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História Destiny - O errado às vezes parece certo - Parte 2


Escrita por: vanessadiass e Dydyh

Notas do Autor


E ai, leitoras mais lindas! Estão bem? Voltamos com mais um capítulo quentinho pra vocês e esperamos que vocês gostem! E, mais uma vez, agradecemos por todo esse apoio que vocês nos dão! Ficamos muito felizes por cada comentário, viu? Vocês são realmente demais!!
Sem mais delongas, boa leitura!

Capítulo 7 - O errado às vezes parece certo - Parte 2


Fanfic / Fanfiction Destiny - O errado às vezes parece certo - Parte 2

POV Didy

Ficamos assim por muito tempo, eu queria muito beija–lo, mas isso era tão errado! E se eu deixo isso acontecer e depois tudo vira de pernas pro ar? Esse trabalho é importante, a questão aqui é: quão importante esse trabalho é e por quanto tempo eu vou resistir?

De repente percebi o Júlio e a Nessa se aproximando, o Júlio olhava com uma cara engraçada e a Nessa tinha uma interrogação tatuada na testa, eles sentaram do nosso lado e ficamos os 4 idiotas olhando o pôr do sol.

– Gente, é sério! – eles me olharam – Sem dúvidas esse pôr do sol é a coisa mais linda que existe! – falei abobada.

– Eu conheço uma mais bonita! – o Igor disse e eu sorri, seria presunção minha achar que era de mim que ele falava? Talvez, mas foda–se.

Ficamos mais um bom tempo ali na praia só assistindo o pôr do sol, às vezes riamos de alguma coisa engraçada que alguém dizia, de repente o Igor soltou minha mão e leu alguma coisa no celular.

– Aê cuzão, tem festa no Japa hoje! – o Igor disse, confesso que a mínima possibilidade de imaginar ele em uma festa beijando alguém fez meu estomago gelar.

– Júlio Cocielo, se você disser que vai destruir hoje, eu volto pra São Paulo e peço demissão! – a Nessa disse e foi impossível não rir, acho que ela traumatizou depois da Fanfest.

– Não, chatice, hoje eu tô de boa! – o Júlio respondeu e nós rimos da cara que a Nessa fez.

– Então Nessa, os meninos vão pra festinha, e nós? Vamos fazer o que? Por que eu me recuso a ficar trancada no hotel! – bom, se os bonitos podem festar não sou eu que vou ficar trancada né? Falei isso e olhei de canto de olho pro Igor, a cara dele era indecifrável.

– Oxi mulher, vocês vão pra festa com a gente, né não Igão? – Igor confirmou rindo – Tá começando a escurecer, vamos embora?

Nós levantamos e eu senti minha perna cheia de areia, eu odeio areia! Provavelmente esse é o maior conflito que eu tinha... amar praia e odiar areia, vai entender! Então comecei a passar a mão na parte de trás do meu short pra tentar tirar pelo menos uma parte antes de voltar, do nada o Júlio começou a rir como um doido, olhei pra ele sem entender.

– Que foi Júlio? – a Nessa perguntou.

– Nada não, chatice. – nós rimos.

Fomos andando em direção ao calçadão e o Igor pegou minha mão de novo, senti meu coração pular uma batida. Tô muito na merda! Ergui nossas mãos e depositei um beijo no dorso da mão dele, ele sorriu com uma carinha de neném, que ó me deixou sem palavras.

Fomos caminhando e conversando sobre tantas coisas, ele me falou sobre a família dele, sobre a historia do canal, sobre a amizade com o Júlio – ri alto quando ele disse que eles começaram a ser amigos depois que bateram num cara por causa de cards – em contrapartida eu falei sobre a minha doida e conturbada convivência com a minha mãe, sobre meu relacionamento com a minha irmã e meu amor incondicional pela Lua.

– Essa sua sobrinha deve ser da hora! – ele disse e eu sorri me lembrando do rostinho dela – Quero conhecer ela viu!

– A levamos pra tomar um sorvete quando você quiser. – ele sorriu – Acredite, sorvete é o segundo melhor jeito de fazer amizade com ela! – disse rindo.

– Ah é? E qual o primeiro? – ele perguntou em tom de brincadeira.

– O mais garantido é inflar o ego dela dizendo “Lua querida, seu cabelo esta fabuloso hoje” – ele riu alto.

– Esse negócio com cabelo é de família né? – ele disse isso rindo, porque eu havia dito que o melhor jeito de me tirar do serio é bagunçar o meu cabelo.

– Minha irmã diz que ela é uma copia fiel minha! – ele arregalou os olhos, já estávamos na porta do hotel – Entenda como quiser! – ri alto.

Entramos no hotel, subimos de elevador quando chegamos ao nosso andar o Júlio e a Nessa deram um sorrisinho bem tímido um pro outro e entraram, ficamos eu e o Igor no corredor.

– E ai, como é esse pessoal? – perguntei interessada ou talvez um pouco preocupada – Devo me preocupar?

– Para Dy! – juro que tento, mas é quase impossível controlar a minha expressão facial, ele riu – Você é a mais top do baile! Olha pra você! Tem espelho ai né? – eu ri do jeito dele de falar, tão bonitinho.

– Credo Igor, “Top”? Como sua assessora sou obrigada a te dizer que isso é muito zuado! – ele me puxou pela cintura e cheirou meu pescoço, santo Deus, senti cada pelo do meu corpo se arrepiar, mas ainda não era a hora, se é que um dia essa hora vai chegar – Igor...

– Eu sei, eu sei... – ele me soltou rindo e eu acompanhei – Vou ali tomar um banho frio, nos vemos mais tarde!

Ele entrou pro quarto rindo e eu fui pro meu.

Quando entrei a Nessa tava jogada na cama mexendo no celular, passei pelo armário do quarto, peguei uma toalha, anunciei que ia tomar banho e fui. MEU G–ZUIS! QUE CHUVEIRO FODA! Devo ter ficado uma meia hora no banho (10 minutos de banho e 20 de paranoias relacionadas ao quanto eu quero o Igor, moleque do cacete!), quando terminei me enrolei numa toalha e sai do banheiro, a Nessa tava com uma cara meio triste.

– Que cara é essa, Nessa? – perguntei e ela suspirou antes de responder.

– Ai Dy! Tava falando com o Pedro pelo telefone, mas tô me sentindo meio mal, sabe? – ela disse se sentando na cama.

– Brigaram? – ok, pergunta idiota... Más fazia sentido ué!

– Não, é que sei lá, tô achando ele grudento demais, sabe? E eu não me sinto do mesmo jeito que ele, entende? Sei lá... Não tô sentindo uma coisa muito legal em relação a isso. – oi? Levei uns segundo pra assimilar tudo e poder responder decentemente.

– Mas, Nessa, se você não sabe o que sente não é meio errado estar com ele? – pergunta idiota de novo, mas...

– O problema é que eu gosto dele, Dy. Só que eu realmente não sei mesmo. Ele disse que me ama quando eu tava me despedindo e eu simplesmente desliguei na cara dele. – eita!

– Faz o seguinte, vai tomar um banho e ficar gata! Esquece esse menino por hoje, Nessa! – eu disse pra tentar dar uma injeção de animo nela, talvez sair um pouco arejasse as ideias dela.

Ela levantou rindo e pegou algumas coisas pelo quarto e foi pro banho. Tirei a toalha do cabelo passei um creme nele, vesti minha roupa intima e fui pensar no que vestir. Revirei delicadamente minha mala enquanto assistia um vídeo no Youtube com esse tal Japa, se vou a casa de alguém preciso saber como é a pessoa, né?

Considerando que estou no Rio de Janeiro e tá um calor infernal, escolhi um cropped listrado, saia de cintura alta preta meio rodada (que modéstia a parte, deixava minha bunda maior do que já é, Valeu ai DEUS), melissa branca de salto (aquele modelo ASA). Fiz uma make caprichada lacrando com o bocão vermelho, decidi prender uma parte do cabelo e enquanto eu o fazia escutei uma batidinha na porta, terminei de prender e fui atender.

Era o Igor, e caralho, como ele tava lindo. Ele me olhou de cima a baixo demorando mais em lugares específicos, quando ele terminou de olhar eu ri.

– Já olhou tudo? – ele corou entrando no quarto e se jogando na minha cama – Como estou?

