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História Diário de uma fã - Capítulo quarenta e cinco


Escrita por: myprinceshawn

Capítulo 45 - Capítulo quarenta e cinco


Precisava raciocinar e digerir tudo o que havíamos conversado. Odiava o fato de meu cérebro ser tão lento às vezes, ao contrário do meu coração, que respondia sempre prontamente a todos os movimentos e palavras de Shawn. Havia duas coisas martelando na minha cabeça, dividiria e resolveria em partes, seria mais fácil. Primeira, ele queria que eu fosse para Vancouver na quarta-feira me encontrar com ele, mal conseguia acreditar que fosse verdade. Não havia o que pensar sobre isso, eu queria ir com certeza. Segunda e mais complicada; Como eu faria isso? Não gostava de mentir para a minha mãe, mas também não podia contar para ela a verdade. Poderia pedir ajuda para Christina de novo, mas teria vergonha, não gostava de abusar. Mentalizei as outras opções por algum tempo, e por fim peguei meu celular para ligar para Chris.

— Chris, o que você está fazendo? – Perguntei assim que ela atendeu.

— Trabalhando, por quê?

— Desculpa, eu estou atrapalhando?

— Não, pode falar.

— Eu preciso da sua ajuda. – Disse timidamente.

— O que houve?

— Você vai vir em casa à noite?

— Vou sim.

— Então eu te conto tudo depois.

— Tudo bem. – Desliguei o telefone esperançosa. Em poucos minutos meu pensamento já estava vagando para longe dali, um lugar familiar para a minha imaginação, com pessoas muito conhecidas dos meus sonhos.

Acordei assustada, havia dormido no sofá. Olhei no relógio, faltavam poucos minutos para minha mãe chegar. Subi as escadas devagar apesar de estar com pressa, mas a minha cabeça sempre doía quando dormia demais. Arrumei vagamente meu quarto e tomei banho, enquanto tentava distinguir se havia sonhado com a conversa com Shawn ou não. Após trocar de roupa e secar o cabelo, desci para a cozinha, estava faminta, não havia comido praticamente nada o dia inteiro. Peguei um pacote de bolacha e voltei para meu quarto, ligando o computador. Como sempre, a primeira coisa que fiz foi entrar no site de Shawn, sempre conferia a agenda dele. Mas a internet estava lenta, me irritando. Esperei até que todo o site carregasse, enquanto comia lentamente algumas bolachas. Assim que carregou cliquei na agenda de imediato. Estava lá, quinta-feira em Vancouver. Senti calafrios ao pensar que não havia sido um sonho, e coloquei o pacote de bolacha de lado, não havia mais nem fome. Olhei o resto da agenda dele por reflexo, não havia nenhum show por perto. Se fosse há algum tempo atrás eu provavelmente estaria chorando por ter que esperar meses em busca de uma data em que eu pudesse ansiar com todas as minhas forças e depositar todas as minhas esperanças. Mas agora essa data existia, e se tudo desse certo, em dois dias eu estaria em seus braços novamente.

Estava olhando as fotos do último show do Shawn, mergulhada em pensamentos e lembranças que sempre acabava me tirando da realidade, quando minha mãe chegou me assustando.

— Cadê seu irmão? – Ela perguntou aparecendo na porta.

— Ainda não chegou.

— Passou o dia inteiro nesse computador?

— Não. – Respondi rapidamente antes que ela me deixasse novamente sem internet. – Só entrei para fazer uma pesquisa.

— Tirou a roupa da secadora que eu estou te pedindo desde ontem?

— Esqueci. – Disse fazendo uma careta.

— Eu não sei o que eu faço com você Luiza, não faz nada do que eu peço. – Ela saiu resmungando. Desci as escadas rapidamente, já que eu sabia que agora ela começaria a falar que eu não escuto nada do que ela fala e quando eu precisasse, ela também iria se fazer de surda. Era o mesmo discurso sempre, mas essa era a minha mãe. Penso que se não fosse assim, não seria tão majestosamente mãe. Ela era rígida, às vezes autoritária, uma péssima cozinheira e dona de casa, mas era a melhor mãe do mundo e a minha heroína. Sempre quis ser igual a ela, desde quando era pequena e colocava seus sapatos. Mesmo sendo fisicamente diferente, eu sempre achava algo para falar que éramos iguais. Como por exemplo, tínhamos o mesmo nariz, o formato do rosto e das mãos. Eu adorava as minhas mãos, era a parte do meu corpo que eu mais gostava. E da minha mãe eram os olhos, verde oliva, com aspecto juvenil. Frederico sempre se gabava por ter os mesmos olhos que ela, eu não achava. Os olhos dele eram de um verde intenso e às vezes chegava até a ficar azul. Sempre gostei de olhos, principalmente claros, e era cercada deles. Frederico, minha mãe, Mateus com seus olhos azuis céu, e Guilherme que tinha nos olhos duas pedras de lápis lazuli. Mas nenhum deles conseguiam ser mais brilhantes e mais encantadores do que os olhos castanhos e profundos de Shawn. Ah, aqueles olhos! Eu me perdia neles com tanta facilidade que chegava a ser assustador. Nunca encontraria outros olhos que me causaria tantas sensações distintas ao mesmo tempo e me tornasse tão dependente e vulnerável. E nem me daria ao trabalho de procurar, pois eu sabia que os meus olhos só enxergariam os dele, e os meus pés só seguiriam os seus passos, com o propósito de chegarem cada vez mais perto daquele que dava a força a motivação para o meu coração continuar batendo.

