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História Eu dito as regras - Eu vou te deixar inquieto


Escrita por: KiMyx

Notas do Autor


Oii gente, eu estou reescrevendo essa fic, depois de anos dela parada. Mudei algumas coisas, mas não o plot.
Espero que gostem povo.

Capítulo 1 - Eu vou te deixar inquieto


Os dias que se passavam não eram dos melhores, já que uma frente fria havia chegado e não parecia querer passar tão rápido. Junto com ela, uma chuva incessante, que escurecia o céu até um tom médio de cinza. Ao olha para janela, era possível ver claramente que aquilo não passaria em apenas alguns dias.

 JungKook era um dos poucos que sabia apreciar o frio. Amava suas roupas de inverno, assim como preferia mil vezes ir para a faculdade durante os dias gélidos. Era nesses dias, que nem reclamava de passar a noite estudando as matérias. 

 O garoto andava pelos corredores, ouvindo os outros alunos reclamarem do frio, do sono, e das provas semanais que acabavam com qualquer um. JungKook também se sentia cansado, mas mesmo assim nunca deixou de estudar. Sonhava muito, e tinha que correr atrás para realizar todos esses sonhos. 

 Assim que chegou no final do corredor iluminado pelas luzes claras, teve que pedir licença para dois jovens que tapavam o começo do lance de escadas, e o fez em tom baixo. Quando era mais novo, JungKook realmente não gostava de ser tão tímido. Sabia que isso lhe impedia de fazer muitas coisas que tinha vontade, e todos os dias se martirizava por não conseguir nem falar em voz alta. Odiava olhar para baixo sempre que alguém vinha falar consigo, ou ficar tão vergonhoso quando alguém lhe elogiava. Uma das razões para gostar tanto do frio, era poder usar tantas roupas compridas, que o escondiam de muitos olhares. 

 Conforme os anos foram passando, sua timidez reduziu em pequenos níveis. No ensino médio, conseguia apresentar trabalhos com um bom tom de voz, e se acostumou com os parentes que tanto gostavam de lhe elogiar por suas notas tão boas, e com as tias que não cansavam de falar que estava se tornando um belo jovem.

 Mas isso não significa que a timidez tenha desaparecido. Ele apenas evoluiu alguns níveis, mas ela continuava ali. Presente em muitas horas do seu dia, e ele passou a se adaptar a ela. Jeon não achava mais um incômodo. Acreditava que era apenas um aviso de sua mente, para lhe impedir de tentar fazer coisas que não conseguiria, ou que não seriam boas para si. Acreditava ser algo protetor, como o medo.

 Enquanto descia as escadas, o estudante de engenharia mecatrônica repassava mentalmente todas as aulas que teria naquele dia, e se tinha pegado tudo o que era necessário para sua aula prática da semana. Assim que chegou no terceiro andar, segurou todos os quatro livros que estavam colados ao seu peito com uma das mãos, que lhe permitiam fazer isso com facilidade, e pegou o celular no bolso traseiro para o colocar no silencioso. Adorava suas aulas práticas, e de forma nenhuma queria atrapalhar uma delas. 

Não estava longe, e o corredor não era longo. Nele tinha apenas a entrada para o almoxarifado, e as grandes portas do salão, onde os alunos de dança e artes cênicas faziam as apresentações dos seus trabalhos de encerramento dos semestres, e onde normalmente ocorriam os eventos anuais. Duas portas de madeira escura e pesadas, e sempre que passava por ali, uma delas estava aberta. 

 JungKook nunca parou para reparar nisso, mas se tivesse olhado alguma vez que passara ali para as portas, teria percebido o quão estranho era ter uma das portas abertas, sendo que naquele dia não teria evento algum para alguém estar por ali. Se tivesse parado para olhar, perceberia muitas coisas

 Como o ruivo que sempre estava escorado na porta aberta, meio escondido por ela. 

 O jovem com cabelos em chamas sempre estava ali, naquele mesmo lugar, no mesmo horário esperando Jeon passar. Ele sabia que o moreno o conhecia. 

 Park Jimin. 

 Era esse o nome do maior observador de Jeon JungKook.

 Talvez não só um observador, mas quem se importava?

 Jimin nunca pôde negar a infundável atração que sentia pelo moreno alto de óculos. Sabia seus horários, seus costumes, seus hobbies, sua cor preferida. Conhecia Jeon muito bem, mesmo nunca tendo trocado uma única palavra com ele. O que era estranho, já que nunca teve problemas para socializar com alguém. Mas sempre que o via andar pelos corredores, todo desajustado, tropeçando em tudo e com um olhar de desespero e inocência, sentia como se pudesse o atacar se chegasse muito perto. 

 Não era uma pessoa desequilibrada, mas o Jeon tinha o poder de tirar toda sua sanidade e mais um pouco, com um simples baixar de olhos. Para si, tudo aquilo era só uma máscara muito bem-posta. Uma mentira, para acobertar o verdadeiro JungKook.

 Para o Park, Jeon era um homem, não um garoto tímido. Um homem que poderia ser audacioso, forte e violento.

 Jeon apenas olhava bobo para os lados, e Jimin já pensava o quanto achava aquilo uma mentira.