– Eu não consigo responder sua pergunta sem ser indelicado! – eu ri alto, é obvio que entendi o que ele queria dizer – Cadê a Vanessa? – ela respondeu de dentro do banheiro.

– Tô quase pronta Igor, aguenta ai! – nos rimos.

Escorei–me na cama quase deitando sabe? E fiquei lá olhando a tv, tentando fingir que não tava constrangida com esse silencio estranho que se estabeleceu entre nós. Depois de alguns minutos – que pareceram horas – ele me olhou, sabe quando você tenta quebrar o contato visual, mas não consegue? Então... a solução foi encarar de volta, ele começou a se aproximar lentamente pra compensar isso meu coração batia acelerado como um cavalo de corrida, quando faltava muito pouco pra colar nossas bocas o Júlio entrou no quarto. Que susto da porra!

– Ah mano, se beijem logo! Se amem! – ele disse e eu senti minha cara pegar fogo, levantei.

– Vai se foder, Júlio! – eu disse e ele riu, eu precisava sair dali, então fui pra dentro do banheiro onde a Nessa se arrumava, eu precisava pedir socorro pra alguém – Amiga, pelo amor de Deus – falei tudo de uma vez e ela me olhou espantada – Eu tava quase ficando com o Igor e o Júlio entrou, foi enviado do céu essa praga! Eu não tô conseguindo mais ficar perto dele sem querer beijar! Me ajuda!

– Calma, Dy, respira! – é por isso que amo a Nessa, um “calma” dela já me ajuda a não surtar.

– O que eu faço, Nessa? – perguntei esperando que ela viesse com a solução dos meus problemas.

– Se eu disser “faça o que seu coração mandar” o que você me diz? – nunca tive tão perto de gritar, surto de loucura vindo em 3, 2, 1...

– Não dá, isso aqui é trabalho! Sem contar que eu tô sentindo umas coisas diferentes por ele... Não quero isso, não ainda, não agora! – eu respondi sem pensar, foi a primeira vez que eu disse isso fora da minha cabeça, e ouvindo assim parece ainda mais insano.

– Olha, Dy, se eu fosse você, eu me jogaria. Sabe por quê? Porque nesse momento vocês não são “assessora e cliente”. Vocês são Igor e Didy! – às vezes me pergunto se as pessoas enxergam o mesmo que eu.

– Ele vai me machucar! Olha pra ele, olha pra mim! Sou uma em 2 milhões... – doía pensar nisso, mas é a mais pura verdade.

– Para de besteira, Dy! Tá na cara que ele também quer algo com você!

– Essa é a questão, eu não queria ter algo com ninguém! – disse com a voz mais baixa, isso estava me torturando.

– Sabe o que cê faz? Deixa rolar. Quando o destino traça uma meta, ele vai fazer de tudo pra cumprir. Se for pra ser, será! – sorri pra ela e ganhei um sorrisão de volta, essa Nessa é um anjo mesmo.

– Sabe amiga, eu vou pra festa, vou descer até o chão e vou confiar no que você tá dizendo... O que tiver que ser vai ser! – brevemente recuperada do surto, abracei ela, esse era o meu jeito de dizer “muito obrigada”, respirei fundo, encarnei a louca e saímos do banheiro.

Descemos de elevador e eu fingi que não vi o Igor secando minhas pernas, confesso que esse joguinho de gato e rato com ele tá sendo divertido, mas ate onde eu vou consegui ir sem me foder muito?

Depois de uma longa e infantil discussão sobre os bancos do carro, a Nessa decretou que o Júlio ia na frente e nós atrás, a cara contrariada dele foi hilária, sério! Fizemos uma farra enorme no carro, ate o motorista entrou na “onda”, depois de uma meia hora chegamos na casa, casa não né, mansão!

Descemos do taxi depois de discutir muito com o Júlio para ajudar a pagar o taxi, moleque teimoso! No portão havia um segurança, desses assustadores sabe? Ele ficou olhando descaradamente pra mim e pra Nessa, se eu pudesse teria me escondido debaixo de uma pedra de vergonha.

– Boa noite! – ninguém ensinou pra esse mané que é feio encarar? – Seus nomes?

– Júlio, Igor, Vanessa e Didy. – o Júlio respondeu.

– Olha, Júlio e Igor estão aqui, mas elas...  – juro que senti ânsia de vomito com a cara que ele nos olhou, era tão ousado que dava nojo.

– Ô amigão, chama o Japa lá faz favor! – Igor disse já com a paciência no limite, tava na cara dele.

– Vacilão você hein, Igor? Não avisou o maluco que a gente ia trazer elas? – Júlio disse tirando uma com a cara do Igor.

– E quando foi que teve lista pra entrar nas festas do Japa, hein viado? – os dois riram e eu juro que não quero nem imaginar o porquê – O cara tá patrão agora!

Depois de alguns minutos o segurança veio e junto com ele o tal Japa.

– E ai seus viados! – ele cumprimentou os meninos e logo na sequencia ele nos viu, juro que os olhos dele quase saíram da cara – Sério que ele barrou vocês? – senti meu rosto pegar fogo, olhei pra Nessa e ela tava toda vermelha também – Olha, a partir de agora elas se chamam Igor e Júlio, e vocês podem ir embora. Eu lá quero saber de cueca na minha festa!

– Abre teu olho japonês do caralho! – Júlio disse rindo, do nada o garoto veio na nossa direção.

– Senhoritas... – ele beijou minha mão e da Nessa, se eu não tivesse stalkeado ele, ate acreditaria que ele é cavalheiro – Prazer, Mauro, mas podem me chamar de Japa. – juro que ouvir o Igor rosnar quando ele passou o braço pela minha cintura e a da Nessa e começou a nos levar pra dentro – Vamos?

Olhei pro Igor implorando socorro com o olhar e ele riu, deixa ele! Assim que passamos pela porta ele nos deixou e foi pra dentro da festa, tinha muita gente bonita, em menos de 5 minutos que estávamos lá o Júlio já nos deixou e foi atrás de um garçom com uma linda bandeja de bebida.

Olhei pro lado e o Igor estava rodeado de mulheres lindas, juro que a saia/short delas fazia a minha parecer roupa de missa, foi inevitável não ficar puta! Ele nem olhou pro lado pra ver se eu ainda estava lá, mal sabia ele que “eu + festa + raiva” nunca prestou. A Nessa se virou pra mim e percebeu minha cara.

– O que houve, Dy? – ela perguntou inocente.

– Veja você mesma! – apontei para o lugar onde o Igor estava rindo com as meninas e ela riu, um garçom passou por mim e eu peguei um copo de caipirinha – Esse é o cara que quer algo comigo! – tomei um gole caprichado da minha bebida – Vamos dançar! – sai puxando ela para o local onde a musica tocava.

A sala não estava muito cheia, em sua maioria eram as meninas que dançavam, a Nessa ficou um tempo comigo dançando e rindo das meninas se oferecendo pras pessoas aparentemente “importantes” que estavam ali, mas ela recebeu uma mensagem no celular e saiu da pista pra responder.

Continuei ali dançando bem de boa, é claro que eu tinha noção das pessoas olhando, mas decidi que me divertir era o mais importante hoje, afinal o cara que me trouxe pra festa e que tá me rodeando a dias, decidiu que ficar com outras garotas era mais importante.

Tem alguma coisa muito errada comigo, tô aqui dançando e com a cabeça no Igor, meu Deus, chega né?

De repente começa a tocar “conto do pescador”, essa musica é de longe a minha preferida pra dançar, foi a deixa pra eu me soltar, eu dançava no ritmo da musica e notei que tinha um grupinho no canto me olhando, bem no meio da primeira estrofe senti uma mão pegar na minha, quando me virei foi impossível não sorrir, por um momento eu esqueci que tava brava com ele.

– Dy, vamo ali fora comigo, preciso te falar um negócio serião! – o segui até o lado de fora da casa, quando chegamos perto da piscina ele parou e começou a falar – Sabe, é que os caras tavam todos te olhando e comentando... – juro, minha vontade era rir alto, logo ele falando sobre “olhar”?

– E dai Igor? – fiz o verdadeiro “meter um loko” – Eu não tô entendendo o porquê de você ter me tirado da pista na minha música favorita! – cruzei os braços e bufei irritada, ele ameaçou sorrir e isso me deixou mais irritada – Queria me informar que tão olhando minha bunda? Obrigada, isso eu já sabia!

