Narração Karol
Minha cabeça está a mil. É o trabalho , o aniversário da Sol , as contas. Estou totalmente sobrecarregada. O aniversário da Sol é a daqui a dias. Sorte minha que Valu , Carolina , Bruna e a mãe do Ruggero estão ajudando. Eu dormi praticamente a semana toda na casa do Ruggero. Nós saíamos do trabalho , íamos pegar a Sol e íamos direto pra casa dele. Eu notei que ele estava diferente. Me ligava de quinze em quinze minutos. Ia sempre almoçar comigo , como ele está fazendo agora. E o mais estranho , ele fica sempre olhando ao redor.
- Tá bom. Já chega disso ... você vai me dizer agora o que está acontecendo. - Eh disse
- Não tá acontecendo nada.
- Esta quando você vem almoçar comigo e fica que nem louco olhando pra todo canto. Falo logo , Ruggero , o que tá acontecendo ?
Ele suspirou e tomou um pouco do suco. Seu olhar parou em mim e depois de alguns minutos calado ele falou.
- É o Lionel.
- O que tem ele ?
- Ele falou com a Sol.
Senti meu coração se apertar só em pensar nisso.
- Como assim ele falou com ela ? Se ele tiver encostado uma mão na minha filha eu acabo com aquele desgraçado.
- Karol ele falou sobre você.
- Sobre mim ? - Perguntei e ele assistiu com a cabeça.
- Ele disse que se você não fosse dele , não seria de ninguém. Nem que pra isso tivesse que te matar.
Senti tudo girar ao meu redor. Eu sei que o Lionel é um doente mas nunca pensei que ele pudesse falar essas besteiras. Ainda mais pra minha filha. Juntei as peças e lembrei porque ela tava tão assustada.
- Ele não falou isso. - Falei negando - Esse cara só pode ser doente. Ele me deixa só quando mais preciso e agora vem com isso. Ele só pode ser louco.
- Karol , você tem que tomar cuidado. Ele está por perto.
- Quando que vou estar livre disso Ruggero ? Quando ? - Pergunto pondo a cabeça Entre as mãos. Sinto seus dedos tocarem meu braço.
- Ei , eu não vou deixar ele fazer nada com você. Nem com a Sol.
- Eu sei e confio em você. Mas o desgraçado foi falar isso logo pra Sol.
- Eu conversei com ela. Eu só quero que tenha mais cuidado meu amor.
Acenei que sim com a cabeça e lhe deu um beijo. Depois desse almoço nós voltamos pro escritório e continuamos o trabalho. Ouço meu celular tocar.
- Alô ?
- Karol Sevilla ?
- Sim , quem fala ?
- O cara mais legal que você já conheceu. Eu mesmo Sebastian Villalobos.
- Sebas. Meu Deus , faz tempo que não nos falamos.
- Sim gata , eu andei tendo um problema. Mas eu sei onde você trabalha e nós vamos sair hoje pra tomar um shop.
- Ah ... é que Sebas acho que não vai dar.
- Nada disso Karol. Eu vou te buscar e não aceito um não como resposta. Estou com saudades de você minha estrelinha.
- Tudo bem. Eu aceito. Te espero aqui as 18:00
- Até mais mi amore.
Eu sorrio e desligo o telefone. Ele se tornou um grande amigo , apesar de não nos falarmos muito. O restante do expediente passa rápido. No final , eu pego minhas coisas e vou até a sala do Ruggero.
- Com licença.
- Oi Kah , espera só um pouco e a gente vai ok.
- Bom ... eu meio que não vou poder ir pra sua casa. Hoje o Sebastian, aquele amigo que conheci na nossa viajem , ele me ligou chamando pra sair. Eu pedi pra Carolina buscar a Sol.
- Então você vai sair com ele né ? -Ele perguntou se levantando e andando na minha direção.
- É ... eu meio que vou.
- Eu espero que você aproveite muito. - Ele me dá um selinho - Já que estragou os meus planos.
