1. Spirit Fanfics >
  2. Diário de uma fã >
  3. Capítulo um

História Diário de uma fã - Capítulo um


Escrita por: myprinceshawn

Capítulo 1 - Capítulo um


O despertador em cima do criado mudo tocava pela terceira vez. Bati a mão derrubando-o novamente no chão. Já era o segundo que eu comprava naquele mês. Abri os olhos sem a menor vontade de levantar e olhei as horas no relógio da parede, enquanto tentava bloquear com a mão os raios de sol que escapavam pela janela entreaberta. Eram seis e quarenta e cinco, estava atrasada.

Cambaleei até o banheiro. Uma garota de longos cabelos negros desgrenhados e olhos pequenos fez uma careta para mim no espelho.

— Bom dia, você está péssima. — Disse para a imagem refletida. Tomei banho às pressas e sai molhando todo o chão do quarto enquanto vestia o uniforme da escola. Consegui prender o cabelo em um rabo de cavalo, peguei a mochila e desci as escadas correndo. Na geladeira encontrei um bilhete da minha mãe.

"Luiza, não volto para almoçar. Tem comida congelada na geladeira"

— Ótimo — Murmurei. Odiava comida congelada, mas ainda assim conseguia ser melhor que a da minha mãe. Peguei uma maçã e saí de casa, recolhendo as correspondências na caixa do correio e guardando-as na mochila.

— Bom dia, Sr. Antônio! — Disse para o vizinho que estava varrendo o quintal.

— Bom dia, Luiza. Atrasada hoje?

— Sim, perdi a hora de novo. Até mais tarde.

— Até mais, boa aula.

— Obrigada. — Respondi apesar de ter certeza que ele não podia mais ouvir.

A escola ficava a cinco quarteirões da minha casa, se eu andasse depressa talvez conseguisse chegar a tempo. As ruas estavam movimentadas como uma típica manhã de quarta-feira, as pessoas saíam de suas casas apressadas para mais um dia de trabalho, e poucas te notavam passando por elas.

— Que droga! — Pensei em voz alta. O portão da escola estava fechado, o único jeito agora era entrar pelo outro lado, que ficava em frente a diretoria. Era a emboscada perfeita.

Parei no portão observando. Me surpreendi ao ver que a porta da direção estava fechada. Entrei rapidamente, indo para minha sala sem que ninguém me visse.

Era aula de História, e o professor estava fazendo a chamada.

— Com licença, professor.

— Isso são horas. Srta. Villar?

— Desculpa, Sr. Bortolotto.

— Só poderá entrar na minha aula com autorização da diretora. — Saí bufando. Eu detestava aquele professor, nunca conheci alguém tão insuportável. Com exceção, talvez, do meu irmão.

A diretora estava entrando na sala quando eu cheguei.

— O que houve, Srta. Villar?

— Cheguei atrasada.

— Outra vez, Luiza? Assim fica difícil te ajudar. — A acompanhei até dentro da sala, me sentando na cadeira em frente à mesa. — Já é a segunda vez nessa semana que a senhorita chega atrasada, se isso continuar vou ter que comunicar aos seus pais.

Precisava arrumar uma desculpa rápido, ou meus planos para o fim de semana estariam estragados. Minha mãe era muito rígida com os estudos, ela trabalhava o dia inteiro em um escritório de advocacia, e não ficaria nada contente em ter que deixar o trabalho para uma visita forçada na escola.

— Sinto muito, Sra. Sanchez, estou tendo problemas com meu despertador. — Não era totalmente mentira.

— Seu irmão chegou no horário. — Ela me lançou um olhar por cima dos óculos quadrados, enquanto revirava alguns papeis em cima da mesa. Não pude deixar de reparar que ela parecia péssima. Ainda estávamos no começo da manhã e ela já demonstrava sinais de cansaço.

— Frederico não me acordaria nem se eu implorasse. — Isso também era verdade. Se dependesse do meu irmão para subir as escadas e me acordar, eu nunca iria para a escola. — Por favor, Sra. Sanchez, eu prometo não chegar mais atrasada.

Ela respirou fundo e me encarou, avaliando se deveria ou não me liberar. Cruzei os dedos embaixo da mesa.

— Tudo bem, Srta. Villar. Dessa vez passa, porque eu tenho outras coisas para resolver. Mas da próxima vez a senhorita só vai assistir as aulas com a presença dos seus pais.

— Obrigada. — Sorri aliviada.

Recebi novamente um olhar de desprezo do senhor Bortolotto quando interrompi a aula dele pela segunda vez. Rapidamente entreguei a autorização e fui me sentar atrás de Julia.

Retirei o caderno da mochila e comecei a verificar as correspondências. Infelizmente não havia nada para mim. Estava ansiosa para receber a carta do grupo de intercâmbio, há pouco tempo eu havia feito o teste e a nota dele indicaria para onde iria. Para mim, qualquer lugar da Europa seria ótimo, mas eu tinha um fascínio por Londres, eu adorava tudo naquela cidade, mesmo sem nunca ter conhecido.