– Não é isso, é que os caras tavam comentando. – ele bufou irritado, eu cruzei os braços e continuei encarando – Ah, quer saber? Foda–se! Eu não gostei, porra! Simples assim, não gostei dos moleques te comendo com os olhos! Te olhando como se tivesse uma placa luminosa na sua bunda escrito "gostosa"! – então a explicação era ciúme? Que bonitinho, quase sorri com isso – Que foi? – perguntou irritado.

– Ai, Igor! – disse sorrindo e foi a vez dele de me encarar – Então você não gostou dos seus amigos me olhando, me querendo? – fui pro tudo ou nada, cheguei bem próximo dele, quase colando nossos corpos – E ai, você vai fazer o que a respeito?

– Dy... – ele terminou de fechar o espaço entre nós me puxando pela cintura – Não me provoca...

– Sabe Igor, só te falta um pouquinho de atitude. – falei sorrindo, agora só dependia dele – Só um pouquinho!

E ai ele me beijou!

Não foi um beijo fofo igual aos filmes românticos, foi um beijo intenso. Ele me puxava contra o seu corpo na mesma intensidade que eu puxava o dele, nossas línguas criaram uma sincronia perfeita, era tão errado e tão certo, ele colocou uma mão na minha nuca e me senti arrepiar. Eu não queria que acabasse, mas infelizmente oxigênio ainda é vital, então acabamos o beijo pela falta do ar.

Não sei bem o porquê, mas depois do beijo fiquei sem graça, pela primeira vez na vida me perguntei “como vou olhar pra ele agora?”.

– Foi aí que a sereia caiu no conto do pescador. – ele cantou baixinho no pé do meu ouvido, eu ri alto.

– Você já parou pra pensar que talvez essa sereia esteja fingindo que caiu no seu papo só pra te levar cada vez mais pro fundo do mar? – ele riu e aproximou nossos lábios de novo, essa proximidade fez com que uma leve corrente elétrica passasse pelo meu corpo.

– Se esse mar tiver o gosto do seu beijo, eu morro afogado de boa! – e nos beijamos de novo.

Esse foi mais tranquilo, coloquei meus braços ao redor do pescoço dele e ele me segurou pela cintura, confesso que fiquei surpresa por ele não ter tentado nada, acho que não o conheço tão bem assim. Encerramos o beijo com alguns selinhos e sorrimos encostando nossas testas.

– Valeu a pena esperar viu! – ele disse me puxando pra uma das espreguiçadeiras que estavam na beira da piscina – Eita beijo gostoso do caralho! – eu ri alto, ele sentou com uma perna esticada na cadeira e a outra no chão e eu sentei na sua frente.

– O seu também não é ruim não, mas com a pratica pode ficar excelente! – ele riu alto e veio me beijar de novo, e ai eu lembrei que tava brava, coisa de Didy, fazer o que? – Não, não, não moço, agora eu que vou falar! – ele foi um pouco pra trás e me olhou com uma sobrancelha erguida – Se você ousar me trazer a outra festa e me largar pra dar papo pra piriguete, não vai adiantar vir com discurso de “tô com ciúme, sua bunda isso, os caras aquilo e blá, blá, blá” – eu disse engrossando a voz e ele riu – Que eu vou tocar o foda–se, entendeu Sr Igor Cavalari?

– Sim senhora! – eu ri alto – Só vou dar papo pra piriguete quando você não estiver comigo, beleza? – eu rosnei e ele riu me puxando pra mais um beijo.

Ficamos assim nesse climinha bom, trocando beijos e conversando, quando no nada aparece um Júlio meio transtornado.

– Puta que pariu, tá mais fácil achar um pastor aqui do que achar vocês! – ele sentou do nosso lado – Finamente vocês dois! Ai sim hein! – empurrei ele, rindo.

– Fala ai mano, fugiu da festa? – o Igor perguntou e o Júlio balançou a cabeça sem nos olhar – Fala logo caralho!

– Fiz uma merda daquelas. – ele tirou o boné e mexeu no cabelo – Beijei a Vanessa, mano, assim ó, do nada! – confesso que fiquei de boca aberta – E sabe o que é pior? Foi bom pra caralho! Só que ela é a mina do Pedro! – ele olhou pro Igor como que pedindo ajuda – Sou muito filho da puta!

– Ouw, ouw relaxa ai cuzão! – o Igor disse dando um tapa na cabeça dele e eles riram – Foi só um beijo, nada grave! E outra, o que eu tá feito, tá feito!

– É... – o Júlio me olhou como se ele só tivesse lembrado que eu tava ali agora – Cê tá certo, deixa essa fita pra lá! Deixa eu te mostrar um bagulho. – enquanto ele pegava o celular dele eu senti o meu vibrar, abri e era mensagem da Nessa.

Mensagem On

Nessa: Dy, onde você tá?

Dy: tô aqui fora, perto da piscina hehe vem pra cá e traz bebida

Nessa: Tô indo!

Mensagem off

Quando voltei minha atenção pros meninos o Igor balançava a cabeça indignado.

– Que foi? – perguntei pra eles, e nenhum deles respondeu – Ei, podem confiar em mim, ok?

– Nada não Dy! – o Júlio pegou o celular da mão do Igor, bloqueou a tela e enfiou o celular no bolso com pressa, seja o que for que ele queria esconder era ali que estava – Nada que você precise esquentar esse monte de cabelo ai!

– Cala a boca Julinho, só cala! – olhei e vi a Nessa vindo na nossa direção, o Igor me abraçou mais forte, eu dei um selinho nele levantei.

– Então eu voltei a ser Julinho? – o Júlio disse com uma cara engraçada e eu ri alto – Passou a raiva por eu ter impedido a troca desordenada de saliva entre vocês?

– Vai se foder Julinho! – eu disse rindo e fui ao encontro da Nessa.

Ela estava meio pálida e com uma cara meio perdida, assim que cheguei perto dela ela sorriu fraco.

– Dy, não tô me sentindo muito bem... – ela suspirou – Acho que quero ir embora!

– Eita Nessa, bebeu todas e tá morrendo? – perguntei zoando ela e ela riu alto.

– Ai, Dy, antes fosse! – sorri pra ela e fomos em direção aos meninos.

– Lindos, nós estamos querendo ir embora! – ela e o Júlio desviavam o olhar um do outro – Vou pedir um taxi e ai vocês ficam ai na festa!

– Ah tá que vocês vão embora sozinhas! – o Júlio disse levantando e o Igor levantou na sequencia – Bora lá dar tchau pro povo, essa festa já rendeu de mais! – ele disse e olhou pra Nessa de canto de olho... “Climão”.

Voltamos pra dentro da casa e o Júlio foi nos guiando, passamos pela “pista de dança” e fomos em direção a uma outra sala, tinha uns sofás e uma galera sentada conversando, alguns rostos eu conhecia por causa da Fanfest ou mesmo do Youtube. O Igor e o Júlio se aproximaram e começaram a se despedir e eu a Nessa ficamos um pouco mais de longe. De repente escutei o Júlio falar.

– Não Nah, relaxa, a gente pede taxi! – uma menina bem bonita, mas com cara de nojo se apoiava nele quase derretendo – Estamos em 4, seu carro só cabe 2!

– Ah mano, não seja por isso! – o Christian Figueiredo, se não em engano, falou – Tô num hotel perto, a gente leva as meninas.

– Então, vai o Júlio e a Nessa com a Nah e eu e a Dy com você Chris! – o Igor disse e a tal Nah revirou os olhos.

Escutei a Nessa sussurrar, acho que nem era pra eu ouvir “ah não, por favor, com o Júlio não!”.

– Nada disso Igor, vamos eu, a Maju, a Dani, você e o Jú no meu carro. – não tô gostando dessa menina, sei lá, não me cheira bem – E elas... – ela cuspiu as palavras, e eu tive uma vontade de espancar ela de leve – Vão com o Chris, Mítico e Muca, é só uma carona, relaxem bebes!

Vi de canto a Nessa bufar e revirar os olhos.

– Podíamos ter saído à francesa né Dy? – ela sussurrou pra mim e eu segurei o riso.

