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História Diário de uma fã - Capítulo vinte e sete


Escrita por: myprinceshawn

Capítulo 27 - Capítulo vinte e sete


Acordei com o celular tocando ao meu lado na cama, atendi sem nem olhar o número.

— Alô. – Disse com a voz embargada.

— Bom dia dorminhoca. – Shawn disse animado do outro lado.

— Que horas são? – Perguntei sonolenta.

— Quase onze horas.

— Nossa, eu dormi por quantos dias?

— Uns três. – Ele disse rindo. – Então, levante e se arrume, porque você tem compromisso hoje.

— Eu tenho? – Não estava raciocinando muito bem, acho que tinha dormido demais.

— Tem, almoçar comigo. Meio dia no meu quarto, não se atrase! – Ele desligou o telefone rindo, e eu sentei na cama tentando organizar os meus pensamentos. Ai meu Deus! Caí para trás novamente, batendo na cabeça com um dos travesseiros da cama. As lembranças da noite passada começaram a voltar como um filme na minha mente. O que você fez Luiza? Você merece um prêmio por ser tão idiota! Eu repetia para mim mesma. Estava morrendo de vergonha, com vontade de poder não sair daquele quarto nunca mais. Shawn deveria estar me achando muito imbecil naquele momento. Mas ele havia ligado, isso significava que ele não estava tão bravo.

Tentei afastar as lembranças da cabeça e levantei, percebendo que ainda estava com o vestido florido e a sandália de salto. Tirei a roupa e fui para o banheiro jurando que nunca mais beberia o que quer que fosse que tivesse álcool. Enrolei o tempo máximo no banho, lavando meu cabelo que estava todo embaraçado, mas sabia que era só uma desculpa para não ter que encarar Shawn. Passei longos minutos escolhendo o que vestir, por fim escolhi uma saia florida e uma blusa branca. Depois de arrumar lentamente o cabelo, já estava pronta, não havia mais o que fazer. Como já era de se esperar, eu mesmo teria que arrumar novamente a minha mala. Embolei as roupas, tirando apenas o cabide e joguei de qualquer jeito na mala, não estava com a menor paciência para isso. Fechei a mala, colocando-a em cima da cama, e dei uma última verificada no quarto para ver se não estava esquecendo nada. Olhei no relógio, faltavam dez minutos para a hora combinada com Shawn, e eu ainda estava morrendo de vergonha de encará-lo.

Comecei a andar de um lado para o outro pensando se deveria mesmo ir até o quarto dele. Após algum tempo pensando, concluí que por mais que a vergonha que eu estava sentindo fosse imensa, a vontade de vê-lo era ainda maior. Só de pensar nos seus olhos castanhos, que meu causam tanta vertigem, no seu sorriso encantador que aquece meu coração, na sua pele macia e no seu abraço quentinho, eu já sinto vontade de correr e ultrapassar qualquer barreira só para poder me jogar nos seus braços. Quando me dei por mim já estava no elevador, a caminho do quarto do Shawn. Fiquei algum tempo encarando a porta de número duzentos e quinze, então respirei fundo e toquei a campainha. Quando Shawn abriu a porta, fui completamente iluminada pelo seu sorriso. Ele me estendeu a mão e me puxou para dentro, fechando a porta em seguida. Fiquei observando-o, reprimindo a vontade de pular no seu pescoço, por vergonha da noite passada. Shawn estava totalmente à vontade, usando uma calça de moletom cinza, camiseta branca, chinelo e meia. É até engraçado pensar, mas parece que cada vez que o via, ele estava ainda mais bonito. Se é que isso fosse possível, pois a beleza dele causaria inveja até em Narciso, e não estranharia se ele se apaixonasse pelo seu reflexo, pois era a coisa mais linda que seus olhos poderiam enxergar.

Continuei olhando Shawn ainda sem saber o que fazer, sentindo as bochechas queimarem por completo, não havia nem o cumprimentado ainda quando ele ficou sério. Ele me olhava como se estivesse procurando algo nos meus sapatos, então pegou na minha mão e me virou de costas.

— O que foi? – Perguntei assustada assim que voltei a encará-lo.

— Estou procurando o resto da sua saia. – Ele disse ainda sério, e eu sorri.

— Não vejo nada de errado com a minha saia.

— Eu vejo, está faltando tecido. – Não era possível que ele estava falando sério! Mas a sua expressão me dizia que aquilo era muito sério.

— Exagerado! – Revirei os olhos. Não que a minha saia não fosse curta, mas não era nada ao extremo. Me aproximei dele sorrindo enquanto ele parecia estar numa discussão interna, e o abracei receosa, pensando que ele fosse me empurrar novamente, mas como ele não fez, o abracei com mais vontade. Ele retribuiu o abraço, me causando aquela sensação de segurança que eu bem conhecia. Como era bom estar nos seus braços, e como havia sido doloroso pensar que nunca mais o teria. Então ele se afastou contra a minha vontade.

