História Destinados - Revelo em dobro e amo de sobra

Foi assim que a conheci
Naquele dia junto ao mar
As ondas vinham beijar a praia
O sol brilhava de tanta emoção
Um rosto lindo como o verão
E um beijo aconteceu

Olhos ao redor do paraíso. Era assim que isabella sentia ao ver o que o Rafael tinha preparado. O chão tinha rosas vermelhas espalhadas formando corações, no sofá corações espalhados por toda extensão. Ela caminhou um pouco mais e na mesa de jantar, havia dois pratos com uma decoração toda intimista, com taças e velas. Ela com os olhos cheios de lagrimas, notou que uma música começou a tocar baixinho, a batida lenta, acompanhou os passos de Rafael que parou atrás do corpo de Isabella, virando-na tocando a sua mão docemente, subindo até os seus lábios, beijando levemente, fazendo com que a loira suspirasse. Ela sorriu com os olhos molhados de emoção eminente enquanto os lábios de Rafael a acompanhavam subindo de modo que os dois estavam fixados um no outro, mas ainda não havia acabado, não ainda.

- Surpresa amor – Disse ele de modo cauteloso e tímido – Gostou?

- Se eu gostei?- Isabella arqueou uma das sobrancelhas e se aproximou dele tocando de leve a face do namorado – Eu amei minha vida – Dito isso colou os lábios nos do moreno e se beijaram de maneira delicada

- Acho melhor nós comermos, antes que eu desista e não pare de te beijar nunca mais – Rafael disse sorrindo entre o beijo

Ele a levou até a mesa e de modo sobremaneira cavalheiro puxou a cadeira para que ela se sentasse e foi servir a comida preparada. O menu especial tinha determinadas coisas que Isabella gostava, como massa e ratatouille e um vinho tinto estava sobreposto nas taças. Ele a serviu e ambos começaram a comer e saboreavam.

- Hmmmm, você que cozinhou? – Isabella disse curiosa e sorrindo

- Gostaria de levar o crédito, mas infelizmente foi a Joana ou felizmente, pois você provavelmente estaria vomitando agora e terminaria comigo – Rafael disse rindo e dando mais uma garfada em sua refeição

- Nem que você fizesse a pior comida, o que eu duvido, eu te deixaria, entenda e aceite isso – Disse isabella apaixonadamente.

- Desculpa, mas eu preciso te beijar – Rafael levantou o tronco e puxou o rosto dela tocando rapidamente os lábios e sugando de modo prazeroso cada parte dele.

- Hmmmm, bem melhor que a comida – Isabella disse quando eles se separam por falta de ar

-  Posso te servir sempre que quiser senhorita Isabella – Rafael falou de modo galanteador

- Vamos morrer de diabetes sabia? – Isabella disse brincando

- Com certeza iremos, mas quer saber, morreria mil vezes se preciso fosse, mas se você estivesse ao meu lado, nada importaria – Falou sincero e serio

Bella deixou uma lagrima solitária escapar do olho esquerdo e nem se preocupou em limpar, levantou de seu assento e foi para o de Rafael, sentando no colo do mesmo e apertando ambas as bochechas juntas e olhando dentro dos olhos do mesmo profundamente disse

- Eu te amo tanto, como nunca achei que pudesse, como nunca achei que seria, nem que eu tivesse a melhor das mentes e imaginações eu conseguiria pensar que algum dia amaria alguém assim – Tomou assim pela milésima e parecendo sempre a primeira vez os lábios do amor da sua vida e assim ficaram se beijando de modo aconchegante.

Até que de repente o beijo torna-se urgente e intenso. Bella passou os braços pelo pescoço de Rafa e este intensificou o aperto na cintura da mesma, a posição em que se encontravam não favorecia a situação, pois ela estava no colo do mesmo e a fricção constante estava fazendo ambos ofegarem por antecipação. Rafael no entanto ainda tinha coisas a dizer e mostrar para Isabella que tinham que ser ditas.

- Bella – Disse ainda com folego escasso pelos beijos calientes trocados – Preciso te mostrar algo – Rafael disse acariciando as costas da namorada ainda em seu colo.

- tem mais? Disse não podendo deixar de exalar surpresa.

- Com certeza – Rafael disse tirando-na do colo dele e estendendo a mão para ela que segurou com firmeza e a puxou para ficar a sua frente e foram andando até a escada onde caminharam até que Rafael para em uma das portas.

