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História Diário de uma fã - Capítulo dois


Escrita por: myprinceshawn

Capítulo 2 - Capítulo dois


As três primeiras aulas passaram devagar, e finalmente soou o sino para o intervalo.

— Tenta convencer ela. — Supliquei para Julia enquanto andávamos em direção a cantina — Se for preciso eu peço ajuda para a minha mãe, ela é ótima com argumentos.

— Eu vou tentar mais uma vez, mas ela ainda está brava por aquele dia que matamos aula.

— Nem me lembre. A minha também, mas Shawn Mendes é código vermelho, fiz o possível e o impossível para ela deixar. E também é mais fácil, porque meu pai vai levar e buscar.

— E sua irmã vai?

— Ela não é minha irmã. — Protestei enquanto comprava um refrigerante e umas balas na cantina.

— Eu devo chamar ela de que então? — Julia riu.

— De Roberta, que é o nome dela. Ela é só a filha da mulher do meu pai, eu mal falo com ela. — Nos dirigimos para as mesinhas redondas, que ficavam no lado esquerdo do pátio.

— Mas ela vai?

— Não sei, por quê?

— Por nada, só queria saber.

— Não é por nada Julia, eu te conheço.

— Só não gosto dela. — Ela deu de ombros. 
— Também não posso dizer que gosto, mas ela nunca me fez nada.

— Seu irmão vem vindo. — Julia ajeitou os cabelos loiros e tentou sorrir despreocupadamente. Eu revirei os olhos.

— Está parecendo forçado.

— Cala a boca, Luiza! — Eu não entendia como a minha melhor amiga podia gostar do idiota do meu irmão. Virei para trás, e ele estava vindo para as mesinhas, junto com outros dois garotos. Frederico é meu irmão mais velho e estudava na sala ao lado da minha. Não nos dávamos muito bem, pois ele vivia me criticando por ser fã do Shawn.

— Oi, Fred. — Julia o cumprimentou com entusiasmo exagerado. Apesar de estar aparente, Frederico nunca desconfiou dos sentimentos a mais que ela nutria por ele.

— Oi Julia. Oi pimentinha. — Ele passou a mão pelo meu cabelo, desarrumando tudo.

— Sai daqui, idiota! — Reclamei, arrumando novamente o rabo-de-cavalo. Os garotos apenas riram, e saíram em direção a uma mesa um pouco distante. — Ele é patético! Tenho quase dezessete anos e ele ainda me chama de pimentinha na frente de todo mundo.

— Mas ele é lindo! — Julia suspirava.

— O que adianta ser lindo e irritante?

— Eu não acho ele irritante.

- Porque você não convive com ele.

— Como pode ele ter nascido com os olhos verdes e você não?

— Tecnicamente meus olhos são quase verdes.

— Não são não.

— São sim, olha. — Arregalei os olhos para Julia, e ela começou a rir.

— Castanho claro não é verde.

— Não é castanho claro, é mel.

— Mas não é verde.

— É porque o Frederico é adotado. Nunca te contei?

— Mentirosa...

— Ou bastardo. — Julia me lançou um olhar de desaprovação.

— Mas ele é gostoso.

— Pega ele para você. — Dei com os ombros.

— Bem que eu queria.

— Isso é nojento. — Fiz uma careta para ela.

— Você só fala isso porque ele é seu irmão.

— Nem que ele não fosse meu irmão e fosse o ultimo garoto do universo, não há a menor possibilidade de eu achar ele gostoso, sem sequer agradável.

— O que eu posso fazer, gosto de Bad Boys! – Ele deu com os ombros, roubando meu refrigerante.

 

Voltamos para a sala, as últimas aulas passaram mais rápido, pois ficamos no laboratório. Biologia sempre foi uma das minhas matérias preferidas, o que ajudava a não ficar o tempo todo pensando no show de sábado.

Na saída Julia me acompanhou até em casa, pois morava um quarteirão depois.

— Quer entrar? – Perguntei.

— Não vai dar, mas eu volto mais tarde.

— Está bem, até mais então.

— Até mais.

 

Entrei em casa, joguei a mochila no canto do quarto, e fui direto para o computador. Verifiquei o site de Shawn. Ainda estava lá, dia dez em Oshawa. Desde que soube da existência desse show, passei a olhar o site a cada dia, com o medo de que sumisse de lá, ou de tudo não passar de um sonho.

Fiquei o resto da tarde conversando com outras meninas na página oficial do Shawn, vendo fotos e vídeos. E as horas passaram sem que eu percebesse.

