- Você tá falando com a continuação do Senna, querida.
- Ah, sei!
- Nem pouco convencido, né? - Mi diz.
- Nada! - completo e olho pro retrovisor - Ih Débora, ta falando com o crush, boy magia, gato garoto...? - digo vendo sua concentração na tela do celular.
- Prefiro viver sem amores. - disse segura de si e pôs a mão no peito
- Agora sei porque a Lêh é assim. - Júlio diz e me olha
- Eu hein, Júlio! Até parece né Débora. Vive com um crush e outro que eu sei.
- Que nada!
(...)
Decidimos comer lasanha ao invés de pizza. Passamos no supermercado e fomos pra minha casa. Almoçamos e Júlio passou o dia com a gente. Ele disse que queria ficar me incomodando, conseguiu. Não parava de me zoar do dia em que fiquei bêbada e comecei a chamar o Faustão. Ainda não acredito que a Mirella contou isso pra ele. Falando nela, ela foi levar o Júlio na casa dele com meu carro.
Não deu trinta minutos e ela voltou.
- Cadê a Débora? - disse, fechou a porta e colocou as chaves na mesa de centro.
- Dormiu.
- Hum... - sentou no sofá e mexeu no celular um pouco. - Helena, se eu te perguntar uma coisa, promete falar a verdade?
- Osh, carai. Claro!
- Você pegou o Júlio? - nessa hora, um arrepio subiu nas minhas costas. Puta que pariu, o Júlio deve ter contado. -Helena?
- Sim. - confessei.
- Por que não me contou antes? Não confia em mim não?
- Claro que confio. Mas é que não é nada importante.
- Ah não é?
- Não. Tipo: nem sei porque beijei ele.
- Ah, não sabe?! - neguei com a cabeça - Vou te dar opções: letra "A": gosta dele. Letra "B": acha ele um delicinha. E, por último, letra "C": tava na seca. Eaí, qual?
- Hum... - fingi estar pensando. - Eu escolho a letra "D", que é a seguinte: você cala a boca e não falamos mais disso.
- Ogra.
- Obrigado.
- Sabe que eu achei que isso nunca ia acontecer? Demorou, hein.
- Pode parando por aí.
****
O despertador toca me fazendo saltar da cama. Puta que pariu. Peguei meu celular e liguei os dados móveis. Percebi que acordei mais velha assim que vi a data no meu celular. Quatro de novembro. Se bem que hoje não vai ser um dia diferente. Primeiro faculdade, depois vou pra academia e depois vou pra uma baladinha com o Arthur, meu mais novo peguete. E falando nele, ele é único que não está me ignorando essa semana. Eu tô ficando bem puta com isso. Nem o Pedro tá falando comigo. Dá pra acreditar?! Não!
Fui pro banheiro e tirei minha roupa. Em seguida, entrei no box liguei o chuveiro deixando a água morna cair sobre meu corpo. Tomei um banho demorado e fui pro meu quarto. Escolhi a minha roupa (1), me vesti, sequei meu cabelo e escovei o mesmo. Calcei meu tênis e catei meu óculos. Pois é, tenho que usar óculos. Não tava conseguindo ler nada! Dei uma última olhada no espelho e peguei as chaves e o celular e desci. Liguei o carro e segui em direção ao posto de gasolina mais próximo. Abasteci o carro e fui direto pra faculdade.
Mirella
- Tu percebeu que passou em quase todas as lojas e não comprou nada?
- Falou bem: quase. Para de reclamar, eu hein, Pedro! É o aniversário da minha melhor amiga e eu tenho que estar linda pra festa.
- Eu mereço. Você só me fode.
- Por quê?
- Primeiro que eu tenho que evitar a Helena o máximo possível, segundo que o único a falar com a Helena é o babacão lá e ainda por cima tenho que te aturar fazendo comprinhas.
- Pedro para de ciúme com a Helena. Quem sabe ele quebra esse coração de pedra dela? Ah, e foi você que quis vir comigo.
- Tanto cara no mundo pra fazer isso.
- Você sabe muito bem que teria ciúme de todos. Já pensou se a Lêh tivesse ciúme dessas putas que cê pega por aí? Ia gostar?
- A Lêh eu não sei, mas percebi ciúme de outra pessoa. - passou o braço por cima do meu ombro.
- Sonha, Pedro. Sonha. - digo e entramos numa loja onde de cara vi um vestido LINDO. Pedi pra experimentar e a moça tirou do manequim, era o último. Fui pro provador e o vesti. Ficou lindo. Saí do provador e pedi a opinião do Pedro.
- Tá gata. - respondeu me deixando satisfeita.
