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História Désiré - Troca de presentes


Escrita por: ickokim

Notas do Autor


Oi oi gente, voltei mais cedo do que eu esperava.
Acho que vou postar um dia sim, um dia não.

Capítulo 2 - Troca de presentes


Capítulo II

Troca de presentes

 

Naquele dia eu havia completado meu décimo sétimo ano. Alguns amigos foram convidados para a minha casa e, a morena não podia deixar de ser uma. Sentia que ela poderia ficar desnorteada, mas tinha certa confiança nela. Era de criar facilmente amizades e, eu contava que a idade não fosse um grande problema entre meus amigos e ela.

— Surpresa! – Ela anunciara em tom alto quando eu abri a porta.

Viera mais cedo que qualquer um amigo meu. Com os olhos comprimidos, as covinhas aparentes e os dentes expostos ela pulou na minha direção, envolvendo os braços no meu pescoço, batendo sutilmente e sem intenção, uma sacola contra minhas costas.

De forma automática as mãos encaminharam-se até a sua cintura. A destra apoiada nesta, a canhota indo a acariciar suas costas.

Parabéns para você, nesta data querida - E com o rosto próximo a minha orelha passará a cantar a doce melodia, movimentando meu corpo com influência de seus braços em meu pescoço.  Eu correspondido os movimentos com animo.

Não gostava que cantassem parabéns para mim, mas eu gostava da voz de Whee In.

Por gostar de Whee In, num contexto de amizade, eu estava começando a gostar de muitas coisas que possuía certo desafeto. E, isto me fazia gostar ainda mais dela.

Ao fim da música, ela me abraçou fortemente mais uma vez e, logo veio a se afastar estendendo em minha direção à sacola que anteriormente havia acidentalmente me atingindo.

— Nós não somos amigas a muito tempo, então eu ainda não te conheço muito bem e nem sei o que você tem ou não... Espero que não tenha ainda!

— Obrigada – Agradeci, pegando a sacola e abrindo está.

Dentro da sacola esverdeada havia algo embrulhado, aparentemente pela garota já que o papel de embrulho possuía algumas falhas. Falhas admiráveis no caso, já que demonstravam que a menor havia se esforçado.

Apoiei a sacola numa mesa que havia próximo da entrada enquanto a morena voluntariou-se para fechar a porta de casa. Minhas mãos delicadamente iam abrindo o papel que revestia o tal presente, tomando cuidado para que não acabasse com ele por completo, abrindo onde visualizava fitas.

Meus olhos arregalaram, um grande sorriso fora esboçado no mesmo instante. Segurei sua cintura rindo, e ela riu de volta, com os olhos mais uma vez comprimidos.

O álbum por que tanto saciava e implorava aos meus pais para ter – já que não possuía dinheiro, ainda não trabalhava – acabei recebendo de uma garota que conhecia há duas semanas.

Nós subimos e eu fiquei apresentando para a menor – por fotos – as faces de cada um dos meus amigos que chegariam em casa em questão de minutos. Ela elogiava alguns, perguntava nomes, idade e características. Demonstrando explícito interesse em conhecê-los, nem que talvez fosse apenas para me agradar.

Aos poucos a casa fora se enchendo e, por sorte, eu morava em uma grande casa. O almoço era feito na cozinha e os corpos iam habitando a sala e a varanda e eu saia cumprimentando todos, tendo Whee In como um cachorrinho andando atrás de mim em todos os passos. Apresentava-a para todos que estivessem próximos. O ambiente enchia-se de sorrisos.

Eu estava completando dezessete anos e, desde os quinze, mais da metade daquela casa – com exceção dos meus pais e da mais nova no ambiente – sabiam da minha orientação sexual. Obviamente já possuía o conhecimento dos meus devidos gostos a um longo tempo, mas a insegurança e o medo me rondaram e assim, eu só fui capaz de assumir há dois anos.

Ria junto a uns amigos, conversando sobre alguns momentos que viemos a relembrar, quando Jung se aproximou.

— Moon Byul unnie – A morena cantarolara, abraçando meu corpo um pouco abaixo dos meus seios e apoiando a cabeça na minha.

Ela parecia prestar atenção nas pronúncias dos meus amigos, enquanto eu tentava fazer o mesmo, por mais que a aproximação da mais nova me trouxesse alguns sentimentos inexplicáveis.