Olhei no relógio do computador, eram 16:55h. Minha mãe chegaria em casa em aproximadamente vinte minutos. Desliguei o computador e corri para arrumar o quarto.

Meu quarto não era muito grande e a decoração era simples. Havia apenas uma cama no centro, um guarda-roupa no canto, e um computador próximo ao pé da cama. Acima do computador havia três prateleiras, com alguns livros, ursos e fotos. Apenas uma das paredes era vermelha, com um painel de fotos branco ao centro, onde havia muitas fotos do Shawn.

Nas paredes brancas havia apenas dois quadros de flores que a minha tia havia pintado, e um pôster do Shawn em tamanho real, do qual eu conversava todos os dias. Peguei a mochila que havia largado no canto e joguei dentro do guarda-roupa, junto com as roupas que estavam no chão e em cima da cama. Minha mãe vivia dizendo que sou muito desorganizada, mas eu discordo. Apenas acho que a minha organização é um pouco diferente, afinal, eu sei a onde estão todas as minhas coisas, e se alguém as mudasse de lugar, eu não encontraria mais nada.

Porém, naquele momento eu não poderia vacilar, ou meu final de semana seria cancelado. Arrumei o edredom e as almofadas na cama, e desci. Coloquei o último EP do Shawn para tocar no aparelho de som da sala, e fui para a cozinha lavar a louça do almoço que havia esquentado mais cedo.

Ainda estava arrumando a cozinha quando Frederico chegou e desceu direto para o quarto dele, que ficava no subsolo da casa, como ele quis. Lá embaixo havia três cômodos, um quarto, um banheiro, e uma pequena sala, a onde ainda estava a antiga bateria de Fred. Ele costumava usar aquele espaço para ensaiar com uma banda, mas felizmente ele havia parado desde que começou a trabalhar num laboratório no centro da cidade. Uma escada em espiral no canto da sala dava acesso até essa parte da casa, e tudo ali embaixo era decorado de acordo com o gosto do Fred, eu particularmente não gostava de nada, e não descia muito lá. Alguns minutos depois, Fred subiu desligando o aparelho de som da sala. Saí correndo da cozinha, com as mãos cheias de espuma.

— Eu estou ouvindo! — Gritei.

— Eu não consigo estudar com esse garoto gritando.

— Você estudando? É alguma piada?

— Cala boca, menina. — Peguei o controle do som, mas ele tomou da minha mão a força.

— Fecha a porta que você não escuta.

— Não, me irrita ficar ouvindo essa voz desafinada dele no meu ouvindo.

— A voz dele não é desafinada. — Joguei uma almofada nele.

— Esqueci que não pode falar da Vossa Majestade Shawn Mendes, que você fica toda nervosinha. — Ele zombou

— Fala o que você quiser. Você não chega nem aos pés dele.

— Que bom que eu estou longe de ser idiota como ele.

— Você já nasceu idiota, Frederico.

— Só que mais idiota ainda é você, que idolatra alguém que não te dá à mínima importância.

— Você não sabe do que está falando! — Gritei.

— Então me prova o contrário. — Ele disse irônico.

— Eu não preciso te provar nada. Eu amo o Shawn, e nada do que você me fale irá mudar isso.

— Amor? Não me faça rir.

— Sim, amor. Uma coisa que você não deve nem saber o que é.

— Larga de ser ridícula! Chama isso de amor? Isso é uma infantilidade. Você nem o conhece.

— Claro que eu conheço.

— Não conhece nada, você nunca nem falou com ele. Você conhece o que a mídia te passa. Me prova que ele é daquele jeito, me prova que ele é todo perfeito como a mídia mostra, como eles querem que vocês idiotas acreditem. — A raiva corria pelas minhas veias, eu podia nunca ter falado com o Shawn, mas eu conhecia toda a sua história, todo o seu caráter, sua humildade e o seu carisma.

— O Shawn não tem duas caras, ele é como mostram. E eu já disse que não preciso te provar nada. 
- É claro, porque você não tem como me provar. Eu duvido que ele seja assim o tempo inteiro. Para ele vocês não devem passar de um bando de babacas que ele tem que aturar, pois pagam o salário dele. — Tentei interromper. — Mas é claro que ele vai ser simpático, ganhando o tanto que ele ganha, até eu seria a pessoa mais doce do mundo.

— Você nunca seria uma pessoa doce Frederico. Nunca! — Praticamente atirei as palavras em cima dele.

— Eu não sei se tenho dó ou nojo de você. — Ele disse, indo para o quarto dele.