– Vamos fazer isso da próxima, prometo! – eu respondi baixinho e nós rimos.

De repente o Chris veio na nossa direção, que gracinha de moço viu! Da vontade de apertar!

 – Olha só, se não é a menina que eu pedi uma caneta emprestada e não me deu! – ele disse e a Nessa riu alto – Lembra de mim? – ele estendeu a mão pra ela apertar.

– Claro, é o Naldo, né? – ele ficou sem entender por um instante e depois riu.

– Pode me chamar de Christian! O Naldo fica pra outros momentos. – ele disse, rindo e ela riu também, eu boiei lindo – Vou levar as duas pro hotel, beleza? – assentimos com a cabeça.

Ficamos ali parados mais um pouco enquanto as pessoas se despediam, fiquei distraída observando o Igor de longe, quando senti um cutucão de leve, olhei pro lado e era o Thiago.

– E ai mina, beleza? – ele disse e deu uma piscadinha, eu ri alto.

– E ai moço, eu tô bem, e você? – olhei pro lado e o Igor observava, quase gargalhei quando lembrei que tinha falado do dele ontem.

– Eu tô melhor agora sabendo que vamos embora juntos! – eu ri sem graça – Na Fanfest você fugiu de mim, mas no carro da pra conversar né?

– Claro, adoro conversar! – nós rimos alto, ele era um amorzinho.

– Vamos? – o Chris veio com o Muca e fomos em direção aos carros.

Perdi os meninos de vista por todo o trajeto até o estacionamento, chegando lá foi como um “déja vu” da vinda, a mesma discussão pra saber quem vai aonde. Não consigo entender essa obsessão das pessoas para escolher o banco que vão sentar nos carros.

Enquanto isso acontecia, vi os meninos vindo junto com as “tais” que os levariam. O Igor vinha com o braço ao redor do pescoço da Maju, ele nem viu que eu tava olhando, juro que tentei ignorar, já o Júlio estava de braço dado com a Nah, ela tava com uma cara de que estupraria ele a qualquer momento e ele implorava socorro com o olhar, olhei pro lado e a Nessa assistia a cena com uma sobrancelha levantada. Quando finalmente ficou decidido onde cada um ia sentar (Nessa na frente com o Chris, eu, Muca e Thiago atrás) entramos no carro e saímos.

O trajeto foi divertido, os meninos eram uma piada!

O Mítico (que ainda prefiro chamar de Thiago, afinal que tipo de pessoa se chama mítico?) me falou sobre o canal dele e sobre todas as coisas legais que ele fazia lá. Do nada, literalmente, ele tira uma GoPro do bolso.

– Dy, você se importa se eu gravar? Eu sempre gravo a volta do rolê pro VM! – ele disse e sorriu fofo, eu sorri de volta mesmo sem ter a menor ideia de que VM significa.

– Por mim tudo bem, fica avont’s ai! – falei isso do mesmo jeito que ele tinha repetido mil vezes, ele riu alto.

– Esse é o espirito vida mítica, linda! – senti meu rosto esquentar, ele passou a mão na minha bochecha de leve e riu.

Ele começou a gravar e nós ficamos fazendo uma verdadeira farra no carro, de vez em quando eu olhava pra Nessa e o Chris conversando no banco da frente, pareciam bem entrosado, bonitinhos até. De repente ele virou a câmera pra eles.

– Nossa, esses dois aí hein, tão se fodendo pra gente! Fica aí mesmo Chris e moça do olhão azul, ignora a gente! O papo deve estar bom! – todo mundo riu alto da cara que a Nessa e o Chris fizeram, eles pareciam que iam derreter de vergonha.

– Que isso, parça! – o Chris disse e ele virou a câmera de novo pra nós.

Depois de um tempo gravando, ele se “despediu” literalmente da câmera e guardou, então voltamos a conversar.

– E você e o Igão, tão se pegando? – eu realmente não tava pronta pra esse tipo de pergunta.

– Ah, hum...  – ele deu uma risada alta.

– Eu já entendi! – eu ri sem graça.

– Se ele pisar na bola, e mesmo sendo meu amigo eu te garanto que ele vai... – senti um arrepio subir pela minha espinha – Me liga! – gargalhei com a cara que ele fez e isso foi bem na hora que chegamos ao hotel.

Me despedi dos meninos rindo alto, eles realmente eram boa companhia. Desci do carro e junto com a Nessa, entramos no hall do hotel. E lá estavam os dois bonitos com uma cara nada amigável, nem liguei afinal, quem tava abraçado com a Maju Trindade era ele e não eu.

Fomos pro elevador em silencio, se ele não se aproximar, eu também não vou!

– Nessa, que papo todo foi aquele entre você e o Chris? – perguntei e ela corou – Achei fofo, eu shippo hein! – rimos alto, o Igor desistiu de se fazer de difícil e me abraçou de lado e o Júlio ficou com uma cara de quem chupou limão.

– Ele é um fofo, Dy! Disse até que vai me dar exemplares dos livros dele! – ela disse, tão fofinha!

Descemos do elevador, a Nessa deu um beijo no rosto do Igor e do Júlio desejando boa noite e entrou no quarto. Assim que ela fechou a porta o Júlio virou pra mim.

– Dy, linda do meu coração! – ele sorriu torto e eu ri.

– Fala logo, o que você quer? – ele riu.

– Passa o celular da Vanessa ai! – eu ia questionar, mas ele me cortou – Não pergunta, só me passa o número. – revirei os olhos e dei o número – Brigado anã! – dei um abraço nele e ele entrou pro quarto.

Tirei meu salto e os segurei, e fiquei de pé igual um “dois de paus” esperando o bonito falar comigo.

– E ai, o Mitico foi boa companhia? – ele perguntou irônico, eu ri e o abracei, e como eu já estava sem sapato fiquei parecendo uma criança perto dele – Porque dava pra escutar a risada de vocês de lá da recepção!

– Ele é ótima companhia Igor... – ele respirou fundo, e eu olhei pra cima e sorri – Mas é a sua companhia que eu quero! – ele abaixou o rosto e me deu um selinho – Pra alguém que é “moleque piranha”, você é bem ciumento, você não acha? Você tem ciúme de todas assim?

– Dy, eu só tenho ciúme de quem é especial – ele me beijou, bem de leve, meu coração acelerou – Você tá desgraçando a minha cabeça! – ele disse serio e eu gargalhei.

– A reciproca é verdadeira Igor, acredite! – demos mais um beijo longo – Agora vou entrar, nos vemos no café!

O abracei, dei mais um beijo nele e entrei pro quarto suspirando e com o coração acelerado, encontrei a Nessa rindo bobo pra tela do celular.

– Ei, mensagem do Pedrinho? – ela me olhou e abaixou o olhar – Você quer me contar o que aconteceu? Por que o Júlio chegou surtado dizendo que tinha te beijado e que ele era um filho da puta, eu não entendi foi nada! – esperei pela resposta enquanto vestia meu pijama e começava a tirar minha maquiagem.

 – Ai Dy, eu tô me sentindo péssima! Ao mesmo tempo que eu gostei do beijo do Júlio, eu me odeio por ter "traído" o Pedro – ela fez aspas com os dedos.

– Pera ai, eu entendi direito?  Você gostou do beijo? – eita, Deus, para tudo! Acho que eles combinam! Ela ficou vermelha como uma pimenta e eu ri.

– Pois é! Só de pensar nele se aproximando e pegando minhas bochechas já me dá um frio na barriga! – terminei de tirar a make e fui no banheiro escovar os dentes – Mas vamos falar de DyGor! – eu gargalhei enquanto me deitava – E ai, como foi?

– Ah menina, eu só segui seu conselho! – rimos alto, espero que ninguém dos quartos vizinhos reclamem – Ele decidiu que ia ter um ataque de ciúme de mim então eu entreguei os pontos!

– Mas e ai, valeu a pena a espera? – ela perguntou rindo, e eu me senti como uma adolescente em uma festa do pijama – Porque vamos combinar, vocês embaçaram pra caramba, né?

– Valeu sim, e como valeu! – rimos alto, coloquei meu celular pra carregar na mesinha de cabeceira.

– Odeio pensar nisso, mas... – a Nessa disse pegando o cronograma do evento, por um momento tinha esquecido que estava aqui pra trabalhar.