- É só hoje.
- Eu sei e estou de olho.
- Ruggero , você sabe que ele pode ser mais mulher do que eu -Digo e dou uma risada.
- Toma cuidado. - Eu aceno e lhe dou um beijo.
Chego ao estacionamento e vejo o carro dele parado. Me aproximo , entrando e sentando no banco do passageiro.
- Meu Deus. Você quer me matar do coração sua vadia. Eu sou muito jovem e lindo para morrer.
- Estava com saudades. -Eu o abraço.
- Eu também estava com saudades de você , estrelinha.
- E então pra onde vamos ?
- Um bar aqui perto. Vamos.
Chegamos no bar e nos sentamos. Pedimos alguns drinks. Sebastian já estava falando sobre tudo que aconteceu. Não parei de achar graça um minuto.
- E então quando voltei pra ver se o boy estava preparado ele estava lá , dormindo. Fiquei puto e o enxotei do meu apartamento. - Ele diz terminando de contar mais uma de suas histórias.
- Sebas , acho que esse cara só queria um quarto pra dormir. - Digo achando graça.
- Credo , menina. Eu tô com um asar pra boy que meu Deus. - Ele bate a mão na testa - E você , Ainda tá com o chefe gostosão ?
Contei o que rolou nesses meses. E ele ouvia tudo a cada momento dando um pitaco.
- Miga , eu sei que meus ex's não são os melhores mas você se superou. Como você namorava um psicopata ?
- Eu não sabia que ele era assim. Acredito que ele não vai fazer nada. Lionel não se arriscaria assim.
- Estrelinha , você precisa tomar cuidado. Nunca se sabe.
- Você parece o Ruggero falando.
- Como está seu boy magia gostoso em ? Tá dando conta do recado ?
- Oh se dar. Ele da conta sim -Rio ao dizer isso.
- Mas eu estava falando de você. Eu imagino que deve ser difícil da conta de tudo aquilo. Aquele homem é um sonho. - Gargalho aí ouvir seu comentário.
- Sebas você não presta.
- Você também não.
A maior parte da noite foi assim. Nós rimos e contamos todas as novidades. Antes de irmos embora nos vemos um homem entrar encapuzado no bar.
- Se alguém se mexer vai levar bala. Todo mundo pro chão. - Ele diz apontando uma arma pra todos.
Agarro a mão do Sebastian que parece um algodão de tão Branco. Sinto que preciso manter a calma por nois dois. Inicialmente pensei que se tratasse de um assalto , vi os funcionários fecharem as portas. Mas quando as luzes acenderam e o homem olhou pra algo , que eu acho que era uma foto , e ele voltou a olhar pra cada um que estava lá eu vi que não era assalto. Seus olhos analisavam as pessoas , em especial as mulheres, até que pararam em mim. Um sorriso se abriu em seu rosto e eu estremeci.
- Achei você. Galera eu achei a princesinha. - Ele gritou e outros quatro caras armados entraram.
Olhei pro Sebastian e vi que ele estava com medo. Eu não estava diferente , estava tentando parecer forte mas a maneira que o homem me olhava me dava arrepios. Vi ele se aproximar e me agarrar pelo o braço me levantando.
- Achei você.
- O que você quer ? Porque você tá fazendo isso ?
- Eu só faço o que o chefe manda.
- Quem é seu chefe ?
- Você fala demais. Calada.
- ME DIZ QUEM É SEU CHEFE. - Eu gritei pra ele tentando sair do seu braço.
Ele sorriu e puxou algo do bolso. Não pude ver o que era mas senti algo entrando na minha barriga próximo a costela. A dor era terrível e eu fraquejei.
- Eu mandei ficar CALADA.
Ele me jogou no chão e vi a pequena faca enfiada na minha barriga. Segurei-a com força na intensão de parar a dor. Vi o Sebastian tentar se aproximar mas foi cortado pela a voz do cara.
