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História Désiré - Nova Amiga


Escrita por: ickokim

Notas do Autor


Esse capítulo ta curtinho, perdoem-me

Capítulo 3 - Nova Amiga


Capítulo III

Nova Amiga

 

Ahn Hye Jin. Era não só um nome como o que eu mais escutava quando eu e Whee In já havíamos alcançado um ano de amizade. Minha mãe e sua tia não eram mais tão próximas, o suposto “negócio” – lê-se acordos - fora acabado. Nossa amizade, entretanto e felizmente, continuava a mesma, sem motivos para acabar. Jung dizia sentir necessidade de me ver, nem que uma vez por semana e, meus dias tornavam-se mais belos e agradáveis com a sua presença.

Naquele dia a morena já possuía quinze anos e, eu, ainda estava uns meses distantes de completar os dezoito. E eu agradecia por isso. Era o último ano do colegial – enquanto a mais nova havia apenas começado – e tudo que eu queria era parar no tempo, enquanto as preocupações não eram muitas.

— Ah sabe... – Ela iniciara a falar, deitada ao meu lado, fitando o teto enquanto eu, como costume, fitava algum aparelho eletrônico.

— Ahn Hye Jin? – Por reflexo, citei o tão repetido nome, recebendo uma pausa da fala alheia.

— Oh – Sua face esboçara um sorriso que, no momento, eu não havia observado – Moonstar está com ciúmes?

Uma risada acabara sendo a única coisa que havia conseguido responder no momento, sua pergunta havia me deixado nervosa sem muitos motivos. Ou com motivos até demais. Minha cabeça meneava em negação, mas meu coração palpitava em concordância.

A verdade era que um ano havia se passado. Já tínhamos construído muita intimidade – não que esta não existisse no princípio, já que existia até, surpreendentemente, demais – e a nossa amizade fortalecia-se a cada dia, assim como meus sentimentos por ela e, eu odiava isto. Whee In era mais nova e por algum motivo, eu que não era de ligar para números, estava me importando com a idade naquele momento – talvez pela minha maioridade estar cada vez mais próxima. E, a morena era mais um dos motivos pelos quais eu apenas desejava me afastar dos dezoito anos. Um bloqueio que nunca havia existido antes quanto a relações – por mais que, dos meus pais, meus antigos namoros tenham sido escondidos – estava sendo posto com imenso peso em minhas costas. Não seria capaz de, tão cedo, contar a verdade para a garota de olhos brilhantes.

— Eu até esqueci o que ia falar – Sua gargalhada de tons oscilantes era imensamente agradável e arrancava-me involuntários sorrisos – Lembrei! – Ajustou-se, afastando o olhar do teto para a minha face – Você é mais experiente que eu, certo?  Tipo, por ser mais velha, já passou por mais coisas – E minha cabeça fora meneada, por mais que em meu rosto esboçasse certa dúvida sobre a resposta.

— E... Aonde quer chegar? – Perguntei virando-me na cama, podendo fitar sua face e, com o silêncio estabelecido, tentar entender onde queria chegar.

— É que – Suspirou franzindo sutilmente o cenho enquanto voltava o olhar para o teto – Às vezes eu fico pensando em várias coisas, mas meus pais e meus tios são religiosos demais para que eu possa sair do limite com qualquer perguntinha.

— Seus pais? – Acabei surpreendendo-me com a citação inusitada daqueles que ela nunca falava. Que, em um ano, eu provavelmente só tenha escutado duas ou três vezes.

— Eu não falo muito deles, nem muito com eles – Soprara um riso anasalado, mas não como se isto fosse algo que lhe agradasse – E quando eu morava com eles, continuava essa coisa de não ser fácil perguntar sobre qualquer coisa, tudo bem que antes eu nem se quer tinha muito que perguntar.

— Então diga o que você quer saber, eu tento te responder.

— Certo – Ela respirou profundamente e trouxe de volta o silêncio e, eu mantive-me igualmente quieta, já que não lhe irritaria para que viesse finalmente a se pronunciar — Como foi... O seu primeiro beijo?

— O meu primeiro beijo? – Eu gargalhei – Forçado.

— Forçado? – Perguntara em tom de dúvida, virando sua face até a minha, tendo esta como a resposta mais distante entre todas as suas hipóteses.

— É. Não foi por minha vontade. Jogos de verdade ou desafio são traiçoeiros. Logo aquela imagem de primeiro beijo perfeito fora destruída. – Os meus olhos foram ao encontro dos seus, com um tênue sorriso esboçado em meus lábios – Não sonhe muito grande, você vai se decepcionar.

— Eu nunca sonhei por um beijo perfeito... Sabe? – Ela suspirou, colocando um dos braços por debaixo do travesseiro, dando altura para este – Eu só sonho por um beijo com a pessoa perfeita. Talvez seja meio bobo, mas acho que sempre desejei isso. Eu sei que o primeiro beijo vai ser estranho, até por que praticamente tudo pela primeira vez é estranho. Se for com alguém que eu gosto, eu posso talvez me acostumar com aquilo – E um riso soprado saíra de seus lábios, fazendo com que seus olhos sutilmente se comprimissem – É, eu só falo besteira.

— Então – Minha mão, de forma pura e automática, fora encaminhada até a face da menor, afastando de seu rosto pálido as madeixas que cobriam seus olhos – É só você continuar indo atrás disto, a não ser que o trajeto seja longo e você deixe de suportar, ai você volta atrás. Só faça o que o seu coração deseja e todo o resto ira se ajeitar, hm?

Talvez fosse um conselho bobo, para um desejo que a menor dizia também ser bobo, mas ambos eram tão profundamente simbólicos e estranhamente importantes.  Whee In continha a mais bela inocência, por mais que desejasse ainda experimentar coisas ditas como mais “impuras” e estas, de qualquer maneira, com o sonho de serem feitas ainda de formas sutis e apaixonadas. Robustas pela típica história de amor verdadeiro, que cada vez mais parecia ser apenas uma farsa, um conto de fadas.

Eu só desejava que Jung continuasse assim e não desistisse de seus desejos e sonhos, por mais inúteis ou insignificantes estes parecessem para os outros. Parece besteira. Eu possuía aquele sonho de ter um ótimo primeiro beijo, mas deixei acontecer, algumas coisas devemos deixar o momento fluir. Tinha sido ótimo por um lado, a partir daquele dia comecei a ficar mais segura de mim quanto a minha sexualidade, beijar um garoto não havia me despertado o melhor dos sentimentos e, naquele curto minuto de beijo, os segundos pareciam horas.

Quem sabe a morena não fosse, vitoriosamente, adquirir o beijo com a pessoa amada.

E que seja ela Hye Jin. Eu era apaixonada pela a menor, mas acho que não existia brilho mais admirável do que aquele que tomavam seus olhos ao falar da nova e tão próxima amiga.


Notas Finais


Espero que gostem do capítulo, por mais cocozin que ele seja
Não desistam de mim
[Encontrou algum erro durante o texto? Informe-me! Eu sou uma pessoa deveras desatenta, não importe quanto eu reveja o texto. Eu não trabalho com betas, então espero que compreendam!]


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