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História Diário de uma fã - Capítulo vinte e cinco


Escrita por: myprinceshawn

Capítulo 25 - Capítulo vinte e cinco


Encostei no balcão do Sr. Giane e fiquei esperando, enquanto observava as poucas pessoas que estavam passando por ali.

— Cadê o Shawn? – Me assustei ao ouvir a voz ao meu lado, olhei rapidamente e vi que era Jake. – O que foi? – Ele perguntou confuso, provavelmente pela minha expressão assustada.

— Desculpa, estava distraída. O Shawn foi ali no quarto e já volta. – Disse sorrindo envergonhada.

— Ah sim. – E ficamos em silêncio até o Shawn voltar, vestindo uma touca preta e uma jaqueta jeans, as mangas puxadas até o cotovelo.

— Bem melhor, não é? – Ele disse. Ainda era Shawn, lindamente Shawn. Mesmo embaixo de uns óculos enormes e uma touca de lã ele ainda continuava perturbadoramente lindo.

— Está ótimo! – Eu disse.

— Quem é você? – Jake zombou.

— Longa história. – Shawn disse daquele jeito evasivo que eu bem conhecia. – E onde vamos? O Mike disse que eles estão na sétima.

— Aquele pub é legal.

— Vocês devem estar esquecendo que eu sou menor de idade e não entro em pub. – Disse.

— Relaxa, é uma festa privada. – Shawn disse. Não estava muita segura disso, mas decidi não discutir. Entramos em um carro estacionado na garagem, e o Jake seguiu dirigindo pela cidade, enquanto eu a admirava pela janela do banco de trás. Eles me mostraram a ponte de Brooklyn e mais alguns pontos turísticos da cidade.

Depois de muito tempo de transito, conseguimos chegar até a sétima avenida, rodamos por mais uns vinte minutos atrás de um lugar para estacionar o carro e tivemos que caminhar três quarteirões para chegar até o tal pub. Havia muitas pessoas na frente querendo entrar, então esperamos numa espécie de fila. O local por fora parecia um grande casarão de madeira, todo iluminado. Fiquei olhando admirada enquanto Shawn falava sem parar sobre uma balada que ele tinha ido em Toronto. Quando chegou a nossa vez de entrar, o segurança na porta conferiu os nomes na lista, olhando desconfiado para Shawn.

— Eu estou um pouco… diferente hoje. – Shawn disse tirando os óculos num meio sorriso tímido.

— Ah me desculpe, pode entrar! – O homem nos deu espaço para passar sem ao menos pedir o meu documento. Shawn me guiou pela cintura para dentro do pub, com Jake logo atrás de nós.

— Você vem muito aqui? – Perguntei.

— Nem, mas achei que te devia alguma diversão hoje. – Ele disse sorrindo. Fiquei completamente impressionada ao entrar, o pub era ainda mais bonito por dentro. Todo decorado em madeira rústica. Como não estava lotado, dava para perceber a sua dimensão e beleza. Uma banda que eu não conhecia estava se apresentado, e as pessoas na pista de dança vibravam com a música. Shawn me puxou até um lounge no canto. Algumas pessoas estavam sentadas em volta de uma mesa, reconheci alguns deles como parte da equipe de Shawn.

— O que é isso, cara? – Gritou Mike.

— O Shawn não pode vir e mandou um substituto. – Respondeu Jake, rindo.

— Só estou sendo discreto. – Shawn disse de forma despreocupada, mas seu rosto estava vermelho. – Esses são Mike, Eddy, Josiah, Dave, Zubin, Ziggy, e o Geoff você já conhece. Essa é a Luiza, pessoal.

— Oi. – Cumprimentei eles timidamente. Eles me cumprimentaram de volta.

— Você sabe que não adianta muito esses óculos, não é? – Comentou Eddy, dando um gole na sua cerveja.

— É o efeito Super-Homem. – Respondeu Dave. – Por que você acha que ninguém reconhece o Clark Kent? O segrego tá no óculos.

Shawn revirou os olhos e me puxou para sentar ao seu lado, entre Geoff e Ziggy. Me senti um pouco sem graça por ser a única mulher no local, mas logo ele passou o braço pelos meus ombros, me deixando mais à vontade.

Olhei para ele, que estava visivelmente incomodado com os óculos, tirando a cada cinco minutos.

— Me desculpa por isso, eu não queria te constranger. – Eu disse no seu ouvido.