– Mas precisamos trabalhar! – gargalhamos, peguei minha copia – Bom, aqui tá dizendo que temos que chegar lá na ExpoRio às 11h, a van oficial vai passar aqui às 10h.

– Vamos fazer assim, a gente levanta umas 7h, se arruma, toma café e já sai. Pode ser? – ela perguntou entre um bocejo e outro.

– Perfeito, só precisamos avisar os meninos! – peguei o celular e criei uma coisa que eu odeio: um “Grupo no Whatsapp”.

Grupo On

Dy: heey, sem putaria aqui ok? Criei só por preguiça de falar com um de cada vez ehhehe

Júlio: vai dormir Dy, pelo amor de Deus! Kkkkkk

Igor: Dy, Vem pra cá! Kkkkkk tá, parei

Nessa: Gente, é serio... todo mundo (fora o Igor, que tá cheio de má intenção com a Dy kkkk quer dormir... então bora direto ao assunto!

Dy: obrigada Nessa, por ser a voz da razão aqui kkkkk é o seguinte:
(foto do cronograma)

Nessa: Combinei com a Dy de acordar umas 7h, nos arrumar e descer tomar café. Por favor não se atrasem!

Júlio: Sim senhora!

Igor: Sim senhora! /RT

Dy: Bora dormir então cambada, boa noite!

Grupo off

Arrumei o despertador, bloqueei a tela do celular dei boa noite pra Nessa e apaguei.

POV Vanessa

Andamos o caminho todo rindo e fazendo piadinhas. Quando chegamos perto dos dois, eles estavam de mãos dadas. Que cena mais fofa! Sentamos do lado dos dois e fomos assistir ao pôr do sol.

– Gente, é sério! – olhamos para a Dy – Sem dúvidas esse pôr do sol é a coisa mais linda que existe! – ela disse com um sorriso bobo.

– Eu conheço uma mais bonita! – o Igor disse e a Didy sorriu. Esses dois ainda vai dar o que falar!

Fiquei sorrindo, olhando para o pôr do sol. O Júlio estava do meu lado esquerdo e eu percebi que ele estava olhando bastante pra mim. Ainda bem que não dava pra me ver direito, porque eu corei.

O silencio reinava, até que o Igor abriu a boca.

– Aê cuzão, tem festa no Japa hoje! – ele falou para o Júlio e eu bufei baixo.

– Júlio Cocielo, se você disser que vai destruir hoje, eu volto pra São Paulo e peço demissão! – eu disse e todo mundo riu. Mal sabiam eles que eu estava falando sério.

– Não, chatice, hoje eu tô de boa! – eu revirei os olhos e ele começou a me cutucar com o braço enquanto ria.

– Então Nessa, os meninos vão pra festinha, e nós? Vamos fazer o que? Por que eu me recuso a ficar trancada no hotel! – a Dy disse eu comecei a rir.

– Oxi mulher, vocês vão pra festa com a gente, né não Igão? – Igor confirmou rindo – Tá começando a escurecer, vamos embora?

Nos levantamos e eu dei uma espreguiçada básica. Do nada o Igor e o Júlio começaram a rir. Curiosa que sou, perguntei.

– Que foi Júlio?

– Nada não, chatice. – nós rimos e eu revirei os olhos. Ainda bem que ninguém viu!

Achei um amor o Igor e a Dy voltando de mãos dadas e conversando muito. Eu e o Júlio fomos lado a lado, mas não conversamos nada.

Entramos no hotel, subimos de elevador e eu já fui direto para o quarto. O Júlio fez o mesmo e quando ele foi abrir a porta do quarto dele, ele lançou um sorriso lindo pra mim. Que isso! Corei na mesma hora, mas sorri pra ele também. Fechei a porta e fui direto para o banheiro. Fiz minhas higienes e depois me joguei na cama. Alguns minutos depois a Dy apareceu, disse que ia tomar banho e eu continuei deitada. De repente meu celular começou a tocar. “Pedrinho”.

Ligação on

– Alô?

– Porra, que saudade da sua voz!

– Que isso, Pedro, a gente se viu hoje de manhã! – eu ri fraco.

– Cê tá muito longe de mim, ficar sem te beijar dá saudade. – eu realmente nunca vi o Pedro sendo tão gay assim! – Vou ter que ficar isolado em casa, minha mina tá viajando... – ele suspirou.

– Que isso, Pê, você pode ir pra onde quiser!

– Não, eu vou ficar largado e isolado aqui em casa assistindo Netflix, porque eu fui trocado pelo Júlio Cocielo! – ele disse num tom bravo.

– Tá doido Pedro, tô aqui a trabalho e ele já me deu trabalho demais pra falar a verdade.

– Que nada! – ele riu – Eu me garanto nessa porra!

– Idiota! – exclamei.

– Tô morrendo de saudade mesmo, viu? Segunda eu tô cedão lá no aeroporto pra te buscar.

– Tá bom, Pê. Tenho que desligar agora, meu bem! Beijo!

– Vai lá, amor. Te amo, viu? – ele disse e eu suspirei, não sei porque. Nem respondi e desliguei.

Ligação off

Fiquei viajando um pouco, até que a Dy saiu do banho.

– Que cara é essa, Nessa?

– Ai Dy! – eu me sentei na cama – Tava falando com o Pedro pelo telefone, mas tô me sentindo meio mal, sabe?

– Brigaram?

– Não, é que sei lá... – suspirei – Tô achando ele grudento demais, sabe? E eu não me sinto do mesmo jeito que ele, entende? Sei lá... Não tô sentindo uma coisa muito legal em relação a isso.

– Mas, Nessa, se você não sabe o que sente não é meio errado estar com ele?

– O problema é que eu gosto dele, Dy. Só que eu realmente não sei mesmo. Ele disse que me ama quando eu tava me despedindo e eu simplesmente desliguei na cara dele.

– Faz o seguinte, vai tomar um banho e ficar gata! Esquece esse menino por hoje, Nessa! – a Dy disse de uma forma engraçada e eu ri, me levantando.

Fiz o que ela disse. Tomei um banho maravilhoso e fui escolher alguma roupa pra festa. Vesti uma blusa azul de manga e com botões e amarrei a parte de baixo, o que ficou bem bonitinho, por sinal. Vesti um shorts de cós alto preto e nos pés, calcei um salto vermelho. Fui para o banheiro fazer minha maquiagem e fiquei por um bom tempo lá, afinal eu não conheço ninguém, então é bom causar uma boa impressão, né?

Enquanto eu fazia minha maquiagem, o Igor entrou no quarto. Ouvi umas risadas e ele perguntando onde eu estava.

– Tô quase pronta Igor, aguenta ai! – gritei do banheiro e ouvi eles rindo.

Terminei minha maquiagem e fiquei pensando no que fazer no cabelo. Peguei uma presilha na minha nécessaire e fiz um rabo de cavalo.

Ouvi uns gritos do Júlio e do Igor no quarto e de repente a Dy apareceu no banheiro, bufando.

– Amiga, pelo amor de Deus, eu tava quase ficando com o Igor e o Júlio entrou, foi enviado do céu essa praga! Eu não tô conseguindo mais ficar perto dele sem querer beijar! Me ajuda!

– Calma, Dy, respira! – tentei acalmá–la.

– O que eu faço, Nessa? – eu ri fraco pela situação e pensei um pouco no que falar.

– Se eu disser “faça o que seu coração mandar” o que você me diz?

– Não dá, isso aqui é trabalho! Sem contar que eu tô sentindo umas coisas diferentes por ele... Não quero isso, não ainda, não agora!

– Olha, Dy, se eu fosse você, eu me jogaria. Sabe por que? Porque nesse momento vocês não são “assessora e cliente”. Vocês são Igor e Didy!

– Ele vai me machucar! Olha pra ele, olha pra mim! Sou uma em 2 milhões...

– Para de besteira, Dy! Tá na cara que ele também quer algo com você!

– Essa é a questão, eu não queria ter algo com ninguém!

– Sabe o que cê faz? Deixa rolar. Quando o destino traça uma meta, ele vai fazer de tudo pra cumprir. Se for pra ser, será! – ela sorriu pra mim e eu sorri de volta.

– Sabe amiga, eu vou pra festa, vou descer até o chão e vou confiar no que você tá dizendo... O que tiver que ser vai ser! – ela me abraçou e a gente saiu do banheiro.