- Se você chegar perto Dela eu te mato. - Ele disse para o Sebastian.
Olhei pro mesmo que tinha uma expressão de medo e sussurrei "Tá tudo bem" mesmo que não estivesse. A dor era grande , eu me deitei no chão e meus olhos estavam pesando. Ouvi alguns carros derrapando , sirenes e depois tiros. As pessoas se abaixaram e se esconderam. Sebastian veio até mim e me levou para o canto da parede.
- Meu Deus ... Karol sua perna.
Gemi de dor. Vi os caras saírem correndo e as balas cessaram. As portas foram abertas com vários policiais entrando mas a única pessoa que vi foi o Ruggero. Sua expressão era preocupada , seus olhos passavam por todo lado. Quando pararam em mim eu vi o alívio o inundar mas quando desceram pra minha barriga ele correu em minha direção.
- Meu amor , vai ficar tudo bem.
- Eu sei , confio em você.
Meus olhos pesavam mais. Eu me sentia fraca , sentia o sangue escorrer por meus dedos. A dor estava distante por que eu estava apagando.
- Karol, se mantenha com os olhos abertos. - Ele disse segurando meu rosto com as mãos.
- Vai , estrelinha , você consegue. Fique acordada.
- Hummm - Eu gemi tentando falar mas as palavras não saiam. Meus olhos iam fechando mais até que tudo era só escuridão.
Narração Ruggero
CINCO HORAS. Já faz maldirás cinco que a Karol entrou naquela cirurgia e não saiu. Depois que ela apagou eu a trouxe para o hospital. O corte foi fundo e precisou de cirurgia. Eu fiquei desesperado quando a vi. Sua expressão de dor , o sangue escorrendo. Foi como um flashback da noite que perdi a Chiara. Meu coração bateu tão forte que pensei que fosse sair pela a boca.
Avisei a todos e pedi pra Carolina e Valu ficarem com a Sol. Avisei a minha família e todos vieram correndo. Meu pai , minha mãe , Mike , Agus e Bruna. Estão todos aqui esperando notícias. Um médico sai pela a porta.
- Familiares da Karol Sevilla. - Ele diz e eu me levanto rapidamente.
- Como ela está ? Ela tá bem né ?
- A cirurgia foi um sucesso. Conseguimos fechar o corte antes de ter uma infecção. A paciente agora está descansando. Não corri mais riscos. Talvez no final da noite de amanhã ela possa sair. Mas vai precisar de todos os cuidados.
- Eu posso vê-la ? - Perguntei e ele assistiu.
O segui até à porta de uma sala. Quando o médico abriu a porta senti meu coração doer. Ela estava deitada na cama, tão pálida. Alguns fios ligados á ela. O barulho das batidas do seu coração ecoava pela a sala.
- Vou deixar você aqui uns minutos. - O médico disse e saiu.
Me aproximei da sua cama. Ela pareceria tão frágil mas ao mesmo tempo serena ao estar dormindo. Segurei sua mão e sentei na cama ao seu lado.
- Meu amor , você não sabe o medo que fiquei de perder você. Você é tão importante pra mim que eu não sei mais viver sem você. - Deitei minha cabeça em sua barriga acariciando sua mão.
Senti ela pressionar de leve minha mão e quando levantei a cabeça seus olhos estavam um pouco abertos.
- Rugge - Ela disse com a voz fraca.
- Karol , você precisa descansar.
- O que houve.
- Você levou uma facada e passou por uma cirurgia.
- Eu me lembrei. Minha barriga está doendo.
- Vai ficar tudo bem meu amor. Você só precisa descansar. - Deixei um beijo em sua testa vendo ela fechar os olhos de leve.
- Te amo. - Ela sussurrou antes de fechar os olhos.
Saber que ela estava bem me deixava mais tranquilo , mas nada tirava da minha cabeça que o Lionel tinha haver com aquilo. Peguei suas mãos e deixei um beijo.
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