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História Diário de uma fã - Capítulo doze


Escrita por: myprinceshawn

Capítulo 12 - Capítulo doze


Ficamos por um bom tempo ali embaixo daquela árvore, conversando sobre nossos planos para o futuro. Shawn falava da carreira, falava sobre os fãs, e que se sentia imensamente grato a eles por tudo que estava acontecendo na sua vida. Eu senti uma onda de felicidade ao ouvir tudo aquilo, como toda fã eu me sinto responsável pelo sonho do meu ídolo, e saber que eu faço parte da sua história e que sou um dos principais motivos da sua felicidade é maravilhoso. E não há palavra nenhuma, de vocabulário algum, que possa descrever essa sensação. O sol já estava fraco quando arrumamos as coisas, levamos o quadriciclo de volta ao celeiro e caminhamos de volta para a casa, nos sentamos na beira da grande piscina que havia ao lado. Shawn tirou o tênis, dobrou a calça e colocou os pés dentro da água, enquanto eu apenas sentei com as pernas cruzadas.

— Tecnicamente eu não te perguntei se você tem namorado. – Ele disse pensativo.

— Eu não estaria aqui se tivesse. – Dei com os ombros. Ele levantou uma das sobrancelhas e eu corrigi rapidamente. – Eu não teria... você sabe...

Ele assentiu, sorrindo.

— Mas você já namorou?

— Sim, uma vez.

— Namorou quanto tempo?

— Dois anos.

— Bastante tempo. Já tive um relacionamento que durou esse período também.

— Eu achei que não duraria tanto, mas nos dávamos bem, ele era muito bom comigo.

— E terminaram por quê?

— O pai dele foi transferido, e ele teve que mudar de cidade.

— Entendi. E você sente falta dele? – Não estava me sentindo totalmente à vontade com aquelas perguntas sobre Matheus, mas gostava da curiosidade de Shawn.

— Não mais. E o seu relacionamento terminou pelo que?

— Não deu certo. – Ele deu com os ombros, sendo um pouco vago com o assunto.

— Acho que ninguém aguentou a sua chatice. – Disse tentando quebrar a tensão.

— Eu sou chato? – Ele perguntou levantando uma das sobrancelhas novamente. Adorava quando ele fazia isso.

— Eu não queria dizer, mas já que você insiste… – Disse irônica.

— Ah é? Então você vai ver a minha chatice agora. – Ele disse se levantando. Me levantei também, tropeçando no tênis dele e saí correndo pela borda da piscina, enquanto ele tirava o celular do bolso e colocava em cima de uma cadeira de praia e saia atrás de mim. Tentei correr dele, mas ele me pegou, me agarrando por trás.

— Não Shawn, me solta! – Protestei. Mas ele apenas ria.

— Não, eu sou chato. – Ele disse se divertindo com a situação, e passou o braço pelas minhas pernas, me pegando no colo.

— Shawn Peter Raul Mendes, me coloca no chão!

— Não. Eu sou chato, não sou? – Ele ameaçou me jogar na piscina.

— Não, você é muito legal, agora me solta!

— Agora é tarde! – Ele disse rindo. E me jogou na piscina. Enquanto ele me soltava, segurei a camiseta dele com força, o puxando junto comigo para dentro da água. Não soltei a camiseta de Shawn até retomarmos para a superfície.

— Você é louca! – Ele disse assim que eu o soltei.

— Eu louca? Olha quem está falando! – Nós dois rimos, enquanto eu o observava achando engraçado o jeito como o cabelo dele molhado caía sobre a testa. Estava na ponta do pé, pois a água batia no meu ombro. Percebendo isso, Shawn me puxou, colocando meus pés em cima dos dele. Me segurei nos seus braços e inclinei a cabeça para trás, percebendo a pouca distância dos nossos lábios. Olhei dentro dos seus olhos, e senti a parte louca, descontrolada e involuntária do meu corpo batendo descompassadamente. As reações do meu coração toda vez que eu me aproximava do Shawn estava começando a me deixar envergonhada. Shawn tirou uma mecha do meu cabelo que estava grudada no meu rosto, e se aproximou lentamente. A parte louca dentro de mim batia ainda mais descontroladamente, me deixando quase sem ar. Senti minhas bochechas queimarem, estava envergonhada, pois tinha certeza que ele podia ouvir as batidas do meu coração, e ver o quanto eu estava arrepiada pela proximidade. Virei o rosto tentando esconder a vergonha, Shawn pegou no meu queixo virando meu rosto de volta delicadamente. E então senti seus lábios nos meus, e nada mais pareceu importar. Nem as batidas do meu coração, que agora parecia ainda mais descontrolado, nem a vergonha, muito menos o medo. Tudo parecia insignificante demais, perto de tudo que eu sentia naquele momento. Nos afastamos bruscamente assim que ouvimos um barulho vindo da casa, e eu escorreguei dos pés do Shawn. Então percebemos que dona Maria havia saído da casa e estava nos chamando. Shawn afundou na piscina, me puxando junto com ele. Fiquei olhando sem entender nada, e ele apenas levou o dedo indicador nos lábios, como sinal de silêncio. Assenti, desejando poder voltar para a superfície o quanto antes, pois não conseguia prender o ar por muito tempo. Após alguns segundos Shawn me puxou de volta. Dona Maria não estava mais lá, provavelmente havia voltado para dentro da casa.

