.

Quando chegou na frente do prédio da AOMG, Ki Seok se deparou com um homem incrivelmente bonito, ao lado de uma moto Harley-Davidson CVO Limited, preta, mal estacionada. O sujeito observava a entrada do prédio, parecendo pensar muito em alguma coisa, inquieto com as mãos no bolso da calça jeans e, muitas vezes, mudando a direção do olhar para os próprios tênis All Star pretos. Ki Seok pensou de onde conhecia aquele homem de presença marcante e notou os mesmos traços da beleza de Ji Hye nas feições do outro.

- Irmão da Ji Hye? Kim Ji Hoon? - Indagou Ki Seok, aproximando-se. Ji Hoon fechou a expressão ao reconhecer o namorado da irmã:

- Você é o cara que foi lá em casa no outro dia. Fiquei sabendo que você está realmente namorando a Ji Hye. - Soltou uma risada cínica pelo nariz.

- Você se lembra de mim? Eu sou...

- Jung Ki Seok. Eu disse que me lembraria disso. Ainda não tive tempo para cuidar de você, mas aguarde.

- Não podemos ser amigos? - Ki Seok sorriu, sem graça, mas Ji Hoon continuou de cara fechada.

- Minha irmã está lá em cima, não é?

- Sim, por algum motivo, ela tem visitado meu sócio com frequência.

Ji Hoon limpou a garganta e foi pegar o elevador. Ki Seok correu para aproveitar a viagem. Ao chegarem no andar da AOMG, Ji Hoon entrou direto no escritório, sendo seguido pelo outro. Hoody levou um susto com a súbita entrada do irmão de Ji Hye e congelou no lugar:

- Kim Ji Hye... versão masculina?!

- Ji Hoon! - Ji Hye o recepcionou. - Não é perigoso você estar aqui? - Ela sussurrou no ouvido dele.

- Vamos conversar. - Disse Ji Hoon.

- Ah, se vocês quiserem ir em algum dos nossos estúdios para terem privacidade... Posso preparar um café também... - Hoody ofereceu. - E eu sou Kim Hyun Jung. - Apresentou-se, nervosa. Ji Hoon assentiu:

- Obrigado, mas é melhor irmos para casa. - Ele beijou a mão de Hoody. - Kim Ji Hoon.

~~~

O rosto de Hoody ficou vermelho por um bom tempo depois de conhecer o irmão de Ji Hye. Ela não parava de se lembrar do toque dos lábios de Ji Hoon em sua mão, então ria aleatoriamente como uma boba.

- Ele é o homem mais bonito que já vi. - A garota afirmava várias vezes.

Gray não sabia se isso era bom ou ruim. Era bom porque os beijos entre ele e Hoody seriam enterrados no passado, ou era ruim porque ele gostava mesmo da colega? De qualquer forma, foi difícil para Gray esconder seu descontentamento. Se Ji Hoon era o cara mais bonito que Hoody já vira, então o que era Gray? O segundo mais bonito?

- Ele é feio. É uma Ji Hye travestida. Ji Hye é bonita como mulher, mas não como homem. - Retrucou.

- A Ji Hye é super bonita, seria bonita de qualquer forma. Ji Hoon é igual, mas diferente. Ele é alto, tem expressões fortes... - Começou Hoody.

- E é um gângster do caralho. - Loco completou. Ele não queria que seus colegas de trabalho namorassem, porém sua amizade o obrigava a apoiar Gray. O que Loco mais temia era que Gray não sabia o que realmente queria com Hoody, e isso poderia machucar alguém no fim, mas não achava que o amigo seria tão idiota de apenas brincar com os sentimentos alheios.

- Isso deve ser boato. Alguém tem inveja dele e resolveu espalhar isso. - Hoody não aceitaria nada que acabasse com a perfeição de Ji Hoon.

Enquanto todos estavam distraídos discutindo sobre se Ji Hoon era ou não um gângster, Simon D aproveitou para chamar Jay Park para conversar nos estúdios. Jay não esperava ter esse tipo de conversa tão cedo, mas aceitou o convite do sócio e o seguiu para a privacidade.

- Faz tempo que não nos falamos ou bebemos juntos como amigos. Parece que nos dividimos demais ultimamente. Inacreditável, considerando o quanto éramos, ou somos, próximos. - Comentou Simon, sentando-se ao lado de Jay no sofá.

- Inacreditável é que uma mulher nos separou. - Eles riram.

- Você gosta da Ji Hye? - Simon perguntou, espreguiçando-se no sofá.

- Eu quero que você termine com ela.

Ambos se encararam. Nenhum deles esperava que Jay dissesse aquilo, porém foi dito, e eles tinham pleno entendimento de que aquela conversa aconteceria algum dia de qualquer forma.

- Antes eu só tinha uma razão, mas agora posso listar muitas. - Continuou Jay, ao silêncio do outro. - Primeiramente, ela era um desafio, algo que não pude ter, então fiquei a perseguindo e só fui negado. Por esse motivo, desenvolvi um ódio por ela, por ela ser o desafio que nunca cumpri. Você sabe que adoro desafios, e, é claro, bem cumpridos. Ji Hye me pareceu ser legítima em certo momento, mas a verdade na imagem dela foi se estraçalhando aos poucos. Só sobrou falsidade, até na realidade que eu pensava ter encontrado.

- Eu vi que você a queria, cara. Ainda sou seu amigo, ainda lhe conheço, e sei reconhecer seus sinais. Mas não acho que Ji Hye seja falsa. Ela é maravilhosa, sempre cuida de mim.

- Você não acha isso porque ela é perfeitamente falsa. Ela usa uma máscara que a possuiu, e a controla tão bem que, eu acho, nem ela percebe a própria falsidade. Nunca notou algo estranho nela? Alguma ação estranha, algo assim?

- Na praia, ela me pediu presentes... Presentes de verdade, segundo ela, que não podem ser flores, acho que têm que ser de valor. Foi estranho, mas é porque eu sou um péssimo namorado e...

Jay suspirou alto, interrompendo o outro:

- Você está muito enfeitiçado por ela, viu? Sobre ações estranhas, quero dizer homens. Não acha que Ji Hye tem relacionamentos esquisitos com alguns homens? Nunca viu ela interagir com eles?

Simon levou um tempo pensando e se lembrou das coisas com as quais se zangara na praia. Não sabia se era uma boa ideia compartilhar seus pensamentos com Jay, porém precisava desabafar aquilo com alguém.