— Eu não me importo, é até divertido. Nesse momento estou imaginando que sou o Peter Parker, e você pode ser a Mary Jane. – Eu sabia que ele só estava falando aquilo para que eu não me sentisse culpada, mas resolvi entrar na brincadeira mesmo assim.

— Ou a Hanna Montana. – Não segurei o riso e ele fez uma careta para mim.

Voltei a olhar a banda cantando enquanto Shawn brincava com a ponta do meu cabelo.

— Eles são bons. – Comentei.

— São mesmo. Já vi eles cantarem algumas vezes, tem futuro!

— Te disseram que você tinha futuro quando começou?

— Minha família.

— Legal, gostaria de ter te conhecido naquela época.

— Por quê? – Ele levantou uma sobrancelha.

— Por que você não precisaria usar esse tipo de coisa naquela época. – Disse me referindo aos óculos. Ele sorriu.

— Eu também gostaria de ter te conhecido antes, mas não por esse motivo.

— Por qual?

— Porque eu teria passado muito mais tempo com você. – Ele disse no meu ouvido. E eu senti como se tivesse asas e pudesse voar. Mal podia acreditar no que acabara de ouvir. Era um sonho, só podia ser. A realidade não poderia ser tão perfeita assim. Encostei a cabeça no seu ombro e fui distraída por Geoff que estava resmungando alguma coisa ao levantar e sair. Olhei para Shawn sem entender nada, mas ele apenas sorriu e continuou brincando com meu cabelo. Fiquei ali encostada nele por algum tempo observando as pessoas ao redor, todas pareciam felizes e animadas.

— Preciso ir ao banheiro. – Shawn disse, e eu me afastei dando espaço para ele se levantar.

— Volta logo, não quero ficar aqui sozinha. – Disse fazendo bico.

— Não demoro. – Ele garantiu, sorrindo.

Fiquei olhando enquanto ele se afastava até perdê-lo na multidão. Então voltei a minha atenção aos quadros na parede atrás de mim, havia caricaturas de pessoas famosas e desenhos de bebidas, achei tudo muito criativo. Já fazia algum tempo que estava ali com o pessoal da equipe, me sentindo um pouco deslocada. Eles conversavam entre si e até tentavam me enturmar, mas em grande parte eu apenas ria enquanto eles falavam. A onde será que estava Shawn? Ele já deveria ter voltado. Seria possível que ele tivesse ido embora e me deixado ali? Não, claro que não.

Estava me repreendendo mentalmente quando vi Shawn se aproximando perto do bar, e sorri aliviada me achando completamente idiota por pensar coisas tão tolas. Até ele ser interrompido por uma loira de vestido muito curto e decote exagerado. Meu sorriso desapareceu, e eu senti meu sangue fervendo nas veias. Não era possível que nem embaixo de um óculos fundo de garrafa ele não deixava de ser cercado por mulheres absurdamente lindas! Claro, Luiza sua idiota, quem mandou se apaixonar pelo cara mais perfeito de todo o mundo?! É claro que eu não seria a única a notar isso. A raiva corria pelo meu corpo, enquanto a loira falava alguma coisa no ouvido do Shawn, do meu Shawn. A mulher parecia ter acabado de sair de uma capa de revista masculina, e eu não podia culpar Shawn se ele preferisse estar com ela, pois eu não tinha nem metade da beleza e das curvas que ela tinha. Estou sendo modesta, eu não tinha era nada. Comecei a bater o salto da sandália no chão irritada, então a loira se afastou e Shawn continuou andando em direção a mesa, cruzei os braços enquanto tentava não encará-lo.

— Voltei. – Ele disse animado ao se sentar do meu lado. Animado, ele estava animado! Meu cérebro processava mil e um motivos para ele estar animado, e nenhum deles era agradável.

— Eu vi. – Disse rispidamente.

— O que houve? – Ele perguntou intrigado.

— Nada. – Não podia culpá-lo se as mulheres praticamente se jogavam no seu colo, mas não conseguia não me sentir completamente irritada. Não só com ele, mas com o mundo. Shawn não falou mais nada, receoso, mas ficou me olhando desconfiado por um bom tempo, enquanto eu olhava fixo para o palco. Até que ele provavelmente concluiu que não era nada de mais, e passou a olhar para o palco também. Eu estava agindo feito idiota e sabia disso, mas era mais forte do que eu.