— Vem, já está tudo arrumado. – Ele disse me puxando para um canto na suíte, a onde ficava a mesa.

— Ah, que lindo! – Eu disse surpresa. – Na mesa haviam dois pratos tampados por cloches, com talheres e copos em volta, tudo perfeitamente alinhado. Havia também uma jarra com o que eu penso que seria suco de laranja, e ao centro um pequeno vaso de vidro com uma única rosa branca. Toquei as suas pétalas delicadamente enquanto me sentava em uma das cadeiras da mesa. – Sempre achei uma única rosa muito mais bonita do que um buquê.

— Por quê? – Ele perguntou se sentando ao meu lado.

— Não sei, talvez pela simplicidade. Quando você ganha um buquê você o admira por inteiro, mas quando ganha uma única rosa você admira a sua beleza singular. Uma única rosa representa um único sentimento e merece ser admirada e adorada com exclusividade.

— É verdade. –Ele disse me olhando com curiosidade.

— Acho que quando você dá a alguém uma única rosa, quer dizer o quanto a pessoa é especial, porque você não perde tempo escolhendo as flores de um buquê. Mas quando é uma única rosa você quer escolher a mais bonita delas.

— Faz todo o sentido.

— As rosas representam muitas coisas para mim. Assim como a branca representa a paz, a vermelha a paixão e a rosa o amor.

— Às vezes o seu jeito de pensar é fascinante! – Ele disse olhando nos meus olhos me fazendo corar e desviar o olhar.

— O que é isso? – Perguntei assim que ele tirou a tampa dos pratos.

— Macarrão com molho de carne. Não me diz que você também não gosta? – Ele pareceu apreensivo.

— Claro que eu gosto. Na verdade, eu gosto de muitas coisas. O seu gosto é que é duvidoso. – Eu disse pegando o garfo e começando a comer.

— Meu gosto é incrível, você que não sabe aproveitar. – Eu revirei os olhos.

Passei quase todo o almoço em silêncio, ainda me sentindo envergonhada pela noite anterior. E de vez em quando Shawn comentava alguma coisa sobre o cardápio de hotel. Assim que terminamos de comer, ele me olhou, tentando segurar a risada.

— O que foi?

— Tem molho no seu queixo. – Ele disse.

— Onde? – Tentei limpar com a mão, sentindo as bochechas queimarem de vergonha. – Saiu?

— Não, espera. – Ele pegou um guardanapo na mesa e passou devagar no meu queixo. – Pronto.

— Obrigada. Eu pareço uma criança comendo, não sei como não sujei toda a minha blusa branca.

— Pode deixar, na próxima eu peço um babador.

— Muito engraçado. – Falei, irônica. Ele riu e se levantou, indo até o pequeno frigobar do quarto.

— Sorvete de sobremesa. Eles trouxeram tudo junto, e eu tive que guardar aqui para não derreter. – Ele disse voltando com duas taças de sorvete e me entregando uma ao se sentar.

— Como sabia que eu gostava de morango? – Disse notando que a dele era de chocolate.

— Eu deduzi. – Ele admitiu.

— Nossa, estou impressionada!

— Estou aprendendo a te conhecer tão bem quanto você me conhece. Cada detalhe, cada gesto… – Meu coração disparou com as suas palavras, e minhas bochechas voltaram a queimar. Abaixei a cabeça um pouco envergonhada e lisonjeada ao mesmo tempo. Então ele colocou a mão no meu queixo e levantou o meu rosto, fazendo que nossos olhos se encontrassem novamente. – Acho que estou te conhecendo tão bem a ponto de saber que há algo de errado com você hoje.

— Não há nada. – Eu disse com a voz pouco convincente.

— Luly, eu sei que há e você pode me dizer. – Sua voz estava calma e envolvente.

— Eu só estou um pouco envergonhada. – Eu disse desviando os olhos novamente.

— Por causa da noite passada? – Eu assenti. – Não precisa ter vergonha, eu sei que você não estava em seu juízo perfeito. – Ele disse sorrindo. – E também já passou. Tudo bem?

— Você não está bravo?

— Claro que não.

— OK. – Eu disse um pouco mais aliviada.

— Mas eu acho que ainda há algo te incomodando.

— Não é nada. – Realmente havia algo martelando na minha cabeça agora.

— Pode falar.

— Não, eu tenho vergonha.

— Você não precisa ter vergonha de mim. – Ele pegou na minha mão sobre a mesa me encorajando.

— Você vai rir.

— Prometo que não vou.

— É só que… – Estava tentando encontrar as palavras certas. – Ontem à noite você tentou me afastar… me faz pensar que você não me queria, fisicamente falando. – Então ele começou a rir, e eu o lancei um olhar de censura.

— Desculpa. – Ele disse tentando ficar sério novamente, não obtendo muito resultado. – É claro que eu te queria, Luiza! Se eu não te quisesse não teria sido tão difícil resistir.