- Você, ela interage estranhamente com você. - Simon disse, lançando um olhar inquisitivo ao sócio. - O Dean já mandou uma mensagem estranha para ela e, além disso, acho que ela passou a noite com o Ji Ho, naquela vez que bebemos demais, na praia. Não acho que o Ji Ho faria alguma coisa, sei que ele é muito fiel, mas Ji Hye não me contou...

- Eu falarei sobre mim daqui a pouco. Vamos ignorar o Ji Ho, é o melhor amigo dela, acho, e vamos falar sobre o Dean. Uma mensagem estranha, certo? Pois é, e parece que ele e a Ji Hye são próximos demais. A Seol Hyun disse uma vez que achou que o Dean era namorado da Ji Hye. Além de que, eu mesmo testemunhei, ele costumava dar carona para ela várias vezes.

- O irmão dela é amigo do Dean, então eles podem ser próximos mesmo.

- Foda-se o irmão dela! A questão é que algo está rolando entre a Ji Hye e o Dean. Certa vez, mandei mensagens para ela e um amigo dela respondeu de forma bem rude. Aí ela apareceu no meu apartamento com uma camisa masculina cheia de perfume masculino. Eu cheguei à conclusão de que esse amigo era o Dean e, agora que penso nisso, era o tipo de camisa que ele usa e o perfume é o mesmo dele.

Simon começou a gargalhar repentinamente. Jay ficou observando, surpreso, tentando entender a situação.

- Ji Hye jamais faria isso, cara. - Disse Simon, dando tapinhas nas costas do sócio.

- Ah, claro. Tudo bem, sr. Iludido. Depois que o Dean respondeu as mensagens e ela foi ao meu apartamento vestindo roupas do Dean, nunca mais confiei nela. Só que ela ainda é Kim Ji Hye, bonita para caralho e gostosa. - O outro lançou um olhar fatal para Jay. - Foi mal, não dá para negar. Enfim, eu comecei a gostar dela, cara. Foi mal de novo, mas eu ainda gosto, acho. Inevitável. Ela é uma jogadora, sabe o que faz, sabe seduzir e conquistar.

- Eu sabia! - Exclamou Simon. - Sempre soube disso, que tudo ia além de uma simples atração. Que merda, seu desgraçado, é a minha namorada!

- Eu gostei dela antes dessa história de namoro, seu otário. - Jay mostrou a língua. - Continuando, eu comecei a me preocupar com ela, mas meu lado racional dizia para eu parar com isso, porque ela é uma vadia falsa. Então, às vezes, eu mostrava cuidado e preocupação, e outras, eu usava a razão e a desprezava. Aí é foda, né, porque quando gostamos de alguém, mesmo que seja a pior pessoa do mundo, não nos controlamos bem e esquecemos que a pessoa é uma imbecil, daí acabamos querendo tratá-la bem, conhecê-la melhor, recomeçar a relação.

- E? - Simon já estava de saco cheio.

- E eu tive um momento de fraqueza na praia. - Jay Park encarou bem o colega e respirou fundo: - Eu transei com a Ji Hye, Ki Seok. Deixei-me levar pelas emoções e me esqueci do resto do mundo, de você, das minhas suspeitas. Só depois que notei a merda que eu fiz, e também vi que, sem querer, acabei confirmando que Kim Ji Hye é uma vadia falsa. Ela traiu você sem pensar duas vezes, Ki Seok. Ela está lhe enganando.

Simon se levantou e estava prestes a sair do estúdio, então Jay repetiu antes que o outro abrisse a porta:

- Eu disse que transei com a Ji Hye!

- Quer saber? - Disse Simon, virando-se para Jay. - Eu acho que isso é mentira sua. Você gosta mesmo dela, por isso está inventando coisas para acabar com a minha relação. Não sabia que você poderia chegar a esse ponto, Park Jae Beom. Eu vim aqui como amigo para aceitar seus sentimentos, porque sei que não controlamos a identidade dos objetos de nossas paixões, podemos nos apaixonar por qualquer um sem querer. Mas isso tudo já é ridículo, inventar tanto para me separar da Ji Hye... Isso é podre demais. Vou contar isso à minha namorada para que ela nunca mais se aproxime de você.

"Tanto faz", pensou Jay Park quando o sócio saiu do local pisando forte. Sentiu-se mal depois de transar com a namorada de um dos seus maiores amigos, por isso contou tudo aquilo, mas já esperava aquela reação de negação de Simon Dominic. Jay não sabia se continuava apostando em Ji Hye para conseguir mais algumas brincadeirinhas com ela, se parava de mexer com a namorada do amigo, ou se jogava a garota no lixo que ela merecia.