Geoff voltou trazendo três copos e me entregou um com um líquido rosa. Dei um gole sem nem perguntar o que era, estava irritada e precisava me distrair. Para minha surpresa era bom, tomei outro gole, tinha gosto de sorvete de morango, e eu adorava tudo que tinha morango. Então Shawn tomou o copo da minha mão, cheirando-o em seguida.

— Ei! – Tentei protestar.

— Isso não é refrigerante. – Ele disse carrancudo para Geoff.

— Não tinha.

— E eu não acredito que você trouxe bebida alcoólica para ela.

— Não tinha outra coisa, já disse.

— Então vamos para algum lugar que tenha. – Ele disse ainda muito sério.

— Deixa a menina! – Geoff disse impaciente.

— É, eu quero! – Tentei pegar o copo da mão de Shawn, mas ele afastou.

— Não, você não é acostumada a beber, e não é comigo que você vai começar.

— É só champanhe Shawn, não vai fazer mal. – Geoff disse revirando os olhos. Não era possível que os dois iriam ficar discutindo o que eu podia ou não beber como se eu não estivesse ali. Shawn bebeu um pouco do conteúdo do copo, como se precisasse aprová-lo primeiro, me deixando ainda mais irritada. Eu não era uma criança, ele não precisava me tratar como tal.

— Você não deveria beber, é menor de idade. – Ele advertiu.

— Você também é menor de idade. – Acusei, apontando para o seu copo de cerveja.

— Claro que não.

— Aqui você é sim. Então pela lógica, você também não deveria beber.

— Touché. – Ziggy disse, rindo.

— Tudo bem. – Shawn me entregou o copo de má vontade. Continuei a beber o conteúdo do copo, agradecida a Geoff por ter voltado e quebrado o silêncio constrangedor, pois ele havia começado uma conversa animada com Shawn e Dave.

Aos poucos fui ficando menos estressada, e até estava rindo da conversa deles sobre banheiros de boates. Shawn voltou a mexer no meu cabelo enquanto olhava a outra banda que agora ocupava o palco. Olhei para o meu copo que estava pela metade um pouco confusa. Devo confessar que me sentia levemente tonta. Não era possível que eu era tão fraca a ponto de ficar embriagada com meio copo de batida de champanhe.

— Tem certeza que aqui só tem champanhe? – Perguntei para Geoff de modo que só ele pudesse ouvir. Ele sorriu e piscou para mim. Oh céus, Shawn surtaria se soubesse! Mas quem está ligando? Ele que fosse controlar a bebida da loira do decote.

Estava concentrada nas pessoas dançando no andar de cima, quando Shawn mexeu na minha mão para chamar minha atenção. Olhei para ele confusa, não segurando a vontade incontrolável de rir, até me esquecendo que estava brava com ele. Por que esses óculos modelo dos anos sessenta pareciam bem mais engraçados agora? Ele ainda estava lindo, não podia negar, mas de uma maneira cômica. Não sabia o que estava acontecendo, mas simplesmente não conseguia parar de rir. Shawn me olhou intrigado por alguns segundos e então tomou o copo da minha mão.

— Shawn! – Protestei. – Me dá.

— Não, você já está bêbada.

— Eu não estou bêbada! – Disse irritada.

— Está sim!

— Ela só está alegre. – Ziggy falou.

— E tem algum problema eu estar alegre?

— Tem quando você tem dezesseis anos e não está acostumada a beber. – Shawn disse encerrando o assunto. Mostrei a língua para ele infantilmente e ele revirou os olhos. Por que eu fiz isso? Como se ele precisasse de mais motivos para não me querer! O que há com você Luiza? Alguma parte consciente dentro de mim gritava enquanto eu olhava para o palco de braços cruzados.

A banda parou de tocar, dando lugar a uma música de rock dos anos 80, mas as pessoas na pista continuaram dançando, sem se importar com o que estava tocando. Então percebi de onde saia aquela música, era um jukebox no canto do pub. Peguei minha bolsa a procura de moedas, sempre quis escolher uma música em uma máquina dessas, como naqueles filmes que eu via na televisão. Esperei até que a música estivesse quase acabando, e me levantei para ir em direção a máquina.