— Mas então por que você tentou resistir? – Eu sabia que eu que havia ficado com medo, mas a sensação de ter forçado a barra não saia da minha cabeça.

— Por mais que eu queira muito, eu sinto que você ainda não está prepara para dar esse passo, e eu sei respeitar isso.

— Obrigada. — Disse timidamente.

— Sua boba! – Ele disse me dando um leve beijo na bochecha. Voltei a tomar o meu sorvete que agora estava derretendo, me sentindo realmente boba. Mais ainda assim com um frio enorme na barriga, por ele ter dito que eu ainda não estava preparada. Isso significava que um dia eu estaria preparada? E quando estivesse ele daria esse passo a diante na nossa relação? Relação… Essa palavra ficou pairando na minha cabeça, até que tomei coragem para perguntar.

— O que nós temos?

— Como assim? – Ele perguntou erguendo uma das sobrancelhas enquanto colocava a taça vazia de lado.

— Eu não sei o que nós temos. Eu nunca sei quando e nem se eu vou te ver de novo.

— Eu te disse que essa era a minha vida Luly…

— E que a pessoa que se relacionasse com você teria que se adaptar a ela. – Interrompi. – Eu sei, e eu entendi. É só perguntei que tipo de relação nós temos.

— Eu queria poder te dizer que nós temos um relacionamento sério, e que eu iria sentar no sofá da sua sala e pedir a sua mão em namoro para a sua mãe. – Senti meu coração disparar com as palavras dele. – Mas a minha realidade não é essa, eu não posso ser um namorado normal para você.

— Eu sei. – Eu disse. Ainda que eu soubesse que ele estava certo, me sentia feliz. Isso significava que ele queria poder namorar comigo? A felicidade que eu sentia mal cabia no meu peito, parece até que eu estava sonhando o sonho mais lindo de toda a minha vida desde que acordei numa bela manhã e peguei aquele ônibus para Oshawa.

— Você está certa em querer preservar o que nós temos, e eu não quero te expor, pelo menos não agora… – Ele falava como se estivesse tentando explicar mais para si mesmo do que para mim. – Mas se for para colocar em palavras o que nós temos, acho que pode dizer que estamos nos conhecendo.

— Isso significa que podemos ficar com outras pessoas? – A ideia de saber que ele poderia ficar com outra passava pela minha cabeça agora, e me atormentava mais do que eu seria capaz de admitir.

— Não gostei disso. – Ele disse fazendo uma careta.

— Não estou falando por mim. – Ele sorriu. – Eu sei que todo show você é cercado por mulheres lindas… – Não consegui terminar de falar, e afastei os pensamentos, pois eles eram doloridos demais.

— Você tem razão. – Ele começou a dizer enquanto mexia delicadamente no meu cabelo. – Realmente há mulheres lindas como você diz. Mas de uns tempos para cá eu não sei o que está acontecendo, eu tenho olhado para elas, e não vejo tanta graça. Apesar de serem mulheres exuberantes, nenhuma delas fica tão linda com as bochechas vermelhas. Nenhuma delas me chama de chato como se dissesse que me ama, e nem me causam curiosidade e sentimentos que eu mal consigo entender. – A medida que ele falava seus olhos queimavam nos meus, as lagrimas paravam nas pálpebras e meu coração parecia querer sair pela boca. Era cada vez mais difícil acreditar que era real, acreditar que o meu Shawn, o meu ídolo, o amor da minha vida, se sentia realmente daquele jeito em relação a mim. Me faltavam palavras para descrever a felicidade que eu sentia naquele momento, então o abracei, o mais forte que eu podia, para que ele pudesse entender como eu me sentia, e que era exatamente o mesmo.

— Me diz que eu não estou sonhando. – Pedi baixinho com a cabeça encostada no seu peito.

— Você não está sonhando! – Ele sussurrou, e eu respirei fundo, absorvendo seu cheiro doce para ter certeza absoluta disso.

— Às vezes é difícil acreditar.

— Eu já desisti de tentar entender o que está acontecendo e simplesmente aceitar. Mas eu sei que estou sendo egoísta em querer que você passe por isso. Eu deveria pensar mais em você, fazer o que é melhor para você. – O soltei, pegando seu rosto entre as minhas mãos.

— O melhor para mim é estar com você. – Disse olhando dentro dos seus olhos, e sentindo o brilho que emanava deles.

— Estou tentando acreditar nisso. – Ele disse acariciando de leve o meu rosto. Deixei as minhas mãos caírem enquanto ele contornava meus lábios com a ponta do dedo. Então sua mão parou na minha nuca, e ele se aproximou devagar. Fechei os olhos e senti seus lábios tocar os meus, quentes e macios, tão delicados quanto uma pétala de rosa. Sua mão passeava pelo meu cabelo, enquanto a outra me puxava pela cintura para mais perto do seu corpo, intensificando o beijo.



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