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História Diário de uma fã - Capítulo vinte e dois


Escrita por: myprinceshawn

Capítulo 22 - Capítulo vinte e dois


A semana foi passando devagar, ao sair da escola na quarta-feira eu passei num estúdio fotográfico no centro da cidade para pegar as fotos que havia mandado revelar. No caminho de casa fui olhando-as, havia várias do Shawn sozinho e cinco cópias da foto que tirei com ele no show em Oshawa. Ao chegar em casa corri para o quarto para colocá-las no meu painel, e as outras quatro cópias foram para um porta-retratos em cima de uma das prateleiras, na contracapa do meu diário, do meu caderno da escola, e por fim em outro porta-retratos na estante da sala. Aproveitei para imprimir duas folhas com a frase que Shawn havia citado para mim, e anexei uma no meu diário e a outra eu colei atrás da porta do meu quarto, para ler sempre que eu acordasse. Como se eu precisava de um motivo para me lembrar do Shawn toda vez que eu levantasse da cama, ele era a primeira coisa que vinha na minha cabeça antes mesmo de abrir os olhos.

Shawn me ligou na sexta-feira, eu já não aguentava mais de saudades. Às vezes eu penso que ele fazia de propósito, só para ver se eu aguentaria. Era cada vez mais doloroso ficar sem ele, mas desde o começo eu sabia que seu tempo era mínimo, e que eu teria que ter paciência. Ainda assim eu me sentia feliz, e só de saber que eu o veria de novo em breve, já me confortava para aguentar mais uma semana sem o seu abraço.

No sábado Julia insistiu para que eu fosse dormir na casa dela, eu concordei, afinal, fazia tempo que não passava algum tempo conversando com ela fora da escola. A casa da Julia era grande, sempre bem organizada e ela morava apenas com os pais. O Sr. e a Sra. Wlazly eram bem legais, e sempre nos deixava ficar acordada até tarde, ao contrário da minha mãe. Depois do jantar vegetariano, por causa dos pais dela, fomos para o quarto assistir ao DVD da One Direction, ela era apaixonada por eles e na parede do quarto haviam vários pôsteres da banda. Eu também gostava bastante, e até tinha algumas músicas no iPod, mas nada comparado ao amor que eu sentia pelo Shawn.

Eu me lembro de passar noites no quarto de Julia fazendo planos com ela de que nos casaríamos no mesmo dia, eu com o Shawn, e ela com o Niall Horan. E nos nossos sonhos, os dois esperavam-nos no altar vestidos de branco, e assim que eu e Julia entrássemos, uma ao lado da outra, vestidas igualmente e carregando um lindo buquê de rosas vermelhas, eles nos olhariam do altar e pensariam que haviam feito a melhor escolha de suas vidas. Eu adorava sonhar essa cena com Julia, e sempre colocávamos cada vez mais detalhes, como as músicas que tocariam e as flores dos arranjos da igreja. E passávamos horas rindo e fazendo planos que talvez nunca dessem certo, mas o que eu nunca imaginava naquela época era que estaria mais próxima do meu sonho do que já sonhei estar a minha vida inteira. Estava tocando Little things quando meu celular tocou, era o barulho de mensagem de texto, e eu fui correndo olhar. Não consegui segurar o sorriso involuntário ao ver o número que me enviara a mensagem. Respirei fundo, e então pude ler o que dizia.

 

“Acabei de chegar no show em Seattle, está lotado. Queria que você estivesse aqui!”

 

Tive que ler várias vezes a mensagem até poder absorver seu conteúdo, pois mal podia acreditar no que meus olhos estavam lendo. A felicidade corria pelas minhas veias, e não sorrir num momento como esse era impossível. Por sorte Julia estava muito distraída na sua música favorita para notar a minha expressão de boba alegre, se não seria obrigada a dar muitas explicações. Passei o resto da noite pensando em como será que estaria o show e rindo à toa por pensar que ele queria que eu estivesse lá, enquanto Julia falava sem parar sobre Frederico.

Bortolotto foi almoçar em casa no domingo, e minha mãe obrigou Frederico a ficar em casa, porém, ele não disse uma palavra com o professor, apesar de minha mãe insistir em um diálogo forçado entre todos. Tentei incentivá-la, e até fiz mousse de chocolate para a ocasião, já que era uma das poucas coisas que eu sabia fazer. Não posso dizer que a companhia de Bortolotto foi agradável, foi até bem estranho ter meu professor de história almoçando na minha casa, mas ele não estava tão irritante, penso que é porque não abriu a boca muitas vezes. Assim que ele finalmente foi embora, Frederico saiu de casa e eu fui para o meu quarto.