- Feche os olhos – Disse atrás dela causando um arrepio nos pelos por ali

Ela obedeceu enquanto ele passou a frente da mesma abrindo a porta do quarto e ligando os abajures do local.

- Pode abrir - disse ele próximo a ela. Quando a mesma olhou a sua frente, o ar lhe faltou. Era o quarto de Rafael onde mais uma vez havia a decoração semelhante a da casa, rodeado de rosas vermelhas e no centro da cama, uma bandeja com um balde de gelo e uma garrafa de champanhe no centro com duas taças compridas ao lado cruzadas deitadas. Passou os olhos por todo o quarto e admirando notou algo na parede coberto com um pano. Rafael acompanhou os passos dela e viu que ela achou a primeira surpresa preparada.

- Primeiro presente meu amor – disse ansioso

Puxou o pano que estava em cima vagarosamente revelando por baixo um rosto que foi tomando forma. Era ela. Isabella pintada com evidencia.

- Meu Deus que coisa mais linda, Rafael – isabella disse com a mão no peito

- Um hobbie que eu não mostro para muitos e venho trabalhando nele há um tempo, queria você eternizada em uma tela, pois você é a mais linda obra de arte- Isabella derramava lágrimas pequenas, admirando-o - mas não é só isso – Disse Rafael se aproximando dela e a puxando para se sentar no centro da cama, ele parecia nervoso, ansioso e Bella notou que ele iria contar algo importante, algo que ela já havia questionado.

- Você ta me fazendo conhecer um Rafael que eu achei que não existia mais e nem poderia existir, não sei se você entende, mas prometo tentar te dizer tudo que preciso for para que entenda – Rafael disse e tomou um golpe de ar para tomar coragem e Fazendo isabella segurar as mãos do mesmo demonstrando incentivo

- Eu cresci numa casa feliz inicialmente, meus pais se amavam, aparentemente tudo ia bem, mas quando eu tinha cerca de uns 12 anos, as coisas pareciam ter tomado outro rumo. Meu pai e minha mãe começaram a brigar todos os dias por qualquer motivo e o estopim para tudo piorar foi uma conversa que escutei sem querer atrás da porta em uma dessas discussões, escutei que meu pai traía minha mãe e ela chorava muito, não entendi muita coisa, mas parece que isso acontecia há muito tempo, minha mãe questionava e ele dizia que tinha cerca de uns cinco anos atrás que ele teve o primeiro caso, não conseguia escutar mais nada, minha mãe parecia ficar apática de repente e meu pai dizia sussurrando algo a ela que pareceu acalmá-la não entendi mais nada depois disso. Após esse episódio minha mãe nunca mais melhorou, pelo contrário, só ficou cada dia mais difícil, meu pai quase não parava em casa. Eu estava com 17 anos e comecei a namorar uma garota da minha escola, eu a amava muito, ela me ajudava a passar por tudo, mas minha mãe não parecia melhorar Bella. – Rafael dizia com uma lágrima solitária no rosto, que ela com os olhos tristes, tocou com os dedos retirando de lá

- Se quiser, pode contar depois, não precisa continuar amor – Bella disse já mais próxima

- Não, ta tudo bem, eu preciso me livrar desses fantasmas Bella – Rafael disse respirando profundamente e deu sequencia

- Eu estava no jardim quando ouvi gritos vindos do quarto dos meus pais, cheguei e vi minha mãe chorando no chão. Me aproximei e a abracei, mas ela parecia não conseguir se consolar, me abraçou e apertou. Eu fiquei com ela por uma hora assim, até que ela dormiu nos meus braços. Meu pai cada dia estava mais estranho, eu tentava segurar a barra, acho que o me sustentava era Sabrina. Quando completei 18 a pedi em casamento, ela parecia extremamente feliz, que queria que tudo fosse especial e estávamos apaixonados. Um dia então, eu estava com minha mãe e ela estava tão mal que não saia da cama mais. Minha raiva pelo desprezo de meu pai e toda a situação me levou a sair de casa e ir atrás dele. Antes eu não tivesse ido. – (Autora) – As lagrimas nos olhos de Rafael já não se escondiam e ele agora chorava livremente.