Desci até a lavanderia que ficava em uma pequena área ao lado do quarto do Frederico, a onde dava para ver a janela da cozinha. Eu não gostava de ir lá, pois me sentia presa em um buraco. Tirei a roupa da secadora e resolvi olhar se havia algo na máquina de lavar, quase tendo uma ataque ao encontrar a minha saia florida junto com uma camiseta azul do Frederico. Peguei a saia na mão e a analisei, ela estava com várias manchas azuis. Encostei no tanque e respirei fundo. Minha mãe sempre manchava as minhas roupas. Ela não tinha paciência de separar cores ou regular a máquina e sempre colocava tudo junto, por mais que eu dissesse que eu iria lavar. Mas eu gostava tanto daquela saia, era a saia que o Shawn havia me feito trocar no hotel em Nova Iorque. Bom, agora ele não teria o que reclamar, pois eu não a usaria mais. Pensei bufando de raiva. Terminei de estender as roupas no varal, junto com a saia manchada. – Deixaria para reclamar com a minha mãe depois. – E voltei para o meu quarto.

Estava sentada na cama revisando alguns exercícios de química – sempre fui uma aluna regular, mas essa matéria em especial demorava a entrar na minha cabeça. – quando Christina entrou no quarto.

— O que houve Luiza? Você me deixou preocupada. – Ela disse fechando a porta e sentado na cama.

— Preciso da sua ajuda Chris. – Falei um pouco envergonhada.

— Para que?

— Eu preciso sair.

— Sair para onde? — Ela perguntou confusa.

— Calma, deixa eu explicar. – Eu disse achando graça enquanto observava a expressão dela se suavizar. O que será que ela havia pensado?

— Então fala. – Ela disse impaciente.

— Você é muito desesperada. – Disse rindo.

— Porque você fica enrolando para me dizer.

— Preciso ir para Vancouver. – Eu disse quase num suspiro.

— Como assim? – Sabia que ela não entenderia, qualquer pessoa em sã consciência não entenderia. Mas eu não podia explicar mais que isso. Respirei fundo e então pedi.

— Por favor Cris, não me peça explicações, só me ajuda. – Sabia que estava exigindo demais dela, mas confiar essa história a alguém já havia me causado decepções demais, então preferia guardar só para mim. Ela olhou para baixo por alguns segundos e então me encarou novamente, seus olhos grandes e amendoados tentando ler além da minha expressão.

— Tudo bem. Só me responde uma coisa. – Ela disse cautelosa.

— O que? – Perguntei sem querer deixar claro se responderia.

— Seu irmão me contou a história que está se espalhando pela escola. É claro que ele acha que é apenas uma brincadeira, mas eu já te ajudei uma vez e tenho motivos para acreditar que seja verdade. Estou certa? – Ela ainda me olhava nos olhos, eu não iria conseguir mentir. Dei um meio sorriso sem graça e desviei o olhar.

— Tudo bem, eu já entendi. – Ela disse rapidamente. – E eu vou te ajudar. – Analisei a expressão dela por alguns segundos, a procura de algum vestígio de que iria me arrepender de não ter negado, mas ela parecia normal e apenas sorriu.

— Mas o que vamos fazer? Minha mãe não pode nem sonhar. – Disse voltando a pensar em Vancouver.

— Calma, vamos pensar em algo. – Ela se levantou e começou a andar de um lado para o outro, me deixando ansiosa e irritada por ter que ficar acompanhando os seus movimentos. – Já sabe como vai?

— Já está tudo certo. – Expliquei para ela tudo o que Shawn havia falando, tomando cuidado para não dizer o nome dele.

— Você pode falar para sua mãe que vai dormir na minha casa, o difícil é tirar seu irmão do caminho. – Ela disse fazendo uma careta enquanto se sentava novamente.

— E contar para ele não é uma opção. – Disse fitando-a e ela assentiu.

— Tenho uma ideia. Vou dizer para ele que vamos fazer uma noite de garotas e ele não está convidado.

— E você acha que ele vai aceitar numa boa?

— Não. Mas eu sei como convencer ele. – Ela piscou para mim. – Ele vai vir te buscar?

— Então, ele ainda não me disse como vou até o hangar de Toronto.

— Não tem problema, eu te levo.

— Mas você vai estar trabalhando, Chris.

— Eu tenho algumas horas extras, vou tirar a tarde de folga.

— Não precisa fazer isso por mim. – Disse sabendo que ela estava sendo bem mais legal do que eu merecia por não contá-la tudo o que estava acontecendo.

— Eu posso aproveitar para resolver alguns problemas pendentes da faculdade.

— Ah Cris, nem sei como te agradecer! – Me aproximei abraçando-a.

— Não precisa agradecer. Liga para o seu Romeu e diz que está tudo certo. Enquanto isso eu vou lá falar com o seu irmão. – Ela disse enquanto eu a soltava.

— Romeu e Julieta? – Eu perguntei me lembrando da citação que havia falado para Shawn, mas então um pensamento ruim me ocorreu.

— É parecido. – Ela respondeu ao se levantar.

— Mas o final é trágico. – Fiz uma careta.

— Quem sabe dessa vez não. – Ela disse esperançosa enquanto saia fechando a porta. Fiquei pensando sobre as palavras de Christina. Eu nunca pensei em como seria o fim, sabia que ele um dia chegaria e eu não estava nem um pouco preparada para isso. Me lembrava de como tudo começou, tão de repente, tão mágico, e não era desse jeito que queria que acabasse. Na verdade, eu não queria que acabasse nunca. Decidi não ficar me torturando com isso. Um dia talvez acabasse como a maioria das coisas. Cedo ou tarde, eu estando preparada ou não.


Notas Finais


Eu mudei a capa da fanfic, o que vocês acharam?
PS: Alguns capítulos atrás eu desafiei vocês a adivinharem qual era o meu personagem no RPG da outra fanfic e esqueci de dar a resposta. Eu sou o Shawn. Quem acertou? hahaha


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