Voltei para a cozinha para terminar de lavar a louça, a minha vontade era quebrar todos os pratos do armário. Peguei os fones de ouvido e coloquei para tocar no celular a voz mais perfeita que meus ouvidos já puderam ouvir, a voz que se destacava na multidão, aquela que tocava lá no fundo, no compasso do meu coração, e a única capaz de me acalmar naquela hora, a voz de Shawn.

Quando minha mãe chegou eu já havia arrumado a cozinha e estava assistindo televisão.

— A onde a senhora estava?

— Oi Luiza, meu dia foi ótimo, apesar de cansativo. E o seu? — Ela disse irônica enquanto tirava os sapatos.

— Você sabe que eu me preocupo.

— Se preocupa à toa. Tive uma reunião de última hora.

— Mãe! — Frederico subiu as escadas correndo. — Preciso de uma chuteira nova, essa semana começam os jogos intercolegiais.

— Mas será que ninguém nessa casa me diz pelo menos boa noite? Só sabem pedir as coisas.

— Boa noite. — Nós dois falamos juntos.

— Eu não pedi nada. — Acrescentei.

— Por enquanto. A propósito, seu pai ligou, ele quer saber a que horas você vai chegar lá, para ele te buscar na rodoviária.

— Eu ligo para ele depois.

— E Frederico a sua chuteira está ótima, não faz nem dois meses que você comprou.

— Dois meses? Mãe isso já tem mais de seis meses.

— Depois conversamos sobre isso. 
— Mãe, você comprou a passagem? — Perguntei enquanto ela voltava da cozinha e subia as escadas.

— Vou comprar amanhã.

— Você vai dar dinheiro para ela ir ver o show desse idiota, e não quer comprar minha chuteira? — Indagou Frederico que ainda estava parado na escada do quarto dele. Levantei do sofá.

— Ele não é idiota! — Disse ressaltando cada palavra, quase num grunhido.

— É um idiota, e você só vai dar mais dinheiro a ele. Como se ele precisasse, já está rico as custas de menininhas retardadas como você.

— Vocês querem parar com isso?! Todo dia a mesma coisa. — Minha mãe gritou do alto da escada.

— Deixa mãe, ele só está com inveja porque enquanto ele fica implorando para a mamãe comprar uma chuteira, o Shawn está ganhando milhões por noite, conquistados com o trabalho dele.

— Grande esforço ele faz. — Ele zombou.

— Não tenho culpa se ele faz o que gosta e ainda recebe por isso. — Disse subindo as escadas.

— Vou comer e dormir para ver se me pagam.

— Só que nem para isso você tem talento. — Disse me virando no alto da escada, e indo para o meu quarto em seguida.

Não me abalava o que Frederico dizia, mas não conseguia ouvir ninguém falar mal de Shawn e simplesmente ficar quieta. Era algo mais forte que eu, não aguentava ouvir pessoas que não o conhecem falando o que não sabem. As pessoas que o criticam conhecem um nome, não uma história. Elas não acompanham a sua vida, e em minha opinião, não tem o direito de julgar pelo pouco que sabem.

Todo ídolo é perfeito aos olhos de uma fã, mas ainda assim ele é humano, e está sujeito a erros como qualquer pessoa comum. E pessoas medíocres tentando derrubá-lo sempre existirão, e a única coisa que elas prestarão atenção serão nos erros cometidos, por menores que eles sejam. Pois a luz própria que um ídolo carrega e transmite a todos a sua volta é capaz de causar inveja em pessoas que nunca sentirão a alegria que ele sente ao entrar no palco e ver o resultado de tudo que ele conquistou. Essas pessoas nunca serão capazes de despertar um sorriso verdadeiro, nem uma lágrima de emoção, sabendo que essa é a melhor prova de amor que eles poderiam receber.

Eu confio no meu ídolo, foi para ele que eu entreguei meu coração naquela noite. É ele uma das únicas pessoas que nunca me decepcionou. E que por mais longe que estivéssemos um do outro, no coração ele sempre esteve presente. Eu não preciso que ele me prove nada, não preciso ver todas as suas qualidades ou esconder todos os seus defeitos para amá-lo. Eu o amo com todas suas imperfeições, e é desse jeito que ele é perfeito para mim. Ele me faz feliz do jeito que é, e eu não quero que ele mude nunca. Pois é exatamente assim que ele vem sendo a luz que guia o meu caminho, sendo o motivo por trás de todos os meus sorrisos sinceros. Foi assim que eu o escolhi como ídolo, e é assim que eu me orgulho de quem ele é.



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