~~~

- Você pode se encontrar abertamente comigo agora? Não é mais perigoso? - Indagou Ji Hye, ajudando o irmão a cozinhar o bolo de chocolate tradicional deles. Ela andara por muitos lugares lá fora, porém estava ali novamente, de volta ao casarão, sentindo-se verdadeiramente em um lar.

- Ainda é perigoso, sempre foi, sempre será. - Ji Hoon colocou a massa do bolo no forno. - Mas eu cuidei dos assuntos pendentes, sim.

- O que eram esses assuntos? - Ji Hye fez uma careta quando o outro pareceu ficar desconfortável. - Ah, seu chato, você prometeu que me contaria depois que resolvesse.

- Negócios, irmãzinha, negócios. Nada que você precise saber, a parte suja fica comigo.

Um dos seguranças do casarão apareceu na cozinha portando um simples envelope branco. Entregou-o a Ji Hoon e se curvou com plena disciplina, retirando-se do recinto. Ji Hye tentou espiar o conteúdo da carta por cima do ombro do irmão, mas Ji Hoon foi mais rápido e queimou o papel no fogão. Ele parecia nervoso.

- Ji Hoon.

- Um parceiro de negócios quer me ver, agradecer por eu ter resolvido aquele assunto. - Ji Hoon suspirou. - Ele provavelmente pedirá outro favor estranho...

- Se não quer fazer, diga que não. - Disse Ji Hye.

- Eu queria que fosse tão simples.

Sentaram-se à mesa da sala de jantar quando o bolo ficou pronto e conversaram enquanto bebiam suco de laranja e comiam. Ji Hoon fez de tudo para evitar que o assunto girasse em torno dos negócios dele.

- Vi que você lançou uma música. Estava ótima, Jiji. - Ele riu. - E você fez rap.

- Qual é a graça? Sou uma rapper tão ruim?

- Não, não. Eu ri porque isso me parece nostálgico. Lembra quando você me seguia para as rodas de rap e xingava todo mundo que falasse mal de mim? Até ganhou o apelido de "Diss Queen". Você era hilária.

- Você que me ensinou a fazer rap. Qual era seu nome artístico? "Rap King"? - Eles riram.

- Nossa, enterra esse nome.

Era bom poder conversar com seu irmão daquele jeito, mas Ji Hye nunca sabia se seus momentos juntos durariam muito. Ji Hoon sempre tinha algo a tratar, sempre a deixava para trás, todavia ela não podia reclamar. Não tinha o direito.

- Qual era o nome mesmo daquela garota lá na agência do seu namorado? - Indagou Ji Hoon, surpreendendo a irmã. Ele nunca se interessava em outras pessoas.

- Kim Hyun Jung. - Ji Hye deu um sorriso malicioso. - Por quê, gostou dela? Achou ela bonita? Quer namorá-la? Quer que eu marque um encontro?

- Calma, só achei ela bonita.

- Ah, Ji Hoon. Você já tem 32 anos, tem que achar alguém com quem se casar.

- Você sabe muito bem que é complicado. Não posso simplesmente escolher uma garota aleatória e dizer: "eu sou um criminoso, acostume-se, viva trancada dentro de casa eternamente".

- Você fez isso com a sua irmã, por que não com outra garota? - Um silêncio desconfortável se formou entre eles depois disso.

Ji Hye se levantou para ir ao seu quarto, sendo seguida por Ji Hoon. No meio do caminho, encontraram-se com Kwon Hyuk, recém chegado, que os procurava pela casa.

- Oi! - Exclamou o visitante, acenando para Ji Hoon. O outro retribuiu o aceno.

- Para de me perseguir! - Disse Ji Hye para Hyuk, voltando ao trajeto ao seu quarto.

- Ah, mulher de fases... Às vezes, ela me ama, mas no momento seguinte, já me odeia.

- Vocês brigaram de novo? - Perguntou Ji Hoon.

- Pior que não.

Ji Hoon acompanhou o melhor amigo até a mesa da sala de jantar e serviu bolo para ele.

- Então... sobre aquele assunto... - Começou Hyuk.

- Não diga nada à minha irmã.

- Claro que não. - Hyuk comeu uma garfada de bolo e continuou, com a boca cheia: - O cara que você matou tinha uns aliados importantes. Eles querem guerra.

- Pois é o que eles terão.

- É, mas não dá para ficarmos sentados comendo bolo enquanto eles se armam. Você tem que se afastar da Jiji de novo.

Ji Hoon suspirou:

- Tome conta dela mais uma vez, por favor.

- Você não precisa nem pedir. - Hyuk sorriu.

- O cara que ela está namorando... livre-se dele também.

- Meu amigo Kim Ji Hoon, deixe a garota brincar. Ela sabe se cuidar, só está brincando para se rebelar. Não se preocupe, não é nada sério.