Os meus amigos analisavam, pronunciavam de forma enrolada enquanto trocavam olhares com a minha pessoa, desconfiando da proximidade minha e da garota desconhecida a todos eles. Eu apenas ria soprado, meneando a cabeça em negação da forma discreta que conseguia. 

Minha destra fora apoiada na cintura alheia, acariciando está enquanto ela mantinha os braços envolvidos no meu corpo.

Alguns segundos de silêncio e ela passara a perguntar um por um da roda em que estávamos seus nomes e idades, elogiando sempre uma coisa ou outra.

O dia seguiu pacificamente. Conversas que fluíam naturalmente, Whee In que conseguira comunicar-se tranquilamente com meus amigos – assim como eu já imaginava – e o parabéns ocorrendo, com entusiasmo dos outros e um falso entusiasmo da minha parte. O primeiro pedaço fora dedicado para minha mãe, mantendo a típica imagem de uma boa filha.

Aos poucos aqueles que chegaram por último foram indo embora e, Jung, manteve-se ali. Minha mãe acabara falando com sua tia e nesta conversa fora oferecido para a menor dormir na minha casa no dia em questão.  Nenhuma de nós fora contra e, nem possuiríamos muitos motivos para isto. Ela morava perto, poderíamos ir andando buscar suas roupas que não havia trazido, mas eu preferi lhe emprestar minhas roupas.

Bosta. Xinguei mentalmente ao fitar a garota com uma das minhas camisetas compridas e um shorts antigo que sem muitos motivos havia guardado – talvez pelo fato das minhas pernas terem sido sempre finas e, o tamanho das minhas roupas não mudarem muito – e, que ficavam extremamente apertados nas pernas mais robustas.

Então aquela era a tão aclamada sensação de ter alguém que gosta vestindo suas roupas. Eu não gostava de Whee In, ou melhor, era isso que tentava me convencer. Conhecíamos-nos há pouco tempo e eu não acreditava que em questão de semanas uma paixão pudesse vir a fluir.

Talvez eu estivesse errada.

— Eu vou mudar de escola no ano que vem – Pronunciara a menor, cujos dedos vagavam pelas fotos penduradas na minha parede – Você gosta do seu colégio?

— Nada de muito especial nele – Respondi sem imenso ânimo, acomodando-me na minha cama e pegando o meu celular que estava na cômoda próxima – Meus amigos são legais, as outras pessoas são um tanto dispensáveis no meu dia a dia.

— Acho que todos são dispensáveis no meu dia a dia – Ela suspirou, afastando a mão da parede e virando-se na minha direção – Por isso gosto de você e, fiquei próxima facilmente. Quer dizer, não deveria dizer por isso, não tem um motivo em especial. Você só é... Mais legal.

— Obrigada – Agradeci em meio a risadas, por seu elogio um tanto confuso. Se é que aquilo era bem um elogio.

Os fios compridos foram pretendidos na parte da frente, um pequeno rabo que deixava os mais compridos ainda soltos. Ela se aproximou deitando-se ao meu lado, mas de bruços. Seu rosto afundara no travesseiro gordo e eu esbocei um sutil sorriso, levando minha atenção mais uma vez ao aparelho em mãos.

Não erámos extremamente próximas, mas eu já havia a noção de que Jung odiava passar imenso tempo no silêncio. Sentia falta das pronuncias ou das atitudes.

Unnie – Ela perguntou, erguendo sutilmente o rosto e apoiando estes em seus punhos – Você... Sabe dançar?

Bloqueei a tela do celular quando o assunto viera a me interessar, movimentando a cabeça positivamente já que, não só sabia danças como tinha este como o meu hobbie preferido. Não que eu fosse a melhor pessoa, mas acho que possuía uma dedicação admirável.

— E você... – Suspirara antes de soerguer o seu tronco, apoiando desta vez em seus antebraços e cotovelos – Poderia me ensinar?  - O grande sorriso esboçou-se na face arredondada.

— Claro – Acabei soprando um riso baixo, meneando a cabeça em concordância – Que tipo de dança?

— Não ria de mim – E, ela preferiu adiantar risadas, rindo de si mesma – É que eu realmente nunca tentei dançar e minha prima me colocou como uma das quinze do aniversário dela sabe? E eu preciso aprender valsa e uma coreografia que eles estão criando até lá. Eu não tenho nem ideia de como se inicia uma valsa.