Vesti minha roupa e fui pagar o vestido. Almoçamos e fomos pro aeroporto buscar Débora e a irmã do Pedro. Ela também não está falando com a Helena. Isso tudo é parte do plano pra festa surpresa. O plano é o seguinte: todos os amigos, familiares, etc ignoram ela. Por uma semana inteira. Enquanto isso, eu , Pedro, Arthur, Thamires , Igão e Júlio arrumamos tudo pra festa. O Arthur vai buscar ela hoje à noite e ele disee que é pra uma baladinha e tal. Foi o único jeito que pensamos pra ela vestir uma roupa de festa. Ele vai trazer ela até aqui. Vai vendar ela no carro e dizer qualquer coisa que não deixa na reta de que é uma festa pra ela. Eles vão entrar e todos vão estar em silêncio. E vai começar um vídeo no telão - eu sou foda por estar organizando tudo, pode dizer.- esse vídeo é da avó dela falando sobre ela e tals. E depois que ela reconhecer a voz da avó, ela vai tirar a venda e quando o vídeo acabar, vamos cantar parabéns. Eu sou a melhor amiga do mundo, eu sei.
Helena
Assim que acabou a aula fui pro carro e dirigi até a academia. Entrei e cumprimentei todos. Fui até o banheiro e vesti uma roupa de academia. Logo comecei o meu treino.
(...)
Fiquei uma hora malhando, mais ou menos. Acabo de chegar em casa e são sete e cinquenta e seis. Tomei um banho frio e demorado. Vesti apenas uma calcinha e me atirei na minha cama. Coloquei o celular pra despertar às nove.
(...)
O celular desperta e parece que dormi por uns cinco minutos. Levanto e tomo outro banho, pra despertar. Dessa vez um banho mais rápido e morno.
Assim que saí do box, meu celular toca. É o Arthur.
Ligação
- Oi, Arthur. - digo enquanto escovava meus dentes
- Oi, Lêh. Só tô te ligando pra avisar que chego aí em uns quarenta minutos, ok?
- Ok. Tô quase pronta. - mentirinha básica - Beijo.
- Beijo, linda.
Ligação (off)
Corri até meu quarto e peguei a roupa que comprei ontem (2). Terminei de me secar e coloquei minha lingerie. Passei desodorante, perfume e creme. Feito isso vesti o cropped e em seguida a saia. Sequei meu cabelo e fiz alguns cachos nas pontas. Me arrependi e passei a chapinha por cima da cagada que fiz no meu cabelo. Nem quis olhar pro relógio e comecei a me maquiar. Quando terminei, nem acreditei que fui eu que fiz. Tô linda. Coloquei meu brinco, a tiara e calcei meu sapato. Peguei meu celular e minhas chaves. Recebi uma mensagem e é do Arthur avisando que chegou. Bem na hora! Saí, tranquei a porta entrei no elevador. Saí do prédio e avistei ele encostado no capô do carro. Como sempre lindo. Quando ele me viu, sorriu e veio até mim. Me deu um selinho e me abraçou forte. Tão cheiroso.
- Oi, minha linda.
- Oi, meu lindo. - viu, eu sei ser fofa.
- Parabéns, meu amor. Nem preciso dizer que você tá gata, né? - sorri
- Obrigado.
- Vamos?
- Bora.
Ele abriu porta do carro pra mim, entrei. Ele deu a volta no carro e entrou. Deu partida e seguiu pro norte. Eu ainda nem sei onde é a tal balada, mas, tô indo. Começamos a cantar Henrique e Juliano até ele chegar em uma rua deserta onde ele estacionou o carro. Eita.
- Ué. - digo e ele ri
- Calma. Você vai colocar isso, ó. - esticou a mão até o banco de trás e pegou uma venda. - Antes da balada, vamos pra um lugar, mas é surpresa, ok?
- Tá... - coloquei a venda e ele deu partida novamente.
Não demorou e ele parou carro novamente.
- Vou te ajudar a descer. - assenti. Ouvi ele tirar o cinto e em seguida a porta bater. Ele abriu minha porta e me ajudou a sair do carro. - Espera.
- Tá. - ouvi ele trancar o quarto e começou a me guiar. Subi alguns degraus e uma viz ecoou no lugar onde estamos.
Helena, os últimos anos em que estivemos juntas foram, com certeza, os melhores da minha vida. Eu pude perceber o quanto é forte e segura de si. Nada de meio termo. Isso não funciona com você. Bem, minha linda. Infelizmente não pude estar aí com você, mas deixo dito aqui o quanto te amo. Não só eu, mas todos a sua volta.
É a voz da minha avó. Tirei a venda.
TE AMO, PRINCESA!
Olho a volta e todos meus amigos estão aqui. Seguro a lágrimas que insistem em cair.
- SURPRESA!!! - dizem todos me fazendo dar um sorriso que mal cabe em meu rosto. Todos vieram até mim e um abraço coletivo se formou na minha volta.
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