 A primeira vez que viu o mais novo, foi no ano anterior, quando sua obsessão louca e infundada nasceu. O Park nunca foi possessivo com nada, e muito menos se importava em excesso com qualquer coisa. Mas ao ver o Jeon em seu primeiro dia de aula, seguindo seus veteranos pela universidade junto do resto dos calouros de engenharia mecatrônica para um tour pelo campus, sabia o que queria daquele garoto. Após isso, descobriu que Jeon era irmão de um amigo seu, o que o deixou ainda mais animado, pois era um depravado que adorou a ideia de fazer certas coisas com o irmão mais novo de seu amigo por baixo dos panos.

 O fato de Jeon e ele nunca terem trocado palavras, fazia sua imaginação ir longe durante a noite. Imaginava o mais novo dizendo palavras sujas em seu ouvido, tocando seu corpo de forma firme e libidinosa, dizendo que tudo nele pertenceria a Jeon. E assim que chegava na universidade no dia seguinte, via Jeon passar reto por si, e isso lhe enlouquecia tanto. 

 Jimin gostava de se torturar, e imaginar que fosse JungKook fazendo isso; torturando sua mente com tudo que podia. Afinal, era por ele.

 Sabia que ele nunca viria falar consigo, e isso não deixava de ser excitante para a mente perturbada de Jimin. 

 Se sentia maltratado por não poder ouvir a voz do mais alto, não ter seus olhares. Gostava tanto disso. 

 Ninguém nunca imaginaria as coisas que se passavam pela mente do jovem de olhos sorridentes, mas todas elas envolviam momentos sujos com o mais novo. 

 Por ser um dos veteranos do curso de dança, conseguia facilmente as chaves do local, todas as vezes com uma desculpa qualquer. Dessa vez não fora diferente, dizendo que iria analisar bem o local para a Semana Cultural que se aproximava. Mas o que poderia fazer? Gostava de olhá-lo.

 (...)

 ㅡ Não posso, esse final de semana eu fiquei de ir com a Yoon e TaeHyung na feira de artesanato estadual, desculpe. ㅡ JungKook disse a NamJoon, seu veterano, assim que saiu da sala de estudos práticos e o mais velho veio lhe fazer o convite. Seu amigo o havia chamado para uma festa com os veteranos, e por mais que os horários dos eventos presentes da conversa fossem extremamente diferentes, Jeon não deu tempo para questionamentos de seu hyung. ㅡ Tenho que voltar para a sala agora, até depois hyung.

 JungKook não entendia a razão do mais velho ainda tentar, já que sabia de sua timidez, e que preferia ficar em casa estudando. Então nem se preocupou em dar a desculpa mais esfarrapada que pensou na hora, usando seus amigos para recusar o convite.  

 Yoon e TaeHyung eram seus amigos mais chegados. Aqueles que sabem tudo sobre a vida do Jeon, que dão concelhos válidos e que dividem de suas vidas uns com os outros. Fazia dias que Yoon enchia o saco dos dois garotos para irem com ela na tal feira, e acharam que no final de semana seria um bom dia para os três. 

 JungKook correu pelo corredor e subiu as escadas, quase tropeçando nos próprios pés para alcançar o resto dos seus amigos. Deveriam voltar para suas salas diárias para o resto das aulas, e JungKook não queria chegar atrasado. Seria um desastre interromper a aula, para poder entrar no ambiente. Acabou se esbarrando com um garoto menor que si, ruivo, que descia as escadas com certa pressa. 

 ㅡ Meu deus, me desculpe ㅡ o garoto colocou as mãos em seus ombros, e se não estivesse constrangido por ter trombado com o ruivo, perceberia que os dedos curtos faziam um movimento suspeito, com mãos que tremiam e um coração que quase explodia no peito.

 ㅡ Tudo bem ㅡ não sabia se corria para sua sala, ou se desculpava mil vezes pelo ocorrido. ㅡ Perdão. 

 Se desculpou, fez uma reverência, o que fez as mãos do ruivo saírem de seus ombros, e um murmúrio discreto deixar os lábios fartos. Saiu dali o mais rápido que pôde, queimando em constrangimento e louco de pressa, deixando um garoto trêmulo para trás.

 Não precisamos citar o nome do ruivo, afinal, todos sabemos quem teria que regularizar sua respiração para se recuperar de suas primeiras palavras com o Jeon.

 Assim que se juntou com o resto dos alunos, seguiu junto com os outros até a classe no andar de cima, entrando na sala sem muita conversa. Teria suas últimas duas aulas do dia, e estava louco para sair dali e comer alguma coisa. Mesmo nos bons alunos, a fome fala mais alto.

 Assim que chegou em sua bancada, a qual dividia com mais um colega, se sentou em sua banqueta, puxando seu fichário para perto de si. Ainda estava aéreo e com a adrenalina a mil, por causa da vergonha que passou na escada, e começou a se martirizar por ter tropeçado no garoto. 

 O professor entrou na sala, e como um claro tímido ansioso, ficou remoendo modos de ter impedido aquele esbarrão. Abriu seu fichário na intenção de tentar se concentrar naquilo. 

Inútil.

 


Notas Finais


Bom meu povo, espero que tenham se divertido um pouco. O próximo cap saí daqui uns dias, beijos.


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