Os dois estavam deitados na cama da Didy. Quando aparecemos, eles levantaram de prontidão.

– Já que as bonitas tão prontas, acho que já dá pra ir, né? – o Júlio perguntou e a gente assentiu.

Peguei minha bolsa de mão que estava em cima da minha cama e fechamos o quarto. No elevador, fomos em silencio e eu percebi que o Igor olhava descaradamente para as pernas da Dy. Olhei de relance pro Júlio e ele olhava pra mim, mas fingi que não percebi. Que constrangedor!

Assim que chegamos no hall do hotel, o Igor disse que o tal Japa tinha mandado um táxi para buscar a gente. Ficamos esperando e o Júlio começou a falar.

– Aê, cuzão, você vai na frente e eu vou com elas atrás! – ele disse rindo.

– Não, deixa que eu vou na frente. Assim não amassa meu cabelo! – a Dy disse e o Igor riu alto.

– Nem fodendo! O cara vai ficar olhando tuas pernas! – Igor disse e ela revirou os. Comecei a rir com a situação e ele se virou pra mim – O mesmo serve pra você, viu o zóio azul! Vocês tão com o pai aqui!

– Falou aí, oh rei do Harém! – eu disse e ele e o Júlio riram – O Júlio vai na frente. Ele é mais alto e aí não fica com as pernas espremidas. – ele ameaçou falar mas ficou quieto. Apontei o dedo pra ele e dei um ponto final na história – E não se fala mais nisso! – ele fez cara de quem chupou limão mas aceitou.

O taxi chegou e ele foi todo estressadinho para o banco do passageiro.

– Isso mesmo, Júlio! – Igor disse e ele olhou com uma fúria que eu não aguentei e comecei a rir – Sem reclamar!

– Fazer o que, né. Se mulher bonita manda, a gente obedece! – ele disse e eu fiquei mega sem graça.

No final ele foi na frente e o Igor, a Didy e eu fomos atrás, nessa mesma ordem. O motorista falou que era um pouco longe e já me deu sono só de pensar.

Senti o Igor passar a mão pelo ombro da Dy e eu ri mentalmente, mas logo me estressei quando ele puxou meu cabelo.

– Solta meu cabelo, merda! – eu gritei e o Júlio riu alto.

Os dois pegaram os celulares e começaram a gravar snaps. Tava tocando “Olha a Onda” no rádio e a gente começou a cantar e a fazer a dancinha. Até o motorista entrou na brincadeira. Rimos alto a viagem inteira, até que chegou no destino e começou a guerra.

O Júlio e o Igor disseram que iam pagar, mas eu e a Dy não queríamos aceitar. Comecei a me estressar.

– Eu me recuso a aceitar que vocês paguem sozinhos. Aceita essa merda agora, Júlio! – eu resmungava, com uma nota de 20 reais na mão.

– Para de bancar de macho que a gente sabe que você odeia gastar, Júlio! Pega essa nota antes que eu enfie ela na sua garganta! – a Dy também estava com uma nota de 20 na mão.

– Chatas pra caralho, hein, mano? A volta vocês pagam! – ele entregou uma nota de 100 pro cara e eu bufei. Garoto teimoso e insuportável!

Descemos do táxi e vimos um segurança na porta da casa. Ele olhou pra mim e pra Dy de cima a baixo. Fiquei morta de vergonha.

– Boa noite! – que cara descarado! – Seus nomes?

– Júlio, Igor, Vanessa e Didy. – o Júlio respondeu e o cara começou a procurar na lista.

– Olha, Júlio e Igor estão aqui, mas elas...  – ele deu um sorrisinho de leve e eu percebi que o Igor e o Júlio ficaram irritados.

– Ô amigão, chama o Japa lá faz favor! – Igor falou irritado e o cara entrou.

– Vacilão você hein, Igor? Não avisou o maluco que a gente ia trazer elas? – Júlio disse meio debochado.

– E quando foi que teve lista pra entrar nas festas do Japa, hein viado? – os dois riram e ficaram pensando um pouco – O cara tá patrão agora!

Depois de uns cinco minutos o segurança veio e na sequencia estava um garoto meio japonês. Tá explicado o apelido.

– E ai seus viados! – eles se cumprimentaram e depois percebeu que eu e a Dy estávamos lá. Ele arregalou os olhos – Sério que ele barrou vocês? – morri de vergonha na hora e acho que a Dy também. Igor riu alto – Olha, a partir de agora elas se chamam Igor e Júlio, e vocês podem ir embora. Eu lá quero saber de cueca na minha festa!

– Abre teu olho japonês do caralho! – Júlio disse rindo e o tal Japa veio em nossa

– Senhoritas... – ele beijou minha mão e depois a da Dy. Começamos a rir muito. Eita, que vergonha! – Prazer, Mauro, mas podem me chamar de Japa. – ele passou o braço pela minha cintura e a da Dy  – Vamos?

Olhei para os meninos meio que pedindo um “me tira daqui” com o olhar e eles seguiram a gente. Assim que entramos na festa, ele se desvencilhou de nós e deixou a gente meio que sozinhas.

Olhei pro lado e o Júlio foi em direção a um garçom e quando olhei para a Dy, ela estava meio brava.

– O que houve, Dy?

– Veja você mesma! – ela apontou e eu vi ele rodeado de mulheres. Ri alto com aquilo e voltei minha visão pra ela – Esse é o cara que quer algo comigo! – ela bufou – Vamos dançar! – ela me puxou para onde a música tocava.

Ficamos dançando um pouco até que eu senti meu celular vibrar. Era mensagem do Pedro no Whatsapp.

Mensagem on

Pedrinho: (Foto dele com carinha triste)
           vi os snps do julho e do igor. Boa festa viu

Vanessa: kkkkkkkkkkkk que isso, Pedrinho? Não conheço ninguém aqui. Tá até entediante.

Comecei a andar pela festa, respondendo as mensagens dele.

Pedrinho: aham vc ta felz ai enqanto eu to bebendo pipoca e comendo garana ushaushaushuashuhauhsaksjaso

Mensagem off

Fiquei sem entender a mensagem dele, até que senti uma mão no meu braço. Me virei rápido pra ver. Júlio.

– Oxi, bebeu todas, é? – ele disse alto e eu ri de vergonha colocando a mão no rosto.

– Tava vendo umas mensagens aqui. – eu disse baixo, ainda pensando na mensagem louca que o Pedro me enviou.

– Nem percebi, né? Pensei que ia se fundir com a parede e ia sair destruindo tudo aí. – eu ri alto. Às vezes ele é engraçado – Cadê a Didy e o Igor? 

– Provavelmente tá com a língua dentro da boca dele. – eu respondi e ele riu – Me admira o fato de você não estar fazendo a mesma coisa. 

– Ah, mano, a gente tá aí disponível né? Só que ninguém quer. – ele disse meio rindo.

Na verdade eu sei muito bem o porquê de ele não estar pegando todas.

– Aham, admite que você ainda não esqueceu sua ex, Cocielo. É óbvio que se você já tivesse esquecido, já estaria aí pegando todas. 

– Porra, não sou esses caras não, mano! Tô suavão aqui! – eu revirei os olhos – Aliás, eu já tô shippando o Igor e a Dy.

– Credo, Júlio, isso ficou tão gay saindo da sua boca! – eu ri. 

– Aí, amiga, vai me dizer que você não shippa Dygor? – ele fez uma voz de gay e eu ri alto. Ele deu um sorrisinho de canto muito fofo.

Fiquei distraída olhando a festa e me perguntando onde a Dy estava. De repente olhei pro Júlio e ele estava meio pálido e com os olhos arregalados, vidrados no celular. Ri com aquilo.

– Você precisava ver sua cara agora! – eu disse rindo. 

– É, vi um negócio meio chocante aqui. – ele respondeu simples.

Ele continuou a mexer no celular e eu me virei de novo, vendo todo mundo dançando, até que uma moça veio em minha direção com os braços abertos e rindo. Arregalei os olhos e senti ela me abraçando.

– Mano, o Júlio realmente não merece uma assessora tão linda quanto você! – a garota disse e eu fiquei vermelha.

– Ele precisa é entrar nos eixos! – eu disse sorrindo, um pouco sem graça.