O irmão de Ji Hye pensou melhor e percebeu que era melhor deixá-la com suas brincadeiras. Simon Dominic talvez fosse uma boa maneira de camuflar Ji Hye e impedir que os inimigos de Ji Hoon a perseguissem. Depois que tudo acabasse, Ji Hoon poderia dar um bom fim ao namorado da irmã. Não gostava do fato de alguém levá-la embora.

- Você sabe por que matei aquele homem, não sabe? - Indagou Ji Hoon.

Hyuk estremeceu:

- Ele estava roubando seu império e, depois, pediu Ji Hye como moeda de troca.

~~~

Após passar a primeira noite junta ao namorado, Seol Hyun estava tão feliz que mandou mensagens para todos os seus amigos noticiando o ocorrido, até enviando fotos ao lado de Ji Ho, adormecido, na cama, para Ji Hye.

Ji Ho só ficou sabendo das mensagens quando recebeu respostas de alguns amigos, que o chamavam de "supremo desvirginizador", "transudo", etc. Quando ele foi tirar satisfações com a namorada, ela choramingou e o abraçou forte, desculpando-se, e ele não conseguiu lutar contra a fofura dela.

O casal estava passeando, vestido nos típicos disfarces, e Ji Ho não parava de olhar para a namorada. Amava-a, mesmo que Seol Hyun fosse exageradamente boba às vezes, mesmo que ela quase nunca tivesse senso do ridículo. Amava-a, mesmo que tudo tivesse começado forçadamente, mesmo que ele tivesse demorado a perceber esses sentimentos. Ji Ho não queria perdê-la, portanto fez o que Seol Hyun queria, fez amor com ela, embora ele achasse que fosse muito cedo.

- Minha amiga foi em uma cartomante e ela previu que eu e você ficaremos juntos para sempre. - Contava Seol Hyun. "Eu, particularmente, não acredito em vidência, nem em eternidade", pensou Ji Ho, mas não disse nada para não parecer chato.

Para um relacionamento dar certo, inevitalvemente se usa máscaras, esconde-se certas coisas. Mostrar sua verdadeira natureza é muito difícil, não se faz isso nem com a família: são as construções sociais. Usamos uma máscara diferente em cada tipo de ocasião, e cada um de nós é o único a conhecer a real face por trás disso.

Ji Ho evitava dizer algumas coisas e usar sarcasmo e ironia com Seol Hyun. Também não contava para ela muitos detalhes de seus relacionamentos com os amigos, principalmente com Ji Hye. Escondera, e assim continuaria fazendo, os momentos estranhamente íntimos que já passara com a amiga.

- Você viu a nova música da Ji Hye? Eu não sabia que ela era rapper também! - Exclamou Seol Hyun.

- Aham...

- Ela poderia ir ao "Show Me The Money".

Ele riu:

- Ela não teria cacife para isso. Não acho que ela seja realmente uma rapper, deve ter feito rap na nova música porque é moda.

- Não seja mau com ela.

O casal passou por uma loja de brinquedos e Seol Hyun parou, observando um grande urso de pelúcia rosa.

- Por que você parou? - Indagou Ji Ho. - Quer isso para você? Eu compro.

- Não, acho que devemos comprar algo para a Ji Hye. Presenteá-la pela estreia. - Ela mirava a vitrine atentamente.

- Presentear com uma pelúcia? Seol Hyun...

- Eu fui às compras com ela uma vez e Ji Hye me disse que adorava pelúcias.

- Aff, vamos caminhar. - Ji Ho puxou Seol Hyun pelo braço, voltando ao seu caminho.

Ela se soltou do aperto, franzindo o rosto:

- Às vezes, você é tão grosso!

O rapper ficou boquiaberto:

- Eu sou grosso? Não sou eu que fico expondo nossas intimidades para o mundo, nem sou sem noção.

- Eu não sou sem noção também! - Seol Hyun falou alto, atraindo a atenção de algumas pessoas.

- Então vamos sair desse lugar público e nos esconder... - Murmurou Ji Ho.

- Você está tentando fugir da briga.

- Não, mulher, não estou. - Algumas pessoas começaram a tirar fotos ao identificarem Zico e Seol Hyun. - Quer saber? Só eu me esforço, só eu tento me retrair para manter essa relação. Cansei. - O rapper falou baixo, logo correndo da multidão que se formava ao redor do casal, deixando a namorada para trás.