— O que a diretora te disse? — Julia me perguntou ao se virar para trás. Julia era minha amiga desde o primário, quando ela se mudou de Vancouver para cá. Desde então ela era praticamente a única amiga que eu tinha e em quem eu confiava.

— Ela queria chamar minha mãe.

— E o que você disse?

— Disse que não chegaria mais atrasada, e ela concordou. — Dei de ombros.

— A minha aula está atrapalhando a sua conversa, Srta. Villar? — Perguntou o Sr. Bortolotto.

— Desculpa, professor. — Irritante! Acrescentei mentalmente.

Peguei um pedaço de papel e escrevi um bilhete para Julia.

"Já está tudo certo para o show de sábado, falei com o meu pai e vamos ficar na casa dele"

Há mais de um mês eu estava esperando esse show de sábado, o show do Shawn Mendes, o meu ídolo.

Eu me lembro a primeira vez que o vi. Era uma noite de outono como qualquer outra, e o destino me reservava uma surpresa. Eu nunca fui muito de sair de casa, nem o tipo de garota popular que arranca suspiros de todos os meninos. Sou mais do tipo introvertida, que costuma ficar de canto, tem dificuldades para fazer amigos e faz de tudo para passar despercebida. Mas naquela noite eu resolvi sair, e arrastei Julia até o show de um garoto que eu não conhecia direito. Alguma coisa me dizia para ir.

O show estava atrasado, e Julia queria ir embora, insisti para que ela ficasse, e vendo que seria inútil discutir, ela concordou. Pouco tempo se passou até que as luzes se apagassem dando início ao show. Naquela hora eu pude ouvir uma voz, que pensei ter vindo do céu, pois tocou lá no fundo da alma. A cada frase que essa voz dizia, eu arrepiava. Mal sabia eu que o que aconteceria a seguir mudaria minha vida para sempre. Foi quando um garoto, com seus olhos profundos e sorriso brilhante, entrou no palco e eu senti meu coração dar um solavanco. Sua beleza era quase irreal, e seu sorriso iluminou toda a plateia. E no primeiro momento em que o timbre da sua voz e o acorde do seu violão chegaram até os meus ouvidos, tudo ao meu redor desapareceu num passe de mágica, e restávamos apenas eu e aquele garoto.

Eu fiquei completamente hipnotizada por cada fala, por cada gesto dele. Nunca acreditei em amor à primeira vista, mas em segundos ele havia contrariado tudo que eu achava que era certo, tudo que eu achava que era racional. As minhas pernas tremiam e meu coração palpitava, e algo que nunca havia imaginado sentir invadiu o meu peito. Aquele garoto sem esforço algum havia roubado o meu coração naquele momento, e eu soube que seria dele eternamente.

Eu não lutei contra aquela força que me puxava em sua direção, e nem contra a vontade de nunca mais perdê-lo de vista. Essa força era muito mais forte do que eu, era uma força sobre humana. Eu resolvi me entregar sem reclamar, não adiantava fugir, era como se fosse algo predestinado, e Deus o tivesse colocado ali na minha frente para me fazer feliz, e me fazer acreditar e lutar pelos meus sonhos. Eu senti que não poderia mais viver sem aquele garoto, eu precisava tê-lo cada vez mais perto, então eu o guardei em um lugar onde ninguém poderia tirar, um lugar só meu, eu o guardei dentro de mim.

Desde aquele dia, aquele garoto tem feito parte da minha vida, e tem sido uma das melhores coisas que me aconteceu. E sábado seria o dia em que eu poderia revê-lo, e eu depositava todas as minhas esperanças que dessa vez eu poderia abraçá-lo e dizer tudo que ele significava para mim.

O show seria em Oshawa, onde meu pai morava. E eu já havia pensado e programado cada minuto do meu final de semana, se tudo desse certo eu finalmente o veria, e esses quase dois anos de espera teriam fim.

Julia me devolveu o bilhete por baixo da carteira.

"Não vai dar para eu ir, minha mãe não deixou mais"

"Por quê? Como assim ela não deixou? É o Shawn! Estamos esperando isso há meses! "

Estava aflita. Me incomodava o fato de nossos pais não compreenderem o quanto Shawn era importante, e o quanto esse show significava para nós.

"Ela só disse que não posso ficar viajando sozinha. Eu sei, eu também quero ir"

"Por favor, vê se consegue convencer ela até sexta"

Julia não me devolveu o bilhete, apenas virou para trás e assentiu com a cabeça.


Notas Finais


Eu escrevi essa história originalmente como do Luan Santana, mas eu estou tentando adaptar ela para o Shawn, espero que vocês gostem. <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...