– Caraca, seu cabelo é lindo! Seu nome é? 

– Vanessa e o seu? – eu sorri. 

– Kéfera! Vai me ver muito com o Júlio por aí! Aliás, eu queria muito gravar com ele, mas os horários não batem. Cê podia marcar pra gente né? Minha assessora não é muito boa pra essas coisas.

– Claro que marco! – eu respondi sorrindo – É só a gente chegar em São Paulo e olhar as duas agendas! – olhei pro Júlio de relance e ele estava me encarando. Ri sem graça.

– Ótimo! O público adora a gente juntos!

– Eu faço ideia! – eu disse rindo.

– Nossa, sério, eu tô apaixonada mesmo no seu cabelo! Quais produtos você usa?

– Eu amo a coleção da Pantene. – eu soltei o cabelo pra ela ver e ela passou as mãos nele – O cheiro é uma delícia! 

– Também amo o cheiro dos produtos da Pantene mas eles não se dão bem com o meu cabelo.

– Aaah... – fiz cara triste.

– Bom, deixa eu dar uma volta! Meu índio deve estar me esperando! – ela riu fraco e eu fiquei sem entender. Me despedi com um aceno e ela saiu.

Olhei para o Júlio e ele estava completamente no mundo da lua. Comecei a dar pulinhos na frente dele e ele acordou.

– Eita, porra, que isso! – ele disse de uma maneira engraçada.

– Dormiu? Eu hein! – eu exclamei, sorrindo. Ele deu um sorriso pra mim e eu corei. Acho que não tô acostumada com ele sorrindo pra mim. Sem contar que o sorriso dele é uma graça.

Ele continuava a sorrir e a pensar em algo que eu não sei. Gente, que isso? Júlio Cocielo é uma gracinha. Pena que é meio insuportável, mas todo mundo tem um defeito. Ri com meus pensamentos e me assustei quando ele pegou minhas bochechas com as mãos. Senti um calafrio percorrer meu corpo, mas aquilo me deu uma sensação boa. Ele riu e de repente senti os lábios dele tocando os meus. ELE ME BEIJOU! Eu não sei o porquê, mas me entreguei. Aquilo me fez bem. Coloquei minha mão na nuca dele e passei a mesma pelos seus cabelos. Cabelo macio, por sinal. De repente ele começou a me levar para a parede e foi aí que o beijo ficou mais intenso. Nossas línguas se entrelaçaram como se já se conhecessem. E foi quando nos separamos com alguns selinhos que a ficha caiu. Tinha uma coisa muito errada acontecendo ali.

Olhei pra ele estática, pensando na merda que eu fiz.

– Por que você fez isso, Júlio? Cê tá louco? – olhei pra ele com indignação e ele arregalou os olhos – Júlio, eu tô com o Pedro! Eu não posso fazer isso com ele! – coloquei as mãos na cabeça, sem acreditar. Eu não acredito que trai o meu melhor amigo!

Fiquei olhando para o chão, me sentindo péssima. Ele continuou parado na minha frente, também com as mãos na cabeça e pensando.

– Júlio, isso tá muito errado! Eu tô me sentindo muito mal pelo Pedro. – suspirei.

Na mesma hora ele sussurrou algo que eu não entendi. Perguntei um “o que?”, mas ele ficou quieto. Do nada ele olhou pra mim e saiu, me deixando lá sozinha. Procurei um lugar para me sentar e arejar a cabeça.

Decidi mandar uma mensagem pra Dy. Só ela podia me ajudar a sair dali.

Mensagem on

Vanessa: Dy, onde vc tá?

Dy: Tô aqui fora, perto da piscina hehe vem pra cá e traz bebida

Vanessa: Tô indo!

Mensagem off

Me levantei rápido e fui procurar onde ficava a piscina. Esbarrei em uma menina que estava dançando e perguntei.

– Fica ali, linda! – ela apontou pra uma porta e continuou a dançar.

Apertei o passo e assim que passei pela porta, encontrei a Dy deitada numa espreguiçadeira, com o Igor dando um abraço e um SELINHO nela. Meu Deus, eu tô muito perdida. E, infelizmente, o Júlio estava junto. Balancei a cabeça tentando não me importar com a presença dele ali e continuei a andar em direção a eles. Assim que a Dy me viu, ela se levantou, vindo até mim.

– Dy, não tô me sentindo muito bem... – respirei fundo – Acho que quero ir embora!

– Eita Nessa, bebeu todas e tá morrendo? – ela disse e eu ri alto.

– Ai, Dy, antes fosse! – eu ri fraco, colocando a mão na testa.

Ela sorriu pra mim e fomos na direção dos meninos. Tentei ao máximo evitar olhar pro Júlio. Depois daquilo, só de pensar no nome dele já me dava um frio na barriga.

– Lindos, nós estamos querendo ir embora! Vou pedir um taxi e aí vocês ficam ai na festa!

– Ah tá que vocês vão embora sozinhas! – o Júlio disse levantando e o Igor levantou em seguida – Bora lá dar tchau pro povo, essa festa já rendeu demais! – ele disse e olhou pra mim de relance. Gelei.

Fomos seguindo os dois pra dentro da casa. Eles entraram numa espécie de sala, onde tinha uma galera conversando bastante. Eu e a Dy nos afastamos enquanto eles se despediam. Com a distância, não dava pra ouvir muita coisa, até que o Júlio falou alto pra uma das meninas, que reconheci ser aquela que perguntei sobre a piscina.

– Não Nah, relaxa, a gente pede taxi! – ela tava se escorando nele. Querida?? – Estamos em 4, seu carro só cabe 2!

– Ah mano, não seja por isso! – aquele menino que veio falar comigo na Fanfest falou – Tô num hotel perto, a gente lava as meninas.

– Então, vai o Júlio e a Nessa com a Nah e eu e a Dy com você Chris! – o Igor disse

Ah, não, por favor, com o Júlio não! – sussurrei pra mim mesma.

– Nada disso Igor, vamos eu, a Maju, a Dani, você e o Jú no meu carro. – que voz chata e insuportável. Não tô gostando disso! – E elas... – ela virou o pescoço pra gente, como se fossemos insignificantes. ela cuspiu as palavras, e eu tive uma vontade de espancar ela de leve – Vão com o Chris, Mítico e Muca, é só uma carona, relaxem bebes! – bufei e revirei os olhos involuntariamente.

– Podíamos ter saído à francesa né Dy? – eu sussurrei pra Dy e ela quase riu.

– Vamos fazer isso da próxima, prometo! – ela respondeu baixinho e nós rimos.

Do nada o tal garoto da Fanfest veio na nossa direção.

– Olha só, se não é a menina que eu pedi uma caneta emprestada e não me deu! – ele disse e eu ri alto – Lembra de mim? – ele estendeu a mão pra eu apertar.

– Claro, é o Naldo, né? – ele ficou sem entender por um instante e depois riu.

– Pode me chamar de Christian! O Naldo fica pra outros momentos. – ele disse, rindo de canto e eu também ri – Vou levar as duas pro hotel, beleza? – assentimos com a cabeça.

Ficamos aguardando mais um pouco, até que um cara veio conversar com a Dy. Acho que eles já se conheciam, porque estavam rindo bastante. Logo em seguida veio o tal Muca que iria com a gente e, então, seguimos caminho ao estacionamento.

Quando chegamos perto de um carro preto, me dei conta de que deixamos os meninos pra trás. Olhei de relance pra porta da casa e vi uma cena ridícula: a tal Nah de braço dado com o Júlio. O estranho é que quando ele viu que eu percebi, ele ficou com uma cara de assustado. Eu tô me importando com isso por quê?

Nesse meio tempo, nem prestei atenção que eles estavam discutindo aonde sentar. Já vi isso antes! Ri com meus pensamentos, até que fui despertada dos pensamentos por uma cutucada.

– Vem na frente comigo? – o Chris me chamou, com um sorriso muito fofo.

– Vou sim! – sorri de volta e pude ver um sorrisinho saliente nos lábios da Dy. Acho que corei.

Olhei pra trás de novo, pra dar uma espiada nos meninos e eles estavam no maior papo com as pirig... com as meninas. E a tal Nah pegando as mãos do Júlio e se jogando pra cima dele. Que menina assanhada!