- Foi então que vi o carro dele parado no escritório onde ele trabalhava, mas não era dia de trabalho, sentindo algo estranho decidi subir até o andar onde ele ficava. Fui olhando por todos os lados, não vendo ninguém, resolvi ir até sala dele. Tropecei em algo, olhei para baixo e vi um salto feminino. Me enfureci, quando já próximo a porta ouvi o que pareciam ser risadas e.... gemidos..

Rafael colocou as mãos no rosto apertando como se fosse doloroso lembrar, concluiu dizendo

- Abri a porta e deparei-me com a cena que me destruiu de vez. Meu pai estava nu com minha até então Noiva igualmente nua na mesa de reuniões dele. Eu fiquei em choque, até que ela olhou pra mim e empurrou meu pai que também ficou sem reação quando me viu, a audácia dela foi imensa. Teve a cara de pau de dizer que não era nada do que eu estava pensando, acredita? Meu ódio e deboche me permitiram apenas a olhar para ambos de modo quebrado. Não conseguia dizer nada. Minha ancora que dizia que era virgem, que queria casar antes para que pudéssemos ter algo, estava transando com meu próprio pai e ele simplesmente largou minha mãe quase morta enquanto se divertia. Tudo só pareceu definitivamente piorar porque eu cheguei em casa chorando entrei no quarto da minha mãe e fui abraça-la e ela estava.... gelada. Ela havia morrido.. por culpa dele.. Meu pai.. Não conseguia mais raciocinar, quebrei tudo o que tinha pela frente, gritei em cima do corpo sem vida da minha mãe e jurei pra mim mesmo que iria embora e nunca mais voltaria aquela casa. O pouco que eu tinha juntei e fui embora sem rumo, até que conheci o Gui. Nunca mais eu consegui confiar em alguém Bella. Até o momento que eu te conheci.

Isabella acompanhava o choro silencioso de Rafael e não segurando mais o abraçou e apertou fortemente entre seu corpo, tentando mostrar, mesmo que não fosse preciso, o amor que ela carregava por ele. Não tinham palavras a serem ditas, ele sabia. Rafael a afastou por um momento, para olhar nos olhos dela e em uma das mãos que estavam fechadas ele segurava algo e concluiu o que dizia.

- Isabella Santoni, eu sei que parece ser difícil, mas eu achei que tinha amado, mas não conhecia o amor antes de você, achei que você devia saber da minha história antes de fazer o que eu quero fazer agora. – Ele se levantou e puxou-a para ficar em pé também.

Ela gelou, seu coração começou a papitar.

- Amor da minha vida, meu anjo, meu céu azul, lua minha, a vida vale a pena se você estiver nela e quero você sempre, no infinito dos meus dias – Ele então se ajoelhou e abriu a palma da mão onde havia uma caixinha azul, abriu-a onde continha um anel com uma safira azul no centro do mesmo – Esse anel contém a representação dos olhos que me hipnotizam e me fascinam. Por isso e por tudo, digo, Vida, daria a honra de passar os seus dias com esse homem quebrado, porém extremamente apaixonado por Você? Casa comigo?

A resposta era quase retórica.

- Tudo que eu mais quero, almejo é viver ao seu lado, mas não posso aceitar- o rosto de Rafael já desfalecia quando ela continuou – Se você ficar de joelho e não se levantar e me beijar até o mundo acabar – Falou com lagrimas nas bochechas de felicidade

Rafael sorriu aliviado e a abraçou içando-na para cima fazendo ela soltar uma gargalhada alta, desceu o corpo da mesma pelo seu, colocando as mãos nos cabelos da loira, enquanto ela olhava para ele com os braços envolta do pescoço e assim e respirando perto do rosto dela e a mesma inalando o cheiro de menta e chocolate que ele tinha, fechou os olhos. Rafael então se inclinou e tomou os lábios da loira num beijo inicialmente calmo e sedento ao mesmo tempo. A língua de Rafael invadiu a boca de isabella no momento que ela tomava o folego. Já não sabia quem era quem. Os dois começaram a dança dos cosmos. Isabella apertou a nuca de Rafael e passou  as unhas pela região, causando calafrios nele. O mesmo respondeu descendo as mãos para a cintura dela, segurando nas duas bandas apertando-as. Isabella gemeu em aprovação e apreciação. Algo aqueceu o centro entra as pernas de Isabella quando sentiu uma firme e rígida ereção vinda de Rafael. O momento gritava por algo. Pararam os beijos e olharam-se quando Isabella falou como um segredo confesso e afirmação.

- Rafael, me faça sua –

Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.

William Shakespeare