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História Diário de uma fã - Capítulo vinte e um


Escrita por: myprinceshawn

Capítulo 21 - Capítulo vinte e um


Os trailers já estavam acabando quando entramos na sala, e sentamos no canto da última fileira, já que a sala estava praticamente vazia. A sala do cinema era pequena, apesar de estar escuro, eu sabia que a decoração era simples e as poltronas confortáveis. Eu achava que seria muito mais fácil ver Shawn no escuro, já que não teria seus olhos me fazendo hiperventilar, mas assim que começou o filme fui surpreendida com aquele fio de eletricidade passando novamente pelo meu corpo, e a vontade incontrolável de tocá-lo pulsava por todo o meu ser. A única coisa que soube sobre o filme foi que era uma comédia romântica, não conseguia me concentrar em mais nada além disso, pois cada parte de mim estava ciente de Shawn ali a centímetros de distância, concentrado no seu balde de pipoca. Em alguma parte do filme, penso que no meio, pois eu não conseguia absorver nada que estava sendo contado, Shawn já havia comido toda a sua pipoca e metade da minha, e comentava de boca cheia algo sobre o filme, eu apenas sorria e balançava a cabeça mesmo sem entender nada. Estava concentrada demais em manter as minhas mãos embaixo das pernas, para não fazer nenhuma loucura, mas a vontade de tocá-lo ainda eletrizava todo o meu corpo. Então ele apoiou sua mão sobre o braço da poltrona, segurando o seu refrigerante, e eu não resisti ao impulso, e levei minha mão até ela, fazendo uma pequena trilha no seu braço com as pontas dos meus dedos. Ele me olhou surpreso por alguns segundos, e eu puxei minha mão envergonhada. Ele sorriu, aquele sorriso lindo, que mesmo no escuro, conseguia ser mais brilhante do que o telão a nossa frente. Colocou o balde de pipoca na poltrona ao lado, e com a outra mão começou e mexer de leve no meu cabelo. Ele o afastou para trás e grudou os lábios no meu ouvido.

— Achei que você quisesse assistir ao filme. – Disse quase num sussurro. Eu sacudi a cabeça negativamente e pude ouvir o seu riso baixinho. Oh céus, como eu conseguiria prestar atenção em algum filme com ele ali tão próximo? Então ele roçou o nariz devagar no espaço embaixo da minha orelha, e foi descendo até mordiscar a minha bochecha, me causando profundos arrepios. Pegou delicadamente o meu queixo com uma das mãos, tocando os nossos lábios e me beijando carinhosamente, sem pressa, quase numa gentileza. Meu coração palpitava, e eu coloquei uma das mãos na sua nuca, passeando os dedos devagar pelos seus cabelos macios. E então uma das suas mãos apertou a minha cintura, me puxando mais para perto de si, deixando de lado a sutileza e tornando o beijo mais urgente, e nada delicado. Ele me apertava cada vez mais contra si à medida que o braço da poltrona deixava, eu nunca havia me sentido tão bem e protegida como quando eu estava nos seus braços. Meu coração parecia querer saltar do meu peito e minha respiração oscilava, mas eu não queria deixar que ele se afastasse, então joguei os dois braços pelo seu pescoço, apertando-o ainda mais, enquanto o beijo ficava cada vez mais intenso. Então Shawn se afastou, e eu arfei, capturando o máximo de ar que conseguia. Ele sorriu, beijando delicadamente minha bochecha, depois meu queixo, o meu olho, a ponta do meu nariz, e finalmente a minha boca, me dando um demorado selinho. Aos poucos, sua língua foi encostando nos meus lábios, pedindo passagem, e então, dando início a mais um beijo longo e intenso. E ficamos assim por muito tempo, não sei dizer exatamente quanto, alternando entre beijos leves e intensos. Até que ficou tudo escuro e nos afastamos abruptamente, ao olhar para o telão vi que o filme havia acabado, mas por sorte esse filme era um daqueles com cenas nos créditos, então a luz não se acendeu de imediato.

Shawn saiu me puxando para fora, derrubando no chão o balde de pipoca pela metade que estava no meu colo, e parando em um pequeno vão no estabelecimento fechado e escuro que havia na esquina.