Entrei no carro, coloquei o cinto e ficamos esperando o Muca se despedir de um dos meninos. Assim que ele terminou, o Christian deu a partida. O Thiago e a Dy estavam no maior papo e o Muca estava no celular. Resolvi pegar o meu pra verificar se tinha alguma mensagem do Pedro, mas não tinha nenhuma. Do nada o Christian me cutucou, rindo.

– Você tem um mapa?

– Só no celular, por quê?

– Ah não, mano! Você estragou a cantada! – ele riu e eu fiquei sem entender.

– Cê tá realmente usando seu estoque de cantadas né, Arnaldo? – eu disse, rindo.

– Só pra ver se eu consigo pelo menos saber seu nome. – ele respondeu sério.

– Pergunta então, uê!

– Mas primeiro eu queria saber se você tem um mapa. – ele insistiu.

– Tá bom, tá bom! – eu respondi, rindo – Não tenho não, Arnaldo! Por que?

– Porque eu me perdi no brilho dos seus olhos!

– Olha, esse ai foi boa, hein? – comecei a aplaudir baixinho e ele riu.

– Opa, agora posso saber seu nome, então?

– É Vanessa! – ri sem graça.

– Nossa, eu pensei que fosse beleza, porque você tá de parabéns! – ele aplaudiu quando paramos num sinal e eu comecei a rir com as piadas dele.

– Nossa, esses dois aí hein, tão se fodendo pra gente! – o cara que estava com a Dy falou, apontando uma camerazinha pra mim e pro Chris – Fica aí mesmo Chris e moça do olhão azul, ignora a gente! O papo deve estar bom! – ele continuou a falar e eu ri alto.

– Que isso, parça! – Christian riu sem graça.

A Dy e o cara voltaram a conversar e eu e o Chris também. Ele era legal, de verdade. Ele disse que tem um canal chamado Eu Fico Loko e que já lançou livros contando um pouco sobre a vida e os bastidores. Eu ri com aquilo, mas ele disse que ia me presentear com os dois exemplares. Fiquei sem graça de aceitar, mas ele insistiu então não pensei duas vezes.

Com a conversa fluindo com o Christian, a volta foi muito rápida. Descemos do carro e nos despedimos.

– Valeu por trazer a gente, Chris! – sorri pra ele, que se prontificou em me abraçar.

– Agora você pode me chamar só de Naldo, porque depois desse sorriso eu realmente perdi o Ar! – ele falou ainda me abraçando e eu ri no ouvido dele. Espero que ele não tenha ficado surdo!

– Até mais, Christian! – me despedi com um tchau e ele sorriu.

Me despedi dos outros dois e então eu e a Dy entramos no hall do hotel, encontrando o Júlio e o Igor sentados na recepção, ambos com cara de quem comeu e não gostou. Fomos pro elevador em silêncio, até que a Dy o quebrou.

– Nessa, que papo todo foi aquele entre você e o Chris? – ela perguntou e eu corei – Achei fofo, eu shippo hein! – rimos alto e o Igor abraçou ela de lado. Júlio continuou com cara feia.

– Ele é um fofo, Dy! Disse até que vai me dar exemplares dos livros dele. – eu disse sorrindo.

Quando o elevador chegou no nosso andar, andamos até as portas. Dei um beijo na bochecha do Igor e quando me virei, vi o Júlio olhando pra mim fazendo biquinho. Sorri com aquilo e dei um beijo na bochecha dele também. Acenei pra Dy e entrei no quarto.

A primeira coisa que fiz foi dar um suspiro. Essa noite foi bem louca! Ainda não tinha caído a ficha que o Júlio tinha me beijado. Que maldito frio na barriga que me atinge só de pensar... Isso tá tão errado!

Peguei meu pijama na mala e troquei de roupa. Tirei a maquiagem, escovei os dentes e me deitei na cama. Peguei o celular e tinha uma mensagem de um numero desconhecido.

Mensagem on

Número Desconhecido: Acho que foi estranho o que rolou hj... Mas foi um estranho bom, nem sei explicar. Foi mal... Até amanha Nessinha.

Júlio.

Vanessa: Ai, Júlio... Realmente foi estranho e ainda tô me sentindo mal pelo Pedro... Mas foi um estranho bom, não precisa se desculpar! Até amanhã, Ju :)

Mensagem off

Eu não queria ficar mal com ele, até porque acima de tudo ele é meu cliente. Acho que só aconteceu. Eu me entreguei, ele se entregou. Foi coisa do momento, eu acho. Por que eu tô sorrindo lembrando do momento e com essa mensagem? Ai meu Deus!

De repente a Dy entrou no quarto.

– Ei, mensagem do Pedrinho? – olhei pra ela e bateu uma bad– Você quer me contar o que aconteceu? Por que o Júlio chegou surtado dizendo que tinha te beijado e que ele era um filho da puta, eu não entendi foi nada! – Dy me bombardeou com perguntas enquanto trocava de roupa e tirava a maquiagem.

 – Ai Dy, eu tô me sentindo péssima! Ao mesmo tempo que eu gostei do beijo do Júlio, eu me odeio por ter "traído" o Pedro – fiz aspas com os dedos.

– Pera ai, eu entendi direito?  Você gostou do beijo? – foi ai que me dei conta do que falei. Corei na mesma hora enquanto ela ria.

– Pois é! só de pensar nele se aproximando e pegando minhas bochechas já me dá um frio na barriga! – viajei, lembrando do momento. A Dy terminou de tirar a maquiagem e foi ao banheiro – Mas vamos falar de DyGor! – falei rindo, assim que ela voltou – E ai, como foi?

– Ah menina, eu só segui seu conselho! – rimos alto – Ele decidiu que ia ter um ataque de ciúme de mim então eu entreguei os pontos!

– Mas e ai, valeu a pena a espera? – eu perguntei rindo – Porque vamos combinar, vocês embaçaram pra caramba, né?

– Valeu sim, e como valeu! – rimos alto enquanto a Dy colocava o celular dela pra carregar.

E foi ai que eu me lembrei que tínhamos que trabalhar amanhã.

– Odeio pensar nisso, mas... – eu disse, pegando o cronograma do evento.

– Mas precisamos trabalhar! – rimos e ela pegou a cópia dela – Bom, aqui tá dizendo que temos que chegar lá na ExpoRio às 11h, e a van oficial vai passar aqui às 10h.

– Vamos fazer assim, a gente levanta umas 7h, se arruma, toma café e já sai. Pode ser? – eu perguntei enquanto bocejava. Que sono!

– Perfeito, só precisamos avisar os meninos! – ela pegou o celular e disse que ia criar um grupo no Whatsapp.

Grupo On

Dy: heey, sem putaria aqui ok? Criei só por preguiça de falar com um de cada vez ehhehe

Júlio: vai dormir Dy, pelo amor de Deus! Kkkkkk

Igor: Vem pra cá! Kkkkkk tá, parei

Vanessa: Gente, é serio... todo mundo (fora o Igor, que tá cheio de má intenção com a Dy kkkk quer dormir... então bora direto ao assunto!

Dy: obrigada Nessa, por ser a voz da razão aqui kkkkk é o seguinte:
(foto do cronograma)

Vanessa: Combinei com a Dy de acordar umas 7h, nos arrumar e descer tomar café. Por favor não se atrasem!

Júlio: Sim senhora!

Igor: Sim senhora! /RT

Dy: Bora dormir então cambada, boa noite!

Grupo off

Fiquei rindo sozinha lendo as respostas deles. Virei para o canto e entrei na mensagem do Júlio e fiquei sorrindo que nem boba. Chegou uma notificação do Twitter dele (pois é, tive que seguir e ligas as notificações) e eu abri para ver.

e na hora que eu te beijei, foi melhor que eu imaginei
se eu soubesse tinha feito antes

Meu coração deu um leve mortal pra trás, ainda mais depois que vi que o Pedro tinha retuitado os twittes. Merda!

– Boa noite, Nessa! – ouvi a Dy se despedir para dormir.

– Boa noite, Dy! Dorme bem!

Respirei fundo, bloqueei o celular e fui dormir.


Notas Finais


Eita que só temos uma coisa pra falar: essa viagem no Rio vai render!
Como sempre, não se esqueçam de deixar aquela opinião aí embaixo heheh Amamos ler tudo o que vocês comentam!
Um beijo, Vanessa e Dy <3


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