Estava mexendo no computador quando o celular tocou, meu coração palpitou ao ver o nome que apareceu no visor. Será que seria tão difícil assim meu coração se acostumar a Shawn? Mas ainda assim, eu gostava de sentir tudo isso.

— Alô. – Disse atendendo o celular.

— Oi linda. – Shawn disse do outro lado animado. Como era bom ouvir aquela voz, e sentir toda aquela saudade que estava me corroendo ser amenizada. – Como você está?

— Agora eu estou bem, e você?

— Estou bem também, mas a que se deve essa felicidade repentina?

— Ouvir novamente a sua voz. – Eu disse corando, ficando grata por ele não poder ver.

— Ah, assim você me deixa sem graça! – Ele disse rindo.

— Ops, desculpa! – Eu disse rindo também.

— Tenho uma novidade.

— Que novidade?

— Eu fui convidado para a gravação de um programa de TV no sábado. – Ele disse animado.

— Ah, que legal! Qual programa?

— É para um canal da TV a cabo.

— Ah sim. – Eu disse fazendo uma careta, pois significava que talvez eu não pudesse assistir. – Você vai falar sobre o que?

— Vou só cantar, falar a respeito do meu trabalho e apresentar uma música do disco novo.

— E quando vai ao ar?

— Acho que na semana que vem.

— Legal, quero assistir.

— Tenho um convite melhor para te fazer.

— Qual?

— Quer ir à gravação?

— Eu ir na gravação? – Perguntei surpresa com o convite.

— Sim. É um programa de auditório, você pode ir.

— A onde fica esse estúdio?

— Em Nova Iorque.

— Nova Iorque? Como eu vou fazer para ir para Nova Iorque, Shawn?

— Então, esse é o problema. Eu não vou poder ir te buscar, mas já pensei em um jeito de você ir.

— Qual? – Perguntei desconfiada.

— Você tem passaporte e visto americano?

— Tenho... — Minha vó morava em Rochester, e eu precisava atravessar a fronteira toda vez que ia visita-la.

— Então eu te mando a passagem e você vai de avião. Aproveita e fica para o show à noite. – Senti calafrios com as palavras dele. É claro que eu queria ir à gravação do programa, mas tudo parecia fugir da minha realidade. Fechei os olhos e tentei raciocinar melhor.

— Shawn, você está se esquecendo que eu sou menor de idade, não posso viajar sozinha. – Disse calmamente.

— Então leva alguém. – Ele respondeu como se tudo fosse muito fácil.

— Eu não sei, preciso resolver isso. Prometo que te dou uma resposta até amanhã.

— Está bem. – Mudamos de assunto, e eu contei para ele sobre o almoço com Bortolotto, após ele me contar como havia sido o show em Seattle. Desliguei o telefone prometendo para ele que resolveria o assunto de Nova Iorque até o dia seguinte quando ele ligasse, e estava nervosa só de pensar.

Andava de um lado para o outro pensando em alguma ideia para poder ir à gravação desse programa. Até que algo me ocorreu. Desci correndo as escadas para falar com minha mãe que estava assistindo televisão na sala.

— Mãe, mãe…! – A chamei da escada.

— O que foi Luiza? – Ela perguntou assustada.

— Eu acabei de ganhar uma promoção para ir à gravação de um programa que o Shawn vai participar! – Eu disse eufórica enquanto sentava no braço do sofá.

— Sério? Que bom, filha! E onde é esse programa?

— Em Nova Iorque.

— E como você pretende ir? – Ela disse com certo tom de ironia na voz.

— É com tudo pago! – Eu sabia que ela não poderia me negar algo do tipo, pois ela era totalmente consciente do quanto Shawn significava para mim.

— Nossa! Que promoção é essa?

— É de uma rádio. Só que tem um problema. – Eu disse me ajoelhando ao pé do sofá, em frente a ela. – Eu sou menor de idade, preciso de um acompanhante.

— E quem você pretende chamar?

— A senhora. – Disse como se fosse muito óbvio.

— E quando vai ser?

— Sábado.

— Esse sábado?

— É. – Minha mãe fez uma careta. Eu sabia que a resposta não seria positiva.