~~~

Ji Hye estava escutando Misfits, deitada na cama com os olhos fechados. Kwon Hyuk entrou no quarto da garota bem quando a música "Die Die My Darling" começou a tocar.

- "Morra, morra, morra, minha querida, não pronuncie uma única palavra. Morra, morra, morra, minha querida, apenas feche seus belos olhos." - O homem citou a letra da música. - Isso me lembra muito da nossa relação. Você me ama e me odeia ao mesmo tempo... que drama.

- Saia do meu quarto. - Ji Hye jogou um travesseiro no outro, mas Hyuk o pegou no ar e se deitou ao lado da garota.

- Está com saudades do seu quarto? Foi aqui que nos conhecemos, você estava ouvindo essa mesma banda e deitada também.

- Sim, você invadiu o meu quarto porque é um curioso do caralho e queria saber de onde vinha essa música. - Ela se virou para ele.

- Sempre gostei de Misfits, não perderia a oportunidade de conhecer outra fã.

- Não sou fã, essa banda só fez parte da minha era rebelde quando eu tinha uns 12 anos.

Hyuk olhou para Ji Hye:

- Todo mundo é fã de Misfits.

- Não.

Ele suspirou. Não sabia como dizer para Ji Hye que ela teria que ficar longe do irmão novamente.

- Jiji, você é uma artista solo agora. Não acha que deve comprar um apartamento? - Hyuk sugeriu.

- Por quê? Eu posso passar um tempo aqui, já que o Ji Hoon me deu mais liberdade, e ainda pago o aluguel do pensionato em que estou oficialmente estabelecida. Não preciso de outro lugar.

- Eu acho que você tem que parar de morar com seu irmão, você já é bem grandinha para isso. E o pensionato é perigoso, além de ser ruim compartilhar uma casa com gente desconhecida.

- Sim, mas primeiro eu tenho que ser realmente independente. Não tenho tanto dinheiro para comprar um apartamento. - Disse Ji Hye.

- Eu compro para você, que tal?

Ji Hye encarou o outro como se ele fosse louco:

- Você não é tão rico assim também, e não quero seus presentes estranhos.

- Lembra que você queria ser a velha Jiji de novo? A velha Jiji nunca perdia uma oportunidade de se aproveitar dos outros. Use isso como uma chance de voltar a ser quem era. - Hyuk sorriu. - E você não sabe o quanto eu ganho quando trabalho com seu irmão ou seduzo as madames solitárias. O preço de um bom apartamento é troco para mim.

- Tudo bem, compre. Problema é seu.

O celular de Ji Hye tocou e ela se levantou para procurá-lo sobre sua escrivaninha. Era uma ligação de Ji Ho. Ela desligou.

- Atenda, eu já vou embora. - Falou Hyuk.

Ele foi até Ji Hye e a puxou para um beijo lento de despedida. Sempre que Hyuk a beijava, Ji Hye achava que era o melhor beijo da sua vida, e vice-versa. Tóxico.

- Ah. - Lembrou-se Hyuk ao final do beijo. - Eu falei com um cara de uma emissora de televisão e disse que lhe conhecia. Ele quer que você vá em um programa deles. - Ele entregou um cartão de visitas a Ji Hye. - Ligue para ele. - E se foi.

A garota estava prestes a ligar para o número do cartão que Hyuk lhe dera, mas recebeu uma chamada de Ji Ho no mesmo momento. Suspirando, ela resolveu atender:

- Quê?

- Peço desculpas por ter sido um idiota em Jeju. - Ji Ho disse, com a voz um pouco abalada.

- E por que está se desculpando só agora?

- Eu preciso de você. Acho que vou morrer de tanta dor no coração. Venha aqui me encontrar, por favor...

"Ele só fala comigo porque precisa de mim. É melhor eu ignorar", pensou Ji Hye, mas, no fim, contrariou-se:

- Onde você está?



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