— Por que você fez isso? – Quis saber.

— Acho que ela não ia gostar de termos entrado na piscina de roupa e tudo.

— Faz sentido. – Fiz uma careta. Saímos da piscina e entramos sorrateiramente na casa, com medo da dona Maria nos pegar molhando todo o chão. Assim que Shawn fechou a porta do quarto, caímos na gargalhada.

— Ela vai matar a gente. – Ele comentou.

— Meu tênis está encharcado. O que a gente faz agora?

— A gente toma banho e finge que nada aconteceu. – Eu ri enquanto ele pegava duas toalhas no guarda-roupa, e me passava uma delas. – Pode ir primeiro.

— A onde fica o banheiro?

— Aqui mesmo.

— Onde? – Achei que ele estava brincando comigo, pois não estava vendo nenhuma porta.

— Aqui. – Ele abriu as duas portas do centro do guarda-roupa e dei de cara com um grande banheiro embutido.

— Nossa! – Disse surpresa.

— Também fiquei confuso a primeira vez. – Ele disse rindo. – Eu vou tomar banho no outro quarto.

— Está bem. – Disse enquanto ele saía pela porta, levando a toalha e a sua mochila.

O banheiro era elegante, decorado em preto e branco, antigo e pitoresco como o resto da casa. Assim que terminei o banho, vesti um vestido florido que havia trazido dentro da bolsa, e tentei secar meu cabelo ao máximo com a tolha. Não havia a menor condição de calçar o único par de sapatos que havia levado, então fiquei descalça. Quando saí do quarto, Shawn ainda não havia aparecido. Decidi esperar na janela do hall, enquanto olhava a paisagem lá fora. O sol já estava quase se pondo, e eu fiquei admirando, como se aquilo completasse o sonho que eu estava vivendo desde que havia acordado naquele domingo.

— O que você está fazendo? – Shawn perguntou atrás de mim. Me assustei levemente, pois estava tão absorta nos meus pensamentos e naquele lindo pôr-do-sol que nem havia notado ele se aproximando.

— Vendo o pôr-do-sol.

— O pôr-do-sol aqui é lindo, principalmente quando reflete na água. – Eu assenti. – Te trouxe isso.

Shawn me estendeu um par de chinelos de couro, e eu olhei para a sua mão com uma certa emoção. Era tolice da minha parte achar tão bonita uma atitude simples como aquela? Ele havia se preocupado. Vesti os chinelos, que ficaram enormes nos meus pés, e tentei me convencer de que ele faria aquilo por qualquer pessoa e não havia nada de especial nisso.

— Obrigada. – Eu disse me virando de volta para olhar a vista lá fora. Shawn me abraçou por trás e ficamos observando enquanto o sol se escondia. Assim que o sol já estava completamente posto, ele saiu me puxando pela escada.

— Precisamos secar isso. – Disse assim que vi as poças de água pelo chão da sala. Ele assentiu fazendo uma careta.

— Dona Maria, a senhora tem um pano para me emprestar? – Ele perguntou assim que entramos na cozinha.

— Pano para que? – Ela perguntou confusa enquanto mexia com as panelas no fogão.

— É que eu derrubei um negócio lá no quarto e queria um pano para limpar.

— Ah sim, um pano de chão. Mas o que foi que você derrubou?

— Filtro solar. – Eu disse vendo a expressão de confusão no rosto de Shawn.

— Ah, pode deixar que daqui a pouco eu vou lá limpar.