— A onde você vai? – Shawn perguntou. Mas apenas continuei andando, à medida que o salto deixava, pois ainda me sentia tonta por causa da bebida. Esperei alguns segundos até que a música acabasse, então coloquei a moeda a onde estava indicando. Procurei as músicas na lista no painel, mas só conhecia I love rock and roll, então apertei o número correspondente e pude ouvir os gritos na pista, provavelmente haviam aprovado a minha escolha. Voltei para a mesa radiante, tentando me equilibrar no salto e encontrei Shawn e os outros me olhando pasmos. Peguei na mão de Shawn e o puxei.

— Não. – Ele protestou assustado. – Eu não danço.

— Nem eu. – Dei com os ombros.

— Vai lá. – Geoff o empurrou pelo braço rindo.

Shawn balançava a cabeça, ainda contrariado.

— Por favor, você me prometeu diversão. – Tentei fazer biquinho e ele cedeu, revirando os olhos.

— Por que eu deixo você fazer esse tipo de coisa?! – Eu não respondi, apenas o arrastei pela mão.

— Isso aí, Mendes. – Gritou Mike. – Mostra o gingado Canadense.

Puxei Shawn até o meio da pista e comecei a mexer com os braços dele, que estava travado de vergonha. Não achei que fosse possível o seu rosto ficar ainda mais vermelho. A bebida deveria estar mexendo com a minha cabeça, não era possível.

 

I love Rock ‘n Roll, so put another dime in the jukebox, baby (…)

 

Aos poucos Shawn foi perdendo a vergonha e se mexendo conforme a música, dançando de uma forma esquisita e engraçada que ele chamava de “passos de salsa”. Ele me virava com as mãos algumas vezes e me inclinava de costas, me segurando com os braços.

 

I love Rock 'n Roll, so come and take your time and dance with me (…)

 

         Ele sorria abertamente, iluminando toda a pista de dança, e eu sorria só de vê-lo sorrir. Eu não sabia se alguém estava prestando atenção na nossa dança desengonçada, pois naquele momento só existia nós dois, nos divertindo como duas crianças que acabaram de ganhar um brinquedo novo. Quando a música acabou voltamos para a mesa, Shawn se jogou no sofá, e eu sentei ao seu lado exausta. Percebi que os rapazes estavam tentando não zombar.

— Mandou bem, acho que já podemos acrescentar algumas coreografias na turnê. – Disse Zubin, fazendo todos rirem.

Tentei pegar o copo em cima da mesa, mas ele tirou da minha mão rapidamente.

— Eu estou com sede. – Protestei.

— Você não vai beber, já está alcoolizada demais.

— Já disse que não estou bêbada, e não tem água aqui.

— Nós já estamos indo embora.

— Até chegar ao hotel eu já desidratei! – Ele revirou os olhos e enfiou a mão dentro do copo, tirando um cubo de gelo e me entregando. – É algum tipo de brincadeira? – Perguntei indignada.

— Já disse que não vai beber e ponto. – Ele disse autoritariamente.

— Insuportável! – Murmurei fazendo uma careta para ele, e fechando a cara em seguida. Coloquei o gelo na boca, realmente estava com muita sede. Não podia evitar ficar irritada, ele estava agindo como meu pai, ou até pior.

Fiquei olhando para outro lado, para não ter que encará-lo até que senti algo gelado nas minhas costas. Dei um pulo da cadeira assustada tentando pegar o que quer que fosse que havia entrado pelo meu vestido, quando peguei um cubo de gelo escorregando pelas minhas pernas. – Shawn! – Protestei. Mas ele estava rindo abertamente para mim, aquele sorriso lindo e envolvente, me fazendo perder o foco. Me sentei novamente cruzando os braços. Como ele conseguia ser tão lindamente irritante?

— Você fica linda bravinha! – Ele disse no meu ouvido, me fazendo arrepiar complemente. Não sei se foi o meu corpo estremecendo ou as batidas violentas do meu coração que fez ele sorrir, mas eu ficaria muito revoltada se não estivesse tão entorpecida por seu hálito quente no meu ouvido. Coração idiota, não dava para ficar um segundo quieto? Pensei. Olhei para ele, seus olhos ainda que por baixo dos óculos conseguiam me fazer hiperventilar. Como continuar brava com ele? Impossível. Como apenas um sorriso ele conseguia desarmar qualquer pessoa. O carisma, a humildade, a beleza perturbadora, e tudo o que o torna cada vez mais imperfeitamente perfeito deveriam ser um afronto para a natureza. Penso que ele seja a criação mais linda que Deus já fez, do qual ele deve sentar e apenas admirá-lo, mal acreditando em como conseguiu fazer tamanha perfeição.



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