— Como não? – Eu gargalhei, empurrando sutilmente seu corpo, fazendo que, com seu desleixo, sua face fosse contra o travesseiro – Vai começar a aprender agora.

Estiquei-me – por sorte tenho pernas relativamente compridas – passando por cima de seu corpo, já que se encontrava na beirada. Meus pés foram ao encontro do chão de forma desajeitada e, não tardei em me endireitar.

Minha destra fora estendida na direção da morena, após murmurar um “psiu” para que sua atenção pudesse ser tomada e sua face viesse a retirar-se do conforto promovido pelo travesseiro. Ele fora erguido, com as bochechas sutilmente marcadas e avermelhadas, com a cara que eu apelidaria de pãozinho, com as melhores intenções possíveis. Os olhos comprimidos, as madeixas bagunçadas e as covinhas realçadas.

Jung Whee In era de todos os ângulos, imensamente admirável.

— Quem vai ser o homem? – A morena perguntara, agarrando minha mão e arrancando uma baixa risada.

— Eu né, boba. Do que adianta você aprender os passos do homem se vai acabar sendo a mulher? – Minhas orbes rolaram e minha canhota fora até sua cintura, não abusando muito da força, mas fazendo com ela desse um passo para a frente.

Ela me parecia – e era – uma pessoa muita extrovertida e confiante e raramente veria uma imagem contrária. Até o momento em que minha mão agarrou a sua cintura. Se suas bochechas já se encontravam sutilmente rosada por conta da posição anterior, naquele momento elas estavam vermelhas. Era tão meiga. Tentou cobrir seu constrangimento pelo meu ato sem muitos avisos com gargalhadas envergonhadas.

— Sua mão vaga, coloca no meu ombro – Sinalizava com movimentos da minha cabeça, já que ambas as mãos já estavam posicionadas. Ela assentiu, deixando escapar um baixo suspiro, ainda com o sorriso nos lábios. Fizera como pedido e levou seus olhos aos meus – E agora você vai seguir cada movimento que eu fizer, no seu tempo. Você vai se acostumar aos poucos. Ok? Vamos.

Um, dois, três, quatro” eu pronunciava pausadamente, guiando-a em movimentos sutis e relativamente fáceis, ainda assim esbeltos. Como uma iniciante, Whee In veio a pisar em meus pés diversas vezes e me olhar preocupada por conta disto.  Eu apenas dizia em um sussurro que estava tudo bem e retomava os sussurros. Não deixávamos de gargalhar nos pisares em meus pés, eu não via problemas com isso. Ela estava descalça e seus pés eram leves.

Incentivava-a com curtas pronuncias elogiando, dizendo que ela estava pegando o jeito. E entre estar, seu entusiasmo acabara crescendo e seus passos – novamente desleixados – acabaram fazendo com que todo seu peso fosse repousado sobre o meu corpo e eu, não sendo a pessoa mais forte, contudo ainda pretendendo ajuda-la, acabei recuando de forma desengonçada até o momento em que minhas costas vieram contra a parede.

Mais uma vez a minha risada fora escutada em tom relativamente alto e, o mesmo da parte da garota que acabou por esconder a faca entre os meus seios e ombros. As mãos dela iam tenuamente se afastando e, sua risada alta e descompassada se recompondo.

— Eu sei que não é meu aniversário – Sua fala fora inicialmente abafada, mas conforme seu corpo recuava procurando estabilidade, ele tornava-se mais audível – Mas vou considerar isso um presente atrasado para o meu aniversário – Uma risada calma desta vez fora escutada e ela erguera o polegar – Você é a melhor. Fico feliz em ter te conhecido, de verdade.

— Eu também – Esbocei um grande sorriso, levando a destra a acariciar sutilmente o topo da cabeça da menor.


Notas Finais


Oi anjinhos, venho pedir para que caso vocês conheçam uma moomoo ou uma shipper de wheebyul por ai que divulguem a fic, peço isso mais para quem sabe outras writers não surjam nesse ship :')
Caso contrário eu vou manter vocês, poucos shippers, alimentados com fics e one-shots sempre que puder <3

[Encontrou algum erro durante o texto? Informe-me! Eu sou uma pessoa deveras desatenta, não importe quanto eu reveja o texto. Eu não trabalho com betas, então espero que compreendam!]


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