— Não precisa se incomodar dona Maria, é só me dar o pano que eu mesmo limpo. – Insistiu Shawn.

— Está bem, querido. Entra ali na despensa, tem um cesto com uns panos. – Ele entrou em uma porta ao lado do armário e voltou trazendo dois panos, branco e azul, embolado nas mãos. – Daqui a pouco vou servir o jantar. – Ela acrescentou.

— Obrigada dona Maria. Nós só vamos limpar lá e já voltamos. – Disse Shawn, e saiu me puxando com a mão livre. Às vezes eu me sentia uma boneca de pano sendo puxada para lá e para cá. Mas ao mesmo tempo eu me sentia protegida quando ele pegava na minha mão e me guiava para todos os lugares. Assim que chegamos à escada, Shawn me passou o pano branco, e começamos a enxugar a onde ainda estava molhado. Em pouco tempo a sala já estava novamente apresentável. Fui levar os panos até a cozinha enquanto Shawn subiu as escadas dizendo que iria pegar algo. Dona Maria estava atravessando a porta com uma tigela quando cheguei na cozinha.

— Ah, pode deixar em cima da pia querida. – Ela disse ao sair. Coloquei os panos em cima da pia e a segui até a sala de jantar. — Eu procurei vocês agora à tarde, mas não achei. – Ela comentou enquanto arrumava a mesa.

— Estávamos andando. O Shawn estava me mostrando a casa.

— Ah sim. Eu só queria saber se vocês comem peixe. Resolvi fazer um pouco de sushi para o jantar.

— Eu gosto sim, acho que o Shawn também.

— Que bom! – Ela disse ao sair para a cozinha ajeitando os óculos redondos no nariz. Ainda estava parada atrás de uma cadeira quando Shawn apareceu trazendo um frasco branco na mão.

— Que isso? – Perguntei quando ele colocava um pouco do conteúdo do frasco na mão, e passava algo que parecia um protetor solar nos meus braços.

— Repelente. – Eu provavelmente teria levantado uma das sobrancelhas se conseguisse. Ele percebendo a minha confusão, acrescentou. – Tem muitos pernilongos aqui à noite.

— Ah sim! – Peguei o frasco da mão dele, e comecei a passar repelente por todas as partes descobertas do meu corpo. Se tinha algo que eu detestava era pernilongo. Já estava terminando de passar o repelente nas pernas quando dona Maria apareceu de volta na sala de jantar carregando uma tigela de salada.

— Dona Maria por que só tem dois lugares na mesa? – Quis saber Shawn.

— Para vocês dois. – Ele disse distraída, enquanto terminava de arrumar a mesa.

— E a senhora?

— Não querido, eu vou jantar com o Francisco lá em casa. Não se preocupe.

— Não senhora, vocês dois vão jantar aqui junto com a gente!

— Não precisa se…

— Não discuta comigo dona Maria, vocês vão jantar junto com a gente e ponto! – Disse Shawn numa falsa autoridade. Dona Maria sorriu, suas grandes bochechas ficando levemente corada, acentuando seu rosto em formato de coração, e saiu para a cozinha em busca de mais pratos. O jantar foi tranquilo, a companhia de dona Maria e seu Francisco eram agradáveis. Eles pareciam cansados, porém estavam sempre com um sorriso no rosto. Eu fiquei observando-os, eles pareciam ter se casado há muito tempo, e ainda assim demonstravam amor e respeito um pelo outro. Gostaria que com meus pais tivesse sido assim, mas como nem tudo é perfeito resolvi não ficar pensando nisso. Eu e Shawn os enchemos de perguntas, e eles nos contaram que há quase cinquenta anos atrás eles tiverem que fugir para se casar, pois eles eram primos e a família não aceitava.

— Vocês não se arrependem? – Shawn perguntou.

— Em nenhum momento. – Os dois responderam. Nós ficamos maravilhados com a história, e fazíamos cada vez mais perguntas. Descobrimos que eles têm três filhos, dois casados, e um solteiro que estava estudando fora. E que a maior alegria deles eram os netos que iam visitá-los toda semana, pois a maior parte do tempo eles só tinham a companhia um do outro. Eu desejei imensamente que quando ficasse mais velha pudesse ser assim. Pudesse ter alguém como companhia, nem que fosse para sentar no sofá no fim da tarde e assistir a um velho programa de TV. Sem precisar dizer nenhuma palavra, apenas sabendo que não estava sozinha, pois a outra pessoa estava ali, do seu lado. 



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