— Querida nesse sábado vou ter uma audiência.

— Logo no sábado mãe? – Perguntei indignada.

— Desculpa, foi o juiz quem marcou.

— Mas que horas é a audiência? Dependendo ainda dá para irmos.

— As oito, mas não tem hora para acabar, e pode sofrer prorrogação para depois do almoço. E, além disso, aqui não tem aeroporto, teríamos que ir até Toronto.

— Não pensei nisso. – Disse enquanto sentava emburrada no chão.

— Por que não chama seu irmão? – Ela sugeriu.

— O Frederico nunca iria querer ir. – E eu nunca iria querer que ele fosse! Completei mentalmente.

— Eu posso fazer um documento autorizando você a viajar sozinha.

— Você faria isso mãe? – Perguntei animada, ficando de joelhos novamente.

— Se você prometer que vai me ligar de hora em hora para dar notícias.

— Claro! De cinco em cinco minutos!

— Então tudo bem. Mas antes eu vou querer saber todos os detalhes dessa promoção.

— Tudo bem, obrigada! – Disse enquanto enchia ela de beijos.

 

No dia seguinte quando Shawn ligou, eu não consegui controlar a ansiedade de dar a notícia logo para ele, mal deixando ele me cumprimentar.

— Falei com a minha mãe! – Disse animada.

— E aí?

— Por incrível que pareça, ela me deixou viajar sozinha!

— Que ótimo, Luly! Agora você só precisa ir até lá, o resto eu cuido.

— Está bem.

— Qual o aeroporto mais próximo daí?

— Tem o de Toronto, mas estava pensando no de Oshawa. É mais fácil porque meu pai pode me levar.

— Está certo. Então eu vou comprar a passagem amanhã mesmo. – Passei toda a minha documentação para Shawn, e ele me explicou mais ou menos como seria, e disse que lá para o meio da semana me ligaria para dar mais instruções. Minha mãe ficou assustada quando Shawn me mandou o comprovante da compra da passagem pela internet, provavelmente não acreditando muito nessa tal promoção, e só voltou a ficar tranquila quando ele falou com ela pelo telefone fingindo ser funcionário da rádio. Contei para Julia sobre a viagem e ela ficou tão empolgada quanto eu, me sentia culpada por não contar para ela toda a história, mas decidi que contaria uma outra hora.

Na quinta-feira, minha mãe estava me entregando o documento autorizando a minha viagem, quando Frederico chegou do laboratório batendo a porta. Não dei importância para ele, estava feliz demais, mal podia acreditar que minha mãe realmente havia feito o documento. Tudo parecia um sonho, na verdade, tudo parecia um sonho desde que vi Shawn pela primeira vez em Oshawa. Não satisfeito, Frederico veio descontar sua raiva e frustração em cima de mim, como não dei ouvidos ele se virou para minha mãe.

— A senhora ainda apoia ela ficar idolatrando esse babaca! – Ele disse incrédulo.

— Isso é fase Fred, daqui a pouco passa. – Olhei para minha mãe indignada. Teria sido melhor se ela tivesse ficado quieta, pois aquelas palavras doeram bem mais do que qualquer coisa que o Frederico tenha me dito. Subi as escadas batendo a porta do meu quarto, achei melhor não discutir e correr o risco de perder meu fim de semana, mas eu estava completamente revoltada. Às vezes eu tinha medo de crescer, de me tornar completamente adulta. Eu sei que tudo que eu sinto é puro e verdadeiro, eu olho para o meu ídolo e sinto que meu coração não é capaz de comportar tanto amor. Mas são sempre os adultos que dizem que isso é bobagem e que um dia vai passar, que me causa um medo incontrolável de crescer e as coisas ficarem menos intensas, menos coloridas. Se o preço de ser adulto é esquecer um dos principais motivos que tenho para sorrir e a razão pela qual eu acredito que tudo valha a pena, eu prefiro ser criança para sempre. Mas como nem tudo é perfeito, um dia eu terei vinte ou vinte e cinco anos, e não sei como estará minha vida até lá. Mas eu sei que o amor que eu sinto pelo Shawn é muito maior que o amor de uma mulher por um homem, é o amor de uma fã por um ídolo, e esse amor é o mais lindo que existe, e eu nunca quero perdê-lo. Por isso prometo guardá-lo no fundo da minha alma, para que fique gravado lá, e circunstância nenhuma consiga tira-lo de mim.



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