— Então esse era seu plano? – Perguntei intrigada.

— Mais ou menos.

— Por que mais ou menos?

— O plano era seguir direto para o carro antes das luzes se acenderem.

— E por que não fomos para lá?

— Queria mais algum tempo com você, e é estranho com Jake lá dentro.

— Com certeza. – Eu concordei e ele sorriu e me encostou na parede oposta, não precisando se curvar muito graças ao meu salto e beijou delicadamente a minha bochecha.

— Eu fiquei pensando muito sobre a frase de Romeu e Julieta que você citou aquele dia. – Ele disse no meu ouvido.

— Pensando sobre o que?

— Foi lindo! – Ele disse quase num sussurro, e eu corei, escondendo meu rosto na curva do seu pescoço. – Então eu decorei um versinho de poema para você.

— Para mim? – Perguntei surpresa.

— Sim. – Ele disse, suas mãos apoiadas na parede nos lados da minha cabeça, mantendo seu rosto a poucos centímetros do meu, sua respiração na minha, acelerando ainda mais meus batimentos. Com a voz baixa e intensa, os olhos fixos nos meus, que mesmo no escuro conseguiam me causar vertigens, ele começou a falar. – Estou aqui não porque eu deva, nem porque me sinto cativo nesta situação, mas porque prefiro estar contigo a estar em qualquer outro lugar no mundo! – Senti borboletas no estômago, e o abracei com toda a força que podia, segurando a imensa vontade de chorar.

— É lindo! – Eu disse no seu ouvido. Respira Luiza, respira! Eu repetia para mim mesma. Eu não podia chorar, mas ficava muito difícil segurar as lágrimas quando o seu ídolo, que também é o amor da sua vida, está nos seus braços, olhando dentro dos seus olhos e dizendo coisas tão lindas. Felicidade, era uma mera palavra incapaz de descrever o que sentia nesse momento. Há algumas semanas atrás eu nem poderia sonhar com esse momento, porque ele era muito melhor do que qualquer sonho que eu já tive com Shawn, e podemos dizer que foram muitos. O soltei, e ele pegou meu rosto entre as mãos, me dando um longe selinho.

— Precisamos ir. – Ele disse ainda com os lábios colados nos meus.

— Precisamos mesmo? – Perguntei manhosa.

— Jake vai ficar irritado. – Ele disse se afastando alguns centímetros. O abracei rapidamente, beijando de leve a sua bochecha.

— Vamos então. – Eu disse contrariada. Não queria ir, e não queria ter que me afastar dele.

Shawn saiu me puxando em direção ao carro. O cinema já havia fechado, e a rua estava deserta, bem típico de uma segunda-feira em Whitby. Quando entramos no carro, Jake perguntou como havia sido o filme, respondemos apenas como um “legal” e ele não voltou a fazer perguntas. Expliquei para eles como chegar até minha casa, e quando passamos pela pequena praça, senti os olhares de Shawn em mim, cheio de significados.

Quando o carro estacionou em frente à minha casa, percebi que as luzes estavam todas apagadas, minha mãe provavelmente estava dormindo, e Frederico trancado em seu quarto. Shawn pegou na minha mão assim que eu abri a porta do carro e disse que me ligaria ainda essa semana. Me despedi dos dois e saí do carro, parando no portão enquanto esperava eles partirem.

Minha casa estava realmente muito escura, acendi a luz da sala ao entrar, e fui direto para a cozinha. Estava com fome, afinal, não havia comido absolutamente nada da pipoca no cinema. Peguei um iogurte na geladeira, não era exatamente o que eu queria, mas estava extasiada demais para me ligar no que eu estava comendo. Voltei para a sala, parando no corrimão da escada em espiral do quarto de Fred e me curvei, ouvindo o barulho da televisão, tudo parecia normal. Talvez a sensação estranha se deva ao fato de que eu quase nunca saia de casa. Desliguei a luz da sala e subi as escadas correndo, era vergonhoso admitir, mas o escuro me causava um certo medo.

Quando cheguei ao meu quarto, concluí que ainda estava cedo para dormir. Joguei a bolsa na cama, ligando o computador para pesquisar pelas partes que me lembrava da frase que